terça-feira, 25 de abril de 2017


Papa: a misericórdia abre a porta da mente e do coração


Papa reza com o Regina Caeli com os fiéis na Praça S. Pedro - AFP
23/04/2017 10:56

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Cidade do Vaticano (RV) – “A misericórdia é a pedra angular na vida de fé”: palavras do Papa que antecederam a oração mariana do Regina Caeli neste II domingo de Páscoa, dedicado à Divina Misericórdia.


Aos milhares de fiéis reunidos na Praça S. Pedro, Francisco explicou que este domingo, na tradição da Igreja, era chamado “in albis” (alba). A expressão evocava o rito do batismo na Vigília de Páscoa e veste branca ofertada para a ocasião. No passado, esta veste era usada por uma semana, até o domingo in albis, quando era retirad, e os neófitas iniciavam sua nova vida em Cristo e na Igreja. Já no Jubileu do Ano 2000, São João Paulo II teve “a belíssima intuição” de dedicar o II domingo de Páscoa à Divina Misericórdia.



A misericórdia se apresenta como perdão dos pecados

No dia da ressurreição de Jesus, a misericórdia se apresenta como perdão dos pecados, como narrado no Evangelho deste domingo. Cristo diz aos seus discípulos: “A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados”; e transmitiu à sua Igreja, como primeira tarefa, a missão de levar a todos o anúncio concreto do perdão.

A misericórdia abre a porta da mente

A experiência da misericórdia, acrescentou o Papa, abre a porta da mente para compreender melhor o mistério de Deus e da nossa existência pessoal. “Faz entender que a violência, o rancor, a vingança não têm qualquer sentido, e a primeira vítima é quem vive desses sentimentos, porque se priva da própria dignidade.”

A misericórdia abre a porta do coração

Francisco ressaltou que a misericórdia abre também a porta do coração e permite expressar a proximidade sobretudo aos que estão sós e marginalizados, porque os faz sentir irmãos e filhos de um só Pai. “A misericórdia aquece o coração e o torna sensível às necessidades dos irmãos com a compartilha e a participação. A misericórdia, enfim, compromete todos a serem instrumentos de justiça, de reconciliação e de paz. Jamais nos esqueçamos que a misericórdia é a pedra angular na vida de fé, e a forma concreta com a qual damos visibilidade à ressurreição de Jesus.”

Devotos da Divina Misericórdia

Ao final da oração do Regina Caeli, o Papa saudou de modo especial os devotos da Divina Misercórdia, e recordou a beatificação em Oviedo, na Espanha do Pe. Luis Antonio Rosa Ormières. Francisco agradeceu e retribui os votos de feliz Páscoa que recebeu de milhares de fiéis.

Burke sobre viagem do Papa ao Egito: não há preocupação


Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke - ANSA
24/04/2017 20:44

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Cidade do Vaticano (RV) - Não há preocupação com a visita do Papa ao Egito: Francisco utilizará automóvel normal, não blindado. O porta-voz vaticano, Greg Burke, deu esta segunda-feira (24/04) alguns detalhes sobre a 18ª viagem apostólica internacional do Pontífice numa coletiva concedida aos jornalistas acreditados junto à Santa Sé.


Falta pouco para a partida do Santo Padre para o Cairo. Serão dois dias de visita, sexta-feira e sábado próximos (dias 28 e 29 de abril), no signo das três dimensões: pastoral, ecumênica e inter-religiosa.

Num país de quase 90 milhões de habitantes, em que 89% são muçulmanos sunitas, cerca de 10% são coptas ortodoxos e somente 0,1% são católicos, de vários ritos, o Papa chegará como homem de paz. Na medalha da viagem estão representados a Sagrada Família e elementos típicos do Egito.

Segundo explicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, estão previstos cinco discursos, a começar pelo que será dirigido aos participantes da Conferência Internacional sobre a Paz, na qual se pronunciará também o Grão-Imame de Al-Azhar.

Em seguida terá lugar o encontro com as autoridades e a visita ao Papa copta ortodoxo Tawadros II, ao término do qual irão juntos até a igreja de São Pedro e São Paulo, atingida em dezembro passado por um atentado, para uma oração ecumênica pelos cristãos assassinados.

No dia seguinte: a missa e o encontro com o clero, os religiosos e os seminaristas. Para deslocar-se o Papa Francisco não utilizará um veículo blindado, mas um automóvel normal, disse o diretor da Sala de Imprensa Vaticana.

A Rádio Vaticano perguntou a Greg Burke se esse gesto é também um sinal de esperança. Eis o que disse:

Greg Burke:- “O Papa quer dar sinais positivos. Está sereno, não é ingênuo, conhece a situação no Egito, sabe o que tem acontecido com os coptas nos últimos anos, particularmente durante o Domingo de Ramos, mas quer dar também um sinal positivo. O quanto possível, ele gosta da normalidade, por isso se deslocará com um automóvel normal, fechado. Porém, em dois momentos, se deslocará com o golf car (automóvel aberto de pequeno porte): na missa do sábado para estar em meio ao povo, e no encontro no Seminário, quando se terá um momento de oração com os sacerdotes, os seminaristas e os religiosos. Também ali dará uma volta” com este pequeno automóvel aberto.

RV: Também o encontro e o pronunciamento que fará na Conferência internacional sobre a paz serão muito importantes...

Greg Burke:- “Falar de paz como verdadeiras pessoas de religião que são pela paz, como diz o Papa, essa é a verdadeira mensagem.”

RV: Podemos dizer que o desejo do Papa de construir o diálogo num certo sentido se reflita nestas três dimensões de sua viagem: pastoral, ecumênica e inter-religiosa. É uma viagem que tem essa forte caracterização...

Greg Burke:- “Sim, não há dúvida. O Papa sempre diz que é preciso construir pontes. Isso é um construir pontes. Digamos que o encontro que terá com a pequena comunidade católica é mais que uma ponte, porque são irmãos, porém, o encontro inter-religioso e ecumênico são aspectos chave.”

RV: Isso é testemunhado também pela presença do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu...

Greg Burke:- “Efetivamente sim. Isso é uma coisa bonita, mesmo não sendo previsto um encontro entre os dois, porque esse não é o motivo da viagem, o fato que ele esteja presente é importante.” (RL/DD)

Papa Francisco: o pecado se manifesta na violência que destrói o mundo


Papa em oração na Basílica de Santa Maria Maior - AP
13/04/2017 11:46

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Cidade do Vaticano (RV) – “Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos”: este é um trecho da entrevista que o Papa Francisco concedeu ao jornal italiano “La Repubblica”, publicada esta quinta-feira (13/04).


Concedida ao jornalista Paolo Rodari, o Papa afirma que está vivendo esta vigília pascal pedindo com força ainda maior a paz “para este mundo submetido aos traficantes de armas que lucram com o sangue dos homens e das mulheres”.

Atire a primeira pedra

Sobre a Quinta-Feira Santa, Francisco explica que escolheu celebrar novamente o rito do lava-pés com os detentos porque este é o mandamento de Jesus, “que vale para cada um de nós, mas sobretudo para o bispo que é o pai de todos”.

“Eu respondo com a palavras de Jesus: quem não for culpado, que atire a primeira pedra. Devemos nos olhar por dentro e tentar ver as nossas culpas. Somente assim, o coração se tornará mais humano.”

O Papa recorda que todos podemos errar. “Todos, de um modo ou de outro, erramos. E a hipocrisia faz com que não pensemos na possibilidade de mudar de vida: há pouca confiança na reabilitação, na reinserção na sociedade.”

A violência destrói o mundo

Quanto à violência, Francisco afirma: “Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos, no abandono dos mais frágeis. Quem paga a conta são sempre os últimos, os inermes. Não é fácil saber se o mundo é mais ou menos violento do que no passado, nem se os meios de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornam mais conscientes da violência ou indiferentes a ela”.

O Papa prossegue: “Já disse várias vezes e repito: a violência não é a cura para o nosso mundo fragmentado. Responder à violência com a violência conduz, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e imensos sofrimentos. No pior dos casos, pode levar à morte, física e espiritual, de muitos, senão de todos”.

Doação do Papa a balneário para pessoas com necessidades especiais


Praia para pessoas com necessidades especiai, em Focene - RV
25/04/2017 17:44

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco doou uma contribuição para pagar o aluguel anual do estabelecimento balneário conhecido como "La Madonnina" (Pequena Nossa Senhora) que acolhe pessoas com necessidades especiais.

A soma foi entregue pelo Esmoleiro do Papa, Dom Konrad Krajewski, nesta terça-feira (25/04), à associação São Luís Gonzaga “Obra de amor”, responsável pelo projeto social, que recebeu a notícia com entusiasmo e surpresa. 

A praia "La Madonnina" encontra-se, em Focene, situada a 30 km de Roma. Um balneário aberto a todos que possui uma estrutura capaz de acolher adequadamente as pessoas com necessidades especiais.

Criada pela associação Obra São Luís Gonzaga, "La Madonnina" é administrada totalmente por voluntários. Possui um centro de saúde e profissionais especializados provenientes da Federação Italiana de Natação Paraolímpica que, segundo a necessidade de cada pessoa, adota instrumentos adequados para tornar prazeroso e seguro a estada na praia. 

A ideia não é a de criar uma praia gueto, mas uma praia sem barreiras arquitetônicas e mentais, onde todos podem desfrutar juntos do mar e seus benefícios. O lucro arrecadado é usado para sustentar o projeto. 

(MJ)

Novos Santos: os pastorzinhos de Fátima e os protomártires de Natal


Jacinta, Lucia e Francisco, os três pastorzinhos de Fátima - ANSA
23/03/2017 13:04

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 23 de março, o Cardeal Angelo Amato, S.D.B., Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Durante o encontro o Santo Padre aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos seguintes Beatos:

- André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira, Leigo, como também de 27 Companheiros, Mártires, assassinados por ódio à Fé no Brasil em 16 de julho de 1645 e 03 de outubro de 1645.


Durante a Audiência, o Santo Padre autorizou a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os Decretos referentes:

- ao milagre atribuído à intercessão do Beato Angelo de Acri (de nome: Luca Antonio Falcone), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 19 de outubro de 1669 e falecido em 30 de outubro de 1739;

- ao milagre atribuído à intercessão do Beato Francisco Marto, nascido em 11 de junho, de 1908 e falecido em 4 de abril de 1919, e da Beata Jacinta Marto, nascida em 11 de março, 1910 e falecida em 20 de fevereiro de 1920, as crianças de Fátima;

- ao martírio dos Servos de Deus José Maria Fernández Sánchez e 32 Companheiros, Sacerdotes e Irmãos Coadjutores da Congregação da Missão, bem como 6 Leigos, da Associação da Medalha Milagrosa da Beata Virgem Maria, assassinados por ódio à fé em 1936 durante a guerra civil espanhola;

- ao martírio da Serva de Deus Regina Maria Vattalil (de nome: Maria), religiosa professa da Congregação das Irmãs Clarissas Franciscanas; assassinada por ódio à Fé, em 25 de fevereiro de 1995;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus e Daniel da Samarate (de nome: Felice Rossini), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 15 de junho de 1876 e falecido em 19 de maio de 1924;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Macrina Raparelli (de nome: Elena), Fundadora da Congregação das Irmãs Basilianas Filhas de Santa Macrina; nascida em 02 de abril de 1893 e falecida em 26 de fevereiro de 1970;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Daniela Zanetta, Leiga; nascida em 15 de dezembro de 1962 e falecida em 14 de abril de 1986.

O Santo Padre também aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos seguintes Beatos:

- Cristoforo, Antônio e Giovanni, adolescentes, Mártires, assassinados por ódio à fé no México, em 1529. (SP)

Papa envia mensagem aos bispos mexicanos reunidos em sua 103ª Assembleia


Papa na Basílica de Guadalupe, em 13 de fevereiro de 2016 - AFP
25/04/2017 17:15

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Cidade do México (RV) – Teve início este 25 de abril na Casa do Lago, na Cidade do México, a 103ª Assembleia Plenária dos Bispos do México, que reunirá até o dia 28 os 134 prelados das 95 dioceses mexicanas, agrupadas em 18 Províncias.

Em mensagem endereçada ao Cardeal José Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara e Presidente da Conferência Episcopal Mexicana, o Papa Francisco exorta os participantes do encontro “a trabalhar incansavelmente para fomentar os valores da família e a edificação de uma sociedade mais solidária, fraterna e justa”.

A mensagem assinada pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, foi lida na tarde de segunda-feira pelo Arcebispo emérito de Morelia, Dom Alberto Suárez Inda, na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Missa que precede o encontro e no marco do centenário da “Unión Nacional de Padres de Familia (UNPF)”.

O Pontífice exorta os bispos a buscarem “no exemplo da Família de Nazaré, a inspiração e o estímulo necessário para seguir trabalhando todos juntos e incansavelmente a favor do fomento dos valores da familia e na edificação de uma sociedade mais solidária, fraterna e justa, onde brilhe o amor de Deus”.

Invocando a proteção da Santíssima Virgem de Guadalupe, o Santo Padre conclui a mensagem, concedendo a todos a sua Bênção Apostólica.

O objetivo da Assembleia é o de apresentar, discutir e aprovar a segunda fase do “Projeto global pastoral 2013-2033” da Igreja mexicana.

No âmbito da elaboração de tal projeto pastoral, se levará em consideração, primordialmente, o Magistério recente da Igreja e os discursos pronunciados pelo Papa Francisco durante a viagem ao México em 2016.

“O Projeto pastoral nos foi pedido pelo Papa Francisco durante sua visita, há um ano”, explica o Secretário Geral do episcopado mexicano, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola, na mensagem da CEM publicada no youtube.

“O Plano – antecipou Dom Miranda - terá como pontos centrais o mistério da Virgem de Guadalupe e o mistério da Redenção há 2000 anos de sua realização”.

Neste sentido, a atenção especial aos anos de 2031 – 500 anos da aparição de Guadalupe – e 2033, 2 mil anos da redenção.

A 103ª Assembleia Plenária dos Bispos do México foi aberta com um pronunciamento do Cardeal José Francisco Robles Ortega. A situação dos migrantes também estará na pauta dos trabalhos.

Na quinta-feira, durante uma coletiva de Imprensa, os bispos apresentarão a “Mensagem ao povo de Deus”.

(JE com Agência Sir)

Papa recorda mártires da guerra civil beatificados na Espanha


"Que o seu exemplo e a sua intercessão sustentem o esforço da Igreja em edificar a civilização do amor” - AFP
26/03/2017 14:12

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao saudar os presentes na Praça São Pedro, após rezar o Angelus, o Papa Francisco recordou a beatificação realizada no sábado, em Almería, Espanha, do Padre Álvares Benavides y de la Torre e de 114 mártires da Guerra Civil espanhola, mortos perdoando seus assassinos:


“Ontem, em Almería, Espanha, foram proclamados beatos José Álvarez-Benavides y de la Torre e 114 companheiros mártires. Estes sacerdotes, religiosos e leigos foram testemunhos heroicos de Cristo e de seu Evangelho de paz e de reconciliação fraterna. Que o seu exemplo e a sua intercessão sustentem o esforço da Igreja em edificar a civilização do amor”.

A Missa de beatificação em Almería foi presidida pelo Prefeito da Congregação da Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato. Eis o que declarou à Rádio Vaticano:

“Naqueles anos, na Espanha, se desencadeou contra a Igreja, os seus ministros e os seus fiéis, a grande perseguição, que custou a vida de milhares de pessoas, homens e mulheres, leigos e consagrados, assassinados somente por serem católicos. Todas as dioceses deram a sua contribuição martirial. Hoje o Papa Francisco eleva à honra dos altares 115 mártires da Diocese de Almería, mortos por ódio à fé. Os recordemos, porque a nós cabe o dever da memória, para não perder este patrimônio incomparável de obediência ao Deus da vida e à sua palavra de caridade. Os recordamos, porque queremos reafirmar que o cristianismo é a religião da caridade e da vida e se opõe a toda forma de prevaricação e de violência”.

RV: É difícil falar de todos. Mas, quem era, por exemplo, o Padre José Álvarez-Benavides de la Torre, decano da Catedral de Almería, o primeiro da fila deste grupo de mártires?

“Os testemunhos afirmam que era um pastor de grande personalidade, de excepcional prestígio e de grande virtude. Pego nos últimos dias de julho de 1936, a sua prisão era uma barca para o transporte de ferro. Suas roupas, assim como dos outros prisioneiros, tornaram-se pretas como o carvão, e o clima, devido ao verão, era asfixiante. Não obstante isto, o Padre José conseguiu criar entre os prisioneiros um clima de recolhimento e de oração. Foi-lhe pedido, sob inumeráveis e cruéis formas de tortura, para renegar a fé e blasfemar o nome de Cristo. Mas ele se opôs até o final. Morreu fuzilado, confessando Cristo Rei e perdoando os seus algozes”.

RV: Também leigos estão presentes neste grupo de mártires...

“Além dos sacerdotes havia também leigos. Entre os leigos, por exemplo, posso mencionar o senhor Luis Belda y Soriano de Montoya, de 34 anos, pertencente à Ação Católica e advogado de estado. Era uma pessoa piedosa, preocupada em ajudar os necessitados que se dirigiam a ele. Era de missão e comunhão diária. Tinha um grande espírito apostólico: visitava os doentes, proferia conferências sobre a família, sobre a educação dos filhos, sobre a defesa dos não-nascidos. Educava todos ao respeito pelo próximo. Devoto da Bem-aventurada Virgem, rezava o terço diariamente. Amava a Igreja, era fiel ao Papa e obediente ao Bispo. Entregou-se voluntariamente aos milicianos, para não comprometer a sua família. O único motivo de sua prisão era o fato de ser católico. As suas últimas palavras, gritadas para a mulher da barca, antes do fuzilamento, foram: “Perdoo de coração todos aqueles que me ofenderam e aqueles que podem me fazer mal”. Os seus restos mortais foram encontrados boiando nas ondas, próximo à praia”.

RV: Uma última pergunta: no grupo dos novos Beatos também estão algumas mulheres?

“Sim. Entre as mulheres mortas por ódio à fé está, por exemplo, a senhora Carmen Godoy Calvache, de 49 anos. Era uma pessoa muito caridosa, que utilizava o dinheiro em obras de caridade e o fazia com generosidade. A quem tinha problemas de saúde com os filhos, enviava ao médico e pagava as despesas. No início da perseguição, foi privada de todos os seus bens. Os milicianos se apossaram do dinheiro, das contas bancárias, das propriedades. Ocuparam também a sua casa. Aprisionada, foi submetida a toda espécie de maus-tratos, sobretudo por parte das milicianas, que se divertiam em torturá-la, condenando-a à fome e à sede. Foi ferida com golpes de punhal, foi submetida à simulação de afogamento no mar, e na última noite do ano de 1936, depois de ter sido maltratada e mutilada no peito, foi enterrada ainda viva. Na taverna do porto, seus algozes embriagavam-se, gloriando-se das violências cometidas contra a pobre vítima”.

RV: O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa?

“Citamos somente três exemplos. Mas todos os mártires eram pessoas boas, indefesas e totalmente inocentes, que como cordeiros tiveram que se submeter aos abusos perversos de homens e mulheres que, na realidade, desonraram a natureza humana com suas ações malévolas. Estamos diante, por um lado, da dignidade do bem, e de outro, da estupidez irracional do mal. Hoje somos agradecidos aos novos Beatos pelo seu testemunho de fidelidade a Cristo e de coerência às promessas batismais. Os admiramos e honramos como exemplos de perdão e inspiradores do bem”. (GA/JE)

Beatificação de Elisabete Sanna, leiga viúva italiana


A Beata Sanna - RV
17/09/2016 07:00

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Rádio Vaticano (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu em nome do Papa neste sábado (17/9), em Codrongianos, na Ilha italiana da Sardenha, à celebração Eucarística de Beatificação de Elisabete Sanna, leiga viúva, Terciária da Ordem de São Francisco e integrante da União do Apostolado Católico (UAC), fundada por São Vicente Pallotti.


Elisabete nasceu em Codrongianos, na Sardenha, em 1788, e morreu com fama de santidade em Roma, em 1857. Logo após a sua morte, sua fama aumentou de forma extraordinária. São Vicente Pallotti foi seu diretor espiritual por 18 anos.

Superação

Há quatro meses da sua morte, em 15 de junho de 1857, teve início a sua Causa de Beatificação. Elisabete foi acometida pela varíola três meses após o nascimento e não pode mais levantar os braços: movia os dedos e os pulsos, mas não podia levar a comida à boca; não podia fazer o Sinal da Cruz, nem se pentear, lavar o rosto, trocar de roupa. Em compensação, podia fazer pão, conseguindo assim criar e educar cinco filhos.

Apesar do seu problema físico, casou-se e teve sete filhos dos quais dois morreram muito cedo. Elisabete educou e deu catecismo a seus filhos e às crianças do seu município. As portas da sua casa eram abertas a todas às mulheres que queriam aprender cantos litúrgicos e orações.

Vida espiritual

Com a morte do marido, depois de 17 anos de casamento, ela assumiu a responsabilidade familiar e domiciliar e cresceu na vida espiritual. Com a reflexão das homilias quaresmais, quis partir como peregrina para a Terra Santa. Não podendo receber o visto, resolveu ir em peregrinação a Roma.

Tendo-se agravado seu problema físico, dedicou-se à assistência aos descartados, sem-teto, enfermos, pobres e órfãos das Casas fundadas por Padre Pallotti; levava a paz às famílias, convertia os pecadores, assistia os moribundos e era sacristã da sua paróquia. Acompanhou o desenvolvimento do Instituto fundado pelo Padre Vicente Pallotti, a Congregação dos Palotinos, por 22 anos, até à sua morte em Roma, aos 69 anos de idade.

Aos poucos, a presença da Comunidade Palotina estendeu-se por todos os continentes e, atualmente, trabalha em mais de 40 países, entre os quais o Brasil.

(MT)

Beatificado neste sábado o sacerdote calabrês Francisco Maria Greco


Francisco Maria Greco - RV
21/05/2016 10:27

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Cidade do Vaticano (RV) – Será beatificado na tarde deste sábado, 21, no Estádio Municipal de San Vito di Cosenza, Itália, o sacerdote calabrês Francisco Maria Greco, que nasceu em Acri em 1857 e faleceu em 1931. Na Carta Apostólica que autoriza a inscrição do sacerdote entre os Beatos, o Papa Francisco o define, “incansável apóstolo do Evangelho”.

Mais um filho da terra da Calábria irá fazer parte da lista dos Bem-aventurados. Francisco Maria Greco, sacerdote diocesano e fundador da Congregação das Irmãs Pequenas Operárias dos Sagrados Corações, dedicou a vida à sua gente e à sua terra que ele mesmo descrevia “martirizada pela miséria e pela ignorância religiosa”. Retornando a Acri, após os estudos em Nápoles, Francisco Maria foi nomeado arcipreste da Paróquia de São Nicolau de Bari, e na sua cidade permaneceu até à morte.

O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos presidirá o rito de beatificação. Sobre o novo Beato disse:

“Em sua cidade natal seu comportamento ascético despertava admiração e respeito. Mas foi sobretudo a total dedicação ao ministério paroquial que chamou a atenção das pessoas. Os fiéis foram atraídos a ele como por um ímã e imediatamente já o chamavam de santo”. (SP)

Fundador das irmãs do Santo Anjo da Guarda beatificado na Espanha


Procissão do Domingo de Ramos em Oviedo - REUTERS
21/04/2017 17:47

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi beatificado este sábado 22 de abril, em Oviedo, Espanha, o sacerdote Luis Antonio Rosa Ormières (1809-1890), fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. A celebração será presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, representando o Santo Padre.

O Padre Ormières nasceu em 14 de julho de 1809 em Quillán, pequena cidade dos Pireneus franceses do Departamento de Aude, em plena época pós-Revolução Francesa. Sua família era profundamente cristã. Em casa recebeu com atenção e carinho os primeiros ensinamentos que marcaram o seu carácter. Segundo o testemunho de parentes e amigos, herdou do pai “um ânimo sincero e leal, uma grande inteligência” e uma natureza “muito engenhosa e jovial, devido a qual encontrava sempre anedotas e brincadeiras para que todos rissem”; e da mãe “uma fé profunda”, juntamente com uma formação religiosa sólida e o gosto pela leitura.

Estudou no Seminário de Carcassome. Logo seus Superiores descobriram nele uma decidida vocação pedagógica, sendo então nomeado professor do Seminário Maior. Em 21 de dezembro de 1833, aos 24 anos, recebeu a ordenação sacerdotal.

Padre Luís Ormières não é erudito, nem um teórico. É um sacerdote sensível que conhece a realidade de seu tempo, interpretando-a à luz do Evangelho. É um homem de ação e fiel, mostrando-se sensível e obediente à inspiração celeste.

Sente o chamado para cuidar da educação das crianças, carentes de cultura e de uma formação cristã. Disto nasce todo o seu esforço, deixando-se ajudar por religiosas, que ao seu lado entregam-se generosamente a esta missão. Como educador demonstra esmerada dedicação à formação de crianças e jovens, sobretudo aos provenientes do campo. Estava convencido de que onde estão pobres, lá deve estar a Igreja.

Foi um verdadeiro perito em “humanidade”. Nele as ideias tornavam-se projetos. Fez da sua inteligência um instrumento de apostolado, graças também a uma propensão particular em perceber os aspetos essenciais das questões e a uma disponibilidade especial para se ocupar das dificuldades dos outros. Era muito sensível à amizade, porque a considerava parte de uma experiência essencial de fé. Sempre colocou os interesses dos demais acima dos seus, mesmo com o risco da própria vida, como demonstrou sua entrega aos afetados pela epidemias em Camus (1838 e 1845).

Padre Luis Antonio Rosa Ormières fez da escola o lugar privilegiado para ajudar cada indivíduo a realizar-se segundo o dom recebido de Deus. Comprometido pessoalmente no campo educativo, foi o fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. O sacerdote faleceu em 1890.

(JE com L’Osservatore Romano)

“Crianças Mártires de Tlaxcala” serão proclamadas Santas em outubro


Pintura anônima retrata momento da morte de Antonio e Juan - RV
21/04/2017 17:35

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Cidade do Vaticano (RV) – No Consistório Ordinário Público de 20 de abril foram anunciadas as canonizações não somente dos mártires do Rio Grande do Norte e dos Pastorzinhos de Fátima, mas também das “Crianças Mártires de Tlaxcala”.

As “Crianças Mártires de Tlaxcala”

Cristobal, Antonio e Juan, as “Crianças Mártires de Tlaxcala”, assassinadas por ódio à fé no México, entre 1527 e 1529, também serão canonizados em 15 de outubro próximo, no Vaticano. Os três haviam sido beatificados em 6 de maio de 1990, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, por São João Paulo II.

Cristóbal nasceu em Atlihuetzia, no atual Estado mexicano de Tlaxcala, então Virreinato de Nueva España. Era filho do Cacique Acxotecatl.

Sua educação deveu-se ao trabalho evangelizador que os frades franciscanos realizavam na região, entre os anos 1524 e 1527.

Depois de receber o Batismo, influenciou sua família para um caminho de conversão, o que provocou uma reação raivosa de seu progenitor.

Não conseguindo recuperar-se das queimaduras e golpes sofridos de seu pai, Cristóbal morreu aos 12 anos. Seu corpo foi enterrado no antigo Convento de São Francisco, atual Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Tlaxcala.

Antonio e Juan, por sua vez, nasceram em Tizatlán, região de Taxcala. Assim como Cristóbal, foram educados inicialmente pelos franciscanos, e mais tarde pelos dominicanos.

Os dois tentaram erradicar a adoração aos ídolos em seu povoado e nas aldeias vizinhas. Ao serem descobertos por moradores de Cuautinchán, em Puebla, tentando por fim à idolatria, foram golpeados até a morte por vingança. (JE)

Papa no Egito: mudança de local pra missa no Cairo, com mais lugares e segurança


A visita apostólica do Papa no Egito acontece nos dias 28 e 29 de abril - REUTERS
21/04/2017 15:31

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Cidade do Vaticano (RV) – Na próxima segunda-feira (24), na Sala de Imprensa da Santa Sé, o diretor Greg Burke vai apresentar o programa da viagem apostólica do Papa Francisco ao Egito. A visita está confirmada para os dias 28 e 29 de abril.


Do Egito, os organizadores da viagem anunciam mudança de logística para a missa do Pontífice que será celebrada para a comunidade católica do país no sábado, 29 de abril, no Cairo. Segundo o bispo de Luxor e presidente do Comitê Organizador da visita, Dom Emmanuel Bishay, “de uma sala coberta próxima ao Estádio do Cairo se passou para o Estádio da Aeronáutica Militar”.

Em entrevista à agência de notícias Sir, Dom Emmanuel explica sobre a escolha do local que deve oferecer algumas vantagens: “a primeira é um número maior de lugares para os fiéis, de 18 mil para 25 mil lugares disponíveis. E isso nos permite responder a tantos pedidos dos fiéis de participar da missa. Por ser um local militar, oferece ainda mais garantias de segurança. E, por estar fora do centro da cidade, oferece também mais vantagens para mobilidade e estacionamento. De fato, esperamos muitos ônibus de diferentes partes do Egito”, finalizou o prelado. (Sir/AC)