quinta-feira, 27 de outubro de 2016


Papa: amem o Rosário, oração simples que consola a mente e o coração


“O terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos Santos, é a oração do meu coração” - OSS_ROM
26/10/2016 15:39

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) - Na Audiência Geral desta quarta-feira (26/10), o Papa Francisco recordou que outubro é o mês dedicado ao Rosário e recomendou esta oração aos fiéis.


No tuíte de alguns dias atrás, o Pontífice confessou: “O terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos Santos, é a oração do meu coração”. 

Hoje, na Audiência Geral, o Papa explicou que o Rosário “é uma síntese da Divina Misericórdia”: 

“Nos mistérios do Rosário, com Maria, contemplamos a vida de Jesus que irradia a misericórdia do Pai. Alegremo-nos por Seu amor e perdão, o acolhamos nos estrangeiros e pobres, vivamos a cada dia de Seu Evangelho”, disse o Pontífice.

Dirigindo-se aos jovens, aos doentes e recém-casados, Francisco disse: 

“Esta oração mariana simples indique a vocês, queridos jovens, o caminho para interpretar a vontade de Deus em suas vidas. Amem esta oração, queridos doentes, porque ela carrega consigo o consolo para a mente e o coração. Que se torne para vocês, queridos recém-casados, um momento privilegiado de intimidade espiritual em sua nova família.”

O Papa Francisco presenteia todas as pessoas que encontra com um Rosário. “A Nossa Senhora está sempre próxima aos seus filhos. Está sempre pronta a nos ajudar quando a invocamos, quando pedimos a sua proteção. Ela não sabe esperar: é a Nossa Senhora da prontidão. Vai logo servir.”

(MJ)

Papa Francisco: desconcertante cancelar diferenças sexuais


Papa Francisco com membros da Comunidade Acadêmica do Pontifício Instituto “João Paulo II” - OSS_ROM
27/10/2016 16:16

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) - A beleza do plano de Deus para o casamento e a misericórdia para com as famílias feridas, os desafios das novas tecnologias e a desconcertante ideologia de gênero: estes os temas abordados pelo Papa Francisco em seu discurso à Comunidade Acadêmica do Pontifício Instituto “João Paulo II” para os Estudos sobre o Matrimônio e Família por ocasião do início do novo Ano Letivo.


Crise familiar: prevalece cada vez mais o “eu” sobre o “nós”

Hoje “os laços conjugais e familiares são de muitos modos colocados à prova”: o Papa parte de uma reflexão sobre a cultura atual “que exalta o individualismo narcisista, uma concepção da liberdade desligada da responsabilidade pelo outro, o crescimento da indiferença para com o bem comum, o impor-se de ideologias que agridem diretamente o projeto familiar, como também o crescimento da pobreza que ameaça o futuro de tantas famílias”.

“Depois, há as questões abertas pelo desenvolvimento de novas tecnologias - sublinha -, que tornam possíveis práticas, por vezes, em conflito com a verdadeira dignidade da vida humana”. Prevalece cada vez mais o “eu” sobre o “nós”, o indivíduo sobre a sociedade: “É um êxito que contradiz o plano de Deus, que confiou o mundo e a história à aliança do homem e da mulher”.

Ideologia de gênero: desconcertante

Sem mencionar diretamente a ideologia de gênero, o Papa fala da necessidade de “reconhecer a diferença como uma riqueza e uma promessa, não como um motivo de sujeição e de prevaricação. O reconhecimento da dignidade do homem e da mulher leva a uma correta valorização de seu relacionamento recíproco. Como podemos conhecer profundamente a humanidade concreta da qual somos feitos sem aprendê-la através desta diferença?”:

“É impossível negar a contribuição da cultura moderna à redescoberta da dignidade da diferença sexual. Por isso, é muito desconcertante constatar que agora esta cultura apareça como bloqueada por uma tendência a cancelar a diferença, em vez de resolver os problemas que a mortificam”.

Na verdade - continuou o Papa -, “quando as coisas estão indo bem entre homem e mulher, também o mundo e a história vão bem. Caso contrário, o mundo se torna inóspito e a história pára”.

Beleza do casamento e misericórdia para as famílias feridas

O testemunho da “beleza da experiência cristã da família” - destaca Francisco -, deverá inspirar-nos ainda mais profundamente; ao mesmo tempo, é necessário ter “grande compaixão e misericórdia pela vulnerabilidade e falibilidade do amor entre os seres humanos”, mas sem resignar-se à falência humana, para apoiar o resgate do plano de Deus para a família, “ícone da aliança de Deus com toda a família humana”:

De fato, é correto reconhecer que, às vezes, “apresentamos um ideal teológico do matrimônio demasiado abstrato, construído quase artificialmente, distante da situação concreta e das possibilidades efetivas das famílias tais como são. Esta excessiva idealização, sobretudo quando não despertamos a confiança na graça, não fez com que o matrimônio fosse mais desejável e atraente; muito pelo contrário”.

Proximidade da Igreja

Os dois Sínodos sobre a família – observou ainda o Papa –, “manifestaram a necessidade de ampliar a compreensão e o cuidado da Igreja por este mistério do amor humano no qual o amor de Deus por todos se sedimenta”. Neste sentido, “o tema pastoral de hoje não é apenas o da distância de muitos do ideal e da prática da verdade cristã do matrimônio e da família; mais decisivo ainda se torna o tema da ‘proximidade’ da Igreja”:

“Proximidade às novas gerações de cônjuges, para que a bênção de seu relacionamento os convença sempre mais e os acompanhe, e proximidade às situações de fraqueza humana, para que a graça possa resgatá-los, reanimá-los e curá-los. O indissolúvel vínculo da Igreja com seus filhos é o sinal fiel mais transparente do amor fiel e misericordioso de Deus”.

Teologia e pastoral caminham juntos

O Papa Francisco recorda, por fim, que “a teologia e pastoral caminham juntos”: “Não nos esqueçamos de que também os bons teólogos, como os bons pastores, têm o cheiro do povo e das estradas e, com sua reflexão, derramam óleo e vinho nas feridas dos homens”:

Uma doutrina teológica que não se deixa orientar e plasmar pela finalidade evangelizadora e pelo cuidado pastoral da Igreja é também impensável para uma pastoral da Igreja que não saiba fazer tesouro da revelação e da sua tradição, voltada a uma melhor inteligência e transmissão da fé”. (SP)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016


Bento XVI e Francisco. Sucessores de Pedro a serviço da Igreja


O Papa Francisco e Bento XVI - OSS_ROM
25/10/2016 18:29

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, acaba de publicar seu novo livro “Bento XVI e Francisco. Sucessores de Pedro a serviço da Igreja”.

O purpurado alemão detém-se, em particular, sobre a figura dos dois Pontífices, sobre a reforma da Cúria Romana, sobre a teologia de Joseph Ratzinger e, ainda, sobre a “Igreja pobre e para os pobres” do Papa Francisco.

Em entrevista concedida à Rádio Vaticano, o Card. Müller explicitou os temas tratados no livro. Eis o que disse:

Card. Müller:- “Todos os dois são Sucessores de São Pedro! E é importante ver isso propriamente segundo a nossa teologia: o Papa não é diretamente o sucessor do Papa precedente, mas todo Papa é o Sucessor de São Pedro e, por conseguinte, representa essa grande missão que Jesus Cristo confiou a ele. Por isso, cada Papa, em sua pessoa, é instruído pelo próprio Jesus Cristo.”

RV: A seu ver, qual foi o impulso que Bento XVI deu a nossa fé em Cristo? Em que, sobretudo, se caracterizou o Pontificado do Papa Ratzinger?

Card. Müller:- “O Papa Bento XVI escreveu este livro sobre Jesus de Nazaré e – como sabemos – essa era a confissão, era a profissão de fé de São Pedro. Muita gente dizia que Jesus era um profeta. Pedro, na pessoa da Igreja, graças a uma revelação do Pai Celeste, disse: ‘Tu és o Cristo, o Messias’. Esse é o núcleo da missão petrina! Esse livro não é somente um trabalho privado: professores escreveram sobre vários temas da teologia, da filosofia... Esse é quase o núcleo do Primado, porque precisamos de um Primado somente para isso, para unir todos os fiéis na mesma fé. A fé não é uma soma de convicções, de ideias. O centro da fé é a pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.”

RV: Um dos capítulos do seu livro é dedicado à “Igreja pobre e para os pobres”, à opção preferencial pelos pobres. Por que esse tema, que o Papa Francisco introduziu em seu Pontificado, imediatamente impressionou e continua surpreendendo tanto, inclusive os não católicos?

Card. Müller:- “Esta expressão ‘opção preferencial pelos pobres’ não éexclusiva, mas preferencial pelos pobres e pelos jovens, como se diz originalmente: essa expressão tem suas raízes no Concílio Vaticano II, naGaudium et spes e também na Doutrina Social da Igreja. É claro, não caiu do céu como uma estrela, mas vem do núcleo, do centro da missão da Igreja. Certamente, os bispos, os sacerdotes, os leigos da América Latina têm essa preferência porque esses temas são urgentes, mais urgentes do que em nossos países europeus ou nos EUA. O Papa Francisco sempre diz: ‘Aquilo que nós – a Igreja – podemos dar aos pobres é, sobretudo, o Evangelho’, essa nova notícia, que Jesus morreu e ressuscitou por todos os homens. Por conseguinte, devemos também ocupar-nos da promoção integral e do desenvolvimento de todos os homens: todos têm o direito fundamental de participar dos bens materiais, culturais, sociais da humanidade. O Papa Francisco abriu-nos novamente a isso, fazendo-nos ver isso direta e concretamente. Esse é o grande desafio que existe no mundo inteiro. Penso que por isso o Papa Francisco tem uma grande reputação e dá um grande impulso não somente à Igreja, mas também à humanidade. Essa é a sua importância e o seu papel no mundo de hoje.”

RV: O último capítulo do livro oferece uma abordagem sobre critérios teológicos para a reforma da Igreja e da Cúria Romana. No contexto dessa sua abordagem, como se situa o processo de reforma empreendido pelo Papa Francisco desde o início de seu Pontificado?

Card. Müller:- “Há muito tempo todo mundo fala de uma reforma da Cúria Romana ou da Igreja, mas é preciso distinguir uma reforma de um ente humano: trata-se aí da Igreja, e da Igreja fundada por Jesus Cristo, e, portanto, uma obra, um opus de Deus. E não somos capazes de reformar a Igreja, como se fosse quase um objeto em nossas mãos. Quando se fala da Cúria Romana deve-se ver, por primeiro, de que se trata. A Cúria Romana não é um aparato burocrático que administra a Igreja; esse é um pensamento por demais mundano! Trata-se, em primeiro lugar, de uma reforma espiritual onde a espiritualidade impele e motiva todos os participantes ao trabalho da Cúria Romana. A reforma da Cúria: muita gente, os jornalistas falam, particularmente, sobre a reforma no sentido de uma nova organização exterior, mas isso é de importância secundária. A reforma mais importante é a do espírito enquanto espírito de serviço, espírito de acolhimento. Nesse sentido, precisamos de uma reforma da Cúria. O próprio Papa falou não somente da reforma da Cúria, mas também da reforma da Igreja inteira, de todos os ordinariatos, vacariatos, das várias dioceses... É importante que haja um novo espírito não somente na burocracia e na administração. Como os membros da Cúria se consideram? Consideram-se empregados de uma organização ou são os representantes da Igreja que é o Corpo de Cristo, o templo do Espírito Santo, o Povo de Deus? O Santo Padre ressaltou a importância do exercício para toda a Cúria Romana, para uma Congregação singularmente considerada. A oração, a união com Deus com Jesus Cristo é a fonte da qual provém o nosso espírito.”

RV: Quais são os maiores dons que o Papa Francisco e o Papa Bento XVI deram e que, na realidade, continuam dando?

Card. Müller:- “Todos sabemos que o Papa Bento XVI é um teólogo de nível extraordinário, excepcional, mas não é somente um teólogo, não podemos cair neste clichê. Não foi somente ‘um professor alemão!’ Tem muita experiência na pastoral, escreveu muitos livros sobre a espiritualidade, sobre os grandes desafios da vida moderna, escreveu, pregou e deu explicações de altíssimo nível também intelectual e isso significa que o cristianismo tem uma intelectualidade própria. Somos capazes de dar respostas a todas as perguntas que existem a nível do Logos, não somos uma religião de sentimentos, de superficialidade, mas a fé entra diretamente em todas as questões existenciais do homem. O Papa Francisco vem do próprio contexto, a América Latina, há 500 anos uma grande região de fé católica com uma grande maioria de fiéis católicos. É positivo que entre essa dimensão cultural no catolicismo universal, para de certo modo superar o euro-centrismo... Neste mundo da globalização, da universalidade, é um bom sinal e podemos interpretá-lo como um sinal do Espírito Santo o fato de os Papas não serem provenientes somente da Europa ou de alguns países europeus. A nacionalidade não constitui um obstáculo a tornar-se um candidato para o Papado... O Espírito Santo é livre para escolher mediante os cardeais!” (RL)

Papa Francisco \ Audiência Geral

Audiência: sofrimento dos refugiados é responsabilidade de todos


Dentre os 25 mil fiéis, havia um grande número de brasileiros - ANSA
26/10/2016 10:46

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) – A Praça S. Pedro acolheu mais de 25 mil fiéis, entre os quais inúmeros brasileiros, para a Audiência Geral desta quarta-feira (26/10) com o Papa Francisco.


Em sua catequese, o Pontífice deu sequência à reflexão sobre as obras corporais de misericórdia. Na semana passada, falou sobre dar de comer e de beber. Desta vez, comentou outras duas: era estrangeiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes.

“A crise econômica, os conflitos armados e as mudanças climáticas obrigam tantas pessoas a emigrar. Todavia, as migrações não são um fenômeno novo, mas pertencem à história da humanidade. É falta de memória histórica pensar que são características dos nossos anos”, disse o Papa, citando como exemplo episódios bíblicos, como o de Abraão, do povo de Israel e da própria família de Jesus. “A história da humanidade é história de migrações: em todas as latitudes, não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.”

terça-feira, 25 de outubro de 2016


Papa recebe Maduro: aliviar o sofrimento do povo


Maduro após encontrar o Papa - AFP
25/10/2016 09:08

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano, no início da noite de segunda-feira (24/10), o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.


De acordo com um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro, de caráter privado, se realizou no “âmbito da preocupante situação de crise política, social e econômica que o país está atravessando e que se repercute duramente na vida cotidiana de toda a população”.

“Deste modo – prossegue a nota –, o Papa, que se preocupa com o bem de todos os venezuelanos, quis continuar oferecendo a sua contribuição a favor da estabilidade institucional do país e de tudo o que possa contribuir para resolver as questões em aberto e criar confiança entre as partes”.

Diálogo

Francisco convidou Maduro a “empreender com coragem o caminho do diálogo sincero e construtivo, para aliviar o sofrimento do povo, dos pobres em primeiro lugar, e promover um clima de renovada coesão social que permita olhar para o futuro da nação com esperança”.

A audiência foi anunciada poucos minutos da sua realização pelo Presidente Maduro, em um tuíte, e antecede um encontro entre representantes do Governo e da oposição, marcado para 30 de outubro, na ilha de Margarita (Venezuela), com a mediação da Santa Sé.

O Vaticano nomeou como seu mediador no processo de diálogo na Venezuela o Núncio Apostólico na Argentina, Dom Emil Paul Tscherrig.

O diplomata vaticano disse à imprensa que o objetivo do encontro do próximo dia 30 de outubro é procurar criar “um clima de confiança, superação da discórdia e a promoção de um mecanismo que garanta a convivência pacífica” entre governo e opositores.

A crise política no país sul-americano agravou-se nos últimos dias, depois que o Conselho Nacional Eleitoral bloqueou a realização de um referendo sobre a continuidade de Maduro na presidência.

A crise política na Venezuela soma-se a uma crise econômica, com dificuldades no acesso a alimentos, medicamentos e artigos de higiene.

O último encontro entre o Papa Francisco e Maduro se realizou em junho de 2013.


Papa: o Reino de Deus cresce com a docilidade, não com os organogramas


O Reino de Deus foi tema da homilia do Papa em 25/10/16 - OSS_ROM
25/10/2016 10:19

PARTILHA:




Cidade do Vaticano (RV) – Para que o Reino de Deus cresça, o Senhor requer a todos a docilidade. Esta foi a exortação que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis na Missa matutina (25/10) na Casa Santa Marta.


Bem-aventurados aqueles que “caminham na Lei do Senhor”. O Papa iniciou a sua homilia destacando que a Lei não é somente para estudá-la, mas para “caminhá-la”. E acrescentou que a Lei “é para a vida, é para ajudar a fazer o Reino, a fazer a vida”. Hoje, disse ainda Francisco, o Senhor “nos diz que também o Reino está em caminho”:

“O que é o Reino de Deus? Eh, talvez o Reino de Deus seja uma estrutura bem feita, tudo em ordem, organogramas bem feitos, tudo.... e aquilo que não entra ali, não é o Reino de Deus. Não. Com o Reino de Deus acontece o mesmo que pode acontecer com a Lei: o ‘imobilismo’, a rigidez … A lei é para caminhá-la, o Reino de Deus está em caminho. Não é estático. E mais: o Reino de Deus ‘se faz’ todos os dias’”.

Jesus, retomou o Papa, fala em suas parábolas de “coisas da vida cotidiana”: o fermento que “não permanece fermento”, porque, no final, “se mistura com a farinha”, está portanto “em caminho e faz o pão”. E depois a semente que “não permanece semente” porque “morre e dá vida à árvore”. “Fermento e semente – observou Francisco – estão em caminho para fazer algo”, mas para fazer isto, “morrem”. “Não é um problema de pequenez, de pouca ou grande coisa. É um problema – destacou o Pontífice – de caminho, e no caminho acontece a transformação”.

Devemos ser dóceis ao Espírito Santo

Alguém que vê a Lei e não caminha, advertiu, tem uma atitude fixa, “uma atitude de rigidez”: 

“Qual é o comportamento que o Senhor nos pede para que o Reino de Deus cresça e seja pão para todos e habitação, também, para todos? A docilidade. O Reino de Deus cresce com a docilidade à força do Espírito Santo. A farinha deixa de ser farinha e se torna pão, porque é dócil à força do fermento, e o fermento se deixa amassar com a farinha... não sei, a farinha não tem sentimentos, mas deste deixar-se amassar se pode pensar que há algum sofrimento ali, não? E depois, se deixa assar. Mas, também o Reino... mas o Reino cresce assim, e ao final é alimento para todos”.

“A farinha é dócil ao fermento”, cresce e o Reino de Deus “é assim”. “O homem e a mulher dóceis ao Espírito Santo – afirmou o Papa – crescem e são dom para todos. Também a semente é dócil para ser fértil, e perde a sua entidade de semente e se torna outra coisa, muito maior: se transforma”. Assim é o Reino de Deus: “em caminho”. Em caminho “rumo à esperança”, “em caminho em direção à plenitude”.

Rigidez

O Reino de Deus, disse ainda, “se faz todos os dias, com a docilidade ao Espírito Santo, que é aquele que une o nosso pequeno fermento ou a pequena semente à força, e o transforma para fazer crescer”. Se, ao invés, não caminhamos, nos tornamos rígidos e “a rigidez nos faz órfãos, sem Pai”:

“O rígido tem somente patrões, não um pai. O Reino de Deus é como uma mãe que cresce e fecunda, doa a si mesma para que os filhos tenham comida e teto, de acordo com o exemplo do Senhor. Hoje é um dia para pedir a graça e a docilidade ao Espírito Santo. Muitas vezes somos dóceis aos nossos caprichos, aos nossos juízos. ‘Mas, eu faço o que quero...’...Assim o Reino não cresce, tampouco nós. Será a docilidade ao Espírito Santo que nos fará crescer e transformar como o fermento e a semente. Que o Senhor nos dê a todos a graça desta docilidade”.

(bf/rb)

Católicos no mundo são quase 1 bilhão e 300 milhões


Milhares de fiéis na Praça São Pedro - ANSA
24/10/2016 14:33

PARTILHA:




Roma (RV) - Por ocasião do Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo, 23, a agência Fides apresentou, como faz todos os anos, algumas estatísticas a fim de oferecer uma imagem panorâmica da Igreja no mundo. Os dados são tirados do último "Anuário Estatístico da Igreja" (atualizado em 31 de dezembro de 2014) e referem-se aos membros da Igreja, às suas estruturas pastorais, às atividades no campo da saúde, educação e assistência. Entre parênteses indica a variação, aumento (+) ou diminuição (-) em relação ao ano precedente, de acordo com a comparação feita pela agência Fides.

População mundial ultrapassa 7 bilhões

Em 31 de dezembro de 2014, a população mundial era de 7.160.739.000 pessoas, um aumento de 66.941.000 unidades, em comparação com o ano anterior. O aumento global também se refere este ano a todos os continentes, exceto a Europa: os maiores aumentos, mais uma vez, estão na Ásia (+37.349.000) e África (+23.000.000), seguidos pela América (+8.657.000) e Oceania (649.000). Diminui a Europa (-2.714.000).

Católicos em todo o mundo são 1.272.281.000

Também em 31 de dezembro de 2014 o número de católicos era de 1.272.281.000, com um aumento global de 18.355.000 milhões de pessoas, menor do que o registrado no ano anterior. O aumento diz respeito a todos os continentes, exceto a Europa: África (+8.535.000) e América (+6.642.000), seguido pela Ásia (+3.027.000) e Oceania (+208.000). Diminui a Europa (-57.000). A percentagem de católicos aumentou em 0,09%, fixando-se em 17,77%. Por continente, houve aumentos na África (+0,38), América (+0,12), Ásia (0,05), Europa (+0,14) e Oceania (+0,09).

Habitantes e católicos por sacerdote

O número de habitantes por sacerdote aumentou também neste ano, um total de 130 unidades, atingindo a cota de 13.882. A repartição por continente mostra, como nos anos anteriores, o aumento na América (+79), Europa (+41) e Oceania (+289); diminuição na África (-125) e na Ásia (-1.100). O número de católicos por sacerdote no mundo aumentou complexivamente em 41 unidades, para um total de 3.060. Há aumentos na África (+73), América (+59), Europa (+22) e Oceania (+83). Diminuição na Ásia (-27).

Circunscrições eclesiásticas

As circunscrições eclesiásticas são 9 a mais do que no ano anterior, chegando a 2.998, com novas circunscrições criadas na África (+1), América (+3), Ásia (+3) e na Europa (+2). A Oceania não teve mudanças.

Os bispos são mais de 5.000

O número total de bispos no mundo aumentou em 64 unidades, chegando a 5.237. Também este ano aumentaram, seja os bispos diocesanos, seja os religiosos. Os Bispos diocesanos são 3.992 (+47); Bispos religiosos são 1.245 (+17). O aumento dos Bispos diocesanos diz respeito a todos os continentes, exceto Oceania (-1): América (+20), Ásia (+9), África (+1) e Europa (+18). Bispos religiosos aumentam em todos os lugares: África (+5), América (+2), Ásia (+3), Europa (+6), Oceania (+1).

Aumenta número de sacerdotes

O número total de sacerdotes no mundo aumentou em 444 unidades em relação ao ano anterior, chegando a 415.792. Assinala uma diminuição substancial mais uma vez a Europa (-2.564) e, em menor medida, a América (-123) e Oceania (-86); os aumentos foram registados na África (+1.089) e Ásia (+2.128). Os sacerdotes diocesanos no mundo aumentaram em 765 unidades, chegando a um total de 281.297, com aumentos na África (+1.023), América (+810) e Ásia (+848). A diminuição, também neste ano, verificou-se na Europa (-1.914), e Oceania (-2). Os sacerdotes religiosos diminuíram no total de 321 unidades e são 134.495. Consolidando a tendência dos últimos anos, crescendo na África (+66) e na Ásia (+1.280), enquanto as diminuições afetam a América (-933), Europa (-650) e Oceania (-84).

Diminuem as religiosas

Os religiosos não sacerdotes diminuíram pelo segundo ano consecutivo, em contraste com os anos precedentes, de 694 unidades, alcançando o número de 54.559. Os aumentos foram registrados na África (+331) e Ásia (+66), enquanto diminuem na América (-362), Europa (-653) e Oceania (-76). Também este ano se confirma a tendência à diminuição global das religiosas, este ano ainda mais do que no ano anterior, de 10.846 unidades. O total hoje é de 682.729. Os aumentos são, mais uma vez, na África (+725) e Ásia (+604), as reduções na América (-4.242), Europa (-7.733) e Oceania (-200).

(SP)


    Papa: rio de ódio no mundo é vencido pelo oceano da misericórdia de Deus


    Papa Francisco confessando uma jovem na Praça São Pedro - ANSA
    24/10/2016 10:40

    PARTILHA:




    Cidade do Vaticano (RV) - "Vivemos em tempos difíceis", os de uma "guerra mundial em pedaços", mas "o rio do ódio e da violência nada pode contra o oceano de misericórdia que inunda nosso mundo."


    É o que o Papa Francisco escreve no prefácio do livro “Não tenha medo de perdoar” do Pe. Luís Dri, sacerdote confessor em Buenos Aires e grande amigo de Jorge Mario Bergoglio quando era arcebispo da capital argentina. O livro, realizado em colaboração com Andrea Tornielli e Alver Metalli, foi publicado pela editora RaiEri e estará disponível nas livrarias a partir desta terça-feira, 25. 

    O Papa Francisco recorda de Pe. Luís Dri as longas horas passadas no confessionário em Buenos Aires, o gesto de beijar a mão dos penitentes, o escrúpulo por ter perdoado demais. Diante do Santíssimo Sacramento, Pe. Luís pedia ele mesmo perdão por ter perdoado demais e, como São Leopoldo Mandić, se dirigia a Jesus que nisso lhe deu “mau exemplo”. 

    “Um comportamento necessário hoje”, escreve o Papa, “porque ao penitente que entrou no confessionário “por acaso” (“mas no plano de Deus Pai nada é casual”, explica Francisco) ou como etapa final de um percurso sofrido, “é preciso fazer sentir o abraço misericordioso do nosso Deus. Um Deus que nos precede, nos espera e acolhe”.

    Não é por acaso que no confessionário de Pe. Luís se encontra um quadro de Rembrandt sobre o retorno do Filho Pródigo. “A misericórdia é o amor materno visceral que se comove diante da fragilidade de sua criatura e a abraça, e a grande fidelidade do Pai que sempre apoia, perdoa e volta a colocar os seus filhos em seu caminho.”

    Para Pe. Luís, a misericórdia é um ato de contestação do egoísmo, porque reconhece não "eu", mas "Outro" o princípio criador do mundo. Aceitando a misericórdia de Deus para o homem e imitando o seu comportamento, se adquire benefícios também na vida coletiva, porque “a misericórdia é um comportamento profundamente social”. 

    O Papa reitera que na “guerra mundial em pedações” que estamos vivendo, “todo sinal de amizade, toda mão estendida e toda reconciliação, embora não faça notícia, é destinada a trabalhar no tecido social", desde a família às relações entre os Estados. Um oceano de misericórdia contra o rio do ódio no qual se imergir e se deixar regenerar.

    (MJ)

    Papa: a Lei do Senhor não foi feita para escravizar, mas para libertar


    Papa celebra missa na Santa Marta, 24 de outubro de 2016 - OSS_ROM
    24/10/2016 10:37

    PARTILHA:




    Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco começou a semana celebrando na segunda-feira (24/10) a Missa na capela da Casa Santa Marta.


    Em sua homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus cura uma mulher no sábado, provocando a indignação do chefe da Sinagoga porque – diz ele – foi violada a Lei do Senhor.

    “Não é fácil caminhar na Lei do Senhor”, comentou o Papa, é “uma graça que devemos pedir”. Jesus o acusa de ser hipócrita, uma palavra que “repete tantas vezes aos rígidos, àqueles que têm uma atitude de rigidez em cumprir a lei”, que não têm a liberdade dos filhos, “são escravos da Lei”. Porém, “a Lei – observou – não foi feita para nos escravizar, mas para nos libertar, para nos fazer filhos”. “Por trás da rigidez, tem sempre outra coisa, sempre! E por isso Jesus diz: hipócritas!”:



    “Por trás da rigidez há algo escondido na vida de uma pessoa. A rigidez não é um dom de Deus. A mansidão, sim; a bondade, sim; a benevolência, sim; o perdão, sim. Mas a rigidez não! Por trás da rigidez há sempre algo escondido, em tantos casos uma vida dupla; mas há também algo de doentio. Quanto sofrem os rígidos: quando são sinceros e se percebem isso, sofrem! Porque não conseguem ter a liberdade dos filhos de Deus; não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são beatos. E sofrem tanto! Parecem bons, porque seguem a Lei; mas por trás tem alguma coisa que não os torna bons: ou são maus, hipócritas ou são doentes. Sofrem!”.

    O Papa Francisco recordou a parábola do filho pródigo, em que o filho mais velho, que sempre se comportou bem, se indigna com o pai porque acolhe com alegria o filho menor dissoluto, mas que regressou arrependido. Esta atitude – explicou o Papa –, mostra o que há por trás de certa bondade: “a soberba de se julgar justo”:

    “Por trás deste comportar-se bem há soberba. Um filho sabia que tinha um pai e no momento mais obscuro da sua vida foi até ele; o outro via o pai somente como patrão, mas nunca o havia visto como pai. Era um rígido: caminhava na Lei com rigidez. O outro deixou a Lei de lado, foi embora sem a Lei, contra a Lei, mas a um certo ponto pensou no pai e voltou. E obteve o perdão. Não é fácil caminhar na Lei do Senhor sem cair na rigidez”.

    O Papa concluiu a homilia com esta oração:

    “Peçamos ao Senhor, rezemos pelos nossos irmãos e as nossas irmãs que pensam que caminhar na Lei do Senhor significa se tornar rígidos. Que o Senhor lhes faça sentir que Ele é Pai e que Ele gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão e de humildade. E ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”.

    sábado, 22 de outubro de 2016


    São João Paulo II

    (22 de Outubro)

    Em Wadowice, Polônia, no dia 18 de Maio de 1920, nascia um menino branco como a neve, a cor da paz, herdou o nome do pai, Karol Josef Woltyla. Sua infância e juventude não foram tão livre quanto ele foi no seu interior.
    Aos nove anos ficou órfão da mãe Emília; aos 11 anos perdera seu irmão Edmundo e aos 21 anos, morria também seu pai. O jovem das dores se tornou o líder do consolo. Gostava de teatro, música popular, literatura e ainda chegou a jogar futebol como goleiro num time da cidade. Porém, suas melhores defesas fora a favor da paz, das mulheres, dos jovens e dos pobres.

    Em 01 de novembro de 1946, aos 26 anos, fora ordenado sacerdote católico pelo cardel-arcebispo da Cracóvia, Adam Stefan Sapieha. A partir daí começou sua história e ascensão religiosa, conforme a vontade de Deus. Doze anos mais tarde, foi nomeado Bispo Auxiliar da Crócavia, em 04 de Julho de 1958, e dois meses mais tarde Bispo, em 29 de Setembro. No dia 13 de Janeiro de 1964, fora nomeado Arcebispo da Crócavia.

    Depois Woltyla participou do Concílio Vaticano II onde colaborou na redação de documentos importantíssimos para a história da Igreja Católica: o Dignitates Humanae (Declaração sobre a liberdade religiosa) e a Gaudium et Spes (Constituição Pastoral sobre a Igreja e o mundo de hoje). Até que, no dia 26 de Junho de 1967, o Papa Paulo IV nomeou Cardeal.

    Aos 58 anos de vida, em 16 de outubro de 1978 foi eleito Papa pelo conclave, Sumo Pontífice da Igreja Católica, Una e Santa, adotando o nome de PAPA JOÃO PAULO II, e homenagem ao seu antecessor João Paulo I, que falecera de forma inesperada com 33 dias de Pontificado (o 11° mais curto da história).

    João Paulo II foi eleito como o primeiro Papa Polonês e o primeiro não italiano em 455 anos desde Adriano VI (1522-1523). Liderou a Igreja por 26 anos e seis meses, o segundo mais longo Pontificado da história, atrás apenas do Pio IX.

    O mais importante de tudo não são os dados históricos, mas os atos concretos que ele realizou ao longo do seu Pastoreio.

    Homem de profunda oração e muito sábio, sempre procurou a paz e a unidade, foi o Papa que mais fez viagens apostólicas, percorrendo o mundo em busca de promover a paz. Foi o mensageiro mais ousado do século XX, suas realizações e escritos são pérolas preciosas. Foi o Papa mais popular da história. Pregou numa Igreja Luterana e numa Mesquita (em Damasco, Síria). Visitou o Muro das lamentações, em Jerusalém, pediu perdão dos erros que a “Igreja” cometeu no passado em sua história. 1


    Com sua coragem criticou fortemente o Comunismo Soviético, na década de 80, a aproximação da Igreja com o Marxismo nos países em desenvolvimento, e a teologia da Libertação.

    Foi um grande promotor da aproximação da Igreja Católica com várias outras religiões. Procurou a reconciliação com os judeus, em 2000. Amigo da Paz, foi motivado do diálogo inter-religioso e do ecumenismo com a Igreja Ortodoxa, separada desde o cisma de 1054.

    Seu pontificado foi marcado como sendo ele um grande escritor. Além de artista-cantor. Ao todo, o riquíssimo depósito de formação espiritual, doutrinal e humana que nos deixou, contam com 14 encíclicas, 9 exortação apostólicas, além de outras cartas aos jovens, aos artistas, as mulheres, ás família, entre outros documentos, homilias e pronunciamentos. Mas nem tudo foram flores e alegrias em sua vida. O bom homem sofreu bastante com alguns incidentes e sua saúde. Aos 40 anos foi atropelado por um caminhão militar alemão, em Cracóvia e sofreu uma fratura no crânio. Em 13 de Maio de 1981, foi vítima de um atentado na Praça de São Pedro, por parte do turco Ali Agca, quando se recuperou deste fato que foi conhecido mundialmente ainda visitou o criminoso na cadeia e o perdoou. Foi internado outras vezes sofrendo por tumor do Cólon e da vesícula biliar; outra vez por que caiu e fraturou uma omoplata (1993) e depois fraturou o fêmur noutra queda (1994). Ainda mais, sofreu de apêndice (1996), artrose no joelho direito (2002). Como se não bastasse, o mundo viu que desde os anos 90, quando contava mais de 70 nos foi ainda atingido pelo mal de Parkinson.

    O amigo de Deus, que lutava pela unidade e pela Paz, amava os jovens, as crianças, defendia o direito e a dignidade das mulheres e dos negros, zelava pela moral cristã, pastoreou a Igreja de Cristo com sua vida e sofreu o martírio incruento, dia após dia e nunca mais será esquecido na história da humanidade. Viveu o amor, foi amor!

    As 21h37min, hora de Roma, no dia 02 de Abril de 2005, aos 84 anos (próximo de seu aniversário), o amado mensageiro expirou. Quando vi o noticiário, confesso senti como se tivesse falecido meu pai, um dos meus melhores amigos, tal o amor, respeito e admiração (que ainda tenho!) por este santo homem.

    O processo de beatificação foi aberto em 28 de Junho de 2005 por seu sucessor e no dia 01 de Maio de 2011, poucos minutos antes das 10h00, o Papa Bento XVI proferiu a fórmula da beatificação, em latim, justificando o ato como um pedido «da diocese de Roma, de muitos outros irmãos no episcopado e muitos fiéis». João Paulo II, Papa, passou a ser chamado de Beato. As cerimônias começaram com o pedido de beatificação apresentado pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a Diocese de Roma. Na sua alocução, o vigário traçou brevemente o perfil do Papa polaco, sublinhando a sua luta contra o regime nazista, entre 1940 e 1944.

    A leitura da biografia, entrecortada pelas manifestações dos presentes, apresentou de João Paulo II como um papa capaz de «escutar e dialogar» não com os católicos, mas também com as «Igrejas cristãs», os «crentes no único Deus» [referência a judeus e muçulmanos] e os «homens de boa vontade», relatou a agência Ecclesia. Seguiu-se a colocação das relíquias – uma ampola com sangue de João Paulo II – junto ao altar, transportadas por duas religiosas, a irmã Tobiana, assistente pessoal e enfermeira do Papa polaco, e a religiosa Marie Simon-Pierre, cuja cura da doença de Parkinson, considerada miraculosa, encerrou o processo de beatificação em Janeiro.

    O novo beato foi então proclamado, prosseguindo a missa na Praça de são Pedro. João Paulo II foi um verdadeiro profeta, um sábio doutor para a Igreja e o mundo todo, sem sombra de dúvida, pois com sua humildade e liderança levou a Igreja a beber o manancial da amizade eterna, fez acontecer por atos concretos à renovação da Igreja, a luz do Concílio Vaticano II. Entre suas mais significativas decisões posso citar algumas: aprovou o novo CDC (Código do Direito Canônico) pra a Igreja Latina (25/01/1983); aprovou os Códigos dos Cânones da Igreja Oriental (18/10/1990); declarou Santa Teresinha do Menino Jesus, a 33ª Doutora da Igreja (19/10/1997); determinou a devolução do Ícone de “Nossa Senhora do Kasan”, a “Theotokos” (Mãe de Deus),2 à Igreja Ortodoxa Russa (28/08/2004); aprovou o novo CIC (Catecismo da Igreja Católica) em 07/12/1992; entre outras inúmeras decisões importantes.

    Por nove anos aguardamos sua canonização. Porém, hoje noVaticano, 27 de abril de 2014, a atual Papa Francisco dá um presente histórico para a Igreja de Cristo que ganha um novo capítulo com as canonizações dos dois Papas: João Paulo II e João XXIII, outro homem venerável.

    O Cardeal Vallini3 enfatizou a verdadeira dimensão deste grande evento: “É essencialmente uma mensagem espiritual, porque é a festa da santidade. A relação que João XXIII e João Paulo II tiveram com a Igreja de Roma, da qual eram bispos, é uma relação muito profunda, começando pelo estilo com o qual eles exerceram seu ministério, um estilo de proximidade, acolhimento e atenção para com as pessoas”, destacou o Vigário do Papa para a Diocese de Roma.

    É realmente um ato extraordinário da Igreja. A missa de canonização terá início às 10 horas (5h em Brasília), presidida pelo Papa Francisco e concelebrada por elevado número de cardeais e centenas de bispos. Cinco mil os padres que terão lugar assegurado. Dá-se como certo que será convidado o Papa emérito, mas falta saber se participará. No domingo de tarde, os peregrinos poderão venerar os dois novos santos, desfilando em oração junto dos túmulos situados sob dois altares da basílica de São Pedro.

    O novo Santo ganhou ainda mais um lindo presente em memória, no dia 07 de Abril de 2014, foi inaugurado um museu na casa onde ele nasceu em Wadowice (sul da Polônia). Uma nova exposição modernizada e equipada com inúmeras instalações multimídia.

    Gostaria de redigir aqui seus mais importantes pronunciamentos, mas creio eu que um livro inteiro ainda é pouco para isso, ainda assim eu ouso a deixar algumas singelas e significativas frases suas:

    O cristão que participa da Eucaristia aprende dela a fazer-se promotor de comunhão, de paz, de solidariedade, em todas as circunstancias da vida.”

    “O santo é o testemunho mais esplendido da dignidade conferida ao discípulo de Cristo (…) Hoje, como nunca, urge que todos os cristãos retomem o caminho da renovação evangélica, acolhendo com generosidade o convite apostólico de ser santo em todas as ações”.4

    “Verdadeiramente o Espírito santo é o protagonista de toda a missão eclesial (…) por sua ação de Boa-Nova ganha corpo nas consciências e nos corações humanos, se expandido na história. Em tudo isso, é o Espírito santo que da a vida”5

    “A família é a via da família (…) Um dos campos onde a família é insubstituível, é certamente o da educação religiosa, graças a qual a família cresce como <<igreja domestica>>”.6

    “(…) Quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística e peta, escritor, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator… – adverte ao mesmo tempo a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de desenvolver para colocá-lo a serviço o próximo e de toda a humanidade”.7

    João Paulo II, amigo de Cristo, amigo dos amigos de Nossa Senhora, mãe de Deus, amigo dos “inimigos” da Igreja, amigo do povo de Deus, amigo da unidade e da Paz… Rogai por nós!

    Fonte: Paraclitus




    sexta-feira, 21 de outubro de 2016


    Papa aos Agostinianos: sejam criadores de comunhão na misericórdia


    Papa com os Agostinianos Recoletos, nesta quinta-feira - OSS_ROM
    20/10/2016 13:00

    PARTILHA:




    Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (20/10), na Sala Clementina, no Vaticano, os sessenta participantes do 55º Capítulo Geral da Ordem dos Agostinianos Recoletos. 


    O Pontífice deu as boas-vindas aos presentes e destacou o lema deste capítulo, uma frase que saiu do fundo do coração de Santo Agostinho: “Toda a nossa esperança está na grandeza da Tua misericórdia. Dai-me o que me ordenas e ordena-me o que quiserdes.”

    “Esta invocação nos leva a ser homens de esperança, ou seja, com horizontes, capazes de colocar toda a nossa confiança na misericórdia de Deus, conscientes de que somos incapazes de enfrentar sozinhos com as nossas forças os desafios que o Senhor nos apresenta. Somos pequenos e indignos, porém em Deus está a nossa segurança e alegria. Ele nunca decepciona. É o único que nos leva por caminhos misteriosos com amor de Pai.”

    O Papa Francisco destacou que este Capítulo Geral dos Agostinianos Recoletos “quis rever e colocar diante de Deus a vida da Ordem, com seus anseios e desafios para que o Senhor lhes dê luz e esperança. Para buscar a renovação e impulso é necessário voltar-se para Deus e pedir-lhe o novo mandamento que Jesus nos deu: ‘Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês’. Pedimos o seu amor para que sejamos capazes de amar”. 

    “Olhamos ao passado e damos graças por tantos dons recebidos. Fazemos esta viagem histórica segurando na mão do Senhor, pois é Ele quem nos dá a chave para interpretá-la. Não se trata de fazer história, mas descobrir a presença do Senhor em cada acontecimento, em cada etapa da vida. O passado nos ajuda a voltar ao carisma e saboreá-lo com todo o seu frescor e integridade. Ele também nos dá a possibilidade de analisar as dificuldades que surgiram e como foram superadas a fim de enfrentar os desafios atuais, olhando para o futuro. Este caminho, junto com Jesus, se tornará uma oração de ação de graças e purificação interior.”

    O Papa disse ainda que quando o Senhor está no centro de nossa vida tudo é possível e convidou os Agostinianos Recoletos a serem "criadores de comunhão". 

    “Somos chamados a criar, com a nossa presença no mundo, uma sociedade capaz de reconhecer a dignidade de cada pessoa e compartilhar o dom que cada um é para o outro. Com o nosso testemunho de comunidade viva e aberta que o Senhor nos ordena, através do sopro do seu Espírito, podemos atender às necessidades de cada pessoa com o mesmo amor com que Deus nos amou. Este é o poder que levamos, não os nossos próprios ideais e projetos; mas a força de sua misericórdia, que transforma e dá vida.”

    O Papa convidou os religiosos prosseguirem com espírito renovado o sonho de Santo Agostinho: viver como irmãos “com um só coração e uma só alma” que reflete o ideal dos primeiros cristãos e que eles sejam profecia viva de comunhão neste mundo, para que não haja divisão, conflito e exclusão, mas que reine a concórdia e se promova o diálogo”. 

    (MJ)
    Papa: quando as crianças são acolhidas e tuteladas a sociedade melhora


    Papa durante visita ao Santuário Nacional de Aparecida, em 2013 - AFP
    20/10/2016 12:18

    PARTILHA:




    Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta, no último dia 12, ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, dia da Padroeira do Brasil e Dia da Criança. 

    “Somos capazes de estar com as crianças, de perder tempo com elas? Sabemos escutá-las, defendê-las e rezar por elas e com elas? Ou as transcuramos nos ocupando de nossos interesses?", pergunta Francisco na mensagem enviada por ocasião da Semana Nacional da Infância no Brasil, lida pelo Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, durante a celebração eucarística que abriu, no santuário dedicado à Rainha do Brasil, o Jubileu dos trezentos anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul.

    Reiterando seu apoio à campanha nacional de Combate ao Trabalho Infantil que se concluiu no último domingo, o Papa recorda que a Semana da Infância, organizada pelo santuário em colaboração com os Tribunais Regionais do Trabalho e a Procuradoria Geral do Trabalho do Estado São Paulo, “tem o objetivo de promover a erradicação do trabalho infantil e oferecer às crianças uma educação de qualidade que lhes garanta um futuro melhor”. 

    O Papa afirma na missiva que mantem vivo em seu coração a cerimônia de inauguração, em 3 de setembro passado, nos Jardins Vaticanos, do monumento dedicado à Nossa Senhora Aparecida. 

    Voltando a falar sobre a campanha no Brasil o pontífice afirma que "as crianças são um sinal de esperança e um sinal indicador para entender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, e do mundo inteiro. 

    “Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas e tuteladas por uma família sábia, a sociedade melhora e o mundo é mais humano. Por isso devemos renovar sempre o nosso desejo de acolher mais e melhor as crianças", sublinha o Papa Francisco na mensagem.

    A carta termina com a esperança de que a campanha de Combate ao Trabalho Infantil possa "frutificar em seus propósitos". Por isso, o Papa invoca a luz do Espírito Santo para que ilumine todos os participantes da iniciativa e através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida concede a sua benção apostólica a todos. 

    (MJ)

    terça-feira, 18 de outubro de 2016


    Papa: sementes dos mártires enchem a terra de novos cristãos


    Papa durante a celebração matutina - OSS_ROM
    18/10/2016 10:26

    PARTILHA:

    Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu a missa na Capela de sua residência, a Casa Santa Marta, na manhã desta terça-feira, (18/10).


    Na homilia, comentando a Segunda Carta a Timóteo, o Papa dissertou sobre o destino dos apóstolos que, como São Paulo na fase conclusiva de sua vida, vivem na solidão e enfrentam dificuldades: 

    “Sozinho, mendicante, vitima de assédio, abandonado... mas é o grande Paulo, o que ouviu a voz do Senhor, o chamado do Senhor! Aquele que foi de um lugar para o outro, que sofreu tanto e passou por diversas provações para pregar o Evangelho; o que fez entender aos apóstolos que o Senhor queria que os Gentis também entrassem na Igreja, o grande Paulo que na oração subiu até o Sétimo Céu e ouviu coisas que ninguém ouvira antes: o grande Paulo, naquele quartinho de uma casa em Roma, esperando esta luta entre a rigidez dos tradicionalistas e os discípulos fiéis a ele acabar dentro da Igreja. E assim, termina a vida do grande Paulo, na desolação: não no ressentimento e na amargura, mas com a desolação interior”.



    Fidelidade

    Assim aconteceu com Pedro e com o grande João Batista, que “na cela, sozinho e angustiado”, manda seus discípulos perguntar a Jesus se é ele o Messias e termina com a cabeça cortada “por causa do capricho de uma bailarina e da vingança de uma adúltera”. O mesmo aconteceu com Maximiliano Kolbe, “que fez um movimento apostólico em todo o mundo e muitas coisas grandes” e morreu na cela de um campo de concentração.

    “O apóstolo, quando é fiel – sublinha o Papa – não espera outro fim senão o de Jesus”. Mas o Senhor permanece próximo, “não o deixa sozinho e ali encontra a sua força”.

    Mártires

    “Morrer como mártires, como testemunhas de Jesus é a semente que morre e dá fruto e enche a terra de novos cristãos. Quando o pastor vive assim, não fica amargurado: talvez se sinta desolado, mas tem aquela certeza de que o Senhor está ao seu lado. Quando o pastor em sua vida se ocupou de outras coisas que não dos fiéis – por exemplo, apegado ao poder, apegado ao dinheiro, apegado aos centros de poder, apegado a tantas coisas – no final, não estará só, talvez haja os netos que aguardarão que morra para ver o que poderão levar com eles”.

    O Papa Francisco conclui assim a sua homilia:

    “Quando eu visito o asilo dos sacerdotes idosos, encontro muitos daqueles bons, bons, que deram a vida pelos fiéis. E estão ali, doentes, paralíticos, na cadeira de rodas, mas logo se vê aquele sorriso. ‘Está bem, Senhor; está bem, Senhor, porque sentem o Senhor muito próximo a eles. E também aqueles olhos brilhantes que têm e perguntam: ‘Como está a Igreja? Como está a diocese? Como estão as vocações?’. Até o fim, porque são padres, porque deram a vida pelos outros. Voltemos a Paulo. Só, mendicante, vítima de assédio, abandonado por todos, menos que pelo Senhor Jesus: ‘Somente o Senhor está próximo de mim!’. E o Bom Pastor, o pastor deve ter esta segurança: se ele vai pelo caminho de Jesus, o Senhor lhe estará próximo até o fim. Rezemos pelos pastores que estão no final de suas vidas e que estão aguardando que o Senhor os leve com Ele. E rezemos para que o Senhor lhes dê a força, a consolação e a segurança que, embora se sintam doentes e também sozinhos, o Senhor está com eles, perto deles. Que o Senhor lhes dê a força”. 

    (CM/BF)

    terça-feira, 11 de outubro de 2016

    Amanhã é dia da padroeira do Brasil. Viva Nossa Senhora Aparecida! (Canção Nova)
    A imagem pode conter: 1 pessoa , texto

    Francisco

    NESTE DOMINGO
    Papa vai proclamar 7 santos na reta final do Ano da Misericórdia


    Canonização acontece neste domingo na Praça de São Pedro no Vaticano

    Da redação, com Agência Ecclesia

    O Papa Francisco vai presidir neste domingo, 16, ao rito de canonização de sete fiéis católicos, pouco tempo antes do final do Jubileu da Misericórdia, no dia 20 de novembro. A Missa será celebrada na Praça de São Pedro, a partir das 10h15 (hora local, 06h15 em Brasília).

    Entre os futuros santos está a monja francesa Isabel da Trindade (Isabel Catez), da Ordem das Carmelitas Descalças. A religiosa carmelita, morreu em 1906 aos 26 anos, após um longo sofrimento causado pela Doença de Addison.

    Francisco também irá canonizar uma das figuras que o inspirou, José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), conhecido como o ‘Cura Brochero’, que percorreu a Argentina numa mula para levar a mensagem do Evangelho no século XIX.

    Em 2013, após a beatificação deste sacerdote, o Papa desejou no Vaticano que haja mais padres capazes de “dar a sua vida ao serviço da evangelização, seja de joelhos diante do crucifixo, seja dando testemunho em todos os lugares do amor e da misericórdia de Deus”.

    Outro dos novos santos é o jovem José Sánchez del Río, mexicano (1913-1928), martirizado aos 14 anos durante a perseguição religiosa no México.

    A lista inclui ainda o mártir Salomão Leclercq (1745-1792), dos Irmãos das Escolas Cristãs; o fundador da União Eucarística Reparadora e da Congregação das Irmãs Missionárias Eucarísticas de Nazaré, Dom Manuel González García (1877-1940), bispo de Palença (Espanha); o padre Ludovico Pavoni (1784-1849), fundador da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada; o padre Alfonso Maria Fusco (1839-1910), fundador da Congregação das Irmãs de São João Batista.
    Novos santos desse Pontificado

    Desde que foi eleito Papa em 2013, Francisco já proclamou 29 santos em oito cerimônias no Vaticano, duas fora da Itália – nos Estados Unidos e Sri Lanka, e sete canonizações por equipolência (sem necessidade de novo milagre).

    Dentre as proclamações também está a do italiano Antonio Primaldo, que foi canonizado juntamente com 812 companheiros leigos.

    Entre os santos proclamados no Pontificado de Francisco estão os Papas João XXIII e João Paulo II, a Madre Teresa de Calcutá e o padre São José Vaz, nascido na então Goa Portuguesa
    Mãezinha de todos os povos! 
    Rogai por nós que recorremos a Vós.

    HUMANITÁRIA
    Igreja doará 1 milhão de euros para Haiti após furacão

    A quantia será gerida pela Caritas Italiana, presente no país desde 2010

    Ansa

    A Conferência Episcopal Italiana (CEI) doará 1 milhão de euros para dar “assistência” às centenas de milhares de desabrigados pela passagem do furacão Matthew no Haiti.

    Segundo a entidade, a quantia será gerida pela Caritas Italiana, que atua no país caribenho desde o terremoto de 2010. “Servirá, acima de tudo, para fornecer água, comida e gêneros de primeira necessidade”, diz uma nota da CEI.

    De acordo com a ONG Oxfam, pelo menos 750 mil pessoas necessitam de assistência humanitária no Haiti. Já o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que o número chega a 1,4 milhão de indivíduos.

    A passagem do furacão pelo país deixou cerca de mil mortos








    Rádio Vaticano (RV) – A liberdade cristã vem de Jesus, “não das nossas obras”. O Papa desenvolveu sua meditação matutina nesta terça-feira (11/10), a partir da Carta de São Paulo aos Gálatas para então refletir sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus repreende um fariseu que só dava atenção às aparências e não à substância da fé.


    Àquele doutor da lei, disse o Papa, que havia criticado Jesus porque não havia feito as abluções antes do almoço o Senhor responde claramente:

    “‘Vocês fariseus limpam o externo do copo e do prato mas por dentro vocês estão cheio de avidez e de maldade’. Jesus repete isso muitas vezes no Evangelho a esta gente: ‘vocês são maus por dentro, não é justo, não é livre. Vocês são escravos porque não aceitaram a justiça que vem de Deus, a justiça que nos deu Jesus’”.



    Em um outro trecho do Evangelho, prosseguiu o Papa, Jesus pede que se reze sem que se seja visto, sem aparecer. Alguns, notou o Papa, eram “caras de pau”, “não tinham vergonha”: rezavam e davam esmolas para que lhes admirassem. O Senhor, ao contrário, indica a estrada da humildade.

    Não à “religião da maquiagem”

    “O que importa – reflete o Papa e nos diz Jesus – é a liberdade que nos deu a redenção, que nos deu o amor, que nos deu a recriação do Pai”:

    “Aquela liberdade interna, aquela liberdade de se fazer o bem escondido, sem tocar os trompetes, porque a estrada da verdadeira religião é a mesma de Jesus: a humildade, a humilhação. E Jesus, Paulo diz aos Filipenses, humilhou a Si mesmo, esvaziou a Si mesmo. É a única estrada para nos tirar o egoísmo, a cobiça, a soberba, a vaidade, a mundanidade. Ao contrário, esta gente que Jesus repreende é gente que segue a religião da maquiagem: a aparência, o aparecer, fingir parecer mas por dentro... Jesus usa para esta gente uma imagem muito forte: ‘Vocês são túmulos reluzentes, bonitos por fora mas dentro cheios de ossos de mortos e podridão’”.

    Rejeitar as aparências

    “Jesus – retomou Francisco – nos chama, nos convida a fazer o bem com humildade”. “Você – disse – pode fazer todo o bem que quiser mas se não o faz humildemente, como nos ensina Jesus, este bem não serve, porque é um bem que nasce de você mesmo, de sua segurança e não da redenção que Jesus nos deu”. A redenção, acrescentou, “vem pela estrada da humildade e das humilhações porque não se chega à humildade sem as humilhações. E vemos Jesus humilhado na cruz”:

    “Peçamos ao Senhor que não nos cansemos de caminhar por esta estrada, de não nos cansarmos de rejeitar esta religião da aparência, do parecer, do fingir ser... E caminhar silenciosamente fazendo o bem, gratuitamente como nós gratuitamente recebemos a nossa liberdade interior. E que Ele proteja esta liberdade interior de todos nós. Peçamos esta graça”.

    (rb)