terça-feira, 30 de agosto de 2016

RIO DE JANEIRO
Dom Orani visita "Divina Geometria" e fala sobre a exposição
SÁBADO, 27 DE AGOSTO DE 2016, 8H41


Com obras de Oskar Metsavaht, a exposição retrata o olhar artístico do autor sobre o Cristo Redentor, monumento nacional

Da redação, com Arquidiocese do Rio

A exposição “Divina Geometria”, no Museu Histórico da Cidade, recebeu na tarde dessa sexta-feira, 26, a visita do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e do Ministro da Cultura, Marcelo Calero, além do representante geral da UNESCO no Brasil, Lucien Muñoz.



Fotos: Divulgação/Marcelo Lince

Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro, é uma satisfação a Igreja Católica poder fazer parte da história, contribuindo para a exposição. “A cidade do Rio de Janeiro, que leva também o nome do mártir e padroeiro, São Sebastião, carrega consigo essa união com a Igreja, desde sua fundação. O monumento ao Cristo Redentor é também outro sinal dessa grande graça para o Rio, o Brasil e o mundo”, disse o Cardeal Orani João Tempesta.

A mostra, assinada por Oskar Metsavaht, foi inaugurada no dia 16 de julho, no museu localizado no interior do Parque da Cidade, na Gávea. O trabalho imprime através de fotos, pinturas e videoinstalações o olhar artístico sobre o Cristo Redentor.

A exposição, resultado de uma pesquisa artística, arquitetônica e conceitual sobre o monumento, surgiu a partir de um convite da Arquidiocese do Rio de Janeiro, cooperação da representação brasileira da UNESCO e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. O símbolo nacional ganha a leitura contemporânea de Oskar, que já interpretou em outras mostras ícones como o calçadão de Ipanema, a tribo indígena Ashaninka e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim.

“Tive total liberdade de criação para compor cada obra, o que me permitiu percorrer caminhos diversos, inspirado em sua arquitetura, sua pioneira construção e em sua simbologia espiritual e religiosa. A estátua, um dos primeiros monumentos de concreto armado realizados com esta técnica, definiu parte de nossa arquitetura modernista nas décadas seguintes. Também pesquisei a interpretação da imagem do Cristo pelos artistas góticos e renascentistas”, resume Oskar.

A exposição também revela curiosidades desconhecidas do grande público, como o fato de a construção do Cristo Redentor ter sido um projeto precursor do crowdfunding. Em 1921, a Igreja conclamou paróquias, devotos e cariocas das mais variadas classes para fazerem doações e, assim, arrecadou a verba necessária para colocar de pé o grandioso projeto.

De acordo com o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar Raposo, a mostra une espiritualidade e cultura: “Essa exposição quer evidenciar os valores espirituais intrínsecos em nosso símbolo maior, o monumento Cristo Redentor”, destaca Padre Omar.

CASA SANTA MARTA
Papa recebe visita das Irmãs Clarissas de Clausura
QUINTA-FEIRA, 25 DE AGOSTO DE 2016, 15H

Encontro nesta manhã na Casa Santa Marta teve Missa presidida pelo Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco recebeu a visita das Irmãs de Clausura do Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria, situado nas imediações da cidadezinha de São Francisco de Assis, na diocese de Foligno. O encontro foi nesta quinta-feira, 25, na Casa Santa Marta, onde Francisco reside no Vaticano.

Durante o encontro, que se realiza no âmbito do Ano Santo da Misericórdia, a convite do Papa, Francisco entregou às consagradas e, simbolicamente, a todas as Comunidades Claustrais do mundo a Constituição Apostólica “Vultum Dei quaerere” (“À busca da Face de Deus”), de 29 de junho, dedicada à vida contemplativa feminina. Já as Irmãs Clarissas deram ao Papa uma cópia fiel do Crucifixo de São Damião, pintado pela abadessa Maria Chiara Mosetti.

As 24 Irmãs Clarissas, uma Noviça e duas Postulantes, estavam acompanhadas pelo bispo de Foligno, Dom Gualtiero Sigismondi, presidente da Comissão para o Clero e a Vida Consagrada da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Não faltaram momentos de oração comum no encontro do Papa com as Clarissas, vivido em espírito de partilha espiritual alegre e fraterna. O Santo Padre presidiu a celebração Eucarística, na Capela Santa Marta, concelebrada pelo bispo de Foligno e com os cantos das religiosas. As intenções da Missa foram oferecidas pelas vítimas do terremoto no centro da Itália.

Em sua homilia, o Pontífice recordou o valor da oração, ponto central da vida contemplativa de clausura, que sintetizou em três palavras: riqueza, testemunho e esperança. A “riqueza”, explicou o Papa, não deve ser material, mas espiritual; a verdadeira riqueza dos consagrados são dons do Senhor, recebidos gratuitamente.

Esta riqueza, afirmou Francisco, leva ao testemunho, a segunda palavra que ele sugeriu às Irmãs. “Vocês, disse, são Irmãs de Clausura e ninguém as vê. Porém, as pessoas reconhecem o valor do seu testemunho. Vocês transmitem, com a contemplação e a oração, a vida Jesus, centro da nossa vida. Com suas orações, vocês sustentam a Igreja e o mundo. Eis seu verdadeiro testemunho”!

O Santo Padre explicou a terceira palavra: a “esperança”. “Vocês, frisou o Papa, são portadoras e semeadoras da esperança da vinda do Esposo: a esperança de encontrar o Senhor. É desta esperança que nasce a verdadeira alegria da vida consagrada. O Senhor nos chama à felicidade”.

O Papa concluiu sua homilia exortando as religiosas a agradecerem sempre ao Senhor pela vida comunitária e a manterem a comunhão fraterna, demonstrando ser pessoas “ricas dos dons divinos”.

Após a Santa Missa, as Irmãs Clarissas deixaram a Casa Santa Marta e se dirigiram à Basílica de São Pedro, para uma visita privada e para passar pela Porta Santa do Ano Jubilar da Misericórdia. As consagradas rezaram o Credo e se detiveram em oração diante dos túmulos do Beato João XXIII e São João Paulo II.

Por fim, as Irmãs Clarissas do Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria regressaram à Casa Santa Marta, onde almoçaram com o Papa Francisco.

"Deus paga muito mais do que os homens", diz Papa
DOMINGO, 28 DE AGOSTO DE 2016, 9H49

Na oração do Angelus, o Papa Francisco afirmou que Deus dá um lugar muito mais bonito do que os homens oferecem

Da redação, com Rádio Vaticano

“Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para Ele”.

O Evangelho proposto pela liturgia do dia ofereceu ao Papa Francisco a oportunidade para refletir sobre a humildade, explicando que Jesus “nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar”, isto é, de procurar as coisas pequenas.

A pressa dos convidados em escolher os primeiros lugares à mesa. “Uma cena que vimos tantas vezes: buscar o melhor lugar, mesmo com os cotovelos”, observa Pontífice, ao iniciar sua reflexão diante da multidão reunida na Praça São Pedro.
Leia mais

A cena narrada no Evangelho de Lucas, oferece duas indicações: uma relativa ao lugar e a outra à recompensa.

“Não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar”.

Com esta recomendação, Jesus não pretende dar regras de comportamento social, mas uma lição sobre o valor da humildade, explica o Papa.

“A história ensina que o orgulho, o carreirismo, a vaidade, a ostentação são a causa de muitos males. E Jesus nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar, isto é, de procurar a pequenez e escondimento: a humildade. Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para ele.”
A recompensa é a vida eterna

As palavras de Jesus enfatizam atitudes completamente diferentes e opostas: a atitude de quem escolhe o próprio lugar e a atitude de quem deixa que Deus o indique e espera dele a recompensa, observou.

“Não esqueçamos disto: Deus paga muito mais do que os homens! Ele nos dá um lugar muito mais bonito do que nos dão os homens! O lugar que nos dá Deus está perto de seu coração e a sua recompensa é a vida eterna. ‘Você será abençoado’, disse Jesus, você receberá a sua recompensa na ressurreição dos justos”, afirma o Santo Padre.

A nossa hospitalidade, deve ser caracterizada por uma atitude desinteressada, o que pode ser comprovado ao se convidar os pobres, os aleijados, os mancos, e os cegos, porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na ressurreição dos justos.

“Trata-se de escolher a gratuidade em vez do cálculo oportunista que tenta obter uma recompensa, que busca o interesse e que busca enriquecer-se mais. De fato, os pobres, os simples, os que não contam, eles não poderão nunca retribuir um convite para a refeição”.
Preferência pelos pobres e excluídos

Desta forma Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental do Evangelho que é servir o próximo por amor de Deus.

“Hoje Jesus se faz voz dos que não tem voz e dirige a cada um de nós um forte apelo para abrir o coração e fazer nossos os sofrimentos e as ansiedades dos pobres, dos famintos, dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida, daqueles que são descartados pela sociedade e pela arrogância dos mais fortes. E estes descartados representam na realidade a maior parte da população.”

Então o Pontífice agradeceu aos voluntários que trabalham nos refeitórios, verdadeiras academias de caridade que difundem a cultura da gratuidade, oferecendo seus serviços, dando de comer a pessoas sozinhas, carentes, desempregadas ou sem uma moradia fixa.

“Eles são motivados pelo amor de Deus e iluminados pela sabedoria do Evangelho. Assim, o serviço aos irmãos torna-se um testemunho de amor, que torna crível e visível do amor de Cristo”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016


Roma sente terremoto de 6 graus; Papa reza pelas vítimas


Destruição em Amatrice - AFP
24/08/2016 06:31

PARTILHA:




Rádio Vaticano (RV) – O terremoto de 6 graus na escala Richter que atingiu o centro da Itália também foi sentido em Roma. A Audiência geral com o Papanesta quarta-feira foi realizada.


Não foram registrados danos na capital nem no Vaticano. Tampouco na Basílica de São Francisco, em Assis. Alguns danos foram reportados na Basílica de São Bento em Núrcia. 

Às 3h36 (hora local) o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) registrou o epicentro do terremoto principal a 4 quilômetros de profundidade entre as províncias de Rieti e Ascoli Piceno, distantes cerca de 100 km da capital. Seguiram-se durante a madrugada outros tremores de 5.1 e 5.4 graus.

A cidade mais atingida foi Amatrice, na província de Rieti, para onde meios especiais da Defesa Civil foram deslocados logo após o terremoto.

O prefeito de Amatrice, Sergio Pirozzi disse que “a cidade não existe mais” e que “há pessoas sob os escombros”.

Foram registrados desabamentos e danos em cidades e estradas do Lácio, da Úmbria e das Marcas.

As primeiras informações são de que duas pessoas morreram na região das Marcas e de que vítimas estariam sob os escombros também em Accumoli, epicentro do terremoto.

Pela manhã, o número de mortos confirmados pela Defesa Civil era de 37.


domingo, 21 de agosto de 2016



Igreja \ Igreja no Brasil

Fé, oração e caridade: a carta do Papa ao CEN


O Papa enviou a sua bênção aos participantes do CEN2016 - ANSA
20/08/2016 14:29

PARTILHA:




Belém (RV) – Os participantes do XVII Congresso Eucarístico Nacional do Brasil, em andamento em Belém até domingo (21/08), receberam uma saudação e uma bênção especiais do Papa Francisco, por meio de uma mensagem transmitida pelo Cardeal Cláudio Hummes, seu enviado para o evento.

Na ocasião em que se festeja o quarto centenário de fundação da cidade e do início da evangelização na Amazônia, o Papa pede ao Cardeal Hummes que comunique a todos o amor do Pontífice pelos Pastores da Amazônia e de todo o Brasil, bem como por todas as comunidades eclesiais.

Catequese, oração e caridade

“Confirmando a fé do povo, tratando da catequese, recordando prática da oração e do exercício da caridade na vida quotidiana, será dada especial ênfase à igreja doméstica, que é a família, no seio da qual nascem e são educadas as futuras gerações de cristãos e missionários”, escreve o Pontífice.

“Enquanto os fiéis, numerosos, receberem os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia e reconhecerem o Senhor na fração do pão (cf. Lc 24, 31), adorarem-no com piedade e conduzirem-no em procissão na união dos irmãos no único Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, estaremos presente também Nós e Nos alegraremos sobremaneira, e desejamos já exortar à caridade os que mais dela carecem: ‘do amor mútuo e, em particular, da solicitude por quem passa necessidade, seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo’ (São João Paulo II, Mane Nobiscum, Domine, 28)”.

Continuem a obra

“Levando já em conta, com gratidão e admiração, os maduros frutos da fé e do apostolado, oriundos do anúncio do Evangelho com o auxílio da graça divina, invocamos humildemente o Espírito Santo para que se digne também no nosso tempo impulsionar à continuação da obra de evangelização, com fervor, muitos sacerdotes, religiosos homens e mulheres e fiéis leigos, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria de Nazaré e de todos os santos, especialmente daqueles que, no Brasil, anunciaram a fé em Cristo pela vida e pelo trabalho”.

Francisco termina sua mensagem concedendo a sua Bênção Apostólica a todos os que estão presentes ou unidos ao evento pelos meios de comunicação.

Papa Francisco \ Angelus

"Jesus é a porta que nos propicia amor, compreensão e proteção"


Domingo, 21 de agosto. Oração dominical do Angelus - REUTERS
21/08/2016 13:00

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) – “Nossa vida não é um videogame e nem uma novela. Nossa vida é uma coisa séria e o objetivo a alcançar é importante: a salvação eterna”. Assim disse o Papa em sua reflexão neste domingo (21/08). Aos milhares de fiéis que neste domingo ensolarado tomaram a Praça São Pedro, o Papa falou sobre a salvação representada pela porta de Jesus, que conduz ao perdão do Pai.


Porta de Jesus é sempre aberta para todos

“A porta da misericórdia de Deus – prosseguiu – é sempre aberta para todos. Deus não tem preferências, pois acolhe sempre todos, sem distinção. E a salvação que Ele nos dá é um fluxo incessante de misericórdia que derruba qualquer barreira e abre para surpreendentes perspectivas de luz e de paz”.

No Evangelho de Lucas, Jesus adverte: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos ten­tarão entrar e não conseguirão”. “Esta porta não é estreita porque é oprimente – explicou o Papa – mas porque assim, nós limitamos e contemos nosso orgulho e nosso medo; e nos abrimos com coração humilde e confiante a Ele, reconhecendo-nos como pecadores e necessitados de seu perdão”.

Em silêncio para meditar com os fiéis

Improvisando, o Papa propôs aos presentes que pensassem em silêncio alguns instantes nas coisas que cada um têm dentro e que impedem que se atravesse esta porta: o orgulho, a soberba, os pecados...

“Depois, pensemos na outra porta, aquela que está escancarada... a damisericórdia de Deus que nos espera do outro lado, para nos perdoar. Esta porta é a ocasião”.

Referindo-se ainda à narração de Lucas, Francisco lembrou que “a um certo ponto, o dono da casa se levanta e fecha a porta. “Mas se Deus é bom e nos ama, por que fecha a porta? Porque nossa vida não é um videogame e nem uma novela. Nossa vida é uma coisa séria e o objetivo a alcançar é importante: a salvação eterna. Ao entrar pela porta de Jesus, a porta da fé e do Evangelho, deixamos para trás atitudes mundanas, maus hábitos, egoísmos e fechamentos”.

Maria nos ajude a compreender

A exortação final do Pontífice foi a Maria: “a ela, peçamos que nos ajude a entender as ocasiões que o Senhor nos oferece para atravessar a porta da fé e percorrer uma estrada maior: o caminho da salvação, capaz de acolher todos os que se deixam envolver pelo amor. É o amor que salva; é o amor que na terra é fonte de bem-aventuranças para aqueles que na mansidão, na plenitude e na justiça, se esquecem de si e se doam aos outros, especialmente aos mais frágeis”.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Mensagem de hoje do Papa Francisco

Assunção de Nossa Senhora
(15 de Agosto)

Dia das Mil Ave-Marias

A festa da Assunção de Nossa Senhora é uma das mais antigas da Igreja. No ano de 600 já a Igreja Católica festejava este dia de glória de Maria Santíssima. A festividade de hoje lembra como a Mãe de Jesus Cristo recebeu a recompensa de suas obras, dos seus sofrimentos, penitências e virtudes. Não só a alma, também o corpo da Virgem Santíssima fez entrada solene no céu. Ela, que durante a vida terrestre desempenhou um papel todo singular, entre as criaturas humanas, com o dia da gloriosa Assunção começou a ocupar um lugar no céu que a distingue de todos os habitantes da celeste Sião.


Só Deus pode dar uma recompensa justa; só Ele pode remunerar com glória eterna serviços prestados aqui na terra; só Ele pode tirar toda a dor, enxugar todas as lágrimas e encher nossa alma de alegria indizível e dar-nos uma felicidade completa. Que recompensa o Pai Eterno não teria dado àquela que por ele mesmo tinha sido eleita, para ser a Mãe do Senhor humanado? Se é impossível descrever as magnificências do céu, impossível é fazermos idéia adequada da glória que Maria Santíssima possui, desde o dia da Assunção. Se dos bem-aventurados do céu o último goza de uma felicidade infinitamente maior que a do homem mais feliz no mundo, quanta não deve ser a ventura daquela que, entre todos os eleitos, ocupa o primeiro lugar; aquela que pela Igreja Católica é saudada: Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, Rainha de todos os Santos!

Que honra, que distinção, que glória não recebeu Maria Santíssima pela sua gloriosa Assunção! Esta distinção honra também a nós e é o motivo de nos alegrarmos. Maria, que agora é Rainha do Céu, foi o que nós somos, uma criatura humana e como tal, nasceu e morreu, como nós nascemos e devemos morrer; mais que qualquer outra, foi provada pelo sofrimento, pela dor. Pela glória com que Deus a distinguiu, é honrado o gênero humano inteiro e por isso a elevação de Maria à maior das dignidades no céu é o motivo para nos regozijarmos. Outro motivo ainda de alegria temos no fato de Maria Santíssima ser a Medianeira junto ao trono divino.

O protestantismo não se cansa de repetir que a Igreja Católica adora os Santos. Doutrina da Igreja Católica é que os Santos podem interceder por nós, e que suas orações tem grande valor aos olhos de Deus; por isto, devemos invocá-los e pedir-lhes a intercessão. Esta doutrina, baseada na Sagrada Escritura, é além disto mui racional. Os Santos não são iguais em santidade e por isto seu valor de intermediários não é o mesmo. Entre todos os habitantes da Jerusalém, a mais santa, a mais próxima de Deus é Maria Santíssima. A intercessão de Maria deve, portanto, ser mais agradável a Deus e mais valiosa para nós. São Bernardino de Siena chama Maria Santíssima a “tesoureira da graça divina”; Santo Afonso vê em Maria o “ refúgio e a esperança dos pecadores”, e a Igreja Católica invoca-a sob os títulos de “ Mãe da divina graça, Porta do céu. Advogada nossa”. Maria Santíssima é a nossa Mãe, nossa grande medianeira, pelo fato de ser a Mãe de Jesus Cristo, nosso grande mediador.

O dia de sua gloriosa Assunção é para nós um grande “Sursum corda”. Levantemos os nossos corações ao céu, onde está nossa Mãe. Invoquemo-la em nossas necessidades, imitemo-la nas virtudes. Desta sorte, tornando-nos cada vez mais semelhantes ao nosso grande modelo, mais dignos seremos da sua intercessão e mais garantidos da nossa salvação eterna.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade, que foi acreditada desde os primeiros anos do cristianismo, e declarada Dogma em 1950 pelo Papa Pio XII. Eis um trecho de um sermão de São João Damasceno, sobre o mistério da ressurreição e Assunção de Nossa Senhora: “Quando a alma da Santíssima Virgem se lhe separou do puríssimo corpo, os Apóstolos presentes em Jerusalém, deram-lhe sepultura em uma gruta do Getsêmani. Tradição antiqüíssima conta que, durante três dias, se ouviu doce cantar dos Anjos. Passados três dias não mais se ouviu o canto. Tento entretanto chegado também Tomé e desejando ver e venerar o corpo, que tinha concebido o Filho de Deus, os Apóstolos abriram o túmulo mas não acharam mais vestígio do corpo imaculado de Maria, Nossa Senhora. Encontraram apenas as mortalhas, que tinham envolvido o santo corpo, e perfumes deliciosos enchiam o ambiente. Admirados de tão grande milagre, tornaram a fechar o sepulcro, convencidos de que Aquele que quisera encarnar-se no seio puríssimo da Santíssima Virgem, preservara também da corrupção este corpo virginal e o honrara pela gloriosa assunção ao céu, antes da ressurreição geral”

REFLEXÕES:

Como deve ser suave a morte como termo de uma vida santa! Se queres ter uma morte santa, imita a Maria Santíssima na prática das virtudes, principalmente na fé, na confiança em Deus, no amor a Deus e ao próximo, na humildade, paciência e mansidão, na incomparável pureza, na conformidade absoluta à vontade de Deus. Não há nenhuma destas virtudes, cuja prática esteja acima das tuas forças. Não te importa que os homens te desprezem, se Deus te dá tua estima. Que importa se os homens te abandonarem, sendo Deus teu amigo e protetor? É indiferente que sejas rico ou pobre, se possuíres a Deus. Que são os sofrimentos, tribulações, pobreza, fome, sede e doença em comparação com uma boa morte, que te transportará para uma glória e felicidade sem fim? Quem mais participou da Paixão de Jesus Cristo do que sua Santa Mãe? Há, entre os Santos todos, um só, que tenha sofrido como Maria Santíssima? Não é Ela a Rainha dos Mártires? Não obstante é a bendita entre as mulheres, a Esposa do Espírito Santo, a eleita da Santíssima Trindade.

Também nós havemos de seguir o caminho da cruz, para nos tornarmos dignos da eterna glória. À Vista de Maria Santíssima ao pé da cruz e seu divino Filho pregado no lenho da ignomínia, devem emudecer nossas queixas, nossos desânimos.

Lembremo-nos ainda que hoje é o dia das Mil Ave-Marias. Esta prática salutaríssima, vêm dos nossos avós, por antiga tradição católica. É preciso difundir cada vez mais, principalmente no seio da família este dia tão especial, para que nossos pósteros levem adiante esta chama tão preciosa de graça e de bênção de valor inimaginável. É muito salutar passar o dia rezando, intensa e continuamente as Ave-Marias em honra a Maria Santíssima. É como que fazer um retiro espiritual em meio às nossas atividades cotidianas. Delas podemos alcançar por intercessão de Maria, copiosas bênçãos e graças espirituais ou mesmo as temporais que nos afligem nesta peregrinação terrestre.

Coloquemos hoje, nas mãos amorosas de Nossa Senhora, todas as nossas dificuldades, aflições e intenções mais íntimas. Façamos o possível para, pelo menos, lembrar-nos de repetir continuamente a oração da Ave-Maria, ainda que mentalmente, desde o alvorecer até o anoitecer. Ainda que o ideal fosse não só contar as Ave-Marias, mas meditar todos os respectivos mistérios do Rosário, as nossas atividades diárias, no automóvel, no trabalho, na escola, no lar, podem impedir meditação adequada. Não importa, o que vale é passarmos o dia rezando, sempre que pudermos, essa oração poderosa tanto para os ataques do mal, quanto para obtermos as graças daí advindas.
Fonte: Página Oriente

sábado, 6 de agosto de 2016

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Oremos pelos nossos Sacerdotes

São João Maria Vianney
(4 de Agosto)

“Por onde passam os Santos, Deus com eles passa”. Foi no ano de 1772, que um santo mendigo, Bento José Labre, passando por Dardilly, se hospedou na humilde casa dos Vianney. A benção de Deus entrou com ele naquela mansão; pois poucos anos depois, nasceu lá aquele que no mundo inteiro é conhecido por João Vianney – o santo Cura d’Ars. Que eficácia maravilhosa da esmola! Deus dá a pobres camponeses um filho, que vem a ser um dos seus grandes servidores, recompensando assim uma obra de caridade, que dispensaram a um pobre mendigo.

João Batista Maria Vianney nasceu e foi batizado em 8 de maio de 1786. Desde a infância, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Padre-Nosso, a Ave-Maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria Belusa, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade.

A França achava-se agitadíssima com os horrores da revolução e como os sacerdotes estivessem exilados ou encarcerados, não foi possível a João Vianney encontrar um mestre, que lhe desse algumas instruções sobre as ciências elementares. Era natural, pois, que passasse a mocidade entregue aos trabalhos do campo. Entretanto João continuava as práticas de piedade com todo fervor e o pecado era para ele coisa conhecida só de nome. Fez a primeira Comunhão numa granja, sendo que a perseguição religiosa não permitia o culto público nas igrejas.

Amainado o temporal da revolução, Vianney achou um grande amigo e protetor, na pessoa do Padre M. Balley, vigário de Ecully, que descobrira na alma de João qualidades superiores, que deviam ser aproveitadas e cultivadas, para a maior glória de Deus. Se era grande o fervor, admirável a virtude do jovem Vianney, se melhor mestre não podia haver do que o Padre Balley, tudo parecia desfazer-se diante de uma barreira, que se levantava insuportável: a falta de inteligência do estudante. Não fora a persistência imperturbável do santo sacerdote, Vianney teria desanimado, diante das dificuldades, que se lhe afiguravam invencíveis. Com as orações e a caridade redobrada que dispensava aos pobres, Vianney alcançou a graça de poder continuar os estudos com algum proveito. Quando estava prestes a ser recebido no seminário, veio-lhe ordem de apresentar-se à autoridade militar de Bayonne. Foram baldados os esforços do Padre Balley para obter isenção do serviço militar, para o protegido e pareciam aniquiladas de vez todas as esperanças. Vianney, caiu doente e passou quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne.

Passado esse tempo, ninguém mais se lembrou dele para o serviço militar e só assim pode matricular-se no pequeno Seminário de Verrières e mais tarde no grande Seminário de Santo Irineu. Mestres e alunos eram unânimes em conceder a Vianney a palma quanto à virtude e santidade entre os condiscípulos. O preparo intelectual do jovem, porém, era tão deficiente, que os mestres não se viram com coragem de apresentá-lo para a ordenação.

O vigário geral do Cardeal Fesch, Mons. Courbon, que em última instância devia decidir a questão, deu consentimento para que Vianney fosse admitido ao sacerdócio e o jovem, teólogo recebeu as santas Ordens a 9 de agosto de 1815. Vianney, contava já 29 anos.

Os primeiros três anos do sacerdócio passou-os na companhia e sob a direção do primeiro mestre e amigo, Padre Balley. Este faleceu e a Cúria episcopal nomeou Vianney Cura d’Ars. O novo campo de ação era o mais ingrato possível. Ars era um lugar sem religião. A Igreja deserta, os sacramentos não eram freqüentados, o trabalho no domingo, a freqüência de bailes e cabarés estavam na ordem do dia. Vianney, vendo o estado das coisas, teve ímpetos de abandonar tudo. “Que vou fazer aqui?” – exclamou. – Neste meio nada farei e tenho medo até de perder-me”. Mas logo o seu zelo se lhe reanimou. Fixou residência na matriz e sua primeira ocupação era rezar pela conversão dos paroquianos. Desde a manhã à noite, com pequenas interrupções, ficava de joelhos diante do altar do Santíssimo Sacramento. As frugalíssimas refeições ele mesmo as preparava.

Depois começou a procurar as famílias. Nas visitas lhes falava de Deus, dos Santos, das coisas da religião. Se bem que a maior parte não lhe ligasse importância, um ou outro reparava na batina rota e velha, na modéstia e piedade, no aspecto austero e mortificado do vigário. Pouco a pouco o povo ficou conhecendo o pároco, cujas orações e mais ainda o exemplo, acabaram por franquear-lhe o caminho aos corações de todos. Alguns começaram a freqüentar a santa Missa.

O número daqueles que acompanhavam o piedoso Cura na recitação do rosário, todas as tardes, crescia de dia para dia e depois de algum tempo, o Santíssimo não ficava nenhuma hora durante o dia, sem adorador. A Comunhão freqüente foi pelo Santo Cura introduzida na paróquia, com muita felicidade. Para as senhoras se fundou a Confraria do Rosário e para os homens a Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Tendo assim elevado a certa altura a vida religiosa na paróquia, Vianney passou a combater os abusos. O zelo de pastor dirigiu-se principalmente contra os cabarés, as danças e a profanação do domingo. Sem recorrer a meios rigorosos e ameaças, fazendo, pelo contrário, prevalecer a caridade, Vianney conseguiu que um cabaré após outro, se fechasse. Quanto à dança, os espíritos se dividiram em duas correntes: uma a favor da campanha do vigário e outra contra. Veio a festa de São Sixto, padroeiro do lugar. O baile fazia parte integrante do programa dos festejos profanos. Fizeram-se os convites do costume. Mas a decepção dos moços foi grande, quando à hora do baile, nenhuma moça lá apareceu. E o baile não se realizou.

Restava ainda restabelecer o domingo, em toda a sua dignidade. Tão freqüentes, tão insistentes e persuasivas eram as exortações do vigário, a respeito do trabalho no domingo, que determinaram mudança completa no pensamento do povo, que em seguida, passou a observar, com todo o rigor, o descanso dominical.

Ars estava renovada. Os vícios já não existiam. Abusos foram extirpados. Todos queriam ser bons cristãos. Respeito humano era coisa desconhecida em Ars. Incorreria na censura pública quem não quisesse praticar a religião. Não se ouvia mais nenhuma blasfêmia; não existia inimizade alguma em Ars. Ao toque do Ângelus os homens se descobriam e interrompiam o trabalho, para rezar as Ave-Marias. O confessionário se via assediado, até altas horas da noite. Aos domingos a igreja estava sempre repleta, por ocasião das missas, das vésperas, do catecismo e do terço. Foi preciso o vigário alargar a matriz e construir novas capelas, como as de São João Batista, de Santa Filomena, de Ecce Homo e a dos Santos Anjos.

Conhecendo a grande miséria das almas e os perigos em que se achavam as pobres órfãs, Vianney fundou na paróquia um asilo, a que deu o nome de “Providência”. Para as asiladas era um pai que sacrifícios não media, para que nada lhes faltasse. Essa fundação, em si tão útil e boa, foi para Vianney uma fonte de desgostos. Mais de uma vez lhe sobreveio o desânimo e profundamente desgostoso, exclamava: “Ah ! se tivesse sabido o que quer se dizer ser sacerdote, eu teria procurado a minha salvação na Cartuxa ou na Trappa”. Por duas vezes tentou fugir de Ars para ver-se livre do pesado fardo do ministério pastoral.

O segredo dos grandes resultados espirituais, na paróquia de Ars, estava unicamente na santidade do Cura. Vianney era homem da oração e da penitência. A um colega que o visitou e dolorosamente se queixou do triste estado em que se achava, perguntou: “Rezastes entre lágrimas? Não é bastante. Jejuastes já? Deitastes-vos sobre o chão duro e tomastes a disciplina? Se ainda não o fizestes, não penseis ter feito tudo”. O que a outros aconselhava ele o praticava. Levava vida de extrema pobreza. Dos pobres da paróquia era Vianney o mais pobre. Possuía uma só batina e esta cheia de remendos. O estado do chapéu era tal, que provocava o riso dos colegas. Vianney não possuía nada e nada guardava. E quanto bem não fez às órfãs, e aos pobres! A vida austeridade, em nada difere da vida Cura d’Ars, com a dos grandes eremitas do deserto do Egito. Quando muito, tomava três refeições cheias por semana, e que refeições! O “cardápio” não constava senão dumas ervas cruas, pão seco e água. O sono era um repouso de duas horas apenas. Quando se tratava da conversão dum pecador, mais apertava o jejum, e a cama trocada pelo chão. A saúde de Vianney era fraquíssima. O Santo sofria cruciantes dores nos intestinos, dores de cabeça violentas. Vinte vezes esteve doente e vinte vezes se curou subitamente, fato que grande admiração causou aos médicos. Houve quem lhe dissesse que suas penitências excediam os limites do lícito e Vianney respondeu-lhe: “O Senhor não sabe que meus pecados exigem um tratamento como este”. Além destas práticas comuns de penitência, Vianney usava ainda outras como: a flagelação, o cilício, etc.

Se com aquela santa vida agradava a Deus, tanto mais provocava as iras do inimigo, que o perseguia com toda a sorte de malefícios, chegando a ponto de fisicamente o maltratar. As influências diabólicas devem ser atribuídas também às calúnias, de que Vianney foi vítima. Tudo isso, porém, não conseguia roubar-lhe o contentamento íntimo e a alegria da alma.

Nos últimos anos o organismo lhe denunciava um estado de fraqueza extraordinário. Quando rezava o terço na igreja, sua voz era quase imperceptível. No mês de maio de 1843 lhe sobreveio uma forte pneumonia, que lhe pôs em grande perigo a vida. Vianney pediu que lhe administrassem os santos Sacramentos do Viático e da extrema Unção. Aprovado pela expectativa da morte, o Santo invocou uma grande Padroeira Santa Filomena pedindo que o curasse, ainda que fosse necessário um milagre. Santa Filomena, curou-o e consolou-o com sua aparição.

Vianney possuía um grande amor ao Santíssimo Sacramento. Este amor, este fogo se manifestava nas visitas que fazia a Jesus na Eucaristia, nas alocuções e principalmente na Santa Missa. Quem o via celebrar, tinha a impressão do celebrante ver o próprio Nosso Senhor. Deste amor lhe brotava o culto aos grandes amigos de Deus: a São João Batista, a São José, a Santa Filomena, sua padroeira por excelência e à Santíssima Virgem. Daí também o zelo infatigável pela conversão dos pecadores.

Vianney não era só pastor das almas de Ars. Deus quis que o pobre Cura fosse o Apóstolo universal do século. A santidade do pobre Vianney atraía as almas, que nas suas necessidades o procuravam, para a ele se confessar e dele receber conselhos e conforto. Esta afluência durou trinta anos e só por uma intervenção sobrenatural pode ser explicada. As peregrinações a Ars começaram em1826. De 1835 em diante, o número anual de peregrinos que procuravam o Cura d’Ars, excedia a 80.000. Eram leigos e sacerdotes, bispos e cardeais, sábios e ignorantes, que vinham ajoelhar-se-lhes aos pés. Em 1843 recebeu um coadjutor e os missionários diocesanos vinham de vez em quando lhe prestar serviços também. Inúmeros eram os milagres que se operaram na humilde casa do Cura d’Ars. Tão numerosas eram as curas, devidas à intervenção de Vianney, que alguém um dia lhe disse: “Senhor Cura, basta que digais apenas: quero que estejas curado e a cura está feita”. Vianney ouvia os doentes em confissão e dirigia-os à capela de Santa Filomena. Era lá que os milagres se efetuavam. Só Deus sabe quantas conversões se realizaram em Ars, quantas almas lá encontraram a paz desejada.

Vianney morreu a 4 de agosto de 1859, mas a sua memória ainda está viva e glorioso se lhe tornou o túmulo. Declarado “venerável” por Pio IX, em 1925 lhe foi conferida a honra dos altares, pela solene canonização proferida pelo Papa Pio XI.

Reflexões:

E’ o imortal merecimento do Pe. Balley, ter descoberto e cultivado a vocação sacerdotal de seu pequeno paroquial João Batista Vianney. Não fossem o zelo e o interesse verdadeiramente paternais desse sacerdote, a Igreja não teria talvez o grande Santo d’Ars, padroeiro dos párocos. A bibliografia conta-nos as dificuldades insuperáveis quase com que o estudante Vianney tinha que lutar, para chegar ao sacerdócio. A boa vontade, o trabalho esforçado, a oração, tiveram como recompensa o apoio da divina graça, que fez do pobre menino de Dardilly um grande Santo, glória da sua terra e da Igreja de Deus.

Conta-se Ainda que ao aproximar-se a sua ordenação, o vigário geral reunido com alguns padres, ponderaram a inconveniência em lhe conceder o sacramento da Ordem, porque João Batista “era muito burro”, conforme comentaram entre si num momento de reunião, não com maldade, mas com a sinceridade de quem estava convencido da incapacidade intelectual de quem iria assumir tão elevado cargo. Nesse momento, João Batista estava chegando e ouviu ainda na ante-sala o constrangedor comentário. Ali ele aguardou a saída dos padres, e foi ter com o vigário. Antes de iniciar a conversação, o santo lhe pediu licença e disse: “Padre, se com uma atiradeira feita da mandíbula de um burro, Davi conseguiu derrubar Golias, imagine o que o senhor poderá fazer tendo nas mãos um burro inteiro!” Estas palavras foram suficientes para revogar a intenção do vigário que, logo em seguida, o enviaria à comunidade de Ars.

De fato, mais que Davi diante de Golias, nosso santo assumiu a paróquia com número ínfimo de católicos, sendo o restante do povo, pagão e completamente entregue aos divertimentos profanos e toda espécie de imundícies e vícios. Na fraqueza do santo, Deus manifestou a força, na limitação intelectual, sabedoria. A pregação, o apostolado, os milagres resultaram em sucessivas conversões. As árvores secas esverdearam e belos frutos de santidade multiplicaram extraordinariamente no campo do Senhor. Pouco antes de morrer, o Cura D’Ars pôde contemplar o resultado: Praticamente toda a cidade convertida.

Boas vocações vem do céu; é Deus que as dá. “Grande é a messe, diz Nosso Senhor, e poucos são os operários; pedi, pois ao Senhor da messe, para que mande operários para a sua messe”. Grande é a messe do Senhor e poucos são os Padres. São as famílias que devem fornecer as vocações; é das famílias que Deus, o Senhor da messe quer escolher seus operários. Trabalhemos, pois, cada um no lugar que Deus lhe determinou na sociedade, pela santificação da família, pela compreensão da sublimidade do sacerdócio; rezemos, para que o reino de Cristo se firme cada vez mais nas famílias; o reino de Cristo com seu espírito de sacrifício e de oração; rezemos pela santificação dos pais, das mães; pais santos, mães santas, que não deixam a Igreja sem sacerdotes. Da árvore do matrimônio virá o fruto santo do sacerdócio.

De São João Batista Vianney são as seguintes considerações, apropriadas aos nossos tempos:

1. “Devemos trabalhar para tornar-nos merecedores de receber a Santíssima Eucaristia todos os dias. Se não nos é possível comungar diariamente substituamos a Comunhão real pela espiritual, que pode ser feita a cada instante; e nós devemos ter o desejo ardente de receber Deus Nosso Senhor.

A Comunhão é para a alma o que o sopro é para o fogo, que está para apagar-se. – Ide à Comunhão, ide a Jesus! Ide viver dele para viver com Ele. Não digais que tendes muito que fazer. Não disse Nosso Senhor: Vinde a mim: vós que trabalhais e vos achais sobrecarregados? Não digais que não sois dignos. Tendes razão, mas é verdade também que d’Ele precisais. Se Nosso Senhor tivesse tido em vista a vossa dignidade, jamais teria instituído o belo sacramento do amor. Não digais que sois tão miseráveis. Gostaria mais de vos ouvir dizer que estais muito doentes e por isso deixais de chamar o médico. – Todos os seres necessitam do alimento para viver.

O alimento da alma é Deus. A alma só de Deus pode viver e nada mais a satisfaz, senão Deus”.

2. Sobre as danças dizia Vianney: “Vede meus irmãos, as pessoas que vão ao baile, deixam o Anjo da Guarda na porta e é um demônio que lhe toma o lugar, de modo que há no salão tantos demônios, quantos são os dançarinos”.- Se no tempo de Vianney assim já era, o que diria ele, se visse determinadas danças de hoje, que são a vergonha do nosso século? Especialmente em bailes onde a impureza jorra, a pancadaria impera, a violência produz desgraça? Isto bem conhecemos pela imprensa que, diariamente noticia consumo de drogas, brigas intensas, assassinatos fúteis em boates movidas por músicas frenéticas, embalos alucinantes e letras escandalosamente malignas.

3. A respeito da santidade do domingo, ouviu-se Vianney muitas vezes dizer: “Vós trabalhais, mas o ganho arruína o vosso corpo e a vossa alma. Se perguntasse àqueles que no domingo trabalham: Que estais a fazer? Eles poderiam responder: Estou vendendo a minha alma ao demônio; Estou crucificando Nosso Senhor; estou renegando o meu batismo!... Oh! Como se engana aquele que aproveita do domingo, pensando que ganha mais dinheiro! Vós tendes a convicção de que tudo depende do vosso trabalho; é engano. Ora vem uma doença, um acidente... é preciso tão pouca coisa... uma tempestade, uma chuva... Deus tem tudo na mão; ele pode vingar-se quando e como quer... Conheço dois meios para empobrecer: “Trabalhar no domingo e roubar bens alheios”.
Fonte: Página Oriente


Papa visitou capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, recordando o “perdão de Assis”, que completa 8 séculos em 2016

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa diante da Porta da Misericórdia na Porciúncula / Foto: Reprodução CTV

O Papa Francisco visitou nesta quinta-feira, 4, a capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, na Itália. A visita assume um caráter especial tendo em vista a celebração, em 2016, do oitavo centenário do perdão de Assis e o Ano da Misericórdia.

Acesse

Após um momento de oração silenciosa na capela, o Papa propôs ao público presente na Basílica uma meditação inspirada no Evangelho de Mateus (Mt 18, 21-35). Francisco abriu o discurso citando palavras de São Francisco de Assis na Porciúncula: “Quero mandar-vos todos para o paraíso”.

“A via mestra a seguir para alcançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. E aqui, na Porciúncula, tudo fala de perdão. Que grande prenda nos deu o Senhor ao ensinar-nos a perdoar, para tocar quase sensivelmente a misericórdia do Pai!”, disse o Papa.

Papa reza na capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos / Foto: Reprodução CTV

A parábola presente no Evangelho de Mateus fala justamente sobre o perdão, conta como Jesus ensinou o gesto de perdoar. Quando os fiéis se ajoelham no confessionário, observou o Papa, buscam a paciência de Deus, porque estão conscientes de seus defeitos e das recaídas no pecado. “Deus não se cansa de nos oferecer o seu perdão, sempre que Lho pedimos. É um perdão completo, total, dando-nos a certeza de que, não obstante podermos voltar a cair nos mesmos pecados, Ele tem piedade de nós e não cessa jamais de nos amar”.

O problema, segundo o Papa, não está tanto na relação de perdão entre Deus e os homens, mas na prática do perdão entre os próprios homens. “Quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida conosco, invocamos justiça. Esta não é a reação do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cristãos”.


Papa recebeu participantes do capítulo geral da ordem dos dominicanos; no discurso, destacou pregação, testemunho e caridade

Da Redação, com Rádio Vaticano

Na manhã desta quinta-feira, 4, o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes do Capítulo geral da Ordem dos Dominicanos. O grupo de 70 frades, encabeçados pelo Mestre, Frei Bruno Cadoré, está reunido desde 17 de julho em Bolonha, neste ano em que se comemoram 8 séculos da confirmação da Ordem dos Pregadores pelo Papa Honório III.

Pregação, testemunho e caridade: estas três palavras são os alicerces que garantem o futuro da Ordem, segundo o Papa. Em seu discurso, feito em espanhol, ele lembrou que São Domingos, Pai Fundador, dizia: ‘Primeiro contemplar e depois ensinar’, pois “a pregação não tocará jamais o coração das pessoas se não houver uma forte união com Deus, em sua raiz”.

“Transmitir eficientemente a Palavra de Deus requer testemunho. O testemunho encarna o ensinamento, o faz tangível, acrescenta à verdade a alegria do Evangelho, de saber que somos amados por Deus e objeto de sua infinita misericórdia”.

Francisco afirmou que “os fiéis não necessitam apenas receber a Palavra em sua integridade, mas também experimentar o testemunho de vida de quem a prega”.

Por último, o Papa frisou que o pregador e o testemunho são condicionados à caridade: “Olhando hoje ao nosso redor, constatamos que o homem e a mulher dos nossos dias estão sedentos de Deus. Eles são a carne viva de Cristo, que grita «tenho sede» de palavras autênticas e libertadoras, de gestos fraternos e de ternura. Este grito nos interpela e deve ser o cerne da missão e da vida de nossas estruturas e programas pastorais”.

Verdade anunciada por amor e misericórdia

Neste sentido, Francisco terminou pedindo que os dominicanos pensem nisso ao programar o organograma da Ordem, discernindo sobre a resposta a este grito de Deus. “Quanto mais tentarmos saciar a sede do próximo, mais seremos pregadores da verdade, a verdade anunciada por amor e misericórdia”.