terça-feira, 21 de novembro de 2017


Papa: "Amor, boas ações e caridade antes do encontro com o Senhor"


Dezenas de pessoas participam do encontro dominical com o Papa
12/11/2017 12:39

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Cidade do Vaticano (RV) – “A condição para estar prontos ao encontro com o Senhor não é somente a fé, mas uma vida cristã plena de amor e de caridade pelo próximo”. É a mensagem do Papa aos cerca de 20 mil fiéis que neste domingo (12/11) participaram da oração mariana do Angelus, na Praça São Pedro.

A Parábola das Dez Virgens

Comentando a Parábola das Virgens, tema da leitura evangélica do dia, Francisco advertiu: “Se nos deixarmos guiar por coisas que nos parecem mais fáceis, satisfazendo nossos interesses, a nossa vida fica estéril, incapaz de dar vida aos outros... e não acumulamos nenhuma reserva de óleo para a lamparina de nossa fé”.


“Ao invés, se formos vigilantes e tentarmos fazer o bem com gestos de amor, de compartilha e de serviço ao próximo necessitado, podemos ficar tranquilos: o Senhor poderá chegar em qualquer momento e até o sono da morte não nos assustará, porque teremos a reserva de óleo acumulada com as boas ações de todos os dias”.

Neste sentido, o Papa exortou a estarmos prontos ao encontro com o Senhor: 

“Muitas vezes, no Evangelho, Jesus exorta a vigiar: ‘Vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora’. Vigiar, portanto, não significa apenas não dormir, mas estar preparados. Este é o significado de ser sábios e prudentes: não esperar até o último instante de nossa vida para colaborar com a graça de Deus, mas fazê-lo desde já”.



Após rezar o Angelus, o Papa concedeu a todos a sua bênção e nas saudações finais, lembrou que sábado (11/11) em Madri, foram proclamados beatos Vicente Queralt LLoret e 20 companheiros mártires, e José Maria Fernández Sánchez e 38 companheiros mártires. Todos foram mortos durante a guerra civil espanhola entre 1936 e ‘37.

“Damos graças a Deus pelo grande dom destas exemplares testemunhas de Cristo e do Evangelho”, completou. 

Papa: "pensar na morte faz bem, será o encontro com o Senhor"


Na missa da manhã, Papa comentou o Evangelho de Lucas
17/11/2017 10:36

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Cidade do Vaticano (RV) - Refletir sobre o fim do mundo e também sobre o fim de cada um de nós: é o convite que a Igreja nos faz através do trecho evangélico de Lucas, comentado pelo Papa na homilia da missa matutina, na Casa Santa Marta.

O trecho narra a vida normal dos homens e mulheres antes do dilúvio universal e nos dias de Lot: comiam, bebiam, compravam, vendiam, se casavam... mas depois, como um trovão, chega o dia da manifestação do Filho do homem... e as coisas mudam.


A Igreja, que é mãe – diz o Papa na homilia – quer que cada um de nós pense em sua própria morte. Todos nós estamos acostumados à normalidade da vida: horários, compromissos, trabalho, momentos de descanso... e pensamos que será sempre assim. Mas um dia, prossegue Francisco, Jesus chamará e nos dirá: ‘Vem!’ Para alguns, este chamado será repentino, para outros, virá depois de uma longa doença; não sabemos.



No entanto, repete o Papa, “O chamado virá!”. E será uma surpresa, mas depois, virá ainda outra surpresa do Senhor: a vida eterna. Por isso, “a Igreja nestes dias nos diz: pare um pouco, pare e pense na morte”. O Papa Francisco descreve o que acontece normalmente: até participar do velório ou ir ao cemitério se torna um evento social. Vai-se, fala-se com os outros e em alguns casos, até se come e se bebe: “É uma reunião a mais, para não pensar”.

“E hoje a Igreja, hoje o Senhor, com aquela bondade que é sua, diz a cada um de nós: ‘Pare, pare, nem todos os dias serão assim. Não se acostume como se esta fosse a eternidade. Haverá um dia em que você será levado e o outro ficará, você será levado’. É ir com o Senhor, pensar que a nossa vida terá fim. Isto faz bem”.

Isto faz bem – explica o Papa – diante do início de um novo dia de trabalho, por exemplo, podemos pensar: ‘Hoje talvez será o último dia, não sei, mas farei bem meu trabalho’. E o mesmo nas relações de família ou quando vamos ao médico.

“Pensar na morte não é uma fantasia ruim, é uma realidade. Se é feia ou não feia, depende de mim, como eu a penso, mas que ela chegará, chegará. E ali será o encontro com o Senhor, esta será a beleza da morte, será o encontro com o Senhor, será Ele a vir ao seu encontro, será Ele a dizer: “Vem, vem, abençoado do meu Pai, vem comigo”.

E ao chamado do Senhor não haverá mais tempo para resolver nossas coisas. Francisco relata o que um sacerdote lhe disse recentemente:

“Dias atrás encontrei um sacerdote, 65 anos mais ou menos, e ele tinha algo que não estava bem, ele não se sentia bem ... Ele foi ao médico que lhe disse: “Mas olhe - isso depois da visita – o senhor tem isso, e isso é algo ruim, mas talvez tenhamos tempo para detê-lo, nós faremos isso, se não parar, faremos isso e, se não parar, começaremos a caminhar e eu vou acompanhá-lo até o fim”. “Muito bom aquele médico”.

Assim também nós, exorta o Papa, vamos nos fazer acompanhar nesta estrada, façamos de tudo, mas sempre olhando para lá, para o dia em que “o Senhor virá me buscar para ir com Ele”. (CM-SP)




Papa: a luta dos cristãos não leva à tranquilidade, mas à paz


Papa falou da "luta dos cristãos" na Santa Marta
26/10/2017 11:11

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Cidade do Vaticano (RV) - “Jesus nos chama a mudar de vida, a mudar de rumo, nos chama à conversão”. Isso comporta lutar contra o mal, inclusive no nosso coração, “uma luta que não traz tranquilidade, mas paz”.

Assim disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, explicando – inspirado pelo Evangelho do dia – que este é o “fogo” que Jesus lança sobre a terra. Um fogo que requer transformação:




“Mudar o modo de pensar, mudar o modo de sentir. O seu coração que era mundano, pagão, agora se torna cristão com a força de Cristo: mudar, esta é a conversão. E mudar no modo de agir: as suas obras devem mudar.”

Uma “conversão que envolve tudo, corpo e alma, tudo”, destacou Francisco:

“É uma transformação, mas não é uma transformação que se faz com a maquiagem: é uma transformação que o Espírito Santo faz, dentro. E eu devo ajudar para que o Espírito Santo possa agir e isso significa luta, lutar!”

“Não existem cristãos tranquilos, que não lutam”, acrescentou o Papa, “estes não são cristãos, são ‘mornos’”. A tranquilidade para dormir “pode ser encontrada inclusive numa pastilha”, disse, “mas não existem pastilhas para a paz” interior.

“Somente o Espírito Santo” pode dar “aquela paz da alma que dá a fortaleza aos cristãos. “E nós devemos ajudar o Espirito Santo” – exortou o Papa – “abrindo espaço no nosso coração”: “E nisto, muito nos ajuda o exame de consciência, de todos os dias”, para “lutar contra as doenças do Espírito, aquelas que semeiam o inimigo e que são as doenças da mundanidade”.

“A luta que Jesus travou contra o diabo, contra o mal – recordou o Papa – não é algo antigo, é algo muito moderno, é algo de hoje, de todos os dias”, porque “aquele fogo que Jesus veio nos trazer está no nosso coração”. Por isso devemos deixá-lo entrar, e “perguntar-se todos os dias: como passei da mundanidade, do pecado, à graça, abri espaço para o Espírito Santo para que Ele pudesse agir?”

“As dificuldades na nossa vida não se resolvem aguando a verdade. A verdade é esta, Jesus trouxe fogo e luta, o que eu faço?”

Para a conversão, concluiu Francisco, é preciso “um coração generoso e fiel”: “generosidade, que sempre vem do amor, e fidelidade, fidelidade à Palavra de Deus”.

Papa: colonização cultural ou ideológica não tolera diferenças


Papa celebrando na capela da Casa Santa Marta
21/11/2017 11:04

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Cidade do Vaticano (RV) - A colonização cultural ou ideológica não tolera as diferenças e torna tudo igual, terminando por perseguir também os cristãos. É o que sublinha o Papa Francisco na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, refletindo sobre o martírio de Eleazar, narrado no livro dos Macabeus e proposto na primeira leitura.


O Papa Francisco releva que existem três tipos diferentes de perseguição: uma perseguição apenas religiosa, outra político-religiosa, por exemplo a ‘Guerra dos 30 anos’ ou a ‘noite de São Bartolomeu’ e uma terceira perseguição, puramente “cultural”, quando chega “uma nova cultura que quer fazer tudo novo e fazer uma ‘limpeza’ nas tradições, na história e também na religião de um povo”. Este último tipo de perseguição é aquela em que se encontra Eleazar, condenado a morrer por fidelidade a Deus.



O relato desta perseguição cultural – observa o Papa – começou ontem, quando alguns, ao ver o poder e a beleza magnífica de Antíoco Epífanes, pensaram em fazer uma aliança para ser modernos. Assim, umas pessoas do povo tomaram a iniciativa e foram até o rei, que “lhes deu a possibilidade de introduzir instituições pagãs nas nações”. Não as ideias ou os deuses, mas instituições – frisa Francisco. Portanto, este povo que havia crescido em torno da Lei do Senhor, faz entrar ‘novas instituições’, uma nova cultura que faz uma ‘limpeza’ de tudo: cultura, religião, lei, tudo”.

Trata-se de uma verdadeira colonização ideológica que quer impor ao povo de Israel este ‘hábito único’ que alguns aceitaram porque parecia ser uma coisa boa. O povo então começou a viver de um modo diferente. 

Surgem porém algumas resistências para defender “as boas tradições do povo”, como aquela de Eleazar que era um homem digno, muito respeitado, e o Livro dos Macabeus narra a história destes mártires, destes heróis.

Assim, tem continuidade uma perseguição surgida por uma colonização ideológica que destrói, “faz tudo igual, não é capaz de tolerar as diferenças”.

A palavra-chave que o Papa evidencia é precisamente “raiz perversa”, isto é, Antíoco Epifanes.

Se tira, portanto, a raiz do povo de Israel e se faz entrar esta raiz perversa para fazê-la crescer no povo de Deus, “com o poder”, estes hábitos “novos, pagãos mundanos”:

“E este é o caminho das colonizações culturais que acabam por perseguir também os fiéis. Mas não devemos ir muito longe para ver alguns exemplo: pensemos aos genocidas do século passado, que era uma coisa cultural, nova: “Todos iguais e estes que não têm o sangue puro, fora, e estes..”. Todos iguais, não há lugar para as diferenças, não há lugar para os outros, não há lugar para Deus. É a raiz perversa. Diante destas colonizações culturais que nasces da perversidade de uma raiz ideológica, Eleazar, ele mesmo, se faz raiz”.

E o Papa observa que Eleazar morre pensando nos jovens, para deixar a eles um nobre exemplo. Assim, Eleazar “o mártir, aquele que dá a vida, por amor a Deus e à lei, se faz raiz para o futuro”.

Diante daquela raiz perversa, portanto, “existe esta outra raiz que dá a vida para fazer crescer o futuro”.

O Papa observa que aquilo que veio do reino de Antíoco, era uma novidade e que as novidades não são todas más, basta pensar no Evangelho, em Jesus, que é uma novidade, mas é preciso saber distinguir.

“É preciso discernir as novidades. Esta novidade é do Senhor, vem do Espírito Santo, vem da raiz de Deus ou esta novidade vem de uma raiz perversa? Mas, antes, sim, era pecado, não podia matar as crianças; mas, hoje, pode, não tem tanto problema, é uma novidade perversa. Ontem, as diferenças eram claras, como Deus fez. A criação era respeitada; mas hoje, somos um pouco modernos... você faz, você entende..., as coisas não são tão diferentes e se faz uma mistura de coisas.”

A novidade de Deus, ao invés, “nunca faz uma negociação”, mas faz crescer e olha o futuro:

“As colonizações ideológicas e culturais somente olham o presente, renegam o passado e não olham o futuro. Vivem no momento, não no tempo, e por isso não podem nos prometer nada. Com esse comportamento de fazer todos iguais e cancelar as diferenças, cometem, fazem o pecado feito da blasfêmia contra o Deus criador. Toda vez que chega uma colonização cultural e ideológica se peca contra Deus criador, porque se quer mudar a Criação como Ele a criou. E contra esse fato que ao longo da história aconteceu muitas vezes, existe somente um remédio: o testemunho, ou seja, o martírio”.

Eleazar dá um testemunho da vida pensando na herança que dará com o seu exemplo: “Eu vivo assim. Sim, dialogo com aqueles que pensam diferente, mas o meu testemunho é assim, segundo a lei de Deus”. Eleazar não pensou em deixar dinheiro ou outra coisa, mas pensou no futuro, “na herança do próprio testemunho”, ao testemunho que teria sido “para os jovens uma promessa de fecundidade”. Portanto, se cria raiz para dar vida aos outros. E o Papa concluiu, desejando que o seu exemplo “nos ajude nos momentos talvez de confusão, diante das colonizações culturais e espirituais que nos são propostas”.

(CM/JE/MJ)

Há 90 anos, Card. Costantini fundava em Pequim primeiro Instituto religioso masculino chinês


Em 1927 o Cardeal Celso Costantini fundava em Pequim o primeiro Instituto religioso masculino chinês - REUTERS
14/07/2017 12:43

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Roma (RV) – Em 1927 o Cardeal Celso Costantini fundava em Pequim o primeiro Instituto religioso masculino chinês, por ele chamado de Congregatio discipulorum Domini (Cdd).

Em 8 de julho de 2017, portanto 90 anos mais tarde, o evento foi festejado solenemente em Taiwan - onde atualmente está a sede da Casa Geral da Cdd – na presença de muitos religiosos, filhos espirituais de Costantini, hoje presentes no Extremo Oriente, e que realizam a sua missão prevalentemente em favor dos chineses.

Celebração do aniversário

Pronunciaram-se no encontro o Arcebispo de Taipei, John Hung Shan-chuan, o Arcebispo emérito da mesma Arquidiocese, Dom Joseph Ti-kang, o Secretário da Nunciatura Apostólica em Taiwan, assim como autoridades civis e muitos representantes dos católicos chineses.

Para a ocasião foram traduzidos em mandarim os dois livros publicados recentemente pela Livraria Editora Vaticana intitulados “O Cardeal Celso Costantini: a alma de um missionário” e “O Cardeal Celso Costantini: um cristão a ser imitado”, de Bruno Fabio Pighin.

A apresentação das obras esteve a cargo de Pietro Jiang Guo Xiong, docente da Universidade Católica Fu Jen, fundada pelo próprio Costantini, primeiro delegado apostólico na China.

O purpurado, Servo de Deus

Um dos momentos fortes da cerimônia foi o pronunciamento do autor dos dois livros, que falou sobre um tema muito esperado: “O Cardeal Celso Costantini rumo à beatificação?”.

Pighin, professor ordinário de Direito Canônico em Veneza e conterrâneo de Costantini, documentou os desdobramentos que levaram a Congregação das Causas dos Santos - em acordo com o Vicariato de Roma - a conceder a transferência da Diocese de Roma para a de Concordia-Pordenone da competência para tratar da Causa de beatificação do Cardeal Celso Costantini.

Com atos sucessivos, a Santa Sé conferiu o título de Servo de Deus ao purpurado, dando o nulla osta para o início da mesma Causa em sua fase diocesana.

Precedentemente, os Bispos da Conferência episcopal trivêneta, haviam dado unanimemente parecer favorável ao início da Causa em questão.

Início oficial do processo de beatificação em 17 de outubro

Quando o Bispo de Concordia-Pordenone, Dom Giuseppe Pellegrini, anunciou para 17 de outubro de 2017 - data dos 50 anos da morte do Cardeal – o início oficial do processo de beatificação em Concordia Sagittaria (onde foi pároco), a sala aplaudiu com entusiasmo.

Ao concluir o encontro, o Superior Geral da Congregação dos Discípulos do Senhor, Padre Francis Chong, assegurou a participação de mais de trinta religiosos de seu Instituto no acontecimento programado para 30 de outubro, que terá um duplo significado: festejar os 90 anos do Instituto e o início da Causa de beatificação do fundador, Celso Costantini.

(JE – Osservatore Romano)

Iniciado Processo de Beatificação do Cardeal Costantini


Em 8 de julho de 1927 o Cardeal Celso Costantini fundou em Pequim o primeiro Instituto religioso masculino chinês, por ele chamado de Congregatio discipulorum Domini - AFP
04/08/2017 09:14

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi aberta na manhã de quinta-feira, 3, na Catedral de Concordia, a fase diocesana do processo de beatificação do Cardeal Celso Costantini.

O purpurado foi Delegado Apostólico de Fiume, Delegado Apostólico na China nos anos 20 do século passado e mais tarde Secretário da Congregação Propaganda Fidei.

Na celebração estava presente, a convite do Bispo Giuseppe Pellegrini, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.

A obra de Costantini na China foi marcada por realizações de grande importância, como o primeiro Concílio Plenário chinês, realizado em Shangai de 15 de maio a 12 de junho de 1924; a consagração episcopal – ocorrida em Roma em 28 de outubro de 1926 - de seis bispos chineses, os primeiros após três séculos, visto que o primeiro bispo chinês, o dominicano Gregorio Lo (1616-1691) ficou sem sucessores, e a fundação da Universidade Católica de Pequim.

Em 8 de julho de 1927 o Cardeal Celso Costantini fundou em Pequim o primeiro Instituto religioso masculino chinês, por ele chamado de Congregatio discipulorum Domini (Cdd). Estes noventa anos foram celebrados em Taiwan no mês passado, onde atualmente está a sede da Casa Geral da Cdd. (JE)


JP I Governou a Santa Sé durante 33 dias, entre 26 de agosto e 28 de setembro de 1978
12/11/2017 09:27

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Cidade do Vaticano (RV) – “Aqueles 33 dias de Pontificado conquistaram a Igreja e o mundo com a bela novidade na Cátedra de Pedro: João Paulo I falava com palavras simples e com grande humildade”. É o que afirma o Cardeal Beniamino Stella, Prefeito da Congregação para o Clero e postulador da causa de beatificação de Albino Luciani, em entrevista à Rádio InBlu, da Conferência Episcopal Italiana.


“O estilo de vida, seu perfil de grande coerência e autenticidade cristã conquistaram o mundo e a Igreja”, prossegue o cardeal, que revela ainda uma lembrança pessoal: “Era um pastor particularmente próximo dos sacerdotes e das pessoas doentes; foi um Pontífice e um bispo particularmente sensível humanamente e cristão aos sofrimentos das pessoas, às dificuldades dos sacerdotes. Esteve sempre presente nos momentos de dor, nos dramas da vida e junto aos idosos”.

“Via-se nele uma coerência da prática sacerdotal das virtudes fundamentais da vida cristã (fé, esperança e caridade) e das virtudes cardeais (prudência, justiça, força e temperança). Este é o perfil ao redor do qual João Paulo I é examinado, com coerência, solicitude e generosidade. Certamente havia uma grande humanidade em Albino Luciani em relação aos pobres, sofredores e doentes: nestes aspectos, há proximidade espiritual com o Papa Francisco”.

Na última 4ª feira (08/11), o Papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus João Paulo I.
2017 é o ano que se comemora o Jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, que teve sua imagem encontrada no ano de 1717 por pescadores do Rio Paraíba do Sul.


Nossa Senhora Aparecida

A virgem Santa, mãe de Jesus Cristo, apareceu em diversas localidades ao redor do mundo em momentos importantes da história. Graças à misericórdia de Deus, Maria apareceu no Brasil na forma de uma imagem negra, na época em que a escravidão no país estava em alta.

Maria foi proclamada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930 pelo papa Pio XI. O Brasil rende-se ao amor incondicional da “Mãe negra” no dia 12 de outubro, data que marcou, em 1980, a proclamação de feriado e consagração do Santuário Nacional de Aparecida pelo Papa João Paulo II.
História da Padroeira do Brasil

A aparição da imagem de Nossa Senhora de Aparecida ocorreu em 1717, época das Capitanias Hereditárias. O governante das capitanias de São Paulo e Minas de Ouro estava de passagem pelo Vale do Paraíba, mais precisamente por Guaratinguetá. Animados com a visita, o povo daquela localidade resolveu fazer uma festa de boas-vindas e para isso chamaram três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso para lançar as redes no rio e pescar bons peixes.

O fato era que, naquela época, meados de Outubro, não era tempo de peixes. Porém, como não podiam contradizer o pedido, rezaram pela proteção e benção da Virgem Maria e de Deus para que pudessem voltar à terra firme com fartura. Depois de inúmeras tentativas sem sucesso, eis que surpreendentemente eles pescaram o corpo de uma imagem. Curiosos, lançaram novamente as redes e “pescaram” uma cabeça que se encaixou perfeitamente ao corpo. Depois deste encontro, que nos dias de hoje é representado em todo o Brasil no dia 12 de outubro emocionando os fieis, o barco se encheu tanto de peixes que ele quase virou!

A partir daí, a devoção da Santa foi se espalhando. Primeiro nas casas, depois se construiu uma capela, depois uma basílica, até chegar ao quarto maior santuário do mundo, o Santuário Nacional de Aparecida localizado na cidade de Aparecida, interior do Estado de São Paulo.
Milagres de Nossa Senhora Aparecida
Milagre das Velas

Segundo relata a história de Fé, em um dos momentos de devoção dos primeiros devotos de Nossa Senhora Aparecida, as velas que iluminavam o local repentinamente se apagaram. As pessoas ficaram atônitas com o ocorrido e começaram a entrar em pânico. Mas passado pouco tempo, as velas milagrosamente acenderam-se novamente ao bater do vento.

Milagre: A libertação do escravo Zacarias

Como se sabe, o encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida aconteceu em um momento triste da história do Brasil: a escravidão. O povo negro sofria nas mãos dos donos das terras. A “Mãe negra” veio para dar uma lição de vida e amor ao próximo.

Foi o que aconteceu com o escravo Zacarias, que havia fugido de uma fazenda do Paraná e era caçado por todos os cantos, até ser encontrado no Vale do Paraíba. 

Preso, Zacarias acorrentado nos pulsos e nos pés. O caminho de volta passava próximo à capela que havia sido construída para a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Então, o escravo pediu permissão ao seu caçador para rezar diante da imagem.

Incrédulo, o caçador deixou. A fé de Zacarias foi tamanha que milagrosamente as correntes se romperam, deixando-o livre. Diante do milagre, o caçador acabou por libertá-lo.
Milagre: O cavaleiro ateu

Desde que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada, e ao longo da história, muitos espaços foram construídos para que a devoção à “Mãe negra” pudesse acontecer. Esses locais sempre recebiam grande número de pessoas que colocavam nas mãos da Mãe de Deus a vida. Mas também era destino de muitos incrédulos. 

Esse milagre aconteceu com um deles. Passando por Aparecida e vendo a fé dos romeiros, zombou e tentou entrar na Igreja a cavalo para destruir o local e alcançar a imagem. Porém, o que esse cavaleiro não esperava era que as patas do animal ficassem presas em uma pedra. A partir daí, o homem passou a acreditar.

A pedra em que o cavalo ficou preso pode ser vista na Sala dos Milagres no Santuário Nacional de Aparecida.
Milagre: A cura da menina cega

Visitar o Santuário Nacional de Aparecida é uma viagem emocionante, principalmente quando se entra na Sala dos Milagres, onde milhões de histórias de graças alcançadas se concentram.

O simples fato de olhar a Basílica, a primeira grande igreja erguida em Aparecida em devoção a Nossa Senhora Aparecida, também é motivo de milagre e foi o que aconteceu a uma menina cega que passava em frente à Basílica com sua mãe. Ao se aproximar, a garota disse “Mãe, como aquela Igreja é bonita”, e o milagre havia acontecido.
Milagre: Menino no rio

Um rio que pode trazer a salvação por meio do encontro de uma imagem, também pode trazer o risco da morte. Foi o que aconteceu na história de mais um milagre de Nossa Senhora Aparecida.

Um dia, pai e filho foram pescar. A correnteza estava muito forte, o que faz com que o filho, que não sabia nadar, caísse no rio e fosse levado cada vez mais rápido.

O desespero do pai levou-o a rezar a Nossa Senhora Aparecida. E mais uma vez a “Mãe negra” ouviu: o corpo do garoto, de repente, parou de ser levado, mesmo com a correnteza ainda forte, até que o pai pudesse chegar perto e salvar o filho.
O caçador

Voltando de um dia negativo de caça, um caçador viu-se em uma situação perigosa: deparou-se com uma enorme onça. Sem munição, porque havia usado tudo em suas tentativas frustrantes ao longo do dia, o homem ajoelhou-se, rezou e foi atendido: a onça, que antes parecia ter um alvo certeiro, desviou-se e foi embora.

Oração a Nossa Senhora Aparecida

Ó incomparável mãe Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Mãe de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores,
Refúgio e consolação dos aflitos e atribulados...
Nossa Senhora Aparecida,
cheia de poder e de bondade,
lançai sobre nós um olhar favorável,
para que sejamos socorridos por Vós,
em todas as necessidades em que nos acharmos.

E de modo particular hoje, nesta novena, faço meu pedido
(diga agora sua intenção)

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil
Livrai-nos de tudo o que possa ofender-Vos
e ao Vosso Santíssimo Filho Jesus.
Nossa Senhora Aparecida, preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo,
Dirigi-nos em todos os assuntos espirituais e temporais,
Livrai-nos da tentação do demônio,
Para que, trilhando o caminho da virtude,
Possamos um dia ver-Vos e amar-Vos
na eterna glória.

Nossa Senhora Aparecida rogai por nós.
Nossa Senhora Aparecida intercedei por nós.
Nossa Senhora Aparecida fazei-nos dignos das promessas do Teu Filho.
Amém.
Consagração a Nossa Senhora Aparecida

Ó Maria Santíssima, que em vossa querida imagem de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, cheio (a) do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado (a) a vossos pés consagro-vos meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis.

Consagro-vos minha língua, para que sempre vos louve e propague vossa devoção. Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas.

Acolhei-me debaixo de vossa proteção. Socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais e, sobretudo, na hora de minha morte. Abençoai-me, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade. Assim seja!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017


Artigo: São Francisco de Assis


Santa Clara e São Francisco
04/10/2017 08:17

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Juiz de Fora (RV) - Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos. Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”. Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado? ”.

Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado? ”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.

Em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes.

A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho.

Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas.

O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.

Na vida de São Francisco percebemos várias atitudes de misericórdia e de acolhimento ao próximo. Posso citar aqui um episódio em sua vida. Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, que sempre lhe parecera um ser horripilante, repugnante à vista e ao olfato, cuja presença sempre lhe havia causado invencível nojo. A partir dalí passou a visitar os hospitais e a servir os doentes, distribuindo entre os pobres ora as vestes, ora o dinheiro. Beijava as mãos de cada leproso a quem entregava uma esmola, conseguindo vitória total sobre si mesmo. Tornou-se tão amigo e familiar que gostava de ficar entre eles e servi-los.

Mas, então, como que movido por uma força superior, apeou do cavalo, e, colocando naquelas mãos sangrentas seu dinheiro, aplicou ao leproso um beijo de amizade. Talvez a motivação para este nobre e significativo gesto tenha sido a recordação daquela frase do Evangelho: “Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 10,42). 

São Francisco também é conhecido como o protetor dos animais e da natureza. “Toda a forma de vida é uma manifestação de Deus e está sob os nossos cuidados. Proteja o que é seu- sua fauna sua flora. As plantas e os animais embelezam a terra. São úteis ao homem e representam a riqueza da pátria.

Nunca se deve mutilar, destruir ou deixar que destruam estes bens. Vamos amar nossos animais domésticos. Vamos dar aos selvagens a paz que eles têm direito. Permitamos que enfeitem nossas florestas. Vamos amar os pássaros puros e belos, cantando nas ramagens, voando no espaço ilimitado, como verdadeiros símbolos de liberdade” (São Francisco de Assis).

Francisco também foi conhecido como homem da humidade. A humildade é garantia e honra de todas as virtudes. Ela deve estar na base de tudo. Por isso queria Francisco que seus confrades fossem “menores”, humildes servos de todos. Ele conseguiu ser o mínimo entre os menores! A humildade é o ponto central do espírito franciscano. Ela é a raiz da santidade profunda de Francisco.

Apesar de ser tão querido, famoso e tratado por muita gente como santo, Francisco achava-se um miserável diante de Deus e dos homens. Na sua humildade, costumava dizer que, se Deus tivesse dado os mesmos dons a um outro pecador, este, na certa, seria dez vezes melhor do que ele. Aos seus próprios olhos considerava-se apenas um pobre pecador.

Que a vida de São Francisco nos motive a olhar e cuidar das criaturas e da nossa própria vida tendo presente que ela é um dom de Deus. Que possamos também acolher os mais necessitados e aqueles que vivem à margem na sociedade e acolher. Que nós, os servidores ordenados do Evangelho, nos façamos menores, homens da misericórdia e arautos da caridade, para que o “Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor” continue sendo louvado, bendito e anunciado com grande humanidade para que todos conheçam a salvação e a paz! São Francisco de Assis, rogai por nós!

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

Artigo: Perdoar sem limites. Viver a alegria da compaixão!


"Experimentar o amor de Deus e se deixar transformar por Ele significa assumir uma outra atitude para com os irmãos" - AP
17/09/2017 07:00

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Juiz de Fora (RV) - Estamos celebrando mais um dia do Senhor, agora o 24º Domingo do Tempo Comum, que tem como tema central o PERDÃO. Deus ama sem cálculos, sem limites e sem medida. Deus nos convida a assumir uma atitude semelhante para com os irmãos que, dia a dia, caminham ao nosso lado. E, de minha parte, faço um digressão: nenhum padre e nenhum bispo ouse celebrar a Eucaristia se não perdoar o irmão e se não tiver compaixão.

A compaixão é o tema central do Evangelho deste domingo, em que não te digo perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete(cf. Mt 18,21-25). São Mateus nos apresenta um Deus cheio de bondade e de misericórdia que derrama sobre os seus filhos – de forma total, ilimitada e absoluta – o seu perdão. Nós que somos batizados somos convidados a descobrir a lógica de Deus e a deixar que a mesma lógica de perdão e de misericórdia sem limites e sem medida marque a nossa relação com os irmãos.

Perguntado por Pedro a respeito de quantas vezes que devemos perdoar, Jesus responde que o perdão deve ser dado “até setenta vezes sete”(cf. Mt 18,24) E o perdão vem seguido da parábola contrastante do modo de agir. Primeiramente temos um patrão que, diante da súplica insistente do devedor, que lhe devia enorme quantidade monetária, foi capaz de perdoar(cf. Mt 18,27). Do outro lado, o que foi perdoado regiamente pelo patrão não soube perdoar ao seu devedor, que lhe devia pequena e insignificante quantia monetária(cf. Mt 18,30). Jesus, com isso fala da reação do patrão, que procurado pelos entristecidos outros empregados, vai ao encontro daquele que fora perdoado e não perdoou e diz categoricamente: “Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti”(cf. Mt 18,33).

Infelizmente observamos muitas pessoas, na sociedade e na Igreja, pedir perdão de suas faltas e não perdoar, na mesma medida que foram perdoados, aqueles que lhe devem alguma quantia. Jesus acentua, neste Evangelho, o valor do perdão na comunidade cristã e a sua medida deve ser sem limites. O perdão de Deus não é negado para ninguém. Ninguém cumpre pena perpétua. Toda pena tem a sua remissão, desde que se tenha arrependimento e mudança de vida.

Entretanto, sabendo que muitos querem ser perdoados e não sabem perdoar a primeira leitura(cf. Eclo 27,33-38,9) deixa claro que a ira e o rancor são sentimentos maus, que não convêm à felicidade e à realização do homem. Mostra como é ilógico esperar o perdão de Deus e recusar-se a perdoar ao irmão; e avisa que a nossa vida nesta terra não pode ser estragada com sentimentos, que só geram infelicidade e sofrimento. O livro do Eclesiástico é categórico: “O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas de seus pecados. Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados”(Cf. Eclo 27,33-28,1-2). A vingança é nefasta, por isso devemos escolher sempre a prática do perdão e da compaixão. Somente obterá a divina recompensa quem perdoar a injustiça cometida por teu próximo. A vivência da misericórdia deve ser acolhida, partilhada e vivenciada individualmente e comunitariamente. A sabedoria do homem é perdoar e recomçar, agradecendo a Deus todas as vezes que perdoamos os que nos ofendem: “O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso”(Sl 102(103).

Na segunda leitura (cf. Rm 14,7-9) São Paulo sugere aos cristãos de Roma que a comunidade cristã tem de ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. Ninguém deve desprezar, julgar ou condenar os irmãos que têm perspectivas diferentes. Os seguidores de Jesus devem ter presente que há algo de fundamental que os une a todos: Jesus Cristo, o Senhor. Tudo o resto não tem grande importância. Não é possível ser cristão se manter viva na comunidade a união e a fraternidade, aonde são plantados os valores da caridade, da solidariedade, da tolerância, do respeito, tudo por amor a Jesus Cristo, porque ninguém se esqueça que todos vivemos para o Senhor(Cf. Rm 14,8).

Experimentar o amor de Deus e se deixar transformar por Ele significa assumir uma outra atitude para com os irmãos, uma atitude marcada pela bondade, pela compreensão, pela misericórdia, pelo acolhimento, pelo amor.

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

Mês da Bíblia: anunciar o Evangelho e dar a própria vida


No estudo da Palavra de Deus, na sua leitura, na sua “lectio divina” Deus escuta aos homens e mulheres e responde às suas inquietudes
04/09/2017 07:33

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Juiz de Fora (RV) - Setembro vem chegando florido e, para nós católicos, é o mês dedicado à Bíblia. Mais algumas pessoas me indagaram porque um mês para a Bíblia? A finalidade deste mês temático é para que povo católico se aproxime mais das Sagradas Escrituras, no cotidiano e no trabalho a leia e medite, a conheça e aprofunde os seus conhecimentos bíblicos, promovendo cursos bíblicos, etc..

São Pedro ensinou que: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2 Pd 1,20-21). A Carta aos Hebreus nos lembra de que que “a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12).

O mês da Bíblia de 2017 é dedicado ao estudo da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses. Tem como fundamento anunciar o Evangelho e dar a própria vida. Tema: para que n´Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta aos Tessalonicenses. O tema do mês da Bíblia é “Ser Discípulos Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”, em sintonia com o Documento de Aparecida.

Lema: Anunciar o Evangelho e doar a própria vida (cf. 1Ts 2, 8). 

Uma sugestão seria a realização de quatro encontros comunitários neste mês. Pode-se acessar o site https://www.paulinas.org.br/loja/anunciar-o-evangelho-e-doar-a-propria-vida e baixar gratuitamente o subsídio. “Este fascículo tem como objetivo proporcionar aos grupos de reflexão e círculos bíblicos um encontro pessoal e comunitário com a Palavra, a partir da Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses. O subsídio contém quatro encontros precedidos por um texto preparatório sobre o texto bíblico abordado. O primeiro encontro reflete sobre a identidade cristã, que é revelada a partir da fé, da esperança e do amor, virtudes que sustentam a vida pessoal e da comunidade (1Ts 1,2-10). O tema da edificação do trabalho como dignidade para a vida (1Ts 4,9-12) é abordado no segundo encontro. A vinda do Senhor e a crença na ressurreição são os temas do terceiro encontro, elementos que revelam a esperança cristã (1Ts 4,13-5,11).

O quarto encontro retrata a comunidade cristã, vivida na alegria, em oração e no discernimento (1Ts 5,12-22). O último encontro é reservado para a celebração de encerramento, fazendo memória dos quatro encontros anteriores”.

No estudo da Palavra de Deus, na sua leitura, na sua “lectio divina” Deus escuta aos homens e mulheres e responde às suas inquietudes. Nesse sentido é sempre bom lembrar o que nos ensina a Igreja: “Neste diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e encontramos resposta para as perguntas mais profundas que habitam no nosso coração. De fato, a Palavra de Deus não se contrapõe ao homem, nem mortifica os seus anseios verdadeiros; pelo contrário, ilumina-os, purifica-os e realiza-os. Como é importante, para o nosso tempo, descobrir que só Deus responde à sede que está no coração de cada homem! Infelizmente na nossa época, sobretudo no Ocidente, difundiu-se a ideia de que Deus é alheio à vida e aos problemas do homem; pior ainda, de que a sua presença pode até ser uma ameaça à autonomia humana.

Na realidade, toda a economia da salvação mostra-nos que Deus fala e intervém na história a favor do homem e da sua salvação integral. Por conseguinte é decisivo, do ponto de vista pastoral, apresentar a Palavra de Deus na sua capacidade de dialogar com os problemas que o homem deve enfrentar na vida diária. Jesus apresenta-Se-nos precisamente como Aquele que veio para que pudéssemos ter a vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Por isso, devemos fazer todo o esforço para mostrar a Palavra de Deus precisamente como abertura aos próprios problemas, como resposta às próprias perguntas, uma dilatação dos próprios valores e, conjuntamente, uma satisfação das próprias aspirações. A pastoral da Igreja deve ilustrar claramente como Deus ouve a necessidade do homem e o seu apelo. São Boaventura afirma no Breviloquium: «O fruto da Sagrada Escritura não é um fruto qualquer, mas a plenitude da felicidade eterna. De facto, a Sagrada Escritura é precisamente o livro no qual estão escritas palavras de vida eterna, porque não só acreditamos mas também possuímos a vida eterna, em que veremos, amaremos e serão realizados todos os nossos desejos”(cf. Verbum Domini, 23).

Vivamos o mês da Bíblia anunciando o Evangelho, testemunhando a Palavra de Salvação com a coerência de nossa vida iluminada sempre pelas escrituras sagradas. Que Deus assim nos ajude!

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG


Artigo: Dia da vida consagrada


O ponto alto de toda consagração é a vivência, por livre e espontânea vontade, dos chamados conselhos evangélicos, a pobreza, a castidade e a obediência - OSS_ROM
19/08/2017 07:00

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Juiz de fora (RV) - A vocação à vida consagrada, na Igreja, seja ela religiosa ou leiga, é celebrada no terceiro final de semana de agosto. O ponto alto de toda consagração é a vivência, por livre e espontânea vontade, dos chamados conselhos evangélicos, a pobreza, a castidade e a obediência.

É grande dom de Deus à Igreja em seus modos diversos de ser: contemplativo, missionário, caritativo ou secular (vive no mundo sem ser do mundo). Junto a esses modelos convencionais e mais comuns de consagração, a Igreja contempla também a vida eremítica (retirada, orante, penitente e silenciosa), bem como das virgens, que, dentro de um rito próprio entregam-se totalmente a Deus. Ao contrário do(a) eremita, elas podem formar associação a fim de se ajudarem mutuamente.

O Papa Francisco lembrou a necessidade do serviço generoso na vinha do Senhor e a alegria de rezar para ir ao encontro dos que mais precisam da ação da Igreja: “Nós consagrados somos consagrados para servir o Senhor e servir os outros com a Palavra do Senhor, não? Digam aos novos membros, por favor, digam que rezar não é perder tempo, adorar Deus não é perder tempo, louvar Deus não é perder tempo. Se nós consagrados não paramos todos os dias diante de Deus na gratuidade da oração, o vinho será vinagre!”. (https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/papa-aos-consagrados-nao-tenham-medo-de-renovar-estruturas/, último acesso em 15 de agosto de 2017).

Vemos, por esse breve ângulo, que na Igreja há acolhida a todo tipo de chamado recebido de Deus para servir aos irmãos e irmãs. Quero destacar que há críticas à vida contemplativa em um mundo agitado em demasia. Crê-se que não há o direito de alguém permanecer apenas diante do único e verdadeiro Absoluto de nossas vidas, que é Deus. Esquecemo-nos também de que a oração nunca é egoísta, mas elevada ao Pai celeste por intercessores qualificados a orar por mim e por você, certamente tão necessitados da misericórdia divina em nossas vidas.

Ao abraçar cada consagrado quero dizer-lhes da minha alegria pelo seu testemunho e pelo seu trabalho generoso. Continuem firmes na sua missão e que Nosso Senhor, por intercessão de Maria nossa Mãe, lhes conceda e a todos os homens e mulheres de boa vontade o que com fé Lhe pedimos suplicantes: "apresentarmo-nos diante [d’Ele] plenamente renovados no espírito". Que Deus nos ajude na missão!

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

Artigo: São Pedro e São Paulo


São Pedro e São Paulo
29/06/2016 08:00

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Juiz de Fora (RV) - O martírio dos dois grandes apóstolos em Roma foi sempre recordado com veneração pelos cristãos de todo o mundo.


Pedro nasceu em Betsaida, na Galileia. Casado ele morava em Cafarnaum quando conheceu Jesus. Em seu primeiro encontro com Jesus, ouviu-o dizer: “Tu é Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)”. Dar-lhe um novo nome queria indicar-lhe a missão a que estava destinado. Na última conversa de Jesus com Pedro, Jesus lhe profetizou o martírio. Enfim, vazio de si mesmo e revestido do Espírito do seu Senhor, podia edificar a Igreja – a casa que o Ressuscitado habitaria até o fim do mundo – e testemunhar com o sangue a própria fé.

Os ensinamentos de Pedro foram o cavalo de batalha de Paulo para defender a liberdade evangélica dos convertidos do paganismo.

São Paulo nasceu em Tarso da Cilícia. Além de ser judeu, era também cidadão romano. Destacou-se, inicialmente como um implacável perseguidor das comunidades cristãs. Sua conversão ocorreu de modo inesperado a caminho de Damasco, quando liderava uma perseguição contra os cristãos daquela cidade. Jesus Ressuscitado apareceu-lhe e o derrubou do cavalo, transformando-o de cruel perseguidor dos cristãos em ardoroso apóstolo dos gentios. A partir desse momento, Paulo consagrou a sua vida ao serviço de Cristo, viajando por todo o mundo conhecido do seu tempo, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo e o mistério de sua paixão, morte e ressurreição.

São Pedro e São Paulo são os principais pilares do cristianismo, desde o seu nascimento.

Euzébio de Cesareia, em sua História Eclesiástica, diz: “Um só dia da paixão para os dois apóstolos, mas aqueles dois eram uma só coisa; sim, embora tenham sofrido em dias diferentes, eram uma coisa só. Primeiro precedeu Pedro, seguiu-o, depois, Paulo. Celebramos o dia festivo dos Apóstolos, consagrado para nós pelo seu sangue. Amemos a fé, a vida, as fadigas, as confissões, as pregações”.

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG.

Artigo: Os 65 anos de sacerdócio de Bento XVI


O Senhor me chama para "subir a montanha", a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja..." - ANSA
29/06/2016 03:30

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Juiz de Fora (RV) - O Papa Francisco quis sublinhar, de maneira indelével e solene, a efeméride dos 65 anos de ordenação sacerdotal de Sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI e de seu irmão Georg. As comemorações, na Sala Clementina, no Palácio Apostólico, se sucederão na manhã do dia 28 de junho de 2016, com a presença do Colégio Cardinalício e de tantos colaboradores da Cúria Romana, em ação de graças pelos muitos benefícios que o ministério sacerdotal de Joseph Ratzinger constituíram-se em favor do crescimento do Reino de Deus, do ensino atualizado da Sagrada Teologia e da sua teologia da continuidade do Concílio Ecumênico Vaticano II, além de sua excepcional produção intelectual e de seus documentos pontifícios que iluminam a nossa fé de maneira cristalina.

Diria que o grande Bento XVI, poderia ser chamado de o papa magno do ensino teológico, e do vivo testemunho de humildade. Enquanto os homens deste mundo procuram o poder humano e até o poder de regime eclesiástico, mesmo lúcido, o Papa Bento XVI abriu espaço para que a figura canônica do Papa Emérito fosse instituída, de maneira perene, na tradição da Igreja, como a do Bispo Emérito, que só passou a ser uma realidade palpável, com o advento do Código de Direito Canônico de 1983, quando São João Paulo II assim dispôs: “O Bispo diocesano que tiver completado setenta e cinco anos de idade é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”(Cf. Cânon 401, parágrafo 1º).

O Papa Bento XVI, lucidamente e livremente, no pleno exercício de seu frutuoso ministério de Sucessor de Pedro, foi o primeiro a inaugurar, o que prevê o Código de Direito Canônico: “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requerer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguém”(Cf. Cânon 332, parágrafo 2º). Lembro-me, ainda hoje, daquela manhã de carnaval de 11 de fevereiro de 2013, em que o Papa Bento XVI, de maneira consciente, assim se dirigiu ao Sacro Colégio Cardinalício e a todo o orbe cristão: “Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice. Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus”.

A graça de Deus conduziu o Papa emérito Bento XVI para a vida contemplativa, de oração em favor da Igreja e de seu sucessor, a quem devota profunda reverência e espírito de obediência, afastando qualquer equívoco em que há dois Papas. Bento XVI, dedicando-se à oração, ao estudo, dá um testemunho explendido de sua consciência de que como Bispo emérito, a sua principal missão, é testemunhar a verdade contra todos os ventos contrários que muitas vezes querem bater sobre a Mãe Igreja.

Fidelidade, antes de tudo à Deus e à Sagrada Escritura, o Papa Bento XVI segue a sua vida nos apontando para o Cristo Sumo e Eterno Pastor. Bento XVI espiritualmente forte, pois somente um homem forte e corajoso seria capaz de um gesto tão exigente e impactante de renunciar ao Primado de Pedro, assumiu tal decisão, serenamente, de modo consciente e livre, “diante de Deus”, pelo bem da Igreja, pois reconheceu que suas forças “já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino”. Num mundo marcado pela idolatria do poder, dentro e fora da Igreja, de busca desenfreada de aparecer na mídia e de mandar por mandar, a renúncia e a vida contemplativa e orante de Bento XVI adquire especial sentido profético, interpelando aos que se apegam ao poder. O seu gesto é portador de valores; faz pensar sobre o sentido do poder como serviço, sobre a perenidade de valores éticos e espirituais fundamentais para a humanidade, em meio à provisoriedade deste mundo.

Mais hoje queremos falar do ministério presbiteral de Bento XVI. Diariamente, com a ajuda de seu secretário e das consagradas que o assistem, inicia o seu dia com a Santa Missa no Mosteiro Mater Ecclesia. Homem contemplativo passa o dia dedicado à oração e a gastar a sua vida pela Igreja. Imolou-se ao mundo para viver, já aqui na terra, as consolações do céu. Seu sorriso, seu olhar penetrante, sua delicadeza impar e o seu gesto, particularmente comigo, de me escrever pessoalmente que, já naquele momento bispo emérito, eu não estava fora da Igreja, por ter vencido por limite de idade meu período de Bispo Diocesano, mais continuava Bispo da Igreja, como todos os bispos, com as mesmas responsabilidades diárias de testemunhar o Ressuscitado e de anunciar, oportuna e inoportunamente, o Evangelho me levam a dar graças a Deus pela vida e pelo ministério deste grande homem, Bento XVI, doutor magno da teologia e pai do desprendimento moderno. Deus conserve Bento XVI e lhe dê longos anos de vida e saúde. Abençoe-nos, querido e sábio homem de fé, patriarca da Igreja.

Será lançado, no dia 28 de junho, um livro que retrata a vida e o ministério presbiteral do Papa Ratzinger, que tem prefácio do Papa Francisco que usa uma expressão de Hans Urs von Balthasar - "Teologia de joelhos" - para elogiar o testemunho exemplar do predecessor: "Antes mesmo de ser um grandíssimo teólogo e mestre da fé, vê-se que é um homem que realmente acredita, que realmente reza; vê-se que é um homem que personifica a santidade, um homem de paz, um homem de Deus". O Papa Francisco se refere quando escreve que "talvez seja precisamente hoje, como Papa emérito", que Bento XVI "nos conceda em modo mais evidente uma entre as suas maiores lições de "teologia de joelhos". Renunciando "ao exercício ativo do ministério petrino", Bento XVI decidiu "dedicar-se totalmente ao serviço da oração". E do Mosteiro Mater Ecclesiae - completa Francisco - mostra o essencial aos sacerdotes: não o ativismo do "fazer" mas "rezar pelos outros, sem interrupção, alma e corpo".

Celebrar a vida de Bento XVI é lançar um olhar sobre os bispos eméritos. Muitos deles passam por privações ou por dificuldades. Muitos são esquecidos ou mesmo perseguidos. Hoje se fala mais, com coragem, da missão que continua do Bispo Emérito. Por isso mesmo, entre os que estão tendo coragem de continuar sua missão, valeria a pena ler o livro “O êxodo de um Bispo Diocesano”. Esse livro ilumina a vida de todos os eméritos que tem muito a oferecer à Igreja e a testemunhar pela sua vida. O Papa Bento XVI disse em seu último Angelus: "O Senhor me chama para "subir a montanha", a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja...". Com Bento XVI repito suas palavras, rezando com ele, por ele e pela Igreja e testemunhando que nós, os bispos eméritos, não abandonamos a Igreja, mais ao contrário estamos mergulhados em Deus.

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG.

sábado, 30 de setembro de 2017



Alento do Papa é motivo de união, afirma Cardeal venezuelano


Papa recebeu em audiência Arcebispo de Caracas - ANSA
30/09/2017 09:55

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Cidade do Vaticano (RV) – O Arcebispo de Caracas, Card. Jorge Urosa Savino, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco na sexta-feira (29/09). O tema do encontro foi o contexto político, econômico e social que a Venezuela está vivendo.


“O Papa está certamente muito preocupado, muito interessado, como me confirmou esta cordial audiência que me concedeu”, declarou o Cardeal.

Este apoio é “um alento e um motivo para que todos os venezuelanos nos unamos”, afirmou ainda o Arcebispo, que recordou que Francisco se manifestou em várias oportunidades a favor do diálogo entre o governo e a oposição venezuelana, inclusive pediu que as Nações Unidas ajudem a resolver a crise. 

“O Papa demonstra afeto pelo povo venezuelano, principalmente pelos que estão sofrendo, pelos mais pobres, que são os mais afetados”, acrescentou. 

Durante sua recente viagem à Colômbia, este mês, Francisco teve a oportunidade de encontrar os bispos venezuelanos e dirigir um apelo em prol da resolução pacífica da crise.



Terremoto: Igreja mexicana convoca coleta em prol das vítimas


Igreja mexicana convoca coleta nacional - AFP
21/09/2017 11:39

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Cidade do México (RV) – Após o terremoto que matou mais de 240 pessoas no México, os bispos do país lançam “um profundo apelo à esperança”.


A Igreja local promove no próximo final de semana, 23 e 24 de setembro, umacoleta nacional para garantir a “solidariedade aos irmãos que sofrem com os desastres naturais”.

“Não há dúvida de que quando de um mal fazemos emergir a oportunidade de fazer o bem, o coração se renova e se alarga”, escreve a presidência da Conferência Episcopal Mexicana. Os bispos, em colaboração com a Caritas, montaram um central operativa para coordenar as ajudas e a reconstrução, organizada em duas modalidades.

Em primeiro lugar, nas dioceses atingidas bispos, sacerdotes e leigos se organizam para enfrentar esta fase de emergência colocando à disposição paróquias e seminários como centros de acolhimento. Em segundo lugar, destaca-se a rápida mobilização de outras dioceses, que prontamente expressaram solidariedade e ajuda às populações afetadas. Por fim, os bispos reiteram o importante papel de apoio espiritual e psicológico dos sacerdotes às vítimas.

terça-feira, 26 de setembro de 2017



Conheça a história do rapaz que, assistindo às aulas do Padre Paulo Ricardo, encontrou no sacramento da Confissão o meio para vencer a luta contra a pornografia.



O testemunho a seguir chegou até nós através de um e-mail enviado ao suporte do site. É a narrativa de um jovem que lutou durante anos para viver a castidade e que, através das aulas do curso das Doenças Espirituais, conseguiu encontrar as armas para vencer a pornografia e a masturbação.

A pedido do autor, omitimos o seu nome e o nome de sua esposa. Leia e compartilhe:
Travar uma luta contra a pornografia, no contexto em que vivemos, parece tarefa impossível. A sensualidade está, praticamente, em todas as partes. Na TV, na internet, nas revistas, nas vitrines, nos outdoors. Nada escapa à tentação da luxúria. Nas escolas e na mídia divulgam-se amplamente que a sexualidade e sensualidade liberais são normais e devem ser exploradas pelos adolescentes e jovens para que se desenvolvam o auto conhecimento, que não há nada de errado ou vergonhoso em explorar seu corpo. Muitos pais ensinam e incentivam seus filhos a observarem minuciosamente os atributos do corpo das mulheres, despertando, assim, o desejo sexual prematuro. Com efeito, aqueles que procuram viver de maneira casta vêm-se encurralados dado ao excesso de imagens e, até mesmo, conversas apelativas. Por conseguinte, o homem e a virtude da santa pureza encontram-se separados por um muro, à primeira vista, intransponível. Todavia, não o é. 

Há poucos meses pude experimentar de forma bastante lúcida aquilo que antes via como algo abstrato: a castidade. Como já recordei, não deixar-se levar pelas tentações da carne, sobretudo nas circunstâncias desta geração, é algo quase heroico, ainda mais para um jovem que durante anos foi viciado na masturbação e na pornografia. Sim, digo vício porque o estrago causado por essas duas práticas é realmente enorme. Por outro lado, assim como todo vício, a masturbação e a pornografia também possuem tratamento. E foi o que encontrei nas aulas de Doenças Espirituais do Padre Paulo Ricardo. 

Mas antes de contar como venci essa luta, sinto-me no dever de explicar como cheguei a ela. Ora, só se pode remediar uma doença se antes a conhecermos bem. Ou então, corremos o risco de piorar o problema. Acredito que esse testemunho servirá para muitos jovens, ou, quem sabe?, maridos que enfrentam esse fardo terrível. E espero, sinceramente, que todos possam se sentir encorajados à batalha, pois sim, é possível ser casto. 

Descobri a masturbação na minha adolescência. Eu já estava afastado da fé, embora estudasse desde o início do ensino fundamental em um colégio de freiras. Meus colegas sempre falavam sobre estes assuntos: mulheres nuas, sexo, namoro. E por influência deles, comecei a ver pornografia e, logo depois, a me masturbar. É claro que chegaria a isso, já que um é consequência do outro. O próximo passo seria um namoro, digamos, aberto. E, infelizmente, não demorou muito para acontecer. 

Naquela época era o único garoto virgem de minha turma, todos os meus amigos já haviam tido relações sexuais. Por isso, era comum ser motivo de chacota entre eles. Então, comecei a namorar. Não era o primeiro namoro, mas o primeiro no qual tinha claras intenções sexuais. Durante nossos encontros, as carícias ficavam cada vez mais intensas e ousadas. Contudo, não chegamos a consumar nossas intenções, pois, felizmente, terminamos o namoro antes. 

Todas essas experiências contribuíram para que eu desenvolvesse uma dependência da pornografia e da masturbação. Era a cultura na qual eu vivia, por isso, eu “respirava" aquilo tudo. E isso se seguiu durante um bom tempo, mesmo na faculdade. E eu percebia que conforme os dias passavam, ia me afundando cada vez mais. Sempre queria mais, não podia controlar. As coisas só diminuíram um pouco após retomar a participação nas Missas e na confissão. Era Deus começando a trabalhar. 

Conheci um moça por quem me apaixonei e decidi pedi-la em namoro. E ela aceitou. Por ser evangélica, no entanto, tivemos algumas dificuldades no início. Mas logo tudo se resolveu, graças à ajuda de meus pais, principalmente. Eles a ajudaram a conhecer a fé católica e, assim, ela se converteu. Enquanto isso, continuava a me masturbar e a ver pornografias. Contudo, acreditava que com o casamento, tudo iria acabar como num passe de mágica. Ledo engano! 

Veio o casamento, mas as tentações não passaram. Nem as quedas. Ao contrário, pareciam cada vez mais intensas. Eu gastava horas e horas à frente do computador buscando algo que me contentasse. A gravidade daquilo, no entanto, começou a chamar minha atenção. Não só isso, a me preocupar. Decidi, então, lutar contra todos aqueles desejos e estímulos. Voltei a ir à Missa com mais frequência e a me confessar. Mesmo assim, as coisas permaneciam do mesmo jeito. Confessava, mas logo voltava a pecar. Era um ciclo vicioso! 

Foi então que descobri as palestras do Padre Paulo Ricardo sobre as Doenças Espirituais. Enxerguei toda a minha miséria. Passei a ouvir tudo que havia no site: cursos, respostas católicas, parresias... qualquer coisa que fosse feita pelo Pe. Paulo. No começo, achava-o muito severo, mas o seu jeito enérgico acabava vencendo e eu voltava a assisti-lo. Apesar disso, continuava a cair no pecado e aquilo ia me angustiando, pois além do pecado, lamentava ter de mentir para minha esposa. 

Finalmente, durante uma viagem com minha mulher, já não aguentando mais toda aquela pressão, revelei a ela meus vícios. E para minha surpresa, ela não me condenou. Apenas me amou, me abraçou e chorou comigo. Disse que me daria forças e que me ajudaria na batalha. Aquilo me deu um novo ânimo e, assim, tomei o firme propósito de abandonar de uma vez por todas aquele pecado. 

Coloquei em prática todas as indicações do Padre Paulo no curso. E assim, fui progredindo. Antes confessava-me somente uma vez por mês. Passei a frequentar a confissão com mais regularidade: a cada quinze dias. Mas ainda não era o suficiente. Então comecei a me confessar toda semana. E o pecado foi regredindo. Logo abandonei a masturbação e em meados de 2012, deixei a pornografia. Hoje vou à missa e rezo o terço com minha esposa diariamente, dou catequese (minha paixão) e faço a lectio divina de pelo menos sete versículos bíblicos todos os dias. 

Ao longo de todo esse percurso, fui percebendo outros pecados, como olhares e pensamentos maliciosos, gula, etc. Pude perceber como um abismo leva a outro e como o pecado é destruidor. Mas, graças a Deus, estou lutando, estou vivendo o bom combate. Deus, através de meus confessores, de minha esposa e do Padre Paulo Ricardo, me ensinou muitas coisas e me libertou para a verdadeira vida. Foi o seu amor que me resgatou. Recentemente minha esposa e eu, recebemos de Deus a graça de sermos pais. Somos casados há três anos. Deus nos deu este presente somente após minha cura. Aguardamos confiantes a chegada do fruto desta relação casta num lar em que Deus esta em primeiro lugar. 

Por isso, agradeço de todo meu coração ao Padre Paulo Ricardo e a toda a sua equipe. Foram os seus puxões de orelha e o seu jeito acolhedor que me fizeram alcançar a libertação desses vícios e a construção de uma nova vida. Sei que ainda tenho muitos defeitos e outros pecados, mas sei que, acima de tudo, Deus me ama. E por esse amor Dele, seguirei e lutarei rumo ao céu! 

Paz em Cristo!