segunda-feira, 23 de maio de 2016

Francisco disse que não existe cristão sem alegria e quem a dá é Jesus e não as riquezas

Da Redação, com Rádio Vaticano


Papa Francisco celebra Missas na Casa Santa Marta desde o início de seu pontificado / Foto: L’Osservatore Romano

Na missa celebrada na Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 23, o Papa Francisco refletiu sobre a alegria cristã. “O cristão vive na alegria e no estupor graças à ressurreição de Jesus Cristo”, disse.

Comentando a Primeira Carta de São Pedro Apóstolo, o Pontífice destacou que não obstante as provações, nunca nos será tirada a alegria daquilo que Deus fez em nós.
A carteira de identidade do cristão é a alegria do Evangelho

O Papa explicou que podemos caminhar rumo àquela esperança que os primeiros cristãos representavam como uma âncora no céu, aquela esperança que nos dá alegria.

“O cristão é um homem e uma mulher da alegria, um homem e uma mulher com a alegria no coração. Não existe cristão sem alegria! Mas, Padre, eu já vi tanta coisa! Não são cristãos! Dizem que são, mas não são! Falta-lhes alguma coisa. A carteira de identidade do cristão é a alegria, a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Ele, regenerado por Jesus. A alegria daquela esperança que Jesus espera de nós, a alegria que, nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se expressa de outra maneira que é a paz, na certeza de que Jesus nos acompanha. Está conosco”.

Francisco disse que o cristão faz esta alegria crescer com a confiança em Deus, que se lembra sempre de sua aliança. Ele explicou que o cristão sabe que Deus se lembra dele, que o ama, o acompanha, e o espera. Esta é a alegria, disse ainda o Papa.
É um mal servir a riqueza, no final faz-nos tristes

Francisco, assim, dirigiu sua atenção para a passagem do Evangelho de hoje que narra o encontro de Jesus com o jovem rico: um homem, que não foi capaz de abrir o coração à alegria e escolheu a tristeza, porque possuía muitos bens.

“Era apegado aos bens! Jesus nos disse que não se pode servir a dois senhores: ou serve a Deus ou serve as riquezas. As riquezas não são ruins em si mesmas: mas servir a riqueza, esse é o mal. O pobre homem foi embora triste… Ele franziu a testa e retirou-se triste. Quando em nossas paróquias, nas nossas comunidades, em nossas instituições, encontramos pessoas que se dizem cristãs e querem ser cristãs, mas são tristes, algo está errado. E nós devemos ajudá-las a encontrar Jesus, a tirar essa tristeza, para que possa se alegrar com o Evangelho, possa ter essa alegria que é própria do Evangelho”.

O Papa refletiu sobre a “alegria e o estupor”. “O estupor bom, diante da revelação, diante do amor de Deus, diante das emoções do Espírito Santo”.

O cristão “é um homem, uma mulher de estupor”.
Não buscar a felicidade em coisas que, no final, nos entristecem

Francisco explicou que com a força do Espírito Santo é possível viver a alegria cristã, de não ser preso às coisas nem à mundanidade que nos afasta de Jesus.

“Peçamos hoje ao Senhor que nos dê o estupor diante Dele, diante das muitas riquezas espirituais que nos deu, e com este estupor nos dê a alegria, a alegria da nossa vida e de viver com paz no coração as inúmeras dificuldades; e nos proteja da busca da felicidade em muitas coisas que, no final, nos entristecem: prometem muito, mas não nos darão nada! Lembrem-se bem: um cristão é um homem e uma mulher de alegria, de alegria no Senhor; um homem e uma mulher de estupor”.

domingo, 22 de maio de 2016

A festa da Santíssima Trindade renova-nos a missão de viver a comunhão com Deus e entre nós segundo o modelo da Comunhão divina.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ignorar o pobre é desprezar a Deus, alerta Papa na Catequese
QUARTA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2016, 9H05


Francisco refletiu sobre a parábola do rico e de Lázaro, e falou sobre pobreza e misericórdia

Da redação, com Rádio Vaticano


Na Catequese desta quarta-feira, 18, Papa Francisco falou sobre pobreza e misericórdia, referindo-se à parábola do rico avarento e do pobre Lázaro (cf. Lc 16,10-31).

“A misericórdia de Deus está ligada à nossa misericórdia para com o próximo. Quando não temos misericórdia para com os outros, a misericórdia de Deus não encontra espaço no nosso coração fechado”, disse o Santo Padre.

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Francisco explicou que a parábola do rico e de Lázaro demonstra isso. O portão da casa do rico estava sempre fechado ao pobre, que ali jazia esfomeado e coberto de chagas. Ignorando Lázaro e negando-lhe até mesmo as sobras da sua mesa, o rico desprezou Deus, segundo as conhecidas palavras de Jesus: “Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a Mim que o deixastes de fazer”.

Segundo o Pontífice, podemos assim afirmar que “ignorar o pobre é desprezar Deus”.
“Deus ajuda”

Nesta parábola , continuou o Santo Padre, há um pormenor interessante: enquanto o nome do rico não é mencionado, o nome do pobre, Lázaro, que em hebraico significa “Deus ajuda”, repete-se cinco vezes.

Assim Lázaro à porta é um apelo vivo feito ao rico para que se recorde de Deus, mas o rico não acolhe esse apelo. Será condenado não pelas suas riquezas, mas por não ter tido compaixão de Lázaro socorrendo-o, disse o Papa.

O erro dessa atitude é o que se verifica na segunda parte da parábola, que apresenta invertida a situação de ambos após a morte: o pobre Lázaro aparece feliz no seio de Abraão, ao passo que o rico é atormentado.

Agora, o rico reconhece Lázaro e pede-lhe ajuda, enquanto em vida fazia de conta que não o via. Antes, negava-lhe as sobras da mesa; agora, pede para que lhe dê de beber. Mas como explica Abraão, aquele portão de casa que na terra separava o rico do pobre, transformou-se num “grande abismo”, que é intransponível, concluiu o Papa Francisco.
Saudação em português

O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Caros peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Com afeto saúdo a todos, em particular às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e aos grupos paroquiais de Porto Nacional e da Póvoa de Varzim, desejando-vos que a peregrinação ao túmulo dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver em Igreja, sob o terno olhar da Virgem Mãe. Aprendamos com Ela a ler os sinais de Deus na história, para ser construtores duma humanidade nova. Deus vos abençoe, a vós e aos vossos familiares.”
João Paulo II

Aos peregrinos de língua polaca, Francisco recordou o aniversário de João Paulo II neste dia 18 de maio.

O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.
Dinheiro e poder sujam a Igreja, alerta Papa Francisco
TERÇA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 2016, 9H48

Francisco explica que desejo por poder é vontade mundana e contraria caminho que Jesus indica

Da redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco afirmou nesta terça-feira, 17, que o dinheiro e o poder sujam a Igreja. Na Missa celebrada esta manhã na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, o Santo Padre disse que o caminho que Jesus indica é o serviço, mas com frequência na Igreja buscam-se poder, dinheiro e vaidade.

Refletindo sobre o Evangelho de São Marcos (cf. Mc 9,30-37), proposto na liturgia do dia, o Papa afirmou que estas tentações mundanas comprometem também hoje o testemunho da Igreja:

“No caminho que Jesus nos indica, o serviço é a regra. O maior é aquele que serve mais, quem está mais ao serviço dos outros, e não aquele que se vangloria, que busca o poder, o dinheiro, a vaidade, o orgulho… Não, esses não são os maiores. E o que aconteceu aqui com os apóstolos, inclusive com a mãe de João e Tiago, é uma história que acontece todos os dias na Igreja, em cada comunidade. ‘Mas entre nós, quem é o maior? Quem comanda?’ As ambições… Em cada comunidade – nas paróquias ou nas instituições – sempre existe esta vontade de galgar, de ter poder.”

Na sua homilia, o Papa Francisco sublinhou que a vontade mundana de estar com o poder acontece nas paróquias, nos colégios e também nos episcopados, uma atitude que não é a atitude de Jesus que veio para servir e ensina o serviço e a humildade.

O Pontífice destacou que todos são tentados pelas atitudes de poder e de vaidade, e pediu ao Senhor que ilumine a cada um para entender que o espírito mundano é inimigo de Deus.

“Todos nós somos tentados por estas coisas, somos tentados a destruir o outro para subir mais. É uma tentação mundana, mas que divide e destrói a Igreja, não é o Espírito de Jesus. É belo, imaginemos a cena: Jesus que diz estas palavras e os discípulos que dizem ‘não, é melhor não perguntar muito, vamos em frente’, e os discípulos que preferem discutir entre si qual deles será o maior. Vai-nos fazer bem pensar nas muitas vezes que nós vimos isto na Igreja e nas muitas vezes que nós fizemos isto, e pedir ao Senhor que nos ilumine, para entender que o amor pelo mundo, ou seja, por este espírito mundano, é inimigo de Deus”.

domingo, 15 de maio de 2016


Regina Caeli: "Ser cristão é ligar a própria vida a Jesus", diz Papa



“Que o Espírito Santo nos dê jovens fortes, que tenham o desejo de partir e anunciar o Evangelho”, pediu o Papa no Regina Caeli

Da redação, com Agência Ecclesia
À janela do apartamento pontifício, o Papa Francisco presidiu a recitação da oração do ‘Regina Caeli’, neste último domingo do tempo pascal em 2016. A oração se deu após a Missa de Pentecostes na Basílica vaticana.
O Papa recordou que a Festa de Pentecostes leva ao cumprimento o Tempo Pascal, precisamente cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. “A Liturgia nos convida a abrir a nossa mente e o nosso coração ao dom do Espírito Santo, que Jesus prometeu em diversas ocasiões aos seus discípulos, o primeiro e principal dom que Ele obteve para nós com a sua Ressurreição”. recordou.
O Papa explicou que essas palavras de Jesus aos seus discípulos – “Se me amais, observareis os meus mandamentos; e eu rezarei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito, para que permaneça sempre convosco e para sempre” –  recordam antes de tudo que o amor por uma pessoa, e também pelo Senhor, se demonstra não com as palavras, mas com os fatos”. Disse ainda que a observância dos mandamentos, deve ser entendidano sentido existencial, de modo que toda a vida seja envolvida por eles.
“De fato, ser cristãos não significa principalmente pertencer a uma certa cultura ou aderir a uma certa doutrina, mas sim ligar a própria vida, em todos os seus aspectos, à pessoa de Jesus e, por meio dele, ao Pai. Para este objetivo Jesus promete a efusão do Espírito Santo aos seus discípulos. Precisamente graças ao Espírito Santo, Amor que une o Pai e o Filho e deles procede, todos podemos viver a mesma vida de Jesus. O Espírito, de fato, nos ensina cada coisa, ou seja, a única coisa indispensável: amar como Deus ama”.
Francisco apresentou então outra definição dada por Jesus ao Espírito Santo, ou seja, “o Paráclito”. “Ao prometer o Espírito Santo, Jesus o define como ‘um outro Paráclito’, que significa Consolador, Advogado, Intercessor, aquele que nos assiste, nos defende, está ao nosso lado no caminho da vida e na luta pelo bem e contra o mal. Jesus diz ‘um outro Paráclito’, porque o primeiro é Ele, Ele mesmo, que se fez carne precisamente para assumir a nossa condição humana e libertá-la da escravidão do pecado”.
Além disto, o Santo Padre recordou que o Espírito Santo exerce a função de ensinamento e de memória. “O Espírito Santo não traz um ensinamento diferente, mas torna vivo, torna atuante o ensinamento de Jesus, para que o tempo que passa não o apague ou não o arrefeça. O Espírito Santo coloca este ensinamento dentro de nosso coração, nos ajuda a interiorizá-lo, fazendo-o tornar-se parte de nós, carne da nossa carne. Ao mesmo tempo, prepara o nosso coração para que seja capaz realmente de receber as palavras e os exemplos do Senhor. Todas as vezes que a palavra de Jesus é acolhida com alegria em nosso coração, isto é obra do Espírito Santo”.
Ao concluir, o Papa Francisco pediu a intercessão da Virgem Maria, para que “nos obtenha a graça de sermos fortemente animados pelo Espírito Santo, para testemunhar Cristo com franqueza evangélica e abrir-nos sempre mais à plenitude de seu amor”.
Após rezar o Regina Coeli com os milhares de fieis presentes na Praça São Pedro, o Santo Padre falou que neste domingo de Pentecostes foi publicada a sua Mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões, a ser  celebrado no terceiro domingo de outubro. “Que o Espírito Santo dê força a todos os missionários ad gentes e sustenha a missão da Igreja no mundo inteiro. E que o Espírito Santo nos dê jovens – moças e rapazes – fortes, que tenham vontade de anunciar o Evangelho. Peçamos isto hoje ao Espírito Santo”.
Por fim, saudou os diversos grupos presentes, provenientes de diversas partes do mundo, concluindo com o tradicional “não esqueçam de rezar por mim! Bom almoço e até logo!”.


Papa faz alerta para a solidão e "analfabetismo espiritual"
DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016, 9H26

Francisco apontou ainda um “analfabetismo espiritual generalizado”, que torna as pessoas “incapazes” de rezar

Da redação, com Agência Ecclesia

O Papa Francisco alertou para a solidão e o “analfabetismo espiritual” na sociedade contemporânea, durante a Missa de Pentecostes a que presidiu na Basílica de São Pedro, neste domingo, 15.

Diante de centenas de pessoas, incluindo vários dos seus mais diretos colaboradores, o Papa elencou uma série de sinais da “condição de órfãos” de muitos homens e mulheres, como a “a solidão interior”, mesmo no meio de uma multidão, e que se pode tornar “tristeza existencial”.

Francisco apontou ainda um “analfabetismo espiritual generalizado”, que torna as pessoas “incapazes” de rezar, e criticou uma “suposta autonomia de Deus” que aparece, no entanto, “acompanhada por uma certa nostalgia da sua proximidade”.

A homilia observou ainda a dificuldade que existe em acreditar na vida eterna e de “reconhecer o outro como irmão”.

“A missão de Jesus, que culmina no dom do Espírito Santo, tinha este objetivo essencial: reatar a nossa relação com o Pai, arruinada pelo pecado; tirar-nos da condição de órfãos e restituir-nos à condição de filhos”, precisou o Papa.

Francisco falou desta “condição de filhos” como o ADN de cada ser humano, que a festa de Pentecostes vem sublinhar, porque o Espírito provoca “uma nova dinâmica de fraternidade”.

“Através do Irmão universal que é Jesus podemos relacionar-nos de maneira nova com os outros: já não como órfãos, mas como filhos do mesmo Pai bom e misericordioso. E isto muda tudo”, sustentou o Papa.

O pontífice recordou depois a “presença maternal” de Maria no Cenáculo, onde os discípulos estavam reunidos após a morte de Jesus.

“É a Mãe da Igreja. À sua intercessão, confiamos de maneira especial todos os cristãos, as famílias e as comunidades que, neste momento, têm mais necessidade da força do Espírito Paráclito, Defensor e Consolador, Espírito de verdade, liberdade e paz”, disse.

Após a homilia, em armênio, rezou-se pelos cristãos que vivem situações de perseguição
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Papa diz que piedade é a manifestação da misericórdia de Deus
SÁBADO, 14 DE MAIO DE 2016, 9H42

Na catequese deste sábado, o Papa Francisco meditou sobre um dos tantos aspectos da misericórdia: ter piedade ou pena dos que precisam de amor

Da redação, com Rádio Vaticano

Neste sábado, 14, o Papa Francisco encontrou-se na Praça São Pedro, com milhares de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes do mundo, para a audiência jubilar, que concede no âmbito deste Ano Santo da Misericórdia.

Antes de começar a sua catequese, o Pontífice avisou os presentes que, devido ao mau tempo em Roma, a audiência jubilar ficou dividida em duas partes: a primeira, na Sala Paulo VI, aos enfermos, e a segunda na Praça São Pedro.
A misericórdia

A seguir, passou a fazer sua catequese, no qual meditou sobre um dos tantos aspectos da misericórdia: ter piedade ou pena dos que precisam de amor. A piedade é um termo que já existia no mundo greco-romano, onde, porém, significava ato de submissão aos superiores. Antes de tudo, a devoção devida aos deuses, depois, o respeito dos filhos para com os pais, sobretudo os idosos. Neste sentido, Francisco frisou o significado de piedade.

“Hoje, aos invés, devemos prestar atenção para não identificar a piedade com aquele pietismo, bastante difundido, que representa só uma emoção superficial, que ofende a dignidade do outro. Ao mesmo tempo, a piedade não deve ser confundida tampouco com a compaixão que temos para com os animais que vivem conosco; pois, de fato, acontece que às vezes, temos este sentimento para com os animais, mas permanecemos indiferentes diante dos sofrimentos dos irmãos”.
Apego

Francisco disse ainda que muito se vê pessoas apegadas aos gatos, cachorros e, depois, se esquecem de ajudar os mais necessitados que lhes estão próximos.

A seguir, o Pontífice continuou sua catequese explicando o termo “piedade” que é uma manifestação da misericórdia de Deus; é um dos sete dons do Espírito Santo, que o Senhor oferece aos seus discípulos para torná-los dóceis a obedecer às inspirações divinas.

“Muitas vezes, nos Evangelhos, fala-se do grito espontâneo que pessoas endemoninhadas, pobres ou aflitas dirigiam a Jesus: ‘Tende piedade’. A todos, Jesus respondia com um olhar de misericórdia e com o conforto da sua presença. Em tais invocações de ajuda ou pedido de piedade, cada um expressava também a sua fé em Jesus, chamando-o ‘Mestre, ‘Filho de Davi’ e Senhor’. Eles intuíam que Nele havia algo de extraordinário, que os podia ajudar a sair da sua condição de tristeza em que se encontravam. Percebiam nele o amor do próprio Deus.”
Piedade

O Santo Padre prosseguiu dizendo que Jesus percebia aquelas invocações de piedade e se comovia, sobretudo quando via pessoas que sofriam, feridas na sua dignidade, como no caso da hemorroíssa. Ele as convidava a ter confiança nele e na sua Palavra. Com efeito, para Jesus, ter piedade equivale a compartilhar da tristeza de quem encontra, mas, ao mesmo tempo, agir, em primeira pessoa, para transformá-la em alegria.

“Nós também somos chamados a cultivar atitudes de piedade diante de tantas situações da vida, repelindo a indiferença que impede reconhecer as exigências dos irmãos que nos circundam e livrando-nos da escravidão do bem-estar material.”
Exemplo da Virgem Maria

Francisco concluiu sua catequese jubilar convidando os fiéis a reconhecer o exemplo da Virgem Maria, que toma cuidado de cada um dos seus filhos, que para os cristãos, ela é o ícone da piedade.

O Santo Padre citou o grande escritor italiano, Dante Alighieri, que assim se expressou na oração a Nossa Senhora, que se encontra no ápice do seu poema Paraíso: “Em ti, misericórdia; em ti, piedade (…) em ti se reúne tudo o que há de bom na criatura”.
Saudações

Ao término da catequese jubilar, o Papa passou a saudar os numerosos peregrinos e fiéis, em algumas línguas. Em italiano fez uma saudação especial às Irmãs da Imaculada Conceição, por ocasião do seu Capítulo Geral, e à Comunidade do Pontifício Colégio Ucraniano São Josafat. A eles e aos demais presentes, Francisco assim se expressou:
“Desejo que o Jubileu da Misericórdia, com a passagem pela Porta Santa, seja uma ocasião para manifestar aos irmãos a mesma piedade de Deus Pai, que sempre nos consola nas dificuldades”.

Enfim, o Santo Padre recordou aos presentes que, hoje, a liturgia celebra a festa de São Matias, o último que entrou a fazer parte do grupo dos Doze Apóstolos. E exortou:

“Que o seu vigor espiritual estimule os jovens a serem coerentes com a sua fé; que a sua entrega a Cristo Ressuscitado sustente os enfermos, nos momentos de maior dificuldade; que a sua dedicação missionária seja demonstração de que o amor é o fundamento insubstituível da família”.

Antes de conceder a sua Bênção Apostólica, o Papa Francisco saudou os presentes de língua portuguesa.

“Uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, especialmente aos fiéis da Missão Católica Portuguesa de Friburgo na Suíça e ao grupo brasileiro do Santuário Jardim da Imaculada da Cidade Ocidental. Este mês de Maria convida-nos a multiplicar diariamente os atos de devoção e imitação da Mãe de Deus. Rezem o terço todos os dias! Deixem que a Virgem Mãe entre no seu coração; confiem-lhe tudo o que vocês são e têm. Deus será tudo em todos. Que Deus abençoe vocês e seus entes queridos.”

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Diante da crise política, Papa pede paz e diálogo aos brasileiros





Na saudação após a Catequese de hoje, o Papa Francisco deixou uma mensagem especial aos brasileiros

Da redação, com Rádio Vaticano

Ao fim da catequese desta quarta-feira, 11, Papa Francisco fez uma saudação especial aos brasileiros devido ao conturbado momento político do país:

“Ao saudar vocês, peregrinos brasileiros, o meu pensamento vai à sua amada nação. Nesses dias em que nos preparamos para Pentecostes, peço ao Senhor que derrame abundantemente os dons do Espírito Santo, para que, nesses momentos de dificuldade, o país caminhe pelas sendas da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo. Que a proximidade de Nossa Senhora Aparecida – que como uma boa mãe jamais abandona seus filhos – seja defesa e guia no caminho”, disse o Pontífice.

O Papa Francisco está informado e acompanha a situação política brasileira por meio dos bispos da CNBB. Ao fim da Assembleia realizada em Aparecida, em abril, a entidade emitiu uma nota a respeito.

Na semana passada, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, teve a oportunidade de falar com o Santo Padre sobre o tema. Dom Orani pedira ao Papa que rezasse pelo Brasil. Em resposta, Francisco disse que reza sempre pelo nosso país.

A crise também esteve na pauta da audiência privada que o Papa concedeu, nesta terça-feira, 10, à atriz Letícia Sabatella e à juíza substituta do Tribunal de Justiça de São Paulo, Kenarik Boujikian.

O Senado brasileiro vota, nesta quarta-feira, o parecer pela admissibilidade do processo de impeachment que, se aprovado, afastará a Presidente Dilma Rousseff temporariamente por 180 dias.
HOMILIA
Papa encoraja jovens a dar a vida pelo Evangelho
TERÇA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2016, 9H19

Francisco pediu que no lugar da insatisfação que atinge os jovens cresça a voz do Espírito que os leve a gastar a vida por causas nobres

Da Redação, com Rádio Vaticano



Foto: L’Osservatore Romano

O Papa Francisco iniciou suas atividades nesta terça-feira, 10, celebrando a missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta.

A homilia de Francisco foi inspirada no trecho dos Atos dos Apóstolos que narra a despedida de Paulo da comunidade de Mileto. Trata-se de uma cena emocionante: Paulo sabe, e o diz, que não verá mais aquela comunidade, os presbíteros de Éfeso que mandou chamar e agora estão ao seu redor. Chegou a hora de partir para Jerusalém, é ali que o Espírito o conduz, o mesmo Espírito do qual reconhece o absoluto senhorio sobre sua vida, que sempre o impulsionou ao anúncio do Evangelho, enfrentando problemas e penas. Francisco destacou que este trecho evoca a vida do missionários de todas as épocas.

“Partiam obrigados pelo Espírito Santo: uma vocação! E quando, nesses lugares, vamos ao cemitério e vemos suas lápides: muitos morreram jovens, com menos de 40 anos. Porque não estavam preparados para suportar as doenças locais. Deram a vida jovens: ‘gastaram’ a vida. Eu penso que eles, naquele último momento, longe de sua pátria, de sua família, de seus caros, tenham dito: ‘O que eu fiz valeu a pena!'”.
Missionários, glória da Igreja

O Papa explicou que o missionário parte sem saber o que lhe espera e citou a despedida da vida de São Francisco Xavier narrado por José María Pemàn, escritor e poeta espanhol de 1900. Uma página que evoca aquela de São Paulo, que disse em seu discurso de despedida: “Sei apenas que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte, dizendo que me aguardam cadeias e tribulações”. Francisco disse que o missionário sabe que a vida não será fácil, mas prossegue.

Ao falar sobre os apóstolos de hoje o Papa se emocionou.

“Os nossos missionários, esses heróis da evangelização dos nossos tempos. A Europa que encheu de missionários outros continentes… E esses partiam sem voltar… Creio que seja justo agradecer ao Senhor por seu testemunho. É justo que nós nos alegremos por ter esses missionários, que são testemunhas verdadeiras. Eu penso em como foi o último momento deles: como pode ter sido a despedida? Como Xavier: ‘Deixei tudo, mas valeu a pena!’. Anônimos, foram embora. Outros mártires, isto é, oferecendo a vida pelo Evangelho. Esses missionários são a nossa glória! A glória da nossa Igreja!”.
Jovens, “gastem” a vida por causas nobres

Ao concluir, Francisco pediu que no lugar da insatisfação que atinge os jovens de hoje, cresça a voz do Espírito que os leve a gastar a vida por causas nobres.

“Gostaria de dizer aos jovens de hoje que não se sentem à vontade, que dizem ‘não estou muito feliz com esta cultura do consumismo, do narcisismo…’, olhem o horizonte! Olhem para lá, olhem para esses nossos missionários! Pedir ao Espírito que os obrigue a ir para longe, a ‘gastar’ a vida. É uma palavra um pouco dura, mas a vida vale a pena ser vivida. Mas para vivê-la bem, ‘gastá-la’ no serviço, no anúncio, e ir avante. Esta é a alegria do anúncio do Evangelho”.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Papa explica ação do Espírito Santo no coração do homem

(SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2016)

Francisco destacou que o Espírito dá testemunho de Jesus; e todas as vezes que sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha em nós

O Papa Francisco começou a semana celebrando a Missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta. Próximo da celebração de Pentecostes, as leituras falam sempre mais do Espírito Santo.

Francisco recordou uma passagem dos Atos dos Apóstolos em que o Senhor abriu o coração de uma mulher de nome Lídia, uma comerciante de púrpura que, na cidade de Tiatira, ouvia as palavras de Paulo.

“Essa mulher sentiu algo dentro de si, que a levou a dizer: ‘Isso é verdade! Eu estou de acordo com aquilo que este homem diz, este homem que testemunha Jesus Cristo. O que ele diz é verdade!’. Mas quem tocou o coração desta mulher? Quem lhe disse: ‘Ouça, porque é verdade’? Foi precisamente o Espírito Santo que fez com que esta mulher sentisse que Jesus era o Senhor; fez com que sentisse que a salvação estava nas palavras de Paulo; fez com que esta mulher ouvisse um testemunho.”

O Papa explicou que o Espírito dá testemunho de Jesus e todas as vezes que nós sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha dentro de nós.
Perseguição

Francisco disse que o Evangelho fala de um testemunho duplo: o Espírito que testemunha Jesus e o nosso testemunho. Nós somos testemunhas do Senhor com a força do Espírito. Jesus convida os discípulos a não se escandalizarem, porque o testemunho carrega consigo as perseguições. Das “pequenas perseguições das fofocas”, das críticas àquelas grandes perseguições, de que a história da Igreja está repleta, que leva os cristãos à prisão e os leva até mesmo a dar a vida.

“É o preço do testemunho cristão”, disse Jesus. “Expulsarão vocês das sinagogas e chegará a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. O cristão, com a força do Espírito, testemunha que o Senhor vive, que o Senhor ressuscitou, que está entre nós e celebra conosco Sua Morte e Ressurreição, toda vez que nos dirigimos ao altar. O cristão dá também testemunho, ajudado pelo Espírito, em sua vida cotidiana, com o seu modo de agir, mas, muitas vezes, esse testemunho provoca ataques e perseguições.”

Francisco explicou que o Espírito Santo, que nos fez conhecer Jesus, é o mesmo que nos impele a torná-Lo conhecido, não tanto com palavras, mas com o testemunho de vida.

“É bom pedir ao Espírito Santo que venha ao nosso coração para dar testemunho de Jesus, e dizer-lhe: ‘Senhor, que eu não me distancie de Jesus. Ensina-me o que Jesus ensinou. Faz-me lembrar o que Jesus disse e fez, e ajuda-me a testemunhar estas coisas. Que a mundanidade, as coisas fáceis, as coisas que vem do pai da mentira, do príncipe deste mundo, o pecado, não me distanciem do testemunho'”.

MOTIVAÇÕES
CNBB publica subsídio para o Dia Mundial das Comunicações

(SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2016)

O subsídio traz roteiros para celebrar o Dia das Comunicações, sugestões para mídias sociais, além de motivações para Missas e celebração da Palavra

Da redação, com CNBB

A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB publicou nesta segunda-feira, 2, o subsídio com a mensagem do papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no próximo domingo, 8. O tema proposto para este ano é “Comunicação e Misericórdia: um encontro profundo”.

O subsídio traz roteiros para celebrar o Dia das Comunicações, sugestões para mídias sociais, além de motivações para Missas e celebração da Palavra. Também são sugeridas iniciativas para preparar o evento, como a realização de oficinas de comunicação na Igreja contemplando as áreas de jornal, rádio, teatro, mural, cartazes, blogs, sites e redes sociais e entrevistas no rádio, TV e impressos sobre o tema do Dia Mundial das Comunicações. 

Além, disso a Comissão motiva a organização de cafés da manhã ou um dia de palestra, com confraternização com profissionais, professores e pesquisadores da comunicação e agentes da Pastoral da Comunicação para estreitar as relações entre Igreja e imprensa local. 
Cultura da Comunicação

Na apresentação do subsídio, a Comissão para a Comunicação da CNBB sugere que a mensagem do papa seja estudada e refletida nas dioceses, regionais e comunidades, incentivando, assim, a organização de outras iniciativas que marcam a data. Recorda, ainda, as motivações do Diretório Nacional da Comunicação da Igreja no Brasil: 

“O Dia Mundial das Comunicações é uma ocasião propícia para comemorar o bem que a Igreja e a sociedade realizam com a comunicação; para motivar e incentivar novas iniciativas, novos grupos e novas reflexões; para conscientizar sobre a necessidade de inserir-se na nova cultura da comunicação e propor o Evangelho a essa nova realidade”.

Na mensagem deste ano, o Papa Francisco diz que “como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das ações da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos”. 

O subsídio está disponível neste link: 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Papa explica ação do Espírito Santo no coração do homem
(SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2016)

Francisco destacou que o Espírito dá testemunho de Jesus; e todas as vezes que sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha em nós

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco começou a semana celebrando a Missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta. Próximo da celebração de Pentecostes, as leituras falam sempre mais do Espírito Santo.

Francisco recordou uma passagem dos Atos dos Apóstolos em que o Senhor abriu o coração de uma mulher de nome Lídia, uma comerciante de púrpura que, na cidade de Tiatira, ouvia as palavras de Paulo.

“Essa mulher sentiu algo dentro de si, que a levou a dizer: ‘Isso é verdade! Eu estou de acordo com aquilo que este homem diz, este homem que testemunha Jesus Cristo. O que ele diz é verdade!’. Mas quem tocou o coração desta mulher? Quem lhe disse: ‘Ouça, porque é verdade’? Foi precisamente o Espírito Santo que fez com que esta mulher sentisse que Jesus era o Senhor; fez com que sentisse que a salvação estava nas palavras de Paulo; fez com que esta mulher ouvisse um testemunho.”

O Papa explicou que o Espírito dá testemunho de Jesus e todas as vezes que nós sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha dentro de nós.
Perseguição

Francisco disse que o Evangelho fala de um testemunho duplo: o Espírito que testemunha Jesus e o nosso testemunho. Nós somos testemunhas do Senhor com a força do Espírito. Jesus convida os discípulos a não se escandalizarem, porque o testemunho carrega consigo as perseguições. Das “pequenas perseguições das fofocas”, das críticas àquelas grandes perseguições, de que a história da Igreja está repleta, que leva os cristãos à prisão e os leva até mesmo a dar a vida.

“É o preço do testemunho cristão”, disse Jesus. “Expulsarão vocês das sinagogas e chegará a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. O cristão, com a força do Espírito, testemunha que o Senhor vive, que o Senhor ressuscitou, que está entre nós e celebra conosco Sua Morte e Ressurreição, toda vez que nos dirigimos ao altar. O cristão dá também testemunho, ajudado pelo Espírito, em sua vida cotidiana, com o seu modo de agir, mas, muitas vezes, esse testemunho provoca ataques e perseguições.”

Francisco explicou que o Espírito Santo, que nos fez conhecer Jesus, é o mesmo que nos impele a torná-Lo conhecido, não tanto com palavras, mas com o testemunho de vida.

“É bom pedir ao Espírito Santo que venha ao nosso coração para dar testemunho de Jesus, e dizer-lhe: ‘Senhor, que eu não me distancie de Jesus. Ensina-me o que Jesus ensinou. Faz-me lembrar o que Jesus disse e fez, e ajuda-me a testemunhar estas coisas. Que a mundanidade, as coisas fáceis, as coisas que vem do pai da mentira, do príncipe deste mundo, o pecado, não me distanciem do testemunho'”.