terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Papa: a revolução cristã é deixar de viver para nós mesmos


Francisco durante a cerimônia das vésperas - AFP
25/01/2017 18:50

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Cidade do Vaticano (RV) – No final da tarde desta quarta-feira (25), na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, o Papa Francisco presidiu a cerimônia das vésperas que recorda a conversão de S. Paulo.


A celebração marcou o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que teve tema inspirado no quinto capítulo da segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: “Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele”. A mensagem do Papa na homilia foi motivada pelo mesmo caminho e empenho ecumênico do diálogo através dos “embaixadores da reconciliação”, “unidos no sofrimento pelo nome de Jesus”.

Francisco começou sua exortação lembrando o encontro de Paulo com Jesus, na estrada para Damasco, que transformou radicalmente a vida do apóstolo ao aderir ao “amor gratuito e imerecido de Deus, a Jesus Cristo crucificado e ressuscitado”. Uma feliz notícia, a da “reconciliação do homem com Deus”, que Paulo não poderia guardar para si mesmo e foi impelido a proclamar.



"O amor de Cristo": não se trata do nosso amor por Cristo, mas do amor que Cristo tem por nós. Da mesma forma, a reconciliação para a qual somos impelidos não é simplesmente uma iniciativa nossa: é primariamente a reconciliação que Deus nos oferece em Cristo. Antes de ser esforço humano de crentes que procuram superar as suas divisões, é um dom gratuito de Deus. Como resultado desse dom, a pessoa perdoada e amada é chamada, por sua vez, a proclamar o evangelho da reconciliação em palavras e obras, a viver e dar testemunho de uma existência reconciliada.

Nessa perspectiva, “podemos hoje nos perguntar”, disse Francisco, “como é possível proclamar esse evangelho de reconciliação depois de séculos de divisões?”. O caminho vem do próprio Paulo que enfatiza que “a reconciliação em Cristo não se pode realizar sem sacrifício”.

Jesus deu a sua vida morrendo por todos. De modo semelhante os embaixadores de reconciliação, em seu nome, são chamados a dar a vida, a não viver mais para si mesmos, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por eles (cf. 2 Cor 5, 14-15). É a revolução que Paulo viveu, mas é também a revolução cristã de sempre: deixar de viver para nós mesmos, buscando os nossos interesses e a promoção da nossa imagem, mas reproduzir a imagem de Cristo, vivendo para Ele e de acordo com Ele, com o seu amor e no seu amor.

Para a Igreja e para cada confissão cristã, disse o Papa, “é um convite a não se basear em programas, cálculos e benefícios, a não se abandonar a oportunidades e modas passageiras, mas a procurar o caminho com o olhar sempre fixo na cruz do Senhor: lá está o nosso programa de vida”.

É um convite também a sair de todo o isolamento, a superar a tentação da autorreferência, que impede de identificar aquilo que o Espírito Santo realiza fora do nosso próprio espaço. Poderá se realizar uma autêntica reconciliação entre os cristãos quando soubermos reconhecer os dons uns dos outros e formos capazes, com humildade e docilidade, de aprender uns dos outros, sem esperar que primeiro sejam os outros a aprender de nós.

“Se vivermos esse morrer para nós mesmos por amor de Jesus”, disse o Papa, o nosso velho estilo de vida é relegado ao passado. Um passado que é útil e necessário para purificar a memória, mas que “pode paralisar e impedir de viver o presente”.

A Palavra de Deus nos encoraja a tirar força da memória, a recordar o bem recebido do Senhor; mas também nos pede que deixemos o passado para trás a fim de seguir Jesus no presente e, n’Ele, viver uma vida nova. Àquele que renova todas as coisas (cf. Ap 21, 5), consintamos que nos oriente para um futuro novo, aberto à esperança que não decepciona, um futuro onde será possível superar as divisões e os crentes, renovados no amor, que irão se encontrar plena e visivelmente unidos.

O Papa Francisco finalizou a homilia saudando os representantes de outras confissões cristãs e comunidades eclesiais presentes na cerimônia e recordando o caminho da unidade, em modo particular o quinto centenário da Reforma Protestante.

O fato de, hoje, católicos e luteranos poderem recordar, juntos, um evento que dividiu os cristãos e de o fazerem com a esperança posta sobretudo em Jesus e na sua obra de reconciliação, constitui um marco significativo, alcançado – graças a Deus e à oração – através de cinquenta anos de mútuo conhecimento e de diálogo ecumênico. (AC)


Fevereiro-Março: o calendário das celebrações de Francisco


Papa Francisco - AFP
24/01/2017 11:45

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Cidade do Vaticano (RV) – Divulgado o calendário das celebrações presididas pelo Papa Francisco nos meses de fevereiro e março 2017.


No dia 2 de fevereiro, quinta-feira, na Festa da Apresentação do Senhor e XXI Dia Mundial da Vida Consagrada, o Santo Padre preside na Basílica de São Pedro, às 17h30, horário de Roma, a Santa Missa com a presença dos membros dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

No dia 1º de março, Quarta-feira de Cinzas, Francisco preside na Igreja de Santo Anselmo, às 16h30, a procissão penitencial em direção à Basílica de Santa Sabina, onde às 17h presidirá a Santa Missa com a imposição das Cinzas.

No dia 5 de março, 1º Domingo da Quaresma, na localidade de Ariccia, têm início os exercícios espirituais para a Cúria Romana, dos quais participa o Santo Padre.

Papa aos pais: ensinar a fé aos filhos com o exemplo. A fé é luz!


Papa batiza bebê
08/01/2017 10:30

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Cidade do Vaticano (RV) – Na Festa do Batismo de Jesus, o Papa presidiu à celebração Eucarística na Capela Sistina, batizando 28 crianças.


Em sua breve homilia, pronunciada de forma espontânea, Francisco exortou os pais a “custodiarem a fé das crianças e a fazê-la crescer, para que se torne um testemunho para os outros”.



“Vocês pediram para vossas crianças a fé que será dada no Batismo – explicou – porque a fé deve ser vivida. Caminhar na estrada da fé e dar testemunho da fé”.

O Papa observou que a fé não é apenas “recitar o Creio quando vamos na Missa no domingo, não é só isto! A fé é acreditar naquilo que é a verdade: o Pai que enviou o Filho e o Espírito que nos vivifica”, ressaltando:

“Mas a fé também é confiar-se a Deus e isto vocês devem ensinar a eles com vosso exemplo, vossa vida. A fé é luz”.

Ao referir-se à vela presente no rito do Batismo, Francisco recordou que nos primeiros tempos do cristianismo, o Batismo era chamado de “a iluminação, porque a fé ilumina o coração, faz ver as coisas com outra luz”. Por isto, a responsabilidade dos pais:

“A Igreja dá a fé pelo Batismo aos vossos filhos e vocês têm a missão de fazê-la crescer, custodiá-la para se tornar testemunho para todos os outros. Este é o sentido de toda esta cerimônia”.

Ao final de suas breves palavras, de forma muito descontraída o Papa referiu-se ao “concerto” proporcionado pelo choro de algumas crianças:

“Começou o concerto, hein?!?! Porque as crianças estão em um lugar que não conhecem, talvez tenham se levantado mais cedo do que o habitual. Aí uma começa, dá o tom, e as outras vão atrás. Muitas choram porque a outra chora. E gosto de recordar que Jesus também fez isto. A primeira oração de Jesus na estrebaria foi um choro”.

Antes de concluir, Francisco disse às mães para sentirem-se à vontade caso quisessem amamentar seus filhos durante a cerimônia na Capela Sistina, visto a duração da cerimônia e as crianças poderiam estar com fome.

Após suas palavras, Francisco batizou uma por uma das 28 crianças. (JE)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017


As verdades que Cristo pregou do alto da montanha continuam válidas para hoje: fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao Céu.



Embora seja contraditória, tem atraído muitas pessoas a ideia de um Cristianismo sem sofrimento, sem penitências nem mortificações. Não se fala mais da necessidade de renunciar a si mesmo e tomar a própria Cruz [1], embora tenha sido o próprio Cristo a sublinhar tal obrigação. Não se ostenta mais a figura de Jesus Crucificado nas paredes de construções e nem mesmo nas igrejas, como se a constante lembrança das dores de Cristo fosse penosa ou até perigosa para as pessoas.

É, de fato, um ditado bastante repetido: “Falar só de dor e sofrimento afasta as pessoas da Igreja". Mas, onde está a caridade daqueles que calam tais temas apenas para manter o número de fiéis? É certo que o homem moderno não quer ouvir falar dessas coisas – antes, prefere que adociquem sua boca com o mel das novidades e dos prazeres. Mas a religião católica tem que ver com as vontades e preferências do mundo ou, antes, com a vontade e o reinado de Deus? A fé cristã tem que ver com o que o homem deseja ou com o que o homem verdadeiramente precisa?

Rebate-se: “Mas, o homem precisa sofrer?" Na verdade, a pergunta está mal colocada. Não é que o ser humano precise sofrer; é que ele precisa amar. E, novamente – afinal, sempre convém repetir –, neste mundo, não é possível que sejamos privados de sofrer simplesmente porque não podemos ser dispensados de amar. Não é que a religião cristã seja “masoquista" ou cultue a dor; é que foi esse o meio que Cristo escolheu para amar-nos e é também o meio pelo qual nós devemos amá-Lo. “Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti" [2], diz Santo Agostinho. Não basta que o sangue de Cristo tenha sido derramado por todos; é preciso que aproveitemos de Sua eficácia, associando a nossa liberdade à ação da graça divina.

Neste tema, adverte o padre Garrigou-Lagrange, é preciso evitar dois extremos perigosos: o primeiro, menos comum, é o rigorismo jansenista, que apregoa a prática de árduas mortificações sem considerar a razão para isso, como que numa tentativa de alcançar o Céu por forças puramente humanas. Com isso, perde-se de vista “o espírito da mortificação cristã, que não é soberba, senão amor de Deus" [3].

O segundo erro a ser evitado parece dominar o mundo de hoje: trata-se do naturalismo prático. Com os argumentos já apresentados acima, essa tendência reduz a fé cristã a um bom mocismo, ignorando – ou fingindo ignorar – as consequências do pecado original sobre o gênero humano.

Nessa brincadeira perigosa, nem as palavras de Jesus contam mais. O Cristo que adverte para arrancarmos de nós os olhos e as mãos, se são para nós ocasião de queda, porque “é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ir para o inferno" [4]; o Cristo que pede que ofereçamos a face esquerda a quem bater em nossa direita, que entreguemos o nosso manto a quem nos tirar a túnica, que andemos dois quilômetros, ao invés de um só [5]; o Cristo que alerta para não jejuarmos “de rosto triste como os hipócritas" [6], “só para serdes notados" [7], é solenemente ignorado pelos naturalistas, que preferem fundar para si uma nova religião: a de um deus leniente com o pecado, com a indolência e com a preguiça espiritual.

É preciso deixar muito claro que não é possível construir um “novo" caminho diferente do que indicou Jesus e do que trilharam os Santos. “Mirabilis Deus in sanctis suis", diz a Vulgata: “Deus é maravilhoso nos Seus santos" [8]. E eles não passaram por outra via senão a da mortificação. Como se explica, por exemplo, que uma Santa Catarina de Sena tenha começado tão cedo a flagelar-se e a fazer jejuns rigorosos [9]? Que, defender a sua pureza São Francisco se tenha revolvido na neve, São Bento se tenha jogado num silvado e São Bernardo tenha mergulhado num tanque gelado?

A chave para todas essas penitências é o amor, que não pode ser vivido neste mundo sem que crucifiquemos a nossa carne. Santo Afonso de Ligório ensina que “ou a alma subjuga o corpo, ou o corpo escraviza a alma". São Bernardo respondia aos que zombavam dos penitentes do seguinte modo: “Somos em verdade cruéis para com o nosso corpo, afligindo-o com penitências; porém mais cruéis sois vós contra o vosso, satisfazendo a seus apetites nesta vida, pois assim o condenais juntamente com a vossa alma a padecer infinitamente mais na eternidade".

Por que não se fala mais dessas coisas em nossas igrejas? Porque, infelizmente, quase nenhum espaço foi preservado desse maldito naturalismo, que pretende “inventar a roda" moldando um Cristianismo sem Cruz.

Para viver, é necessário mortificar-se, morrer mesmo, como o grão de trigo de que fala o Evangelho [11]. As verdades que Cristo pregou do alto da montanha continuam válidas para hoje e, como diz Santa Rosa de Lima, “fora da Cruz não existe outra escada para subir ao Céu".

Por Equipe Christo Nihil Praeponere
A mensagem do Papa no Twitter neste domingo:

"A dignidade das crianças deve ser respeitada: peçamos que seja eliminada a escravidão de crianças-soldado em todo o mundo".



Papa: o pobre em espírito sabe ser humilde e disponível à graça de Deus


Papa Francisco antes do Angelus
29/01/2017 13:37

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Cidade do Vaticano (RV) - Quanto mais tenho, mais quero: isso mata a alma. E o homem ou a mulher que tem essa atitude não é feliz e não alcançará a felicidade: disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, ao meio-dia, na alocução que precedeu a oração mariana.


Francisco havia partido das Bem-aventuranças, “carta magna” do Novo Testamento, que caracterizam a liturgia deste IV Domingo do Tempo Comum. No sermão da montanha “Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade”, destacou.



Nesta sua pregação Jesus segue um caminho particular: começa com o termo “bem-aventurados”, ou seja, “felizes”; prossegue com a indicação da condição para ser tais; e conclui fazendo uma promessa, explicou o Pontífice.

Francisco acrescentou que o motivo da bem-aventurança não está na condição de “pobres em espírito”, “aflitos”, “famintos de justiça”, “perseguidos”, mas na promessa sucessiva, a ser acolhida com fé como dom de Deus. “Parte-se da condição de dificuldade para abrir-se ao dom de Deus e aceder ao mundo novo, o ‘reino’ anunciado por Jesus.”

Não é um mecanismo automático, disse o Papa. “Não podem ser bem-aventurados se não se converteram”, se não se tornaram “capazes de apreciar e viver os dons de Deus”.

Francisco quis ater-se à primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,4), para em seguida explicitar quem são estes:

“O pobre em espírito é aquele que assumiu os sentimentos e a atitude daqueles pobres que em sua condição não se rebelam, mas sabem ser humildes, dóceis, disponíveis à graça de Deus.”

A felicidade dos pobres – dos pobres em espírito – tem uma dúplice dimensão: em relação aos bens e em relação a Deus, explicou o Santo Padre, acrescentando:

“Em relação aos bens, aos bens materiais, esta pobreza em espírito é sobriedade: não necessariamente renúncia, mas capacidade de experimentar o essencial, de partilha; capacidade de renovar todos os dias a admiração pela bondade das coisas, sem sucumbir na opacidade do consumo voraz."

“Quanto mais tenho, mais quero; mais tenho, mais quero: esse é o consumo voraz. E isso mata a alma. E o homem ou a mulher que faz isso, que tem essa atitude ‘mais tenho, mais quero’, não é feliz e não alcançará a felicidade.”

Em relação a Deus, afirmou, “é louvor e reconhecimento que o mundo é bênção e que na sua origem está o amor criador do Pai. Mas é também abertura a Ele, docilidade a sua senhoria: “é Ele, o Senhor, é Ele o Grande, não eu sou grande porque tenho tantas coisas! É Ele: Ele que quis o mundo para todos os homens e o quis para que os homens fossem felizes”, acrescentou.

O pobre em espírito é o cristão que não deposita sua confiança em si mesmo, nas riquezas materiais, não é obstinado nas próprias opiniões”, disse ainda o Papa fazendo em seguida uma observação pertinente à convivência nas comunidades cristãs:

“Se em nossas comunidades existissem mais pobres em espírito, haveria menos divisões, contrastes e polêmicas. A humildade, como a caridade, é uma virtude essencial para a convivência nas comunidades cristãs. Os pobres, nesse sentido evangélico, se mostram como aqueles que mantêm firme a meta do Reino dos céus, fazendo entrever que este é antecipado de forma germinal na comunidade fraterna, que privilegia a partilha à posse.”

Após a oração mariana, o Pontífice lembrou a celebração, neste domingo, do Dia mundial de luta contra a hanseníase, ressaltando que esta doença, mesmo em diminuição, encontra-se ainda entre as mais temidas e atinge os mais pobres e marginalizados. “É importante lutar contra esta enfermidade, mas também contra as discriminações que ela gera”, exortou.

Encontravam-se presentes na Praça São Pedro, em meio aos cerca de 25 mil fiéis e peregrinos, três mil jovens da Ação Católica de Roma, formando a “Caravana da Paz”. Dois deles, um garoto e uma garota, se juntaram ao Santo Padre durante a saudação do Pontífice aos diversos grupos de fiéis e peregrinos reunidos na Praça. O garoto leu uma breve mensagem aos presentes. Em seguida, foram soltos alguns balões, símbolo da paz.

O Papa lembrou mais uma vez as populações do centro da Itália, expressando sua proximidade a estes que ainda sofrem as consequências do terremoto e das difíceis condições atmosféricas deste inverno europeu.

O Pontífice despediu-se dos presentes pedindo que não se esquecessem de rezar por ele. (RL)

    Papa: Coragem, a luz de Jesus vence as trevas mais obscuras!


    Cerca de 35 mil pessoas acompanharam o Angelus
    06/01/2017 13:38

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    Cidade do Vaticano (RV) – Cabe a nós escolher qual estrela seguir. Mas saindo de nossa acomodação e buscando a luz de Jesus, encontraremos a alegria verdadeira. Na Solenidade da Epifania, o Papa Francisco rezou o Angelus com cerca de 35 mil peregrinos e fieis, convidando a todos “a não ter medo desta luz e abrir-se ao Senhor”. A sensação térmica na Praça São Pedro era abaixo de zero.


    “O símbolo desta luz que resplandece no mundo e quer iluminar a vida de cada um – disse o Papa no início de sua reflexão – é a estrela que guiou os Magos a Belém”. Eles a viram despontar no horizonte e “decidiram segui-la, deixaram-se guiar pela estrela de Jesus”, “uma luz estável, uma luz gentil, que não se apaga, porque não é deste mundo, vem do céu, e resplandece no coração”:

    “Também na nossa vida existem diversas estrelas, luzes que brilham e orientam. Cabe a nós escolher quais seguir. Por exemplo, existem luzes intermitentes, que vão e vem, como as pequenas satisfações na vida: ainda que boas, não são suficientes, porque duram pouco e não deixam a paz que buscamos. Existem depois as luzes deslumbrantes do dinheiro e do sucesso, que prometem tudo e logo: são sedutoras, com a sua força cegam e fazem passar dos sonhos de glória à escuridão mais densa”.

    A luz verdadeira – reiterou o Papa – é o próprio Jesus, “ele é a nossa luz, uma luz que não ilude, mas acompanha e dá uma alegria única. Esta luz é para todos e chama a cada um: Levanta-te, reveste-te de luz”. Uma luz – a de Jesus - à qual somos chamados a seguir no início de cada novo dia, “entre as tantas estrelas cadentes no mundo (...). Seguindo-a, teremos a alegria, como acontece aos Reis Magos, que ao ver a estrela experimentaram uma alegria grandíssima, porque onde está Deus, ali há alegria”:

    “Quem encontrou Jesus, experimentou a alegria da luz que ilumina as trevas e conhece esta luz que ilumina e irradia. Gostaria, com muito respeito, convidar a todos a não ter medo desta luz e abrir-se ao Senhor. Sobretudo gostaria de dizer a quem perdeu a força, está cansado, a quem, sobrecarregado pelas obscuridades da vida, perdeu o ânimo: levanta-te, coragem, a luz de Jesus sabe vencer as trevas mais obscuras, levanta-te, coragem”.

    Para encontrar esta luz – recomendou o Papa - devemos seguir o exemplo dos Magos, que o Evangelho descreve como “sempre em movimento”, “sair de si e buscar, não ficar fechado olhando o que acontece ao redor, mas arriscar a própria vida”:

    “A vida cristã é um caminho contínuo, feito de esperança e feito de busca; um caminho que, como o dos Magos, prossegue também quando a estrela desaparece momentaneamente da vista. Neste caminho existem também insídias que devem ser evitadas: as conversas superficiais e mundanas, que freiam o passo; os caprichos paralisantes do egoísmo; o pessimismo, que aprisiona a esperança”.

    “Não basta saber que Deus nasceu, se não se faz com Ele Natal no coração”, alertou Francisco. Os Magos fizeram isto, prostraram-se e o adoraram. “Não olharam para ele somente, não fizeram somente uma oração circunstancial e foram embora, mas o adoraram, “entraram em comunhão pessoal de amor com Jesus. Depois, deram a ele ouro, incenso e mirra, isto é, os bens mais preciosos”.

    Neste sentido, o Papa exorta a aprendermos dos Magos a não dedicar a Jesus somente os “retalhos de tempo e algum pensamento de vez em quando, pois assim não teremos a sua luz”, mas devemos sim, “nos colocar a caminho, revestindo-nos de luz seguindo a estrela de Jesus e adorar o Senhor com todo nosso ser”.

    Ao final do Angelus o Santo Padre, ao saudar os grupos presentes na Praça São Pedro, felicitou as comunidades eclesiais do Oriente, que seguem o calendário Juliano e que celebram o Natal neste sábado, 7 de janeiro: “Em espírito de jubilosa fraternidade, faço votos de que o nascimento do Senhor Jesus os preencha de luz e de paz”. (JE)

    Papa: que Deus aqueça o nosso coração para ajudarmos quem passa frio


    Fonte congelada na Praça São Pedro, devido às baixas temperaturas - REUTERS
    08/01/2017 12:35

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    Cidade do Vaticano (RV) - Ao final do Angelus, o Papa Francisco pediu a todos solidariedade pelos que vivem nas ruas e passam frio devido às baixas temperaturas:


    “Nestes dias de tanto frio, penso e vos convido a pensar em todas as pessoas que vivem pelas ruas, atingidas pelo frio e muitas vezes pela indiferença. Infelizmente alguns não conseguiram. Rezemos por eles e peçamos ao Senhor para aquecer o nosso coração e ajudá-los”.

    De fato, as baixas temperaturas verificadas em todas a Itália e em diversos países, tem provocado vítimas entre as pessoas que não tem uma moradia. Até o momento, somente na Itália, oito pessoas morreram de frio.

    Algumas estações de metrô em Roma tem permanecido abertas durante a noite para oferecer abrigo aos necessitados. Grupos de solidariedade percorrem as ruas e distribuem cobertores e alimentos aos milhares de sem-teto espalhados por toda a cidade de Roma. (JE)

    segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


    Fátima 2017: faltam 100 dias para a chegada do Papa


    Peregrinos em Fátima - AFP
    02/02/2017 13:29

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    Fátima (RV) - Faltam 100 dias para a chegada do Papa Francisco a Fátima que se tornará o quarto Pontífice a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

    A visita de Francisco em 12 e 13 de maio, no centenário das aparições, confirma a ligação do papado ao santuário português, que começa a definir-se já em 1929, com a bênção de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, pelo Papa Pio XI, para a capela do Pontifício Colégio Português de Roma.

    Pio XII

    No pontificado seguinte, Pio XII assumiu Fátima como um acontecimento de toda a Igreja e, em 31 de outubro de 1942, consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em plena II Guerra Mundial; o Santuário assinala, ainda hoje, o encerramento do Ano Santo, em 13 de outubro de 1951, neste pontificado.

    São João XXIII

    São João XXIII visitou Fátima no dia 13 de maio de 1956, quando era ainda patriarca de Veneza, mas as viagens internacionais dos Papas modernos são uma novidade que remonta à segunda metade do século XX, com o pontificado de Paulo VI (1897-1978).

    Portugal entraria na rota dessas visitas apostólicas logo na quinta viagem deste pontífice italiano, em 13 de maio de 1967, por ocasião do 50º aniversário das aparições marianas, reconhecidas pela Igreja Católica, na Cova da Iria.

    Paulo VI

    Segundo a Agência Ecclesia, Paulo VI quis ir pessoalmente a Fátima, como peregrino, em 13 de maio de 1967, tendo decidido que o avião que o transportou desde Roma aterrissasse a Monte Real, ficando alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima). Além da homilia da missa de 13 de maio, no 50º aniversário das Aparições, Paulo VI fez outros seis discursos.

    João Paulo I esteve em Portugal como patriarca de Veneza, em julho de 1977, passando por Fátima e encontrando-se com a Irmã Lúcia.

    João Paulo II

    João Paulo II, que em 13 de maio de 1981 tinha sido atingido por um tiro na Praça de São Pedro, num atentado contra sua vida, foi à Cova da Iria um ano depois, agradecer publicamente a intercessão de Nossa Senhora de Fátima em sua recuperação.

    Em maio de 1982, no primeiro aniversário desse atentado, Karol Wojtyla (1920-2005) foi a Fátima para "agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular"; passou ainda por Lisboa, Vila Viçosa, Coimbra, Braga e Porto, ao longo de quatro dias (12-15 de maio), proferindo um total de 22 discursos.

    O Papa polonês voltou a Portugal nove anos depois: em 10 maio de 1991, João Paulo II celebrou a missa no Estádio do Restelo e foi depois a Açores e Madeira, antes de centrar-se no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 maio.

    Durante quatro dias, São João Paulo II proferiu 12 discursos e enviou ainda uma carta, da Cova da Iria, aos bispos católicos da Europa, que preparavam uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos, dedicada ao Velho Continente.

    Em 12 e 13 maio do ano 2.000, já com a saúde debilitada, João Paulo II regressou a Portugal, para presidir à beatificação dos pastorzinhos Francisco e Jacinta Marto; proferiu um discurso na chegada, no aeroporto internacional de Lisboa, a homilia na missa de 13 de maio e uma saudação aos doentes reunidos na Cova da Iria.

    Na mesma ocasião anunciou a publicação da terceira parte do chamado “Segredo de Fátima”.

    Bento XVI

    Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de maio de 2010, para assinalar o décimo aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.

    Em 2017, a visita de Francisco se centraliza na Cova da Iria, onde em 13 de maio de 2013 o então cardeal-patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, consagrou o pontificado do Papa argentino à Virgem Maria.

    (MJ/Agência Ecclesia)

    Música e Igreja: há 50 anos da Instrução Musicam Sacram


    Diretor Georges Pretre durante festival de música e arte sacra, Roma - ANSA
    02/02/2017 14:32

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    Roma (RV) - “Música e Igreja: culto e cultura há 50 anos da Instrução Musicam Sacram.” Este é tema do encontro que o Pontifício Conselho para a Cultura promove de 2 a 4 de março próximo, em Roma, no Centro de Congressos Augustinianum, junto com o Pontifício Ateneu Santo Anselmo, o Pontifício Instituto Litúrgico e o Pontifício Instituto de Música Sacra. 


    Segundo a Agência Sir, “o objetivo do evento é estimular uma reflexão profunda no campo musical, litúrgico, teológico e fenomenológico que possa ser uma proposta positiva por um culto cristão, expressão de louvor a Deus e prazeroso de ouvir na diversidade de modelos culturais.”

    Dentre as finalidades: refletir sobre o interesse atual por um fenômeno musical, sempre presente na história da Igreja, avaliar a mudança paradigmática na concepção da música eclesial 50 anos depois da Instrução Musicam Sacram de 1967, conhecer as linguagens mais adequadas para celebrar o louvor público oficial e solene da Igreja, rever o lugar e a função do músico de Igreja, recuperar o patrimônio musical, em diálogo ecumênico, e com a cultura contemporânea, e recordar a urgência de uma formação sólida dos vários ministérios da música. 

    Participam do encontro representantes da Conferências Episcopais e ordens religiosas, músicos, cultores da música litúrgica, associações e movimentos. 

    O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, abrirá o encontro com a reflexão intitulada “Música e Palavra de Deus”. 

    Dentre os relatores estão o Presidente da Academia Nacional de Santa Cecília, Roma, Michele Dall’Ongaro, o Presidente do Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, Jordi-A. Piqué, e o prior da Comunidade Ecumênica de Taizé, Frei Alois.

    Será proposto um trecho no piano da Paixão segundo São Mateus de Johann Sebastian Bach. 

    Está prevista a audiência com o Papa Francisco.

    (MJ)

    Ícone da Mãe de Misericórdia será coroado e exposto no Vaticano


    Representação iconográfica da Virgem Maria Mãe de Misericórdia - RV
    30/01/2017 20:16

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    Cidade do Vaticano (RV) - O ícone da “Virgem Maria Mãe de Misericórdia”, que os pobres e os voluntários da Pequena Casa da Misericórdia de Gela – sul da Itália – quiseram como homenagem a Nossa Senhora pela graça do Ano Jubilar da Misericórdia, será coroado e exposto à veneração pública na Basílica de São Pedro, no Vaticano.


    O ícone representa a Virgem Maria mostrando Jesus, misericórdia do Pai, e o avental sinal identificativo do serviço do Cristo e de misericórdia para com o próximo. Desde 13 de novembro de 2016 – data do encerramento diocesano do Jubileu da Misericórdia – o ícone é venerado no altar principal da Igreja de Santo Agostinho em Gela, Centro de espiritualidade nacional da Misericórdia, refeitório e dormitório dos pobres.

    Ícone exposto na missa de 2 de fevereiro, presidida pelo Papa

    Conduzidos pelo vigário geral da Diocese de Piazza Armerina, Pe. Antonino Rivoli, cem fiéis da cidade siciliana chegarão a Roma na próxima quarta-feira (01/02) com alguns pobres e voluntários da Pequena Casa da Misericórdia para participar da audiência geral do Papa e da celebração eucarística na Basílica Vaticana presidida pelo Cardeal Angelo Comastri. Durante a missa se terá o rito de coroação do Ícone Sagrado.

    Na quinta-feira, 2 de fevereiro, festa da Apresentação do Senhor, o Papa Francisco presidirá à solene celebração eucarística com a presença do Ícone Sagrado.

    Maria, mestra de misericórdia e caridade

    “Temos a honra de o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Santo Padre ter escolhido, para a ocasião do Dia Mundial da Vida Consagrada, nosso Ícone Sagrado que será exposto na Capela Papal”, disse o diretor do Centro de Espiritualidade, Pe. Pasqualino di Dio.

    “Mais uma vez Maria torna-se para a nossa cidade fonte de consolação e de segura esperança, Maria é a misericordiosa, como rezamos na antiga antífona da Salve-Rainha; Ela recebeu a Misericórdia feita carne e se deixou conduzir por Ele a servir a anciã e cansada prima Isabel, que certamente jamais pôde restituir o gesto de caridade e os três meses de permanência de Maria na casa de Zacarias. Maria nos ensina que a caridade deve ser silenciosa, discreta, desinteressada, sem esperar nada em troca”, acrescentou Pe. Pasqualino.

    5 de fevereiro, retorno a Gela

    No domingo, 5 de fevereiro, o Ícone Sagrado retornará à Sicília chegando a Gela às 17h30 locais, onde será acolhido na Igreja de São Francisco de Paula. Vai se realizar uma breve procissão e se terá na Igreja de Santo Agostino, onde o ícone será recolocado, a missa de ação de graças presidida pelo bispo de Piazza Armerina, Dom Rosario Gisana. (RL)

    Relíquias de Santo Antônio peregrinam pelo mundo


    Relíquias de Santo Antônio em peregrinação pelo mundo - RV
    03/02/2017 16:18

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    Pádua (RV) - As relíquias de Santo Antônio de Pádua estão em peregrinação no Bangladesh e, a seguir, irão à Índia e Estados Unidos.

    Durante este mês de fevereiro até meados de março, o relicário, em forma de busto, percorrerá três países, onde será venerado pelos fiéis.

    As relíquias antonianas, que chegaram nesta quinta-feira (02/02) ao Bangladesh, serão expostas, pela primeira vez, em várias cidades do país.

    O Cardeal-Arcebispo de Dhaka, Patrick D'Rozario - primeiro Cardeal da história da Igreja no Bangladesh - presidirá, no santuário dedicado a Santo Antônio, em Panjora, a uma celebração Eucarística, na presença das relíquias, da qual participarão todos os Bispos bengaleses. Em seguida, o relicário será levado para outras cidades até chegar à capital, Daca.

    A peregrinação continuará pela Índia, de 10 de fevereiro a 15 de março e, depois, última etapa, nos Estados Unidos, que acolherão as relíquias antonianas pela terceira vez.

    O relicário de Santo Antônio – um fragmento da costela do santo – foi venerado em 1995 pela Irmã Lúcia, no convento de Coimbra, Portugal e, em 2000, em Buenos Aires, pelo então Cardeal-Arcebispo Jorge Mario Bergoglio.

    As peregrinações anuais das relíquias de Santo Antônio no Exterior têm o objetivo de facilitar o encontro do Santo de Pádua com seus milhões de devotos em todo o mundo, mas também para recordar as inúmeras viagens que o Santo português fez como missionário.

    Após a sua morte, o corpo de Frei Antônio foi enterrado na igrejinha de Santa Maria Mater Domini, perto de um convento fundado por ele em 1229. Hoje, ela se encontra incorporada na atual Basílica paduana. (MT)