segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Em dia de oração, Igreja reitera cuidado com o meio ambiente

Data instituída pelo Papa Francisco propõe orações pelo cuidado da Criação; crise ecológica em curso chama a atenção para a necessidade de preservação ambiental

Jéssica Marçal
Da Redação

Por iniciativa do Papa Francisco, celebra-se nesta terça-feira, 1º, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. A data instituída em agosto deste ano pelo Santo Padre busca conscientizar as pessoas sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente, para que elas ofereçam a sua contribuição a fim de superar a crise ecológica.

A preservação ambiental é uma das preocupações do Santo Padre, que já na Missa de início do seu pontificado, em março de 2013, fez uma homilia destacando o cuidado com a Criação. Recentemente, em junho passado, ele publicou uma encíclica – Laudato si – dedicada a esse mesmo tema.

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O empenho de Francisco pelo meio ambiente não passa despercebido, tanto que sua encíclica teve impacto não só entre os católicos, mas nos âmbitos econômico e político de vários países. O documento despertou interesse também das Nações Unidas e de delegações que participam de discussões sobre o desenvolvimento sustentável da agenda pós 2015.

“Foi um passo muito importante. Essa encíclica do Papa Francisco é muito importante porque ela é mesmo o start, o início, uma coisa que está sendo respeitada por conta da importância dele, não só para nós católicos, para a igreja católica, mas também em contexto mundial”, opina o mestre em Meio Ambiente, Sander Renato.

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Depois da grande repercussão da encíclica, Francisco volta a fazer um apelo pelo meio ambiente instituindo essa data de oração, que já é celebrada anualmente pelos cristãos ortodoxos e será celebrada, de agora em diante, todos os anos pelos católicos.

A Igreja ortodoxa, inclusive, viu com bons olhos essa iniciativa do Papa, conforme comenta o núncio apostólico da Igreja Sirian Ortodoxa em todo o Brasil, Dom Titos Paulo George Hanna. “Ficamos felizes. A nossa Igreja Ortodoxa vai participar também com a Igreja católica e se unir com ela para levantar prosperidade para a criação do mundo”.

Ecumenismo

Se por um lado o Dia de Oração pretende mobilizar os cristãos sobre o cuidado ambiental, por outro procura reforçar o empenho ecumênico através dessa temática do meio ambiente, uma vez que o planeta é casa comum de todos.

“Orar é sempre algo que toda cristandade faz, todas as pessoas cristãs veem na oração um caminho importante de fortalecimento da espiritualidade e também de receber de Deus a força necessária para testemunhar o Evangelho. Portanto, este Dia é um dia em que nós estamos em profunda comunhão através da oração”, comenta a pastora Cibele Kuss, secretária Executiva da Fundação Luterana de Diaconia.

A pastora destaca ainda o papel da Igreja quando o assunto é preservação do meio ambiente. Ela defende que as igrejas precisam ter uma voz pública em relação aos projetos que violam os direitos da Criação. “Eu penso que as igrejas, as organizações ecumênicas que atuam em defesa de direitos, precisam incorporar também a ideia do direto ambiental e ter uma voz pública, o que para as igrejas significa ter uma voz profética, que faz incidência, que é também uma voz de populações e de biomas que estão vivendo profundas opressões e explorações”.

Crise ecológica

Embora a situação esteja mais crítica nos últimos tempos, não é de hoje que o planeta pede socorro. O primeiro sinal de alerta sobre a degradação ambiental foi dado na década de 70, quando o ambientalista Maurice Strong, em 1972, chamou a atenção para a poluição ambiental que estava dizimando rios, florestas e afetando a saúde da população por causa do gás carbônico.

O processo de desgaste do meio ambiente, porém, continuou, e o assunto começa a voltar à pauta de discussões quando um incidente alarmante acontece, como é caso da atual crise da água no Brasil. “Todo mundo fala que há água adoidado aqui no Brasil. Não é assim. Então foi bom isso acontecer, para as pessoas aprenderem a lidar com a água com certa parcimônia, com economia”, afirma Sander Renato.

Mas de agora em diante, todo esforço, não só referente à água, não será mais suficiente para reverter os danos causados ao meio ambiente; o que se se deve buscar é frear esse processo de degradação. “É irreversível o que já aconteceu. Agora o que tem que acontecer é a consciência, e parece que a população, de modo geral, está tomando uma consciência muito grande. O meio ambiente é nada mais do que o meio em que a gente vive. É o ambiente onde você trabalha, sua casa e por aí vai. Então a gente tem que cuidar”, afirma Sander.

Papa: "Se o coração não muda, não somos verdadeiros cristãos"

No Angelus, Francisco afirmou que manter a observação exterior da lei não é o suficiente para sermos bons cristãos

Da redação, com Rádio Vaticano

“As atitudes exteriores são a consequência daquilo que decidimos no coração, mas não o contrário. Com as atitudes exteriores, se o coração não muda, não somos verdadeiros cristãos”. Foi o que afirmou o Papa Francisco na oração do Angelus deste domingo, 30, diante de milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro, no Vaticano.

Na ocasião, o Pontífice explicava o Evangelho de hoje onde Jesus discute com os fariseus e escribas a prática “escrupulosa” da lei de Moisés e da “tradição dos antigos”, como “expressões de autêntica religiosidade”.

Neste sentido, Francisco afirmou que manter a observação exterior da lei não é o suficiente para sermos bons cristãos. “Como naquela época para os fariseus, existe também para nós o perigo de nos considerarmos tranquilos ou melhores que os outros pelo simples fato de observarmos as regras, as tradições, mesmo se não amamos o próximo, somos duros de coração e orgulhosos”.

Para o Papa, a observação literal dos preceitos é estéril se não muda o coração e não se traduz em comportamentos concretos: “abrir-se ao encontro com Deus e à sua Palavra, procurar a justiça e a paz, socorrer os pobres, os fracos, os oprimidos”.

“Todos sabemos, nas nossas comunidades, nas nossas paróquias, nos nossos bairros, quanto mal fazem à Igreja e a escandalizam aquelas pessoas que se dizem ‘muito católicas’ e vão frequentemente à igreja mas, depois, na sua vida quotidiana, descuidam da família, falam mal dos outros e assim por diante. Isso é aquilo que Jesus condena, porque é um testemunho contra a vida cristã”, disse o Papa.

Francisco destacou ainda um aspecto “mais profundo” que Jesus aborda no Evangelho: “Não existe nada fora do homem que, entrando nele, possa torná-lo impuro. Mas são as coisas que saem do homem que o tornam impuro”. Segundo o Papa, Jesus enaltece assim o primado da interioridade, isto é, do ‘coração’: “não são as coisas exteriores que nos fazem santos ou não santos, mas é o coração que expressa as nossas intenções, as nossas escolhas e o desejo de fazer tudo pelo amor de Deus”.

“Jesus dizia: ‘O teu tesouro é onde está o coração’. Qual é o meu tesouro? É Jesus, a sua doutrina? É o coração bom ou o tesouro é uma outra coisa. Portanto, é o coração que deve ser purificado e se converter. Sem um coração purificado, não se pode ter mãos realmente limpas e lábios que pronunciem palavras sinceras de amor: tudo é duplo, não? Palavras que pronunciam misericórdia, perdão: somente isso pode fazer o coração sincero e purificado”, afirmou.

E concluiu: “Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, para nos dar um coração puro, livre de toda hipocrisia. Esse é o adjetivo que Jesus disse aos fariseus: ‘hipócritas’, porque dizem uma coisa e fazem outra. Livre de toda hipocrisia, assim, que sejamos capazes de viver segundo o espírito da lei e alcançar o seu fim, que é o amor.”

Papa Francisco acompanha com preocupação drama dos imigrantes

Em publicação no twitter, o Papa convida todos a abrir os corações: “Senhor, ajudai-nos a ser mais generosos e sempre mais solidários com as famílias pobres”

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco acompanha com viva preocupação a evolução do drama que está atingindo milhares de pessoas em fuga de suas terras. Trata-se de um verdadeiro “êxodo bíblico” que envolve famílias inteiras, reduzidas à miséria, arriscando a vida em busca de um futuro longe das guerras, fome e violência.

Em um tweet, o Santo Padre convidou todos a abrir os corações a quem sofre: “Senhor, ajudai-nos a ser mais generosos e sempre mais solidários com as famílias pobres”.

Na costa da Líbia duas embarcações afundaram matando ao menos 200 pessoas, enquanto na Áustria dezenas de migrantes foram encontrados asfixiados, em um caminhão frigorífico.

São cerca de 200 os cadáveres de migrantes encontrados pela Guarda Costeira líbia diante da costa de Zuawra, vítimas de um duplo naufrágio ocorrido nesta quinta-feira, 27. Segundo o testemunho de um ativista da ONG Médicos Sem Fronteiras, cerca de 40 pessoas estavam presas no porão de um barco encalhado e outros estavam à deriva.

Duzentos sobreviventes foram acompanhados até um centro de detenção líbio. Em Palermo, capital da Sicília, continuam as investigações sobre a morte de 52 imigrantes mortos por asfixia em uma embarcação, que levava 400 pessoas. São dez os contrabandistas presos que deverão responder por favorecimento de imigração clandestina e de homicídio.

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E enquanto no canal da Sicília naves italianas e europeias continuam a salvar vidas humanas, nos Bálcãs continua a contagem das vítimas de outra rota de imigração. E tudo indica que os 71 imigrantes encontrados em um caminhão frigorífico abandonado em uma estrada na Áustria morreram por asfixia. Provavelmente eram sírios, entre eles, 8 mulheres e 4 crianças.

Vindos principalmente da Síria e Iraque, mas também do Afeganistão e Paquistão, entre outros países, os imigrantes da Rota dos Bálcãs desembarcam na Grécia com o objetivo de chegar no Reino Unido, Alemanha e países escandinavos. Para isto, devem atravessar a Sérvia ou Macedônia, a Hungria e a Áustria.

A presença dos refugiados atraiu a atenção dos traficantes de seres humanos, sempre presentes nestas regiões. A Máfia kosovar, em acordo com sérvios-macedônios, está organizando rotas alternativas para esquivar-se do muro que está sendo construído na Hungria, desviando pela Romênia ou mesmo pelos Bálcãs, atravessando a Eslovênia e a Croácia. Até a semana passada, a travessia por terra custava entre 300 a 400 euros. Agora o preço por pessoa chegou a 1000 euros.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Morre no Vaticano ex-arcebispo acusado de pedofilia

Józef Wesolowski estava em prisão domiciliar por acusação de pedofilia; processo estava em andamento, mas ele já havia perdido o estado clerical

Da Redação, com Rádio Vaticano

Jozef-Wesolowski, acusado de pedofilia / Foto: Arquivo

O ex-núncio apostólico na República Dominicana, Józef Wesolowski, morreu na madrugada desta sexta-feira, 28, no Vaticano, aos 67 anos. O ex-arcebispo estava em prisão domiciliarpelas acusações de pedofilia cometida contra menores de idade na República Dominicana.

Segundo as autoridades vaticanas, que realizaram as primeiras constatações, a morte de Józef deu-se por causas naturais. O promotor de Justiça vaticano pediu uma autópsia, que será feita ainda nesta sexta-feira, cujos resultados serão comunicados oportunamente. O Santo Padre foi devidamente informado sobre o acontecimento.

Józef Wesolowski foi representante da Santa Sé na República Dominicana, Porto Rico e Haiti, de 2008 a 2013. Sob acusação de pedofilia, foi condenado, em primeira instância, pela Congregação para a Doutrina da Fé, à redução da condição laical após um processo penal administrativo com base no Direito Canônico.

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Devido às condições de saúde do acusado – comprovada por documentação médica –, as autoridades judiciais vaticanas decidiram colocá-lo em prisão domiciliar, com as limitações ligadas a essa condição. Desta forma, Wesolowski, cidadão polonês, não tinha mais imunidade diplomática do Vaticano.

Segundo desejo expresso pelo Papa Francisco, “um caso tão grave e delicado como este devia ser resolvido sem demora, com o rigor justo e necessário”. O processo do ex-arcebispo ainda estava em andamento.

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Pais de estudantes desaparecidos encontrarão Papa nos EUA

O encontro dos familiares dos estudantes mexicanos desaparecidos acontecerá por ocasião da ida do Papa à Filadélfia, no mês de setembro

Da redação, com Rádio Vaticano

Uma comissão de familiares dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos, na noite de 26 de setembro de 2014, em Ayotzinapa, encontrará o Papa Francisco na Filadélfia em setembro. O encontro foi confirmado, esta quinta-feira, 27, pelo Secretário Geral da Assembleia dos Pais, Emiliano Navarette.

A associação havia sido convidada pela Rede de Migrantes Unidos pelo México – que agrupa diversas organizações na coalizão “Ayotzinapa acude al Papa” – para participar do Encontro Mundial das Famílias Filadélfia 2015.

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Emiliano Navarrete, pai do jovem José Ángel González, reiterou a solicitação dos pais ao governo mexicano para que estenda o mandato do Grupo Internacional de Especialistas Independentes (GIEI), instância da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH), que revisa a investigação de Ayotzinapa. Um relatório será divulgado em 6 de setembro próximo pela instituição.

Durante as investigações, especialistas do GIEI lamentam que as autoridades mexicanas tenham deixado sem resposta, ou respondido de maneira parcial, a 47% dos pedidos de informação. Também criticam a obstrução aos testemunhos dos militares que estavam de plantão na noite de 26 a 27 de setembro.

João Paulo I: termina fase diocesana da causa de beatificação

Documentação inclui testemunho do Papa Emérito Bento XVI; João Paulo I foi eleito papa em 1978 e morreu um mês depois

Da Redação, com Agência Ecclesia

Terminou nesta quarta-feira, 26, a fase diocesana da causa de beatificação do Papa João Paulo I (1912-1978). O encerramento dos trabalhos aconteceu no aniversário da eleição pontifícia de Albino Luciani.

Papa João Paulo I, conhecido como o “Papa Sorriso”

Concluída esta fase do processo de beatificação, foi elaborada a ‘positio’, um compêndio dos relatos e estudos realizados pela comissão jurídica, por um relator nomeado pela Congregação para a Causa dos Santos, órgão da Santa Sé. A documentação inclui um testemunho do Papa emérito Bento XVI considerado “único”, adianta o jornal ‘Avvenire’, da Conferência Episcopal Italiana.

Nascido em 17 de outubro de 1912, Albino Luciani foi ordenado bispo por São João XXIII, em 1958; o Beato Paulo VI o nomeou patriarca de Veneza em 1969 e o criou cardeal em 1973.

Em 26 de agosto de 1978 chegou ao papado, assumindo o inédito nome de João Paulo. Um mês e dois dias depois, foi encontrado sem vida em seu quarto.

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No trigésimo aniversário da morte de João Paulo I, Bento XVI recordou o seu grande ensinamento de humildade. “Foram suficientes 33 dias para que o Papa Luciani entrasse no coração do povo. Nos discursos usava exemplos tirados de acontecimentos de vida concreta, das suas recordações de família e da sabedoria popular”, indicou.

Segundo o agora Papa emérito, a simplicidade de João Paulo I era “veículo de um ensinamento sólido e rico”.

Entenda como funciona um processo de canonização:



Material sobre o mês da Bíblia está disponível para os fiéis

A Comissão da CNBB para Animação Bíblico-Catequética apresentou dois subsídios de apoio para os fiéis celebrarem o mês da Bíblia

CNBB

O Mês da Bíblia, celebrado no Brasil em setembro, foi criado em 1971, com a finalidade de instruir os fiéis sobre a Palavra de Deus. O Concílio Ecumênico Vaticano II foi marco para o despertar da Pastoral Bíblica na Igreja local.

Para auxiliar às comunidades, paróquias e dioceses, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe dois subsídios de apoio.

O texto-base apresenta, de forma explicativa, o tema e o lema do Mês da Bíblia 2015, respectivamente, “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de João” e “Permanecei no meu amor para produzir muitos frutos” (Jo 15, 7-16).

“A escolha do tema tem como objetivo reforçar a consciência de que nosso discipulado missionário não é apenas um caminho que se realiza no interno da comunidade eclesial. Queremos ser discípulos missionários que se integrem em projetos que buscam qualificar a vida humana, a vida de todo o planeta terra e inclusive a refletir a perspectiva da vida eterna”, explica o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Antônio Peruzzo.

Celebrações da Palavra

A Comissão publicou ainda o roteiro de “Encontros Bíblicos”. O material propõe cinco encontros de oração e reflexão, a partir da Palavra. Para cada reunião, foram escolhidas passagens do Evangelho de João, entre elas: “A Palavra de fez carne”, “Eu sou a luz do mundo”, “Pôs-se a lavar os pés dos discípulos”, “Permanecei no meu amor”, “A Paz esteja convosco”.

O método para cada encontro consiste em ouvir, meditar, rezar, e por fim, contemplar e agir segundo a Palavra. Para ajudar na vivência das celebrações, o subsídio oferece cantos litúrgicos. “O roteiro apresentado em forma de cinco encontros tem por objetivo ajudar nossos grupos espalhados por todos os recantos do Brasil a fazer do Projeto Mês da Bíblia um caminho privilegiado de evangelização. Sugerimos, ainda, que se estude o texto-base para entender bem a mensagem do Evangelho de João”, pontua dom Peruzzo.

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O mês de setembro, também, recorda a memória de São Jerônimo. Ele foi responsável por traduzir a Bíblia dos textos originais, em hebraico e grego, para o latim. O livro está traduzido em, praticamente, todas as línguas do mundo.

Os subsídios estão disponíveis nas Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br

Cuba está quase pronta para receber o Papa Francisco

Havana está nos últimos preparativos para acolher o Papa Francisco; capital cubana está enfeitada com as cores do Vaticano: branco e amarelo

Da Redação, com Rádio Vaticano

Aproxima-se a viagem do Papa Francisco a Cuba, a ser realizada de 19 a 22 do próximo mês de setembro. O branco e o amarelo, cores que identificam o Vaticano, enfeitam as estruturas montadas na Praça da Revolução para a Missa que será celebrada por Francisco em 20 de setembro.

Depois de mais de 40 dias de trabalho, 50 operários pintaram e deram os últimos retoques nas quatro estruturas e uma sacristia erguidas especialmente para a celebração. Francisco presidirá a Missa no mesmo local onde seus predecessores, João Paulo II e Bento XVI, celebraram a Eucaristia, em 1998 e em 2012, respectivamente.

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À esquerda da praça, haverá uma imagem de 36 metros do revolucionário Ernesto Che Guevara, morto na Bolívia em 1967. Na mesma praça, encontra-se também o monumento dedicado ao Pai da Pátria, José Martí. Estão sendo ainda montados dois painéis: um Cristo, na faixada da Biblioteca Nacional e uma colagem de fotos de gestos de caridade e misericórdia realizados pelo Papa e por Madre Teresa de Calcutá, diante do Teatro Nacional.

Outros dois estrados montados na praça serão destinado à imprensa, com capacidade para cerca de 200 jornalistas, e um quarto será usado pelo coro que cantará na Missa, informa a AFP.

Cerca de 4 mil convidados especiais, inclusive o presidente Raul Castro, estarão presentes na cerimônia. Espera-se a participação de centenas de milhares de cubanos.

Na tarde do domingo, 20, o Papa Francisco visitará Raul Castro no Palácio da Revolução. Segunda-feira, dia 21, viajará de avião para Holguín, 760 km a leste de Havana, antes de partir no mesmo dia para a vizinha Santiago de Cuba. Seu programa prossegue na ilha até o dia 22, quando embarca para os EUA.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Catequese do Papa Francisco sobre a oração na família

Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Depois de ter refletido sobre como a família vive os tempos da festa e do trabalho, consideramos agora o tempo da oração. A queixa mais frequente dos cristãos diz respeito ao tempo: “Deveria rezar mais…; gostaria de fazê-lo, mas muitas vezes me falta o tempo”. Ouvimos isso continuamente. O arrependimento é sincero, certamente, porque o coração humano procura sempre a oração, mesmo sem sabê-lo; e se não a encontra não tem paz. Mas para que se encontre, é preciso cultivar no coração um amor “quente” por Deus, um amor afetivo.

Podemos nos fazer uma pergunta muito simples. Tudo bem acreditar em Deus com todo o coração, tudo bem esperar que nos ajude nas dificuldades, tudo bem sentir-se no dever de agradecê-Lo. Tudo certo. Mas queremos também um pouco de bem ao Senhor? O pensamento de Deus nos comove, nos surpreende, nos suaviza?

Pensemos na formulação do grande mandamento, que sustenta todos os outros: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as forças” (Dt 6, 5; cfr Mt 22, 37). A fórmula usa a linguagem intensiva do amor, derramando-o em Deus. Bem, o espírito de oração mora antes de tudo aqui. E se mora aqui, mora todo o tempo e não sai nunca. Conseguimos pensar em Deus como uma carícia que nos dá em vida, antes da qual nada existe? Uma carícia da qual nem a morte nos pode separar? Ou pensamos Nele apenas como um grande Ser, o Onipotente que fez todas as coisas, o Juiz que controla toda ação? Tudo verdade, naturalmente. Mas somente quando Deus é o afeto de todos os nossos afetos, o significado destas palavras se tornam plenos. Então nos sentimos felizes, e também um pouco confusos, porque Ele pensa em nós e, sobretudo, nos ama! Isso não é impressionante? Não é impressionante que Deus nos acaricie com amor de pai? É tão belo! Podia simplesmente se fazer reconhecer como o Ser supremo, dar os seus mandamentos e esperar os resultados. Em vez disso, Deus fez e faz infinitamente mais que isso. Acompanha-nos no caminho da vida, nos protege, nos ama.

Se o afeto por Deus não acende o fogo, o espírito da oração não aquece o tempo. Podemos também multiplicar as nossas palavras, “como fazem os pagãos”, diz Jesus; ou até mesmo exibir os nossos ritos, “como fazem os fariseus” (cfr Mt 6, 5.7). Um coração habitado pelo afeto por Deus faz transformar em oração também um pensamento sem palavras, ou uma invocação diante de uma imagem sagrada, ou um beijo mandado para a igreja. É belo quando as mães ensinam os filhos pequenos a mandar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora. Quanta ternura há nisso! Naquele momento, o coração das crianças se transforma em lugar de oração. E é um dom do Espírito Santo. Não esqueçamos nunca de pedir este dom para cada um de nós! Porque o Espírito de Deus tem aquele seu modo especial de dizer nos nossos corações “Abbà” – “Pai”, nos ensina a dizer “Pai” propriamente como o dizia Jesus, um modo que nunca poderemos encontrar sozinhos (cfr Gal 4, 6). É na família que se aprende a pedir e apreciar este dom do Espírito. Se o aprende com a mesma espontaneidade com a qual aprende a dizer “papai” e “mamãe”, aprendeu-se para sempre. Quando isso acontece, o tempo de toda a vida familiar é envolvido no colo do amor de Deus e procura espontaneamente o tempo da oração.

O tempo da família, sabemos bem disso, é um tempo complicado e cheio, ocupado e preocupado. É sempre pouco, não basta nunca, há tantas coisas a fazer. Quem tem uma família aprende a resolver uma equação que nem mesmo os grandes matemáticos sabem resolver: dentro das vinte e quatro horas se faz o dobro! Há mães e pais que poderiam vencer o Nobel, por isso. De 24 horas fazem 48: não sei como fazem, mas se movem e o fazem! Há tanto trabalho em família!

O espírito da oração volta o tempo para Deus, sai da obsessão de uma vida à qual sempre falta o tempo, reencontra a paz das coisas necessárias e descobre a alegria de dons inesperados. Boas guias para isso são as duas irmãs, Marta e Maria, da qual fala o Evangelho que escutamos; elas aprendem de Deus a harmonia dos ritmos familiares: a beleza da festa, a serenidade do trabalho, o espírito da oração (cfr Lc 10, 38-42). A visita de Jesus, ao qual queriam bem, era a festa delas. Um dia, porém, Marta aprendeu que o trabalho da hospitalidade, mesmo sendo importante, não é tudo, mas que escutar o Senhor, como fazia Maria, era realmente o essencial, a “melhor parte” do tempo. A oração surge da escuta de Jesus, da leitura do Evangelho. Não se esqueçam, todos os dias leiam um trecho do Evangelho. A oração surge da intimidade com a Palavra de Deus. Há esta intimidade na nossa família? Temos em casa o Evangelho? Nós o abrimos algumas vezes para lê-lo juntos? Nós o meditamos rezando o Rosário? O Evangelho lido e meditado em família é como um pão bom que alimenta o coração de todos. E pela manhã e à noite, e quando sentamos à mesa, aprendamos a dizer juntos uma oração, com muita simplicidade: é Jesus que vem entre nós, como ia à família de Marta, Maria e Lázaro. Uma coisa que tenho muito no coração e que vi nas cidades: há crianças que não aprenderam a fazer o sinal da cruz! Mas você mãe, pai, ensina a criança a rezar, a fazer o sinal da cruz: esta é uma tarefa bela das mães e dos pais!

Na oração da família, nos seus momentos fortes e nas suas passagens difíceis, nos confiemos uns aos outros, para que cada um de nós na família seja protegido pelo amor de Deus.

Papa explica a importância da oração na família

Depois de refletir sobre a festa e o trabalho na família, Papa falou da necessidade de oração; o Evangelho lido em família é pão que alimenta, disse

Da Redação, com informações do Vaticano

Na 100ª catequese de seu pontificado, nesta quarta-feira, 26, o Papa Francisco seguiu refletindo sobre a família, desta vez dedicando-se ao tempo da oração no ambiente familiar.

Francisco na catequese desta quarta-feira, 26, na Praça São Pedro / Foto: Reprodução CTV

O Papa explicou que a falta de tempo é uma das mais frequentes justificativas utilizadas pelos cristãos para os poucos momentos de oração. De fato, Francisco admitiu que quem tem uma família aprende a colocar dentro das 24 horas do dia o dobro disso. “Há pais e mães que merecem o Prêmio Nobel por isso! O segredo está no carinho que têm por seus queridos”.

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Francisco convidou os fiéis a refletirem sobre o amor que sentem por Deus, pois isso tem relação com o tempo dedicado à oração. “Quando o afeto por Deus não acende o fogo, o espírito da oração não aquece o tempo; mas se o coração for habitado por Deus, até um pensamento sem palavras ou um beijo mandado por uma criança a Jesus se transformam em oração”.

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Como exemplo, o Papa citou a beleza contida na atitude das mães que ensinam seus filhos pequenos a mandarem um beijo para Jesus ou para Nossa Senhora. Esse é o espírito da oração, disse, que leva a encontrar a paz nas coisas necessárias, tendo em vista uma vida onde sempre falta tempo.

O Papa indicou como um bom guia sobre discernimento entre trabalho e oração a história de Marta e Maria, narrada no Evangelho do dia. Elas aprenderam com Deus a harmonia dos ritmos familiares: a beleza da festa, a serenidade do trabalho e o espírito de oração.

“A oração surge da escuta de Jesus, da leitura do Evangelho. Não se esqueçam, todos os dias leiam um trecho do Evangelho. A oração surge da intimidade com a Palavra de Deus. Há essa intimidade na nossa família? Temos em casa o Evangelho? (…) o Evangelho lido e meditado em família é como um pão bom que alimenta o coração de todos”.

O ciclo de catequeses sobre a família começou em 10 de dezembro do ano passado. As reflexões se inserem no contexto do Sínodo da Família, que teve sua primeira assembleia em 2014 e deve ser concluído com a assembleia geral ordinária a ser realizada no próximo mês de outubro, de 4 a 25, no Vaticano.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Papa Francisco doa 68 mil euros a refugiados na Jordânia

Crianças e famílias de refugiados serão atendidas com a oferta doada pelo Papa, proveniente da arrecadação do pavilhão da Santa Sé na Expo 2015, em Milão

Da Redação, com Rádio Vaticano

O pavilhão da Santa Sé presente na Expo 2015, em Milão, arrecadou até agora 68 mil euros (quase 280 mil reais) que, por decisão do Papa Francisco, serão doados para os refugiados da Jordânia. A oferta é proveniente da contribuição das cerca de 690 mil pessoas que já visitaram o espaço católico desde o início da exposição, em maio desse ano.

As ofertas são recolhidas com o intuito de dar suporte à caridade do Papa. A decisão de Francisco, em colaboração com o Pontifício Conselho Cor Unum, ajudará os necessitados, entre crianças e famílias de refugiados que estão atualmente na Jordânia. Trata-se de uma das faixas mais sensíveis atingidas pelo conflito no Oriente Médio.

No pavilhão do Vaticano na Expo 2015 de Milão, também houve muito interesse em relação à Encíclica ‘Laudato si’, sobre meio ambiente, que vendeu mais de 5 mil cópias em língua italiana. Em outros idiomas, foram vendidas 140 cópias em espanhol, 340 em inglês e 380 em francês.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Papa envia telegrama ao Sínodo da Igreja Valdense-Metodista

O Papa Francisco enviou um telegrama ao Sínodo Valdense que acontece em Torre Pellice, na Província de Turim, Itália

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou um telegrama ao Sínodo Valdense, assinado pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, no qual escreve que “caminhemos rumo à plena comunhão, cooperando em particular na defesa da dignidade da pessoa humana, na promoção da justiça e da paz”.

“Que o Senhor conceda a todos os cristãos, caminhar com sinceridade de coração rumo à plena comunhão”. O desejo do Papa Francisco é dirigido aos participantes do Sínodo da Igreja Valdense-Metodista que se realiza, a partir deste domingo, 23, até sexta-feira, 28, em Torre Pellice, na Província de Turim, Itália.

O Papa prossegue pedindo que o caminho rumo à plena unidade permita “testemunhar Jesus Cristo e Seu Evangelho, cooperando com o serviço da humanidade, especialmente na defesa da dignidade da pessoa humana, na promoção da justiça e da paz e na resposta comum ao sofrimento que aflige tantas pessoas, especialmente os pobres e mais vulneráveis”.

Jesus oferece a chave para superar as dificuldades, diz Papa

No Angelus deste domingo, 23, o Papa Francisco refletiu sobre a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João, com o discurso sobre o “Pão da vida”

Da redação, com Rádio Vaticano

Neste domingo, 23, dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa Francisco comentou o Evangelho deste XXI domingo do tempo comum. O Pontífice disse que hoje se conclui a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João, com o discurso sobre o “Pão da vida”.

O Papa sublinha que no fim desse discurso, o grande entusiasmo do dia anterior se apagou, porque Jesus tinha dito ser o Pão que desceu do céu, e que ele daria a sua carne como alimento e seu sangue como bebida, aludindo assim claramente ao sacrifício da sua própria vida. E acrescentou:

“Estas palavras provocaram decepção no povo, que as julgou indignas para um Messias, palavras não “vencedoras”. E assim, alguns observavam Jesus como um Messias que devia falar e agir de modo que a sua missão tivesse sucesso. Mas com relação a isso eles se enganaram, no modo de entender a missão do Messias.

Francisco prosseguiu dizendo que até mesmo os discípulos não conseguiram aceitar aquela linguagem inquietadora do Mestre e mostraram o seu desconforto com as palavras.

“Este discurso é duro, quem o pode escutar? Mas na verdade, eles tinham entendido bem o discurso de Jesus, tão bem que não queriam escutá-lo, porque é um discurso que põe em crise a sua mentalidade.”

Chave composta por três elementos

Mas só Jesus oferece a chave para superar as dificuldades, uma chave composta por três elementos: “Primeiro, a sua origem divina. Ele desceu do céu e subirá para onde estava antes; segundo, as suas palavras só podem ser compreendidas através da ação do Espírito Santo, Aquele que dá a vida; terceiro, a verdadeira causa da incompreensão das suas palavras é a falta de fé entre vocês e alguns que não acreditam”.

De fato, a partir daquele momento, muitos dos seus discípulos haviam desistido e perante estas deserções, Jesus não poupa e nem atenua as suas palavras, ao contrário, obriga a fazer uma escolha precisa: ou estar com Ele ou separar-se d’Ele, e diz aos Doze: “Também vós quereis ir embora?”.

E é então quando São Pedro faz a sua confissão de fé em nome dos outros Apóstolos: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna”.

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O Papa explica que São Pedro não diz “onde iremos?”, mas sim “a quem iremos?”, porque o problema básico não é ir e deixar a obra iniciada, mas é a quem ir. Daquela interrogação de Pedro, entendemos que a fidelidade a Deus é uma questão de fidelidade a uma pessoa, e esta pessoa é Jesus.

“Tudo o que temos no mundo não satisfaz a nossa fome de infinito. Precisamos de Jesus, de estar com Ele, de nos alimentar à sua mesa, das suas palavras de vida eterna. Crer em Jesus significa fazer d’Ele o centro, o sentido da nossa vida. Cristo não é um acessório opcional, Ele é o pão vivo, o alimento essencial.”

O Santo Padre pediu a cada um dos presentes um momento de silêncio para se interrogar: “quem é Jesus para mim?”.

Ao concluir, o Papa pede para que a Virgem Maria “ajude-nos a ir sempre a Jesus para experimentar a liberdade que ele nos oferece, e que nos permita limpar nossas escolhas das sujeiras mundanas e dos medos”.

sábado, 22 de agosto de 2015

Papa abençoa missão jovem que evangeliza praias da Europa

O Papa Francisco enviou sua “bênção paterna” aos missionários dizendo-lhes que “os acompanha com a sua oração e o seu afeto”

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos jovens da missão “Quem tem sede, venha a mim”, que desde o último dia 16 até amanhã, domingo, 23, estão evangelizando a praia de Riccione, que, com Rimini, representam as mais famosas e frequentadas pela juventude italiana e estrangeira.

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Através de uma carta, escrita pelo Monsenhor Guilherme Karcher, seu cerimoniário, o Santo Padre enviou sua “bênção paterna” aos missionários dizendo-lhes que “os acompanha com a sua oração e o seu afeto”.

O Papa agradeceu-lhes a bela carta que os jovens lhe enviaram, na qual informam sobre a atividade, nestes dias de agosto, ponto alto de férias na Europa. Francisco expressou seu apreço pela obra desses jovens que, “com generosidade, dedicam seu tempo de verão à missão de evangelizar outros jovens nas praias, ruas e lugares de encontro em Riccione”.

Papa Bergoglio conclui sua mensagem pedindo aos jovens que rezem por ele, confiando-lhes à proteção materna da Mãe de Deus e Mãe dos jovens”.

Tais jovens da missão “Quem tem sede, venha a mim” realizam, neste ano, sua 6ª edição de atividades evangélicas, envolvendo jovens, alguns chamados “gente da noite”. Durante o dia, passam entre os guarda-sóis e à noite nas boates, para dar testemunho cristão e evangelizar.

Os jovens missionários fazem shows na praia, montam tendas com confessionários e convidam os outros jovens a visitarem Jesus Eucarístico na igreja vizinha, que tem suas portas abertas, para momentos de oração e meditação. Assim, colocam à disposição seus centros de escuta, diversão, espiritualidade e fé. Todas as noites, na mesma igreja, para eles são celebradas Missas.

Esta iniciativa da missão juvenil “Quem tem sede, venha a mim” nasceu em 2002, e hoje envolve numerosas associações, grupos, movimentos eclesiais e comunidades paroquiais.

Hino da JMJ 2016, na versão em português, é lançado pela CNBB

O lançamento aconteceu durante o Encontro Nacional dos Responsáveis Adultos pela Evangelização da Juventude, em Aparecida (SP)

Da redação, com Jovens Conectados

Nesta sexta-feira, 21, em Aparecida (SP), durante o Encontro Nacional dos Responsáveis Adultos pela Evangelização da Juventude, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a letra cifrada e a teologia do hino da JMJ em português.

Ouça o áudio oficial:



A tradução e adaptação do polonês para o português ficou sob a responsabilidade dos padres Zezinho e Joãozinho e do jovem Jonas Rodrigues, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), após aprovação da CNBB para esta elaboração da versão em língua portuguesa.

Padre Joãozinho comenta que a tradução se manteve fiel ao polonês mas que há o “toque latino”: “A compaixão, aqui na América Latina, já foi traduzida em termos de ‘libertação’. Há aí uma ‘teologia da solidariedade’, que foi marcante na vida e magistério de João Paulo II e, agora, renasce, no magistério de Francisco, com o nome de ‘misericórdia’”, explica.

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“Eu acho que, com essa canção, os jovens vão ter uma motivação muito grande para uma catequese do acolher o outro e esquecer um pouco de si”, enfatiza padre Zezinho ao se referir ao tema da JMJ – “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt5,7) – e que orienta, portanto, a letra do hino. Ainda segundo o sacerdote e grande nome da música católica no Brasil, esta será uma oportunidade da juventude olhar para aqueles que não tem nada, mas somente Deus para olhar por eles.

“Os jovens e as famílias vão ter que assumir essa compaixão porque, caso contrário, não haverá nenhuma política que possa mudar o mundo”, afirma.

Ao mencionar os países onde ocorrem grandes perseguições aos cristãos, padre Zezinho enfatiza ali um sinal de esperança: “Exatamente lá onde estão martirizando os cristãos e ‘cortando em pedaços’ é que o cristianismo vai renascer, justamente por causa da misericórdia”.

Padre Joãozinho orienta ainda que diferentes arranjos do hino podem ser feitos, de acordo com os ritmos próprios de cada região do país, contanto que não saia da essência. “Inculture esse hino, mas sem sair dessa questão da compaixão”, recomenda.

De Mogi das Cruzes para a universalidade da Igreja. Literalmente, esta é a história da tradução em português do hino. Sem a menor pretensão de se tornar autor da versão oficial em língua portuguesa, Jonas aprendeu a cantar o hino em polonês, mesmo sem saber o idioma. Após isso, traduziu por conta própria apenas porque desejava fazer uma experiência com a letra e o tema da Jornada de 2016. Ele comenta que, no máximo, pensou em gravar no celular e enviar aos seus amigos e familiares. Por não saber o idioma da Polônia, contou com a ajuda de tradutores de internet e de uma versão em inglês feita por uma polonesa.

Jonas conta que sua primeira experiência com JMJ foi em Madri, no ano de 2011 e, na edição do Rio de Janeiro, em 2013, participou como voluntário. E o anseio de contribuir, de algum modo com a edição da Polônia, ainda ficou em seu coração: “A Jornada tem um significado muito grande para mim. Não tem como explicar o que é vivenciar uma JMJ. Só viver. E eu quis fazer meu algo a mais para 2016, mesmo sem imaginar que aconteceria tudo isso”.

Ainda de forma despretensiosa, Jonas enviou a letra a padre Joãozinho, tendo em vista que o sacerdote foi o responsável por diversas traduções de hinos das JMJ. Foi aí que este respondeu que seriam necessárias ainda algumas modificações, pois uma tradução é algo complexo que requer não fugir da essência e métrica do original, mas, ao mesmo tempo, pode se adaptar à realidade local. Em seguida, a tarefa foi enviar para aprovação da CNBB, à qual já cabia a elaboração do hino, em acordo com o Pontifício Conselho para os Leigos, o dicastério romano responsável pela organização geral das JMJs.

De acordo com o assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, padre Antonio Ramos do Prado, esta versão será a oficial para todos os países de língua portuguesa, conforme as orientações do Pontifício Conselho para os Leigos.

Gravação

No último dia 30 de julho, nos estúdios da Gravadora Paulinas/Comep, em São Paulo (SP) diversos nomes da música católica se reuniram para a gravação do hino em português. Padre Joãozinho foi o responsável pela produção artística e musical e Jonas, que também é cantor e atua na Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Mogi das Cruzes, também participou cantando a versão oficial.

Confira a ficha técnica:

Cantores: Fátima Souza, Walmir Alencar (Adoração e Vida), Thiago Costa, Lucimare Nascimento, Milton Fortes, Jake Souza (Vida e Comunhão), Rodrigo Pires (Adoração e Vida), Jonas Rodrigues, Fr. Bruno André, scj, Fr. Otávio da Silva, scj, Fr. Márcio Arantes Jr, scj, Fr. Eduardo Pugliesi, scj, Fr. Henrique Nascimento, scj, Fr. Eduardo Fonseca, scj, Grupo Chamas, Marília Mello, Jô D’Melo (Vida e Comunhão), Jake Trevisan, Simone Medeiros, Grupo Ir ao Povo, Bruna Farias, Cidinha Moraes (Vida Reluz), Felipe Souza (Vida Reluz).

Produção artística e musical: Pe. Joãozinho, scj
Adaptação musical e teclados: Maestro Luiz A. Karam
Bateria e percussão: Juninho Freire
Baixo: Adriano Reis
Violão e guitarra: Maercio Lopes
Violino: Alexandre Pinatto e Matheus Pereira
Viola: Digão
Violoncelo: Rafael Frazzato

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Cardeal comenta caráter ecumênico da Encíclica Laudato si

Para o Cardeal Kurt Koch, a encíclica Laudato si pode ajudar a aprofundar o caminho comum rumo à unidade

Agência Ecclesia

O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos destacou o impacto ecumênico do Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação, instituído pelo Papa Francisco.

A celebração anual será dia 1 de setembro, o mesmo dia em que já é celebrada pela Igreja Ortodoxa.

“Ter encontrado uma data comum para a salvaguarda da criação é um sinal positivo para o mundo ecumênico”, comentou o cardeal Kurt Koch, em declarações ao jornal do Vaticano,L’Osservatore Romano.

Segundo ele, o diálogo entre os cristãos pode ser desenvolvido em vários níveis: caridade, teologia, cultura, amizade, incluindo a ecologia.

Nesse sentido, o cardeal suíço realça a sintonia de pontos de vista entre o Papa Francisco e o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, observando que a encíclica ‘Laudato si’ pode ajudar a aprofundar o caminho comum rumo à unidade.

Igreja nos EUA promove catequeses à espera da chegada do Papa

Francisco visita os Estados Unidos no próximo mês de setembro; fiéis participam de catequeses como forma de se prepararem para receber o Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano

Com a proximidade da viagem do Papa Francisco aos Estados Unidos no próximo mês de setembro, a Igreja local promove um ciclo de catequeses em preparação para essa visita. Os encontros são realizados pela arquidiocese de Washington em colaboração com o Secretariado de Evangelização e Catequese da Conferência Episcopal dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB).

No site do episcopado, foi colocada à disposição uma série de informações sobre o papado e a visita de Francisco, que servirão de apoio para o trabalho de professores, catequistas e jovens ministros.

“Exortamos os mestres, catequistas e ministros a utilizarem estes recursos para criar planos de ensinamento projetados para atender as necessidades de aprendizagem de cada classe ou grupos particulares, levando em consideração a idade, habilidade, cultura, atual currículo de religião e o conhecimento prévio sobre o papado”, afirma o episcopado estadunidense no seu site.

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Entre os recursos, estão disponíveis textos em inglês e em espanhol sobre o Papa Francisco para crianças e adultos, onde se descreve sua biografia, o brasão e lema de seu pontificado, assim como suas mensagens mais importantes. Além disso, há ainda várias atividades para as crianças e a oração pela vista papal.

“Como membros da Igreja, damos às boas-vindas ao Papa entre nós. Celebramos a oportunidade de saber que ele estará entre nós durante um breve momento. No entanto, rezamos para que, como líder da Igreja, desperte em nossas mentes e corações, por um longo tempo, a importância de nossa Fé na sociedade atual”, lê-se no início da oração pela visita do Papa Francisco.

Entre os subsídios, alguns materiais são destinados às pessoas que participarão do Encontro Mundial das Famílias, realizados pelo Secretariado dos Leigos, Matrimônio, Família, Vida e Juventude da USCCB. Um exemplo são os textos sobre o frade franciscano Junípero Sierra, conhecido como o “evangelizador da Califórnia”, que será canonizado pelo Papa Francisco em Washington.

Programação do Papa

De acordo com o programa oficial, o Santo Padre chegará a Washington, Estados Unidos, procedente de Cuba, no próximo dia 22 de setembro. A cerimônia de boas vindas ocorrerá às 9h15 (hora local) na Casa Branca com a visita de cortesia ao Presidente estadunidense.

Em seguida, às 11h30, Francisco se encontrará na Catedral de São Mateus de Washington com os Bispos do país; e às 16h30 presidirá a Santa Missa e cerimônia de canonização do Beato Junípero Sierra, evento que se realizará no Santuário Nacional da Imaculada Conceição de Washington.

Confira

Para o dia 24, está previsto sua viagem à Nova Iorque, onde às 18h45, na Catedral de São Patrício, recitará as Vésperas com o clero, religiosos e religiosas. Na manhã do dia seguinte, 25, o Papa visitará a Sede da Organização das Nações Unidas e à tarde presidirá a Santa Missa no Madison Square Garden.

A participação do Papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, será entre os dias 26 e 27 de setembro.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Igreja cubana quer contribuir no diálogo entre Cuba e EUA

A Igreja de Cuba quer colaborar para que povos estadunidenses e cubanos possam se relacionar da maneira mais plena possível

Da redação, com Rádio Vaticano

Com a aproximação dos Estados Unidos a Cuba, a Igreja cubana sente-se feliz e quer colaborar para que ambos os povos possam se relacionar da maneira mais plena possível. Foi o que declarou em entrevista o Bispo Auxiliar de Havana, Juan de Dios Hernández, membro da comissão que prepara a visita do Pontífice à ilha em Setembro.

“A Igreja se sente realmente muito contente sempre que acontece uma realidade assim, sempre que dois povos divididos se unem”, afirmou o prelado.

Para ele, “sempre que houver pontes e não muros, sempre que houver a possibilidade para sentarmos e conversar, a Igreja cresce”, sublinhou, recordando que a missão da Igreja consiste, entre outras coisas, em assegurar que “cada povo alcance a maior unidade possível com o resto das nações”.

Aproximação Cuba-EUA

A viagem do Papa Francisco à ilha se realizará em um momento histórico, em pleno processo de restabelecimento das relações com os Estados Unidos, depois de mais de 50 anos de inimizade, uma reviravolta diplomática que contou com o apoio e a mediação do Vaticano e do Pontífice.

“Não é estranho para nós de que o Papa tenha interferido, como realmente o fez, para que estes dois povos tão próximos se unissem novamente e acredito que continuará fazendo isto”, avaliou.

Missão da Igreja

Nesse sentido, Dom Hernández reconhece que nesta visita pastoral do Papa, que depois de Cuba irá para os EUA, é indiscutível que entra a missão da Igreja, chamada a “agir nas diferenças, a tentar lançar pontes entre as realidades que tenham sido divididas e apostar no diálogo”.

“Acredito que é algo intrínseco à missão da Igreja colaborar para que a proximidade entre os povos seja cada vez maior”, completou.

Dom Hernandez acredita que a aproximação entre Washington e Havana também terá reflexos na vida da Igreja, na medida em que os dois povos terão maiores possibilidades de intercâmbio, “de que nossas famílias avancem mais nisto que tanto dói a todos, na nossa própria pele, que é a divisão, e o fato mesmo de que deixemos de nos insultar e possamos conversar”.

Concluindo, ele considera que se o povo se beneficia desta nova etapa das relações, também a Igreja se beneficiará.

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O prelado observa que a visita do Papa Francisco ao país se realiza em um momento em que cada vez mais o governo cubano entende o papel da Igreja e o diálogo entre os dois são construtivos.

Para ilustrar esses avanços ocorridos, menciona o fato de que o governo cubano permitiu a construção de novas igrejas e vem devolvendo à Igreja Católica, de forma “gradual”, alguns templos e imóveis que foram desapropriados nos primeiros anos após a revolução de 1959.

Outro fato destacado pelo prelado é a autorização para que religiosas prestem assistência aos enfermos nos hospitais e que a Igreja possa abrir espaços para atender pessoas da terceira idade, visto o progressivo envelhecimento da população.

Não obstante os avanços ocorridos, Dom Fernández considera que esta relação pode avançar ainda mais. Como exemplo, fala das restrições ainda existentes para a atuação da Igreja na área da educação e dos meios de comunicação.

Saiba como o Brasil contribuirá com o Sínodo sobre a Família

Entenda como o Brasil, por meio de seus bispos representantes, contribuirá com as discussões no Sínodo sobre as famílias, em outubro

André Cunha
Da Redação

A Igreja no Brasil também se prepara para participar do Sínodo sobre a família, que terá sua segunda etapa de 4 a 25 de outubro próximo no Vaticano.

Cinco bispos irão representar o episcopado brasileiro durante o evento: Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB; Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP), Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA), Dom Geraldo Lírio Rocha, Arcebispo de Mariana (MG) e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (SP).

O Sínodo é um encontro de bispos de diversas partes do mundo que buscam auxiliar o Papa nas reflexões de assuntos importantes como, por exemplo, a família. O evento tem como tema principal “A vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Dom Geraldo Lyrio / Foto: Arquivo

De acordo com o arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lírio Rocha, as contribuições do Brasil junto ao Sínodo se darão em torno de sua riqueza cultural, do sentido de família presente no povo brasileiro, do apreço à família, bem como das iniciativas da Igreja brasileira com relação ao tema.

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“Nós levamos para o Sínodo uma reflexão muito ampla e não só, mas uma prática de ação pastoral em defesa da vida e em favor da família que se consolidou no Brasil em todas as regiões”.

Além destes aspectos positivos, as dificuldades do povo brasileiro, sobretudo dos indígenas e afrodescendentes, dos que vivem nas metrópoles e no interior, também serão pauta na reunião de bispos.

Dentre estas dificuldades, o bispo destaca o relativismo, a descrença, a perda dos valores morais, a situação das famílias em dificuldades de toda ordem, bem como as questões ligadas ao divórcio e às relações homoafetivas. Estes problemas foram diagnosticados a partir de um levantamento feito no Brasil – da mesma forma que em outros países – a pedido do Papa Francisco.

“Vamos refletir e aprofundar, a partir dos parâmetros que a Igreja obedece, porque ela tem sempre em mira a fidelidade à Palavra de Deus e àquilo que o Magistério tem dito desde a antiguidade até os nossos dias. Afinal, a Igreja não rompe com aquile que faz parte do que chamamos de “Depósito da Fé” e dos ensinamentos da Igreja no campo moral”, explicou Dom Geraldo.

Estratégia de trabalho

Por ser um evento mundial, o Sínodo tem suas estratégias para organizar as discussões, como por exemplo, as plenárias e os grupos de trabalho. As plenárias são os principais momentos de discussão, nas quais cada país fará suas colocações e apresentará suas respectivas realidades.

Já os grupos de trabalhos são a ocasião em que os bispos, separados por idiomas, vão elaborar as proposições que, ao final, do Sínodo serão apresentadas ao Papa Francisco. Os idiomas oficiais do Sínodo são: latim, inglês, italiano, francês, espanhol e o alemão.

Dom Geraldo destaca que o Sínodo não terá um documento final a ser apresentado a toda a Igreja, mas um documento que deverá ser entregue ao Santo Padre para que ele sim, em nome da Igreja, apresente uma exortação apostólica pós-sinodal.

“Como dizia São João XXIII: nós vamos rever as questões para mudar aquilo que pode ser mudado e manter o que deve ser mantido. O Sínodo vai procurar fazer esse grande discernimento: o que pode ser mudado? O que deve ser preservado? É na comunhão da fé e na unidade da Igreja, com a Graça de Deus e na luz do Espírito Santo, que vamos procurar trazer como contribuição para que o Papa apresente a resposta da Igreja para o mundo atual”, salientou.

Dom Geraldo esclarece ainda a originalidade do Sínodo. “Não é um parlamento, mas um encontro de bispos na qualidade de pastores da Igreja. Não é uma reunião de técnicos, de especialistas ou de peritos em determinada matéria, de alguma ciência. O Sínodo é um acontecimento eclesial, logo, ele se respalda na palavra de Deus e no Magistério da Igreja”.

Aos católicos brasileiros que, assim com o restante da Igreja, esperam algo novo após o Sínodo, Dom Geraldo convida para oração a fim de que o Espírito Santo faça a obra desejada.

“A grande mensagem que eu gostaria de comunicar é esta: entremos em clima de oração. O que nós devíamos discutir, já discutimos; questões que devíamos apresentar, já apresentamos; daqui pra frente temos que rezar para que o Espírito de Deus ilumine o Sínodo”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Nobel da Paz: Papa concorre ao prêmio pela terceira vez

Desde que foi eleito Papa, Francisco é indicado ao Nobel da Paz; Papa concorre com mais 273 candidatos

Da Redação, com Rádio Vaticano

O prêmio Nobel da Paz 2015 pode ir para o Papa Francisco. Pela terceira vez, o Santo Padre concorre ao prêmio junto com mais 273 candidatos que foram indicados por organizações internacionais. O vencedor será anunciado no próximo dia 9 de outubro.

Francisco se tornou uma das figuras mais fortes por sua mediação e pacificação de conflitos. Um dos episódios recentes e marcantes foi seu diálogo com Estados Unidos e Cuba, levando ao restabelecimento de relações diplomáticas após mais de 50 anos de ruptura.

O comitê organizador do prêmio informou que recebeu 273 candidaturas ao Nobel deste ano, das quais 68 são organizações e 205 personalidades. Desde que foi eleito Bispo de Roma, Francisco foi indicado à premiação.

A entrega do prêmio está prevista para dois meses após o anúncio, em cerimônia realizada em Oslo. O prêmio é atribuído à pessoa que “mais ou melhor tenha trabalhado em favor da fraternidade entre as nações, a abolição ou redução dos exércitos existentes e a celebração e promoção dos processos de paz”. Desde que foi instituído por Alfred Nobel, em 1895, nenhum Papa recebeu a distinção.

Em 2014, os vencedores do Nobel da Paz foram o indiano Kailash Satyarthi, por sua luta contra a supressão das crianças e jovens, e a paquistanesa Malala Yousafzay, pela luta em prol do direito de todos à educação.

Papa: o trabalho é sagrado e traz dignidade à família

Após refletir sobre a dimensão da festa na família, Francisco fala sobre o trabalho, atividade sagrada que dignifica a família

Jéssica Marçal
Da Redação

Francisco fala sobre como o trabalho é sagrado e dignifica a vida familiar / Foto: Reprodução CTV

Na catequese desta quarta-feira, 19, o Papa Francisco dedicou-se à relação da família com o trabalho. Sendo uma atividade que traz dignidade ao homem, também o trabalho, assim como a festa (que foi tema da catequese da semana passada), é sagrado, faz parte do projeto criador de Deus e não deve faltar a família alguma, ponderou o Papa.

Francisco lembrou que o trabalho é necessário para manter a família e garantir a seus membros uma vida digna. E esse estilo de vida trabalhador é algo que se aprende, antes de tudo, na família. “A família educa ao trabalho com o exemplo dos pais: o pai e a mãe que trabalham pelo bem da família e da sociedade”.

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O Papa citou ainda a harmonia que deve existir entre trabalho e oração. A falta de trabalho é ruim para o espírito, assim como a falta de oração prejudica também a atividade prática. O trabalho é sagrado, destacou Francisco, e por isso sua gestão é uma grande responsabilidade humana e social que não pode ser deixada nas mãos de poucos.

“Causar uma perda de postos de trabalho significa causar um grande dano social. Eu me entristeço quando vejo que há gente sem trabalho, que não encontra trabalho e não tem a dignidade de levar o pão para casa”.

O Santo Padre explicou que também o trabalho faz parte do projeto criador de Deus, mas quando se separa dessa aliança, tornando-se refém da lógica do lucro; e desprezando os afetos da vida, a degradação da alma contamina tudo.

“A vida civil se corrompe e o habitat se arruína. As consequências atingem, sobretudo, os mais pobres, as famílias mais pobres. A organização moderna do trabalho mostra, às vezes, uma perigosa tendência a considerar a família como um obstáculo, um peso, uma passividade para a produtividade do trabalho. Contudo, perguntemo-nos: qual produtividade? E para quem?”, questionou.

Diante desse cenário, Francisco disse que as famílias cristãs têm um grande desafio e uma grande missão: carregar os fundamentos da criação de Deus. A tarefa não é fácil, admitiu, requer fé e perspicácia.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

China acolhe com emoção apelo do Papa por vítimas de explosão

Missionário em Hong Kong, padre comenta como a China recebeu as palavras do Santo Padre; número de vítimas da explosão já subiu para 114

Da Redação, com Rádio Vaticano

Subiu para 114 o número de vítimas da explosão que, na semana passada, atingiu a zona industrial da cidade de Tianjin, na China. O apelo do Papa Francisco no sábado, 15, no Angelus da Solenidade da Assunção da Virgem Maria, para com as populações que sofreram com o acidente gerou emoção na China.

“O meu pensamento vai, neste momento, para a população da cidade de Tianjin, na China setentrional, onde algumas explosões na área industrial causaram numerosos mortos e feridos e grandes danos. Asseguro a minha oração por aqueles que perderam a vida e por todas as pessoas provadas por este desastre; que o Senhor lhes dê conforto e o apoio a quantos estão empenhados em aliviar os seus sofrimentos”, disse Francisco.

A televisão chinesa deu ampla cobertura às palavras do Santo Padre, como relata, de Hong Kong, o missionário do Instituto Pontifício de Missões no Exterior (PIME), padre Sérgio Ticozzi. Ele explica que esta transmissão televisiva das palavras do Papa aconteceu porque a China está interessada na relação com o Vaticano.

“Certamente é uma coisa positiva, é um passo em frente. Até agora, tudo aquilo que dizia respeito ao Vaticano e ao Papa não era apresentado na televisão chinesa. Se houve esta apresentação, é sinal que a China está interessada na relação com o Vaticano, está interessada em apresentar o Papa Francisco, sobretudo na sua atitude de compaixão, de misericórdia para com pessoas que estão a sofrer. Isto é verdadeiramente positivo.”

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O padre Ticozzi comentou, em síntese, a situação que se vive em Tianjin. “Há mais de 100 mortos e além do mais há a poluição atmosférica que tentam não sublinhar demasiado. Mas de fato há na atmosfera substâncias químicas que prejudicam a saúde humana: há este perigo”.

“Tentam fazer calar todas as informações sobre o fato concreto. Dizem as coisas genericamente mas não todas as consequências que possam provocar e que preocupam as pessoas. Portanto, tentam fazer passar as notícias não demasiado negativas. Isto é um fato. Mas agora, com as comunicações via internet, email e telemóveis as pessoas ficam sabendo de tudo.”

A grande preocupação com este acidente na China é a presença, nos depósitos que explodiram, de centenas de toneladas de cianeto de sódio, substância que foi localizada em pelo menos dois pontos da área da zona acidentada. Temem-se contaminações e as autoridades chinesas ordenaram a imediata evacuação das zonas residenciais num raio de 3 quilômetros da explosão.

O cianeto de sódio é um produto químico altamente tóxico que pode formar um gás inflamável em contato com a água. Segundo informações da comunicação social chinesa, o armazém tinha em estoque 700 toneladas desta substância.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Comissão da CNBB saúda consagrados da Igreja no Brasil

Por ocasião do Dia da Vida Consagrada, a Comissão da CNBB emitiu mensagem de agradecimento ao empenho e dedicação das pessoas que se doam pela evangelização

CNBB

“A Vida Consagrada tem como vocação, missão e profissão dos votos religiosos, condição de destaque dentro do Corpo Místico de Cristo”, disse o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler. A mensagem foi divulgada nesta segunda-feira, 17, pela CNBB. (Assista ao fim da matéria: Papa responde a perguntas sobre Vida Consagrada).

Por ocasião do Dia da Vida Consagrada, celebrado neste domingo, 16, a Comissão emitiu mensagem de agradecimento ao empenho e dedicação de homens e mulheres que se doam pela evangelização. “A Igreja no Brasil também reza para que o Senhor continue despertando vocações para as diversas expressões de Vida Consagrada”.

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Ainda no texto, dom Jaime recorda as palavras do Papa Francisco que exorta aos consagrados a serem “presenças alegres, pessoas capazes de despertar o mundo, homens e mulheres peritos em comunhão, dispostos, bem-dispostos, para irmos às periferias existenciais, inquietos sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje”.

Confira a íntegra da mensagem

Caros irmãos e irmãs,

Ano da Vida Consagrada e, neste terceiro domingo do mês de agosto, estamos celebrando, em nossas Igrejas Particulares, o dia dos Consagrados e Consagradas.

Louvamos a Deus por todo bem realizado por uma miríade de homens e mulheres que fizeram e fazem da consagração resposta de amor “ao chamamento do Pai e à moção do Espírito”, e por isso “escolheram este caminho de especial seguimento de Cristo, para se dedicarem a Ele de coração indiviso” (VC 1).

Sabemos que “a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração” (Bento XVI). Somos, assim, mais uma vez recordados de que a “vida consagrada não cresce, se organizarmos belas campanhas vocacionais, mas se as jovens e os jovens que nos encontram se sentirem atraídos por nós, se nos virem como homens e mulheres felizes. De igual forma, a eficácia apostólica da vida consagrada não depende da eficiência e da força dos seus meios. É a vossa vida que deve falar, uma vida na qual transparece a alegria e a beleza de viver o Evangelho e seguir a Cristo” (Papa Francisco).

Caro irmão e cara irmã, em celebrando esse dia somos recordados de que a Vida Consagrada tem como vocação, missão e profissão dos votos religiosos, condição de destaque dentro do Corpo Místico de Cristo. Trata-se de uma realidade que pressupõe longo tempo de preparação para assumir publicamente, sob juramento, essa profissão. É um projeto de vida marcado pelo dom da vocação, e que requer incumbência, disposição para realizar uma tarefa característica, além de determinação para assumir compromisso público.

O caminho assumido tem a característica de tarefa. Tarefa de nos empenharmos sempre de novo, continuadamente em despertar, conservar e fomentar o elã e a necessidade de querer e aprender a ser cada vez mais discípulo de Jesus Cristo; de querer estar em forma na aprendizagem dessa nobre e sublime arte de ser uma pessoa consagrada. Quem assim abraça a Vida Consagrada não envelhece; conserva por toda a vida a limpidez, a jovialidade, a alegria que o encontro com o Senhor proporcionou e continua proporcionando para sustentar o compromisso assumido, o caminho iniciado.

O Papa Francisco nos exorta a sermos presenças alegres, pessoas capazes de despertar o mundo, homens e mulheres peritos em comunhão, dispostos, bem-dispostos para irmos às periferias existenciais, inquietos sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje.

A Consagração da vida é um sinal importante para o mundo. “Sem este sinal concreto, a caridade que anima a Igreja inteira correria o risco de se resfriar, o paradoxo salvífico do Evangelho, de se atenuar, o ‘sal’ da fé, de se diluir num mundo em fase de secularização” (Paulo VI).

Caro irmão e cara irmã, possa a celebração do Dia da Vida Consagrada despertar em todos nós o desejo de poder continuar, ainda com maior vigor e entusiasmo; de levar adiante nossa disposição de servir ao Senhor em justiça e santidade todos os dias de nossa vida.

Deus seja louvado pelo dom da Vida Consagrada! A Igreja do Brasil reconhece e agradece o empenho, a dedicação destas mulheres e homens que com intrepidez promovem a obra da Evangelização no imenso território destas Terras de Santa Cruz! A Igreja no Brasil também reza para que o Senhor continue despertando vocações para as diversas expressões de Vida Consagrada.

“A vida consagrada é dom feito à Igreja: nasce na Igreja, cresce na Igreja, está totalmente orientada para a Igreja” (Cardeal Bergóglio).

Em Cristo,

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre
Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

Papa responde a perguntas sobre Vida Consagrada, assista: