sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Oração de Natal


Oração de Natal

Senhor Deus, Pai tão amado,
O Senhor que nos mandou seu filho,
Por meio de Maria, a Virgem Imaculada,
Receba essa minha oração,
Em honra ao aniversário do Teu Filho Jesus,
Que nos ilumina todos os dias com a Sua Luz.

Essa oração nada tem a pedir,
Ao contrário, venho por ela agradecer.
Agradeço por todos os dias em que eu acordo,
E tenho a oportunidade de servir ao meu propósito,
Nesse dia eu sou feliz, ainda que haja tristeza,
Pois sua determinação foi cumprida e abençoada.

Agradeço por todas as minhas glórias,
E peço que elas não me façam arrogante,
Pois quem serve ao Pai não precisa ser notado,
Basta que seja feito com amor e dedicação,
Semeando cada semente, irrigando cada plantação,
Para que a colheita seja a mais iluminada.

Agradeço por todas as derrotas experimentadas,
Pois delas extraio sempre a melhor lição,
O erro ensina, a derrota purifica,
Deus escreve certo por linhas certas,
E nós é quem nos recusamos a aceitar
E as chamamos tortas, quando é certo o lapidar!

Agradeço por cada noite de descanso merecido,
Quando me deito e reflito sobre o meu dia,
Converso com o Pai, com o Filho, e juntos invadimos,
O universo que vai além da fronteira do visível,
Lá, eu me sinto livre, sem qualquer resíduo,
Desse corpo físico que me serve de asilo.

Enfim, Pai, porque devo eu pedir alguma coisa?
Se tenho tudo, e apenas de mim depende a empreitada,
Seguindo seus princípios, serei feliz e forte,
E não temerei nada, sequer a chegada da morte…
Que me levará de volta às minhas origens,
E me permitirá escolher novamente a minha sorte.

Obrigada, Pai, por mais esse Natal repleto de Luz,
Por ter meus entes queridos ao meu redor sempre,
Obrigada por ter nos dado a felicidade de festejar,
Mesmo que o aniversariante não precise desses rituais.
Obrigada, Pai, por nos trazer sempre o melhor caminho,
E permitir que exercitemos nosso livre arbítrio.

Amém!

Estátua do Cristo Redentor ganha iluminação natalina

 No Rio de Janeiro, a estátua do Cristo Redentor recebeu uma iluminação especial em comemoração ao Natal

Da redação, com Agência Brasil

Neste sábado, 24, véspera do Natal, a estátua do Cristo Redentor, no Morro do Corcovado, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de janeiro, recebeu uma iluminação especial Natalina. O monumento contou com um show de luminografia entre 21h e 22h. Foram projetadas as ilustrações produzidas pelo artista franco-italiano Gaspare di Caro.

O reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar, disse que a iluminação especial celebra, além do Natal, a renovação da esperança para a população brasileira.

“O Cristo Redentor mais uma vez abre seus braços, mostrando à população brasileira que o Natal é um momento de grande importância para a renovação da esperança e da fé do povo brasileiro. Hoje a gente consegue, através dessa projeção mapeada, dessa tecnologia, evidenciar que estamos em festa. Ainda que o momento seja de grande instabilidade, nós não podemos perder a fé em dias melhores. Que esse Natal seja de fato um momento de fortalecimento de nossa esperança e de nossa fé”, disse o reitor.

Leia
.: “Onde nasce paz, não há lugar para ódio e guerra”, diz Papa
.: Papa na Missa do Galo: Jesus ensina o que é essencial na vida

De acordo com padre Omar, as projeções marcam também o lançamento do Ano da Misericórdia, decretado no dia 8 de dezembro pelo Papa Francisco, em campanha mundial.

“Ele [Papa Francisco] visa trazer sinais de esperança e de integração de todos os objetivos da igreja, do ponto de vista social, humano e espiritual. E dessa forma ele decreta o Ano da Misericórdia, fundamentado sobre as obras de misericórdia morais, corporais e espirituais, indicando que o mundo precisa de misericórdia. Com isso, as basílicas de Roma têm as suas portas abertas, as portas santas, assim como milhares de templos, santuários, basílicas e catedrais de todo o mundo também possuem tal configuração de serem portas santas, entre elas a capela do Cristo Redentor no Corcovado”.

A iluminação também foi apresentada na quarta-feira, 23, após uma benção de Natal do padre Omar e a apresentação de um coral.

"Onde nasce paz, não há lugar para ódio e guerra", diz Papa

 Na sua tradicional mensagem Urbi et Orbi, o Papa Francisco rezou pela paz e recordou os conflitos existentes em diversas partes do mundo

Da redação, com Rádio Vaticano

“Onde nasce Deus, nasce a esperança, nasce a paz e floresce a misericórdia”. Essas foram as palavras iniciais do Papa Francisco na tradicional mensagem Urbi et Orbi, por ocasião do Natal. Durante a reflexão, o Pontífice rezou pela paz.

Ao recordar os tantos conflitos em andamentos nas diversas partes do mundo e as situações que ferem a dignidade humana, pediu: “Ao contemplar o presépio, fixemos o olhar nos braços abertos de Jesus, que mostram o abraço misericordioso de Deus, enquanto ouvimos as primeiras expressões do Menino que nos sussurra: A paz esteja contigo”.

Diante de milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Papa Francisco dirigiu-se “à cidade e ao mundo” da sacada central da Basílica de São Pedro, para anunciar que “Cristo nasceu para nós (…) Ele é o dia luminoso que surgiu no horizonte da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de alegria, Uma grande alegria para os pequenos e os humildes e para todo o povo”.
Presépio: Sinal de Deus

Francisco diz que o presépio mostra um sinal de Deus e convida todos para que, juntamente com os pastores, “prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração”.

“Ele, só Ele, pode nos salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal, por vezes monstruosas, que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis”.

Ai prosseguir, o Pontífice afirma que onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra, e recorda que precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões, violências e a paz continua um dom que deve ser invocado e construído.

Leia
.: Papa na Missa do Galo: Jesus ensina o que é essencial na vida.: Na íntegra: Homilia do Papa na Missa do Galo – 24/12/15

“Oxalá israelenses e palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira. Ao Senhor, pedimos que o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da população exausta. É urgente que o acordo sobre a Líbia encontre o apoio de todos, para se superarem as graves divisões e violências que afligem o país. Que a atenção da Comunidade Internacional se concentre unanimemente em fazer cessar as atrocidades que, tanto nos referidos países, como no Iraque, Líbia, Iêmen e na África subsaariana, ainda ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o patrimônio histórico e cultural de povos inteiros”.
Atos terroristas

O Papa recordou ainda as vítimas dos hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos no Egito, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis. Francisco pede também consolação e força ao Menino Jesus para os cristãos perseguidos em muitas partes do mundo por causa de sua fé. “São os mártires de hoje”.
Diálogo

O fortalecimento do diálogo na República Democrática do Congo, no Burundi e no Sudão do Sul foi ressaltado pelo Papa, “em prol da edificação de sociedades civis animadas por sincero espírito de reconciliação e compreensão mútua”.

O Papa referiu-se também à Ucrânia, pedindo que a verdadeira paz “inspire a vontade de cumprir os acordos assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro” e que ilumine os esforços do povo colombiano, para que “continue empenhado na busca da desejada paz.
Dignidade humana

Francisco recordou também a existência de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos homens. “Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico”.

O drama das milhares de pessoas que viajam em condições desumanas, arriscando a própria vida em busca de segurança e de uma esperança também foram recordados por Francisco.

“Sejam recompensados com abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades que os recebem”.
Desempregados

O Santo Padre também pediu que o Senhor dê esperança aos desempregados e sustente “o compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas no campo político e econômico, a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na protecção da dignidade de cada vida humana”.
Misericórdia

Ao falar da misericórdia, o Papa dirigiu-se aos encarcerados. “Onde nasce Deus, floresce a misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e vence o mal”.

“E assim hoje e juntos, exultemos no dia da nossa salvação, fixando o olhar nos braços abertos de Jesus no presépio, que nos mostra o abraço misericordioso de Deus”. Francisco proclama: “A paz esteja contigo”, e após concedeu a todos sua Bênção com a Indulgência Plenária na forma prevista pela Igreja.
Feliz Natal

Ao concluir, Francisco dirigiu-se a todos os presentes na Praça São Pedro e àqueles que o acompanhavam pelos meios de comunicações, para desejar as suas mais cordiais felicitações de Natal.

“É o Natal do Ano Santo da Misericórdia, por isto, desejo a todos que possa acolher na própria vida a misericórdia de Deus, que Jesus Cristo nos deu, para sermos misericordiosos com os nossos irmãos. Assim, faremos crescer a paz.”

Papa na Missa do Galo: Jesus ensina o que é essencial na vida

 Na Missa do Galo, Papa deu destaque para a humildade de Jesus, o Menino nascido na pobreza que ensina a viver o que realmente é essencial na vida

Jéssica Marçal
Da Redação


Francisco preside celebração da Missa do Galo no Vaticano / Foto: Reprodução CTV

Em uma sociedade marcada pelo consumo, o Menino Jesus chama a ter um comportamento simples, vivendo o essencial. Essas foram palavras do Papa Francisco na Missa do Galo, celebrada nesta quinta-feira, 24, véspera de Natal. A celebração foi às 21h30 (hora local, 18h30 em Brasília).

A homilia do Santo Padre teve como pano de fundo a humildade de Deus, que enviou seu Filho ao mundo com muita simplicidade. A cena do nascimento retrata isso: Jesus nasce na pobreza e é deitado em uma manjedoura para animais.

Acesse
.: Íntegra da homilia do Papa

Hoje, mais de dois mil anos depois deste nascimento e já em uma sociedade frequentemente “embriagada de consumo, prazer e luxo”, o convite de Jesus, disse o Papa, é ter uma vida sóbria, isto é, simples, equilibrada, linear, capaz de viver aquilo que é essencial.

“Este Menino ensina-nos aquilo que é verdadeiramente essencial na nossa vida (…) Num mundo que demasiadas vezes é duro com o pecador e brando com o pecado, há necessidade de cultivar um forte sentido da justiça, de buscar e pôr em prática a vontade de Deus. No seio duma cultura da indiferença, que não raramente acaba por ser cruel, o nosso estilo de vida seja, pelo contrário, cheio de piedade, empatia, compaixão, misericórdia, extraídas diariamente do poço de oração”, disse.


Papa diante da imagem do Menino Jesus na Basílica Vaticana / Foto: Reprodução CTV

Francisco destacou ainda que a alegria do nascimento de Jesus não deixa espaço para a indiferença, que domina no coração de quem é incapaz de amar porque tem medo de perder algo. Além disso, toda a tristeza vai embora, porque o Menino Jesus é o verdadeiro consolador do coração.

“A verdadeira luz vem iluminar a nossa existência, muitas vezes encerrada na sombra do pecado. Hoje descobrimos de novo quem somos! (…) Agora, deve cessar todo o medo e pavor, porque a luz nos indica a estrada para Belém. Não podemos permanecer inertes. Não nos é permitido ficar parados. Temos de ir ver o nosso Salvador, deitado numa manjedoura”.

sábado, 12 de dezembro de 2015


Nossa Senhora de Guadalupe - Padroeira de toda a América


O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto já existe há mais de quatro séculos e meio

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita…”

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”.

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

Conta do Papa no twitter completa três anos


Em 12 de dezembro de 2012, o Bento XVI publicava a primeira mensagem no twitter; Francisco lançou seu primeiro tuíte em 17 de março de 2013

Da redação, com Rádio Vaticano

A conta oficial do Papa no twitter completa três anos. Em 12 de dezembro de 2012, o Papa emérito publicava a primeira mensagem para concretizar a auspiciada ação de evangelização nas redes sociais.

“Caros amigos, é com alegria que me uno a vocês por meio do Twitter. Obrigado pela generosa resposta. Abençoo a todos de coração”, escreveu Bento XVI.

O exórdio na famosa plataforma teve repercussão global: em poucos meses o número de seguidores nas nove contas oficiais chegou a 3 milhões. Um grande sucesso, afirmara Dom Carlo Maria Celli, ao comparar a estreia na rede social com a primeira mensagem do Papa Pio XI na Rádio Vaticano, em 1931.
Pioneirismo

Todavia, o primeiro tuíte em absoluto lançado por um Pontífice (em inglês e italiano), foi publicado em 28 de junho de 2011 para inaugurar o portal news.va.

Por meio da conta @news_va_it, Bento XVI escreveu: “Caros amigos: acabo de inaugurar o news.va. Deus seja louvado! Com as minhas orações e a minha benção, Benedictus XVI”.

O Papa Francisco herdou a conta “@Pontifex” após a eleição e lançou sua primeira mensagem em 17 de março de 2013. “Caros amigos, agradeço todos de coração e peço que continuem a rezar por mim. Papa Francisco”.
@Pontifex_pt

De fato, durante o Pontificado, Francisco tem utilizado a conta no Twitter com frequência para se comunicar de maneira instantânea com seus milhões de seguidores. Somente em língua portuguesa, a conta do Papa tem mais de 1,7 milhão de seguidores.

Em sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais do ano passado, Francisco afirmou: “Particularmente, a internet pode oferecer de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus”.

Papa Francisco preside XII Reunião do Conselho dos Cardeais


No encontro presidido pelo Papa Francisco, foi reconsiderada a criação de uma nova Congregação dedicada à “Caridade, Justiça e Paz”

Da redação, com Rádio Vaticano

Neste sábado, 12, o Papa Francisco presidiu no Vaticano, à 12ª Reunião dos nove Cardeais encarregados da Reforma da Cúria Romana. No entanto, na última reunião o Conselho dos Cardeais apresentou ao Papa uma proposta para a atuação do projeto para uma nova Congregação, chamada provisoriamente “Leigos, Família e Vida”.

Em relação à proposta da nova Congregação, foi notificado o arcebispo emérito de Milão, encarregado pelo Pontífice para um aprofundamento sobre a sua factibilidade, cardeal Dionigi Tettamanzi.

Além do mais, foi reconsiderada a criação de uma nova Congregação dedicada à “Caridade, Justiça e Paz”. Falou-se também sobre os procedimentos para a nomeação de novos Bispos, “especialmente sobre as qualidades e os requisitos dos candidatos”, um tema que deverá ser aprofundado e desenvolvido.

Durante a Reunião, os Cardeais ouviram o Prefeito da Secretaria para a Comunicação, Monsenhor Dario Eduardo Viganò, que falou sobre os primeiros passos dados, entre os quais a constituição de um grupo de trabalho para a elaboração dos Estatutos da Secretaria, composta por representantes de diversas instituições competentes na matéria, que já iniciou suas atividades.

Os Estatutos definirão a estrutura do organismo atuante, prestará particular atenção na avaliação dos aspectos jurídicos e administrativos das atividades de Comunicação da Santa Sé. Sucessivamente, serão elaborados e emanados os devidos regulamentos.

Os Cardeais Conselheiros expressaram satisfação pelo andamento das Reformas da Cúria Romana desejadas pelo Papa Francisco.

Países em guerra abrem Porta Santa no Jubileu da Misericórdia


Fiéis na Síria, Líbia e Iraque também poderão passar pela Porta Santa nesses países que sofrem com a guerra

Rádio Vaticano

A Porta Santa do Jubileu da Misericórdia será aberta também em países que estão sofrendo com a guerra, como a Síria, a Líbia, o Iraque, o Iêmen, e em outros onde as feridas da guerra estão ainda abertas, como Tunísia, Gaza, Sarajevo, Ucrânia e Crimeia.

“O Ano Santo da Misericórdia chega antes nesta terra. Uma terra que sofre há muitos anos com a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas nesta terra sofredora, também estão todos os países que estão vivendo a cruz da guerra. Todos pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor. Para Bangui, para toda a República Centro-Africana, para o mundo inteiro, para os países que sofrem com a guerra, pedimos a paz!”.

Estas palavras do Papa na abertura da Porta Santa em Bangui, na República Centro-Africana, durante sua recente viagem apostólica à África, chamaram a atenção da opinião pública mundial sobre os países que vivem a guerra.

Também nestes países serão abertas as Portas da Misericórdia. Gestos e ações que atestam a presença e a vida de tantas pequenas comunidades cristãs, com frequência perseguidas, em lugares onde a paz e a convivência são apenas uma miragem, como descreve a agência Sir.
Síria

Na tão maltratada Síria, em 13 de dezembro, em concomitância com a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, em Roma, serão abertas três Portas da Misericórdia, a começar pela cidade mártir de Aleppo, há três anos no centro dos bombardeios e batalhas entre o exército do presidente Assad, os rebeldes e os jihadistas do auto-proclamado Estado Islâmico.

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A Porta Santa de Aleppo está na paróquia de São Francisco, no bairro de Aziziyeh, atingida por uma granada no final de outubro. Outras duas portas serão abertas no país: uma em Damasco e outra em Latakia.
Iraque

A comunidade católica iraquiana viverá como deslocada interna o Jubileu da Misericórdia. Conquistada a cidade de Mosul, onde os terroristas do Estado Islâmico cancelaram a milenária presença dos cristãos, a minoria cristã conta hoje com menos de meio milhão de fiéis em comparação com os 1,5 milhão presentes antes da invasão dos EUA, em 2003.

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Muitos dos cristãos que não escaparam estão concentrados nos entornos de Irbil, capital do Curdistão iraquiano, região mais segura, principalmente no bairro cristão de Ankawa. É lá que, em 13 de dezembro, o arcebispo caldeu Dom Bashar Warda abrirá a Porta Santa na Catedral de São José. Trabalha-se ainda para abrir uma “barraca santa” nos acampamentos dos desabrigados e deslocados. Uma pequena Porta Santa será aberta também no vilarejo de Enishke, nas montanhas entre Zakho e Dohuk, no extremo norte do Curdistão iraquiano.

Em Bagdá, a Porta Santa será aberta em 19 de dezembro pelo patriarca Dom Mar Sako, na primeira catedral do Iraque dedicada a Nossa Senhora das Dores.
Líbia

A Porta Santa neste país do norte da África, dividido por conflitos, será aberta nesta sexta-feira, 11, na catedral de São Francisco, em Trípoli, pelo vigário coadjutor, padre George Bugeja. No início da noite está prevista uma celebração ecumênica com os representantes das diversas denominações cristãs para rezar pela paz e pela reconciliação.

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A situação de violência e tensão na Líbia obrigou muitos trabalhadores estrangeiros, como os filipinos, que compõem a comunidade cristã local, a abandonar o país. Em Benghazi, segunda cidade do país, devido à delicada situação, não haverá celebração.
Ucrânia e Crimeia

Nos territórios ainda não pacificados de Donbass, onde o conflito provocou a morte de mais de 1 mil civis e o deslocamento de mais de 700 mil pessoas, a Porta Santa do Jubileu será aberta na Catedral de Kharkiv e na co-catedral de Zaporizhya, em 13 de dezembro. Não haverá Porta Santa nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk.

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Em 13 de dezembro, na Crimeia, região ucraniana anexada à Rússia após um contestado referendo em 2014, será aberta a Porta Santa na catedral de Odessa, na co-catedral de Simferopoli e nas igrejas de Bilgorod-Dniestrovski, Balta, Kirovograd, Nikolaiv, Kherson.
Tunísia

A Porta Santa será aberta em Túnis em 13 de dezembro, capital que continua em alerta após os recentes atentados. Trata-se daquela da catedral de São Vicente de Paoli, mas não a porta principal, e sim uma secundária nos fundos do prédio – para evitar que a celebração possa ser vista como uma forma de proselitismo, explica o arcebispo Dom Ilario Antoniazzi.
Palestina

Em Gaza, a Porta Santa será aberta no dia 20 de dezembro na pequena paróquia da Sagrada Família pelo patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal. O padre brasileiro Mário da Silva guiará os cerca de 200 fiéis na travessia da Porta Santa.
Bósnia-Herzegóvina

Em Sarajevo, que ainda traz sinais visíveis da guerra dos anos 90, será o cardeal Vinko Puljić a abrir, em 13 de dezembro, a Porta Santa na Catedral do Sagrado Coração, a poucos metros do bairro muçulmano, da catedral ortodoxa e da sinagoga.

Peregrinos a caminho da Porta Santa movimentam maior igreja do mundo


Após início do Ano Santo, Vaticano não para de receber peregrinos que buscam atravessar a Porta Santa e fazer essa experiência de fé

Catarina Jatobá
Enviada especial a Roma

Grupo com a cruz da peregrinação rumo à Porta Santa da Basílica de São Pedro / Foto: Catarina Jatobá – CN Roma

A Praça de São Pedro, no Vaticano, parece respirar ares diferentes. Desde a histórica abertura do Ano Jubilar, no último dia 8, grupos de peregrinos não param de chegar. Alguns seguem o roteiro com a cruz do Jubileu.

Ao passarem pela Porta Santa aberta pelo Papa Francisco, muitos se emocionam, tocam, beijam. Sinais externos que revelam o desejo da alma de tocar a Misericórdia de Deus.
Dentro da maior igreja do cristianismo no mundo, os fiéis e peregrinos se encantam com a beleza e as preciosidades da basílica, que revelam a grandeza de um Deus acolhedor.

A equipe do Portal Canção Nova encontrou um grupo de 53 brasileiros que foram a Roma como parte das comemorações dos 25 anos da Obra dos Filhos da Ressurreição.

“Está sendo maravilhoso. Já chorei muito, me emocionei muito. Pra nós católicos, renova a nossa fé. Todo mundo tem que vir aqui”, conta a professora de artes Ane Beatriz Reis, de Olinda.

A carioca Cristina Marlene Oliveira, que é agente de viagens, revela a emoção de estar em Roma na abertura do Jubileu. “Eu estou encantada com o que aconteceu aqui. Eu nunca tinha feito uma peregrinação tão bonita, tão significativa quanto esta”.

“Foi um momento de muita emoção. De renovação da fé, em que a gente pode trazer no coração não só os familiares, mas todos aqueles que não puderam estar aqui”, conta a professora mineira Denise Nora.

Para o engenheiro José Artur Fagundes Nora, de Belo Horizonte, um dos principais dons recebidos de Deus é o perdão. “A confiança em tudo o que Deus pode gerar neste ano para a gente é cobrir as nossas misérias com amor. E o Santo Padre tem nos ensinado, com o seu jeito de ser, sua humildade e acolhimento, que o perdão faz com que nós coloquemos as pessoas acima das coisas”.

Da esquerda para a direita: Cristina Oliveira, Denise Nora e Artur Fagundes Nora / Foto: Catarina Jatobá
Peregrinação

Como foi o pedido do Papa Francisco, o Ano da Misericórdia deve lembrar que o fiéis estão em caminho, e por isso, antes de passar pela Porta Santa, eles são convidados a realizar uma peregrinação. O vice-presidente da Opera Romana Pellegrinaggi, órgão responsável pelas peregrinações em Roma, Dom Libério Andreata, enfatizou a importância que este caminho de fé seja feito antes de travessar a Porta Santa.

“Se o peregrino apenas passar pela Porta Santa e depois voltar para casa, corre o risco de não fazer uma experiência de descoberta, de conversão, porque caminhar aqui em Roma é redescobrir a história da própria fé. E tendo feito este percurso, ao chegar em casa, ele terá lembranças reais, não de momentos, mas de experiências com Deus”.

Para realizar a peregrinação às basílicas de Roma é preciso fazer uma inscrição prévia no site oficial do jubileu (im.va), para retirar o ingresso, que é totalmente gratuito.
Como está sendo feito nas principais Igrejas de peregrinação em Roma, um esquema de segurança foi montado na entrada da Basílica de São Pedro, com revista e detector de metais.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Papa explica o significado do Ano da Misericórdia


Misericórdia foi o foco da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, um dia depois da abertura do Ano Santo dedicado ao tema

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa quer que, no Ano Santo, todos possam fazer experiência da misericórdia de Deus / Foto: Reprodução CTV

A Igreja católica já vive o Ano da Misericórdia. Nesta quarta-feira, 9, no Vaticano, o tradicional encontro do Papa com os fiéis teve como foco essa temática: na catequese, Papa Francisco explicou o significado desse Ano Santo, destacando o chamado urgente a viver a misericórdia no mundo de hoje.

Acesse
.: Íntegra da catequese

“Não digo: é bom para a Igreja este momento extraordinário…não, não! Digo: a Igreja precisa desse momento extraordinário”, disse o Papa referindo-se ao Ano da Misericórdia, que começou nesta terça-feira, 8, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

Francisco enfatizou o sentido desse Ano Santo: um tempo favorável para contemplar a misericórdia divina que ultrapassa qualquer limite humano. Mas esse período só será realmente favorável se as pessoas escolherem o que agrada a Deus: perdoar seus filhos, usar de misericórdia para com eles para que possam ser misericordiosos para com os outros.

Seja na sociedade, no trabalho e até mesmo na família, a humanidade precisa urgentemente de misericórdia, disse o Santo Padre. Alguns podem até dizer que há problemas mais urgentes para serem resolvidos e Francisco reconhece isso, mas lembrou que na raiz da falta de misericórdia está o amor próprio.

“No mundo, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, dos prazeres e honras unidos à vontade de acumular riquezas, enquanto na vida dos cristãos se disfarça muitas vezes de hipocrisia e mundanidade. Todas essas coisas são contrárias à misericórdia”.

Por isso mesmo, Francisco destacou a necessidade das pessoas reconhecerem seus pecados para experimentarem a misericórdia de Deus. “É necessário reconhecer ser pecador para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina”. E ele ensinou uma oração simples para que se faça isso diariamente: “Senhor, eu sou um pecador, eu sou uma pecadora, venha com a sua misericórdia”.

O Santo Padre disse que seu desejo nesse Ano Santo é que cada um faça experiência da misericórdia divina. Aos olhos do homem, disse, pode até parecer ingênuo pensar que isso possa mudar o mundo, mas aquilo que é fraqueza de Deus é mais forte que o homem.

No Vaticano, Espetáculo de luzes exalta beleza da criação


A fachada da Basílica de São Pedro foi a tela para a exibição de fotos e vídeos que mostravam a beleza da criação

Catarina Jatobá
Enviada especial a Roma

A cúpula e a fachada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ganharam destaque na noite desta terça-feira, 8, com a apresentação de luzes. “Fiat lux, iluminar a nossa casa comum” foi o tema da projeção de fotos e vídeos da fauna, flora e dos homens, mostrando a beleza da criação.

No evento histórico e inédito, imagens do mundo natural foram mostradas em um trabalho contemporâneo de arte pública, com o intuito de educar e inspirar mudanças na relação do homem com a natureza, em virtude da crise climática que atravessa gerações.





Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova



Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova

Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova

Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova

Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova

Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova

Espetáculo de Luzes no Vaticano mostra beleza da criação / Fotos: Catarina Jatobá – Canção Nova
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Durante a exibição, os celulares e máquinas fotográficas registravam o momento, e o público, que acompanhava atento, reagia às belas imagens com aplausos. Com a praça de São Pedro repleta, a nossa equipe encontrou alguns brasileiros, como o piauiense Domingos Barbosa Filho.

Domingos Barbosa Filho apreciou a apresentação de fotos e vídeos / Foto: Catarina Jatobá – Canção Nova

“Deus fez tudo muito bom e muito bonito, mas a ação do homem destrói essa criação. Isso macula o que foi criado, a obra de Deus, a beleza de Deus, que o home estraga com o pecado. E esse ano da misericórdia é também um convite à conversão, a recriar a ação criadora de Deus”, afirmou.

A apresentação é inspirada na Encíclica “Laudato Si” (Louvado sejas) do Papa Francisco, documento que adverte os católicos sobre a importância dos cuidados com a natureza. A projeção também foi programada para coincidir com o COP21, Conferência sobre o clima que acontece em Paris.

No espetáculo de luzes, as obras de alguns fotógrafos e cinegrafistas incluindo o brasileiro Sebastião Salgado (Genesis) e também Joel Sartore (National Geographic Photo Ark), Yann Arthus Bertrand (Human), David Doubilet, Ron Fricke e Mark Magidson (Samsara), Howard Hall, Shawn Heinrichs, Greg Huglin, Chris Jordan, Steve McCurry, Paul Nicklen e Louie Schwartzberg.

Ano da Misericórdia: relatos de quem passou pela Porta Santa


Peregrinos contam como foi a experiência de passar pela Porta Santa na Basílica de São Pedro na abertura do Ano da Misericórdia

Catarina Jatobá
Enviada especial a Roma

A imagem do Papa Francisco abrindo as portas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, certamente marcou a abertura do Ano da Misericórdia. O momento pôde ser acompanhado em todo o mundo pelos meios de comunicação, e também pelos milhares de peregrinos que estavam presentes na Praça São Pedro.


Irmã Kupita Mier

Para a Irmã Kupita Mier, do México, este foi um momento de graça não apenas de forma pessoal, mas para toda a Igreja Católica.

“É o momento em que novamente o Senhor nos dá Sua Misericórdia, nos abre não só a Porta física desta grande basílica, mas a porta dos corações de todos aqueles que pedem, com uma atitude de reconciliação, de fé, de amor, para partilhar com os semelhantes”.

Luizella Rolle, italiana de Turim, foi uma das primeiras pessoas a atravessar a porta da Misericórdia na Basílica de São Pedro. Desejo que era dela e também do seu marido, que faleceu há dois anos.


Luizella Rolle

“Foi uma emoção fortíssima, um sentimento que não sei como explicar. Vir aqui foi também uma forma de cumprir o desejo dele. E eu pedi ao Senhor a força de seguir em frente, de ter a serenidade que preciso, para superar esta dor da falta do meu esposo”.

A brasileira Sâmia Maria Barros de Almeida, que é da “Jovem missão” da Comunidade Shalom, participou da cobertura do evento, e se disse tocada pelo chamado de Francisco.

“O convite do Papa para sermos ‘pais de misericórdia’ é um grande desafio e ao mesmo tempo um convite muito especial, de experimentar a misericórdia de Deus como aqueles que são verdadeiros instrumentos dessa misericórdia, desse amor. E foi aquilo que Nossa Senhora fez, de dizer sim para ser a Mãe de Deus, como um sair de Si para ir ao encontro da humanidade, de todos nós. Para mim, é um ano de graças e também uma grande honra estar em Roma neste tempo, e participar desta celebração”.


A jovem Sâmia

A celebração contou com a presença em massa de cardeais, bispos e sacerdotes de vários países. Um deles foi o Mons. Élie Zouein, Maronita que atua como capelão do exército canadense.

“É maravilhoso ver as pessoas aqui para rezar pedindo a misericórdia de Deus, pedindo a paz e o amor, para viver em harmonia e paz em todo o mundo. É o que precisamos”, salientou o bispo maronita.

Dom Antonio Carlos Altieri, Arcebispo emérito de Passo Fundo/RS, em entrevista ao Portal Canção Nova, enfatizou as palavras do Papa Francisco sobre o Concilio Vaticano II. Na homilia, o Santo Padre afirmou que este marco proporcionou “um grande progresso que se realizou na fé” e foi “um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo”.

“No Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário nós estamos celebrando, o Espírito Santo chacoalhou a Igreja para que ela saísse de si mesma e fosse ao encontro do mundo, se inserisse na sociedade. E depois de 50 anos, esse Ano da Misericórdia quer intensificar ainda mais, quer lembrar essa missão de sermos sinais e portadores do amor de Deus para o mundo, para aqueles que não conhecem, foi para estes que Jesus veio”, destacou Dom Altieri.
Ano da Misericórdia: Tempo de retorno ao Senhor

O arcebispo emérito de Passo Fundo ressaltou ainda o convite do Papa Francisco à Igreja, para que cada fiel faça uma experiência de retorno ao Senhor com a misericórdia, através da confissão e de uma conversão pessoal.

“Ele nos disse desde o início do seu pontificado, ‘Deus não se cansa de perdoar, nós é que nem sempre acreditamos nisso, e o medo, a desconfiança dessa misericórdia de Deus é que é pecado, é falha nossa. Mas vamos crescer nesta confiança, fazendo a experiência e divulgando a bondade de Deus no mundo, e sendo sinais críveis àqueles que mais precisam”.
O que é aberto na Terra é aberto no Céu

A abertura da Porta Santa, mais do que um momento simbólico, é, de fato, um tempo de graça para a Igreja Católica, tempo em que se abrem também nos céus as Portas da misericórdia. O africano Collins Jember, de Camarões, depois de atravessar a porta da Basílica de São Pedro relembrou o poder que Jesus deu ao apóstolo Pedro, primeiro Papa da Igreja, de ligar a realidade terrena à celestial.

“Eu acredito que o Papa tem o poder para isto. E quando ele inicia algo na Terra também é iniciado no céu. Aquilo que ele abre na Terra é aberto também no Céu. É nisso que eu acredito”.

Papa Francisco abre Porta Santa e dá início ao Ano da Misericórdia


Francisco explicou que entrar pela Porta Santa significa “descobrir a profundidade da misericórdia do Pai”

Kelen Galvan
Da redação


Francisco durante homilia na abertura do Ano da Misericórdia / Foto: Reprodução CTV

Nesta terça-feira, 8, o Papa Francisco abriu o Jubileu extraordinário da Misericórdia, o 29ª Ano Santo vivido na história da Igreja. Também hoje, celebra-se o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II.

Antes de abrir a Porta Santa, o Santo Padre presidiu na Praça São Pedro a Santa Missa da Solenidade da Imaculada Conceição.

Na homilia, Francisco destacou que o gesto “altamente simbólico” da abertura da Porta Santa da Misericórdia acontece à luz da Palavra de Deus escutada na liturgia de hoje, que evidencia a primazia da graça, que envolveu a Virgem Maria, tornando-a digna de ser mãe de Cristo.

Acesse
.: Homilia na íntegra

“A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade”, reforçou o Pontífice.
Amor que perdoa

O Papa disse ainda que a festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. “Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva”.

O Santo Padre recorda que há sempre a tentação do pecado, que se exprime no desejo de projetar a própria vida, independentemente da vontade de Deus. Segundo ele, esta é a “inimizade” que ameaça continuamente a vida dos homens, contrapondo-os ao desígnio de Deus.

Todavia, afirma o Pontífice, a própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa. “Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. Mas não! A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai”.
Descobrir a misericórdia de Deus

Francisco destacou que também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça e entrar pela Porta Santa significa “descobrir a profundidade da misericórdia do Pai” que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um.

O Papa explicou que, neste ano, os fiéis são convidados a crescer na convicção da misericórdia, e disse que, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo julgamento de Deus, fazemos uma grande injustiça à Ele e à sua graça, pois eles são perdoados, primeiramente, por sua misericórdia.

Nesse sentido, o Santo Padre expressou seu desejo de que atravessar a Porta Santa permita a todos sentirem-se participantes deste mistério de amor. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”.
50 anos do Concílio Vaticano II

O Pontífice recordou ainda que, há 50 anos, os padres do Concílio Vaticano II escancaram outra porta ao mundo. E destacou que, a riqueza deste evento, não está apenas nos documentos elaborados, mas primariamente, no verdadeiro encontro que ocorreu entre a Igreja e os homens deste tempo.

“Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retomada de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive”, ressaltou.

Por fim, Francisco enfatizou que também o jubileu exorta a cada um a esta abertura, ao impulso missionário, a não esquecer o espírito que surgiu no Vaticano II: o do samaritano.


Abertura da Porta Santa

Ao final da Missa, o Papa Francisco dirigiu-se à Porta Santa da Basílica de São Pedro. Após uma breve oração, subiu os degraus em silêncio e com três toques abriu a Porta Santa, dando início ao Ano da Misericórdia.

O Pontífice foi o primeiro a atravessar a Porta Santa, seguido pelo Papa emérito Bento XVI e pelos demais concelebrantes, outros sacerdotes, religiosos e por alguns fiéis.

Francisco dirigiu-se ao Altar da Confissão no interior da Basílica de São Pedro e concluiu a Santa Missa com uma oração e sua benção apostólica.


Bento XVI foi o segundo a atravessar a Porta Santa / Foto: Reprodução CTV

.: Veja mais fotos sobre a abertura da Porta Santa no Vaticano

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Papa Francisco visita o Banco do Vaticano


Visita rápida ao Banco do Vaticano foi nesta manhã; Papa anunciou novo diretor-geral para o Instituto

Rádio Vaticano

Papa reunido com a superintendência do Banco do Vaticano / Foto: l’Osservatore Romano

Na manhã desta terça-feira, 24, o Papa Francisco visitou o Instituto para as Obras de Religião, o chamado “Banco Vaticano”. O Santo Padre chegou à sede do IOR por volta das 10h30 (hora local) e se reuniu com o Conselho de superintendência por cerca de 20 minutos. Durante a visita, o Pontífice nomeou pessoalmente o novo diretor-geral do Instituto, Gianfranco Mammí.

Papas na África: visitas mostram atenção da Igreja com o continente

O continente africano já recebeu a visita de outros três papas antes de Francisco; a partir desta quarta-feira, o Santo Padre visitará Quênia, Uganda e República Centro-Africana

Da redação

Papa Francisco será o quarto Pontífice a visitar a África, em uma viagem que começa nesta quarta-feira, 25. A Igreja Católica tem grande atenção ao continente africano, visitado já por três Pontífices.

Paulo VI foi o primeiro a visitar a África em 1969. Seu sucessor, João Paulo II visitou 38 países, mais da metade do continente. Inclusive os três que serão visitados por Francisco: Quênia em 1980, 1985 e 1995, Uganda em 1993 e a República Centro-africana em 1985 e 1995.

Também Bento XVI fez questão de visitar o povo africano. Ele esteve em Camarões e Angola em 2009 e Benin em 2011.

Saiba mais sobre as visitas dos Papas anteriores:
Paulo VI

Paulo VI visitou o continente somente uma vez, esteve em Uganda de 31 de julho a 2 de agosto de 1969, mas a herança deixada por ele foi tamanha que até hoje é discutida.

Um Congresso no Quênia, em 2012, aprofundou a relação de Paulo VI e a Igreja na África. Também no Vaticano, uma Conferência Internacional, em março deste ano, abordou sua contribuição para a independência dos países africanos de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau e Moçambique.

Um apelo feito em sua visita foi decisivo para a Igreja no continente. Durante a Missa de conclusão do Simpósio dos Bispos da África, Paulo VI pediu: “Africanos, sede missionários de vós próprios!”.

João Paulo II

O apelo de Paulo VI foi recordado pelo seu sucessor, João Paulo II, que esteve no continente por 14 vezes e convocou a primeira Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África.

Na Exortação apostólica pós sinodal Ecclesia in Africa, João Paulo II destacou a responsabilidade do continente pela missão além se suas fronteiras:

“A frase profética de Paulo VI — ‘ vós, Africanos, sois chamados a ser missionários de vós mesmos’ — há-de ser entendida deste modo: ‘sois missionários pelo mundo inteiro’ (…). Às Igrejas particulares da África, foi lançado um apelo para a missão fora dos limites das próprias dioceses”.

Nos quase 27 anos de Pontificado, João Paulo II realizou 14 viagens à África. Ele visitou 38 países: Congo, Quênia Gana, Burkina Faso, Costa do Marfim, Nigéria, Benin, Gabão, Guiné Equatorial, Togo, Camarões, República Centro-Africana, Marrocos, Zimbábue, Botsuana, Lesoto, Suazilândia, Moçambique, Ilhas Maurício, Madagascar, Zâmbia, Malawi , Tanzânia, Ruanda, Burundi, Cabo Verde, Guiné Bissau, Mali, Chade, Angola, São Tomé e Príncipe, Senegal, Gâmbia, Guiné, Uganda, Sudão, Àfrica do Sul e o Egito.

Bento XVI

O Papa Bento XVI visitou a África duas vezes. Em 2009, esteve em Camarões e Angola, e em 2011, em Benin.

Nesta última viagem, o Pontífice divulgou a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Africae Munus, na qual explica por que convocou um segundo sínodo sobre a África, 15 anos após o primeiro:

“Para dar à Igreja de Deus presente no continente africano e ilhas adjacentes um novo impulso, carregado de esperança e de caridade evangélica”.

Na exortação, Bento XVI destaca ainda os frutos do sínodo, convocado por João Paulo II, afirmando que a assembleia proporcionou à África uma vitalidade eclesial excepcional e o desenvolvimento teológico da Igreja como Família de Deus.

O primeiro sínodo foi declarado o “Sínodo da Ressurreição e da esperança” e o segundo o “Sínodo de um novo Pentencostes”, como destacam os padres sinodais nas proposições para a II Assembleia da África.

Bento XVI chamou a atenção para o potencial evangelizador do continente e enfatizou seu valor na exortação Africae Munus: “Um tesouro precioso está presente na alma da África, onde vislumbro «um imenso “pulmão” espiritual para uma humanidade que se apresenta em crise de fé e de esperança»”.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Episcopado é serviço, não honra, reitera Papa

Ao ordenar novo bispo auxiliar para Roma, Papa lembrou que o episcopado é um serviço; ao bispo cabe mais servir do que dominar

Jéssica Marçal
Da Redação


Papa Francisco na Basílica de São João Latrão, ordenando bispo auxiliar para Roma / Foto: Reprodução CTV

O Papa Francisco ordenou um bispo auxiliar para Roma nesta segunda-feira, 9. Dom Angelo De Donatis, até então do clero romano, foi nomeado para essa missão em 14 de setembro passado. Na homilia, um dos pontos destacados pelo Papa foi que o episcopado é um serviço e não uma honra.

A ordenação aconteceu na festa da Dedicação da Basílica Lateranense, na Basílica Papal de São João Latrão. Francisco lembrou que, para perpetuar esse ministério apostólico de geração em geração, os doze apóstolos somaram a eles colaboradores, transmitindo-lhes o dom do Espírito Santo.

“É precisamente Cristo que, no ministério do bispo, continua pregando o Evangelho de salvação e santificando os crentes mediante os sacramentos da fé; é Cristo que na paternidade do bispo enriquece com novos membros o seu corpo que é a Igreja; é Cristo que na sabedoria e prudência do bispo guia o povo de Deus na peregrinação terrena até a felicidade eterna”, disse o Papa.


Novo bispo auxiliar de Roma: Dom Angelo De Donatis / Foto: Reprodução CTV

Francisco convidou os fiéis a acolherem com gratidão esse novo bispo ordenado hoje. E a Dom Donatis ele frisou: “Episcopado é nome de um serviço, não de honra, porque ao bispo compete mais o servir do que o dominar”.

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O Papa recomendou ao novo bispo auxiliar de Roma que faça homilias simples, compreensíveis a todos, e que possam ser canais da graça de Deus. Outro ponto destacado por Francisco foi a necessidade de misericórdia.

“Eu te peço, como irmão, que seja misericordioso. A Igreja e o mundo precisam de tanta misericórdia. Que você ensine aos presbíteros, aos seminaristas, o caminho da misericórdia. Com palavras, sim, mas sobretudo com suas atitudes”.

Dom Angelo De Donatis nasceu no dia 4 de janeiro de 1954 e foi ordenado sacerdote em 12 de abril de 1980. Mesmo como padre, Dom Angelo já fazia parte da diocese de Roma, atuando no Conselho Presbiteral e no Colégio dos Consultores. Na Quaresma de 2014, ele foi o encarregado das meditações para os exercícios espirituais da Cúria Romana.


Dom Angelo De Donatis, durante ordenação episcopal, presidida pelo Papa Francisco / Foto: Reprodução CTV

A caridade não se faz com o supérfluo, diz Papa

 Na Oração do Angelus, o Papa Francisco disse que não se deve dar apenas o supérfluo aos pobres, mas também o que custa verdadeiramente doar

Da redação, com Rádio Vaticano

“Há doenças cardíacas que fazem aproximar o bolso, a carteira ao coração”. O Papa Francisco no Angelus deste domingo, 8, comentou a mensagem do óbolo da viúva, que convida não só a dar o supérfluo aos pobres, mas também o que nos custa verdadeiramente dar, narrada pelo Evangelho. Neste contexto, o Pontífice contou um episódio sobre uma família de Buenos Aires, cidade, que definiu a sua diocese anterior.

“Uma mãe e seus três filhos, enquanto que o pai estava no trabalho, se colocaram à mesa diante de bifes à milanesa. Batem à porta e a mãe pergunta quem é? A criança que tinha ido abrir a porta responde que havia um mendigo que pede algo para comer. E a mãe, que era uma boa cristã, pega uma faca e diz às crianças: ‘O que vamos fazer? Vamos dar metade de cada bife’. ‘Não mãe, não assim. Pegue da geladeira’, respondem as crianças.”

O Papa continua afirmando que a mãe disse: “‘Não, vamos fazer três sanduíches’. E as crianças aprenderam. A verdadeira caridade se faz assim. Estou certo de que naquela tarde elas tiveram um pouco de fome. Devemos nos privar de algo como essas crianças se privaram da metade do bife”.

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O Pontífice acrescenta ainda que Jesus diz também que o critério de julgamento não é a quantidade, mas a plenitude. “Há uma diferença entre quantidade e plenitude. Você pode ter tanto dinheiro, mas ser vazio, não há plenitude no seu coração. Não é questão de carteira, mas de coração. Amar a Deus ‘com todo o coração’ significa confiar n’Ele, na sua providência, e servi-Lo nos nossos irmãos mais pobres sem esperar nada em troca”.

“Diante das necessidades dos outros, somos chamados a nos privar de algo essencial, não apenas do supérfluo; somos chamados a dar o tempo necessário, não só aquilo que avança; somos chamados a dar imediatamente e sem reserva alguns de nossos talentos, e não depois de tê-los usados para nossas finalidades pessoais ou de grupo”.

O Papa invocou as pessoas a pedirem ao Senhor “de nos admitir à escola desta pobre viúva que Jesus, entre a perplexidade dos discípulos, faz subir à cátedra e apresenta como mestra do Evangelho vivo. Por intercessão de Maria, a mulher pobre que deu a sua vida a Deus por nós, peçamos o dom de um coração pobre, mas rico em uma generosidade alegre e gratuita”.
Dia de Ação de Graças

Após a oração do Angelus o Papa Francisco recordou que neste domingo, na Itália, se celebra o Dia de Ação de Graças, que este ano tem como tema “O solo, o bem comum”.

“Associo-me aos Bispos desejando que todos ajam como administradores responsáveis de um precioso bem coletivo, a terra, cujos frutos têm um destino universal. Eu estou próximo com gratidão ao mundo agrícola, e encorajo a cultivar a terra de modo a preservar a fertilidade para que produza alimento para todos, hoje e para as gerações futuras. Neste contexto, se realiza em Roma o Dia diocesano para a salvaguarda da criação, que este ano é enriquecido pela “Marcha pela terra.”

O Papa recordou ainda que nesta segunda-feira, 9, terá início em Florença, o 5º Congresso Eclesial Nacional, com a presença de bispos e delegados de todas as dioceses italianas. Trata-se de um evento importante de comunhão e de reflexão, ao qual “terei a alegria de
participar também, na terça-feira, 10, depois de uma breve passagem por Prato”, conclui o Pontífice.

Papa comenta sobre documentos vaticanos roubados

Após a Oração do Angelus, o Papa Francisco se pronunciou com relação aos documentos vaticanos que foram roubados e publicados

Da redação, com Rádio Vaticano

Sobre as notícias que circularam com relação aos documentos vaticanos, que foram roubados e publicados, o Papa Francisco disse neste domingo, 8, após a
Oração do Angelus que “antes de tudo, roubar os documentos é um crime, um ato lamentável, que não ajuda”.

O Papa assegura que este fato triste certamente não o desviará de seu obra. “Trabalho de ‘reforma’ que estou realizando, com meus colegas e com o apoio de todos vocês. Sim, com o apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova com a oração e com a santidade cotidiana de todos os batizados”.

O Santo Padre conclui agradecendo e pedindo para que todos rezem por ele e pela Igreja, para que não fiquem “incomodados”, mas sim, ir em frente com confiança e esperança.

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Dignidade do trabalho e direito ao descanso, indica Papa ao INPS

 Pela primeira vez na história, o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) da Itália é recebido por um Papa; No discurso, destaque para direito ao descanso e dignidade do trabalho

Rádio Vaticano

O Papa Francisco recebeu no final da manhã deste sábado, 7, na Praça São Pedro, cerca de 23 mil membros do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) da Itália. É a primeira vez, em toda a sua história, que o INPS italiano é recebido em audiência por um Pontífice.

No discurso que pronunciou aos numerosos presentes, o Santo Padre recordou a “delicada tarefa do Instituto de tutelar alguns direitos ligados à prática do trabalho: direitos baseados na própria natureza da pessoa humana e sobre a sua dignidade transcendental”.


Papa recebeu pela primeira vez os membros do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) da Itália / Foto: reprodução CTV

O Papa chamou a atenção dos presentes, de modo particular, para “a salvaguarda do direito do homem ao descanso”, devido às suas profundas raízes espirituais:

“O descanso, na linguagem da fé, é uma dimensão humana e divina ao mesmo tempo, com uma única prerrogativa: é uma ocasião para viver plenamente a sua condição de criatura, elevada à dignidade de filho de Deus. Logo, a exigência de santificar o descanso, do qual vocês são, em certo sentido, colaboradores”.


Membros do INPS da Itália lotaram a Praça São Pedro, no Vaticano / Foto: Reprodução CTV
Garantir a dignidade do trabalho humano

Neste sentido, o Pontífice advertiu para que “jamais faltem os subsídios indispensáveis para a sobrevivência dos desempregados e suas famílias”; seja dada a devida atenção ao trabalho feminino e tutelado o direito da maternidade e do nascituro; a devida assistência na velhice, na enfermidade e nos infortúnios do trabalhador; enfim, o direito a uma aposentadoria digna.

E o Papa concluiu: “Trabalhar, de fato, quer dizer prolongar a obra de Deus na história, contribuindo com ela de maneira pessoal, útil e criativa. Ao apoiar o trabalho vocês, sustentam a obra divina e asseguram uma subsistência digna a quem chega ao término da sua atividade. O ser humano é princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais. A sua dignidade jamais deve ser prejudicada!”.

O Santo Padre se despediu dos milhares de presentes do INPS italiano exortando-os a não se esquecer do seguinte imperativo: amar e servir o homem com consciência, responsabilidade e disponibilidade, sobretudo os mais fracos e necessitados”.

Papa fala sobre tesouros da Igreja, pobres e infância

 Sobre as riquezas da Igreja, o Papa explicou que nem tudo pode ser vendido por ser bem da humanidade; mas o que pode ser vendido é

Rádio Vaticano


Papa concede entrevista a jornal holandês / Foto: Straatnieuws

O jornal de rua holandês Straatniews, com sede em Utrecht, na Holanda, publicou em sua mais recente edição uma entrevista com o Papa Francisco, realizada no dia 27 de outubro.

O jornal, levado adiante por jornalistas, fotógrafos e ilustradores voluntários, é vendido por moradores de rua, entre os quais alguns migrantes. As edições do Straatniews também chegam à cidades importantes como Haia, Roterdã e Amsterdã.

Na conversa informal, Francisco fala de sua infância em Buenos Aires, de como era “ruim de bola” e por isso jogava no gol, da origem de uma medalha que traz até hoje consigo, da raiz de seu empenho para com os pobres, de querer ter sido açougueiro, da venda de tesouros da Igreja e de não estar em uma “gaiola de ouro”, mas que sente falta das ruas.

Abaixo, publicamos a versão brasileira da entrevista traduzida pela Rádio Vaticano.

***

É ainda cedo quando nos apresentamos diante de um dos portões de serviço do Vaticano, à esquerda da Basílica de São Pedro. Os guardas-suíços sabem na nossa chegada e nos deixam passar. Temos que ir até a Casa Santa Marta, porque é lá que vive o Papa Francisco. A Casa Santa Marta é, provavelmente, o hotel três estrelas mais particular do mundo. Um grande edifício branco onde pernoitam cardeais e bispos que trabalham no Vaticano ou que se encontram de passagem e que também é a residência dos cardeais durante o Conclave.

Aqui também sabem da nossa chegada. Duas senhoras na recepção, como em qualquer hotel, gentilmente nos indicam uma porta lateral. A sala do encontro já havia sido preparada. Um espaço grande com uma escrivaninha, um sofá, algumas mesas e cadeiras: este é o lugar em que o Papa recebe seus convidados “informais”. Tem início a espera. Marc, um dos vendedores do Straatnieuws, é o mais tranquilo de todos e aguarda, sentado, o que acontecerá.

De repente, aparece o fotógrafo oficial do Pontífice. “O Papa está chegando”, nos sussurra.

E, antes mesmo que percebêssemos, entra na sala: Papa Francisco, o líder espiritual de 1,2 bilhão de católicos. Traz consigo um grande envelope branco. ‘Sentem-se, amigos’, nos diz fazendo um gesto gentil com a mão. ‘Que satisfação encontrá-los’. O Santo Padre dá a impressão de ser um homem calmo e amigável, mas ao mesmo tempo enérgico e preciso. Uma vez sentados, desculpa-se pelo fato de não falar holandês. O desculpamos imediatamente.

Straatniews – As nossas entrevistas começam sempre com uma pergunta sobre a rua na qual o entrevistado cresceu. O senhor, Santo Padre, o que se lembra daquela rua? Que imagens lhe vêm à mente pensando nas ruas de sua infância?

Papa Francisco – Desde quando tinha 1 ano até quando entrei no seminário, vivi na mesma rua. Era uma rua simples de Buenos Aires, casas baixas. Havia uma pracinha onde jogávamos bola. Me lembro que fugia de casa e ia jogar bola com os meninos depois da escola. Meu pai trabalhava em uma fábrica a 100 metros dali. Era contador. Meus avós viviam a 50 metros. Todos a poucos passos. Me lembro também o nome das pessoas, como padre fui dar os sacramentos, o último conforto a tantos, que me chamavam e eu ia porque gostava deles. Estas são as minhas recordações espontâneas.

Straatniews – O senhor jogava bola?

Papa Francisco – Sim

Straatniews – Era bom?

Papa Francisco – Não. Em Buenos Aires quem jogava como eu era chamado de ‘pata dura’. Quer dizer, o mesmo que ter duas pernas esquerdas. Mas eu jogava, era goleiro muitas vezes.

Straatniews – Como nasceu seu empenho pessoal pelo pobres?

Papa Francisco – Sim, tantas recordações me vêm à mente. Me impressionou muito uma senhora que vinha à minha casa três vezes por semana para ajudar minha mãe. Por exemplo, ajudava na lavanderia. Ela tinha dois filhos. Eram italianos, sicilianos, e viveram a guerra, eram muito pobres, mas muito bons. Sempre mantive a recordação daquela mulher. A sua pobreza me impressionava. Nós não éramos ricos, chegávamos ao fim do mês normalmente, mas não além. Não tínhamos um carro, não tirávamos férias ou coisas assim. Mas a ela muitas vezes faltavam as coisas necessárias. Nós tínhamos o suficiente e minha mãe lhe dava as coisas. Depois, ela voltou para a Itália, e voltou de novo para a Argentina. Encontrei-a novamente quando era arcebispo de Buenos Aires, ela tinha 90 anos. E eu a acompanhei até a morte, aos 93 anos. Um dia, ela me deu uma medalha do Sagrado Coração de Jesus que até hoje ainda trago comigo. Esta medalha – que também é uma recordação – me faz muito bem. Queres ver?

(Com certa dificuldade, o Papa consegue tirar a medalha, completamente descolorida depois de ser usada por anos).

Assim, penso nela todos os dias e o quanto sofreu pela pobreza. E penso a todos os outros que sofreram. Carrego e rezo…

Straatniews – Qual é a mensagem da Igreja para os sem-teto? O que significa a solidariedade cristã para eles, concretamente?

Papa Francisco – Penso em duas coisas. Jesus veio ao mundo sem-teto e se fez pobre. A Igreja quer abraçar a todos e dizer que é um direito ter um teto sobre você. Nos movimentos populares trabalha-se com três ‘t’ espanhóis, trabalho, teto, terra. A Igreja predica que todas as pessoas têm direito a estes três ‘t’.

Straatniews – O senhor pede com frequência atenção aos pobres e refugiados. Não acredita que assim possa criar uma forma de cansaço nos meios de comunicação e na sociedade em geral?

Papa Francisco – A todos nós vem a tentação – quando se fala de um tema que não é agradável, porque é desagradável falar – de dizer: ‘Chega, isso cansa demais’. Eu sinto que o cansaço existe, mas não me preocupo. Devo continuar a falar das verdades e de como as coisas são.

Straatniews – É o seu dever?

Papa Francisco – Sim, é o meu dever. Sinto isso dentro de mim. Não é um mandamento, mas como pessoas, todos devemos fazer.

Straatniews – Não teme que a sua defesa da solidariedade e da ajuda aos sem-teto e outros pobres possa ser instrumentalizada politicamente? Como a Igreja deve falar para ser influente e, ao mesmo tempo, ficar de fora dos alinhamentos políticos?

Papa Francisco – Existem estradas que levam a erros neste ponto. Gostaria de destacar duas tentações. A Igreja deve falar com a verdade e também com o testemunho: o testemunho da pobreza. Se um fiel fala da pobreza ou dos sem-teto e leva uma vida de faraó: isso não se pode fazer. Esta é a primeira tentação. A outra é de fazer acordos com os governos.

Acordos podem ser feitos, mas devem ser acordos claros, transparentes. Por exemplo, nós administramos este edifício, mas as contas são todas controladas, para evitar a corrupção. Porque há sempre a tentação da corrupção na vida pública. Seja política, seja religiosa. Recordo que uma vez, com muito pesar, vi – quando a Argentina sob o regime militar entrou na guerra contra a Inglaterra pelas Ilhas Malvinas – que as doações, e vi que muitas pessoas, também católicos, que estavam encarregados de distribui-las, as levavam para casa. Existe sempre o perigo da corrupção. Uma vez fiz uma pergunta a um ministro argentino, um homem honesto. Ele que deixou o cargo porque não podia concordar com algumas coisas um pouco obscuras. Lhe fiz a pergunta: quando vocês enviam ajudas, seja alimento, vestido, dinheiro, aos pobres e aos indigentes: aquilo que mandam, quanto chega realmente? Me disse: 35%. Significa que 65% se perde. É a corrupção: um pedaço para mim, um outro pedaço para mim.

Straatniews – Acredita que até agora no seu Pontificado pôde obter uma mudança mental, por exemplo, na política?

Papa Francisco – Não sei o que responder. Não sei. Sei que alguns disseram que eu era comunista. Mas é uma categoria um pouco antiquada (risos). Talvez hoje se utilizem outras palavras para dizer isto…

Straatniews – Marxista, socialista…

Papa Francisco – Disseram tudo isso.

Straatniews – Os sem-teto têm problemas financeiros, mas cultivam a própria liberdade. O Papa não tem nenhuma necessidade material, mas é considerado por alguns como um prisioneiro no Vaticano. Não sente nunca o desejo de se colocar nas vestes de um sem-teto?

Papa Francisco – Lembro do livro de Mark Twain ‘O príncipe e o pobre’, quando alguém pode comer todos os dias, tem roupas, uma cama para dormir, uma escrivaninha para trabalhar e não falta nada. Tem até mesmo amigos. Mas este príncipe de Mark Twain vive numa gaiola de ouro.

Straatniews – O senhor se sente livre aqui no Vaticano?

Papa Francisco – Dois dias depois de ser eleito Papa, eu fui (na versão em holandês: “como se costuma dizer oficialmente”) tomar posse do apartamento papal, no Palácio Apostólico. Não é um apartamento de luxo. Mas é amplo, é grande… Depois de ter visto este apartamento me parecia um funil ao contrário, isto é, grande, mas com uma pequena porta. Isto significa estar isolado. Eu pensei: não posso viver aqui, simplesmente por razões mentais. Iria me fazer mal. No início, parecia uma coisa estranha, mas eu pedi para ficar aqui, na Casa Santa Marta. E isso é bom para mim, porque eu me sinto livre. Eu almoço e janto no refeitório onde todos comem. E quando chego com antecedência, faço as refeições com os funcionários. Encontro pessoas, eu as saúdo e isso faz com que a gaiola de ouro não seja tanto uma gaiola. Mas eu sinto falta da rua.

Straatniews – Santo Padre, Marc quer convidá-lo para sair e comer uma pizza conosco. O que o senhor acha?

Papa Francisco – Eu gostaria, mas não conseguiremos fazer isso. Porque no momento que eu sair daqui as pessoas virão até mim. Quando eu fui mudar as lentes dos meus óculos na cidade, eram 7 da noite. Não havia muitas pessoas na rua. Levaram-me ao ótico e quando sai do carro havia uma mulher que me viu e gritou: “É o Papa”. E então eu estava dentro e fora, tanta gente…

Straatniews – Faz falta o contato com as pessoas?

Papa Francisco – Eu não sinto falta porque as pessoas vêm aqui. Toda quarta-feira eu vou à Praça para a Audiência Geral, às vezes eu vou a uma paróquia: estou em contato com as pessoas. Por exemplo, ontem (26 de outubro) vieram mais de 5 mil ciganos à Sala Paulo VI.

Straatniews – Pode-se ver que o senhor gosta desta volta na praça durante a Audiência geral …

Papa Francisco – É verdade. Sim, é verdade.

Straatniews – O seu homônimo São Francisco escolheu a pobreza radical e vendeu também o seu Evangelho. Como Papa, e Bispo de Roma, o senhor não se sente às vezes sob pressão para vender os tesouros da Igreja?

Papa Francisco – Esta é uma pergunta fácil. Não são os tesouros da Igreja, mas são os tesouros da humanidade. Por exemplo, se eu amanhã digo que a Pietà de Michelangelo será leiloada, não é possível, porque não é de propriedade da Igreja. Está em uma igreja, mas é da humanidade. Isso se aplica a todos os tesouros da Igreja. Mas nós começamos a vender presentes e outras coisas que são dadas para mim. E os rendimentos da venda vão para Dom Krajewski, que é meu elemosineiro. E depois tem também a loteria. Há carros que foram vendidos ou cedidos em uma loteria, e os recursos recolhidos utilizados para os pobres. Há coisas que se podem vender e essas se vendem.

Straatniews – O senhor percebe que a riqueza da Igreja pode criar este tipo de expectativas?

Papa Francisco – Sim, se fizermos um catálogo dos bens da Igreja, se pensa: a Igreja é muito rica. Mas quando foi feito a Concordata com a Itália em 1929 sobre a Questão Romana, o governo italiano daquele tempo ofereceu à Igreja um grande parque em Roma. O papa na época, Pio XI, disse: não, eu gostaria apenas de meio quilômetro quadrado para garantir a independência da Igreja. Este princípio vale ainda hoje. Sim, os bens imóveis da Igreja são muitos, mas nós os usamos para manter as estruturas da Igreja e para manter muitas obras que são feitas em países necessitados: hospitais, escolas. Ontem, por exemplo, eu pedi para enviar ao Congo 50 mil euros para construir três escolas em lugares pobres; a educação é uma coisa importante para as crianças. Eu fui à administração competente, fiz este pedido e o dinheiro foi enviado.

Straatniews – Vamos falar sobre a Holanda. O senhor nunca esteve em nosso país?

Papa Francisco – Sim, uma vez quando eu era superior provincial dos jesuítas na Argentina. Estava de passagem durante uma viagem. Eu fui a Wijchen, porque ali havia o noviciado, e também fui a Amsterdã por um dia e meio, onde visitei uma casa dos jesuítas. Sobre a vida cultural não vi nada porque eu não tinha tempo.

Straatniews – Por isso poderia ser uma boa ideia se os sem-teto da Holanda convidassem o senhor para uma visita ao nosso país. O que a acha, Santo Padre?

Papa Francisco – As portas não estão fechadas a essa possibilidade.

Straatniews – Então, quando haverá um pedido desta natureza, o senhor vai levá-lo em consideração?

Papa Francisco – Eu o considerarei. E agora que a Holanda tem uma rainha argentina (risos), quem sabe.

Straatniews – Alguma mensagem especial para os sem-teto em nosso país?

Papa Francisco – Eu não conheço bem a situação dos sem-teto na Holanda. Eu gostaria de dizer que a Holanda é um país desenvolvido com tantas possibilidades. Eu pediria aos sem-teto holandeses para continuarem a lutar pelos três ‘t’.

Na conclusão, também Marc faz algumas perguntas. Ele quer saber, entre outras coisas, se o Papa quando era criança sonhava em se tornar Papa. O Papa respondeu com um firme “não”.

Papa Francisco – Eu faço uma confidência. Quando eu era pequeno não havia lojas que vendiam coisas. Em vez disso, havia o mercado onde se encontrava o açougueiro, o verdureiro e assim por diante. Eu fui lá com minha mãe e minha avó para fazer compras. Eu era pequeno, eu tinha quatro anos. E uma vez me perguntaram: O que você gostaria de ser quando crescer? Eu disse: açougueiro!

Straatniews – Para muitos, até 13 de março de 2013 o senhor era uma pessoa desconhecida. Em seguida, de um momento para outro, se tornou famoso em todo o mundo. Como viveu essa experiência?

Papa Francisco – Chegou e não esperava isso. Eu não perdi a paz. E isso é uma graça de Deus. Eu não penso muito no fato de que sou famoso. Eu digo para mim mesmo: agora eu tenho um lugar importante, mas em dez anos ninguém mais vai me reconhecer (risos). Você sabe, existem dois tipos de fama: a fama dos “grandes” que fizeram grandes coisas, como Madame Curie, e a fama dos vaidosos. Mas essa última fama é como uma bolha de sabão.

Straatniews – Então, o senhor diz “agora eu estou aqui e eu tenho que fazer o melhor” e continuará este trabalho até quando for capaz?

Papa Francisco – Sim.

Straatniews – Santo Padre, o senhor pode imaginar um mundo sem os pobres?

Papa Francisco – Eu gostaria de um mundo sem pobres. Devemos lutar por isso. Mas eu sou um crente e sei que o pecado está sempre dentro de nós. E há sempre a ganância humana, a falta de solidariedade, o egoísmo que criam os pobres. Por isso, me parece um pouco difícil imaginar um mundo sem pobres. Se você pensa nas crianças exploradas para o trabalho escravo, ou nas crianças exploradas para o abuso sexual. E outra forma de exploração: matar crianças para a remoção de órgãos, o tráfico de órgãos. Matar as crianças para remover órgãos é ganância. Por isso, não sei se teremos um mundo sem os pobres, porque o pecado sempre existe e nos leva ao egoísmo. Mas devemos lutar, sempre, sempre…

Terminamos. Agradecemos ao Papa pela entrevista. Também ele nos agradece e diz que gostou muito da entrevista. Então pega o envelope branco que todo o tempo manteve ao seu lado no sofá e tira para cada um de nós um rosário. São tiradas fotos e, em seguida, o Papa Francisco se despede. Tão calmo e tranquilo como ele chegou, agora sai pela porta.