sexta-feira, 23 de junho de 2017




Sagrado coraçao de Jesus enchei de alegria, Luz e fortaleza nosso Papa Francisco, Bispos e Sacerdotes, fazei-os cada dia mais Santo....Amém

Jesus a luz de minha vida...Amor que me faz Feliz



domingo, 18 de junho de 2017






Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte ..Amem

Incêndido em Portugal: proximidade do Papa às vítimas


Papa Francisco - AP
18/06/2017 13:38

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Cidade do Vaticano (RV) – Nas saudações após a oração do Angelus neste domingo, além de saudar peregrinos de Umuarama e Toledo, no Paraná, o Papa Francisco exprimiu a sua proximidade ao povo português por causa de um devastador incêndio, pedindo um momento de oração.


“Exprimo a minha proximidade ao querido povo português pelo incêndio devastador que está atingindo os bosques ao redor de Pedrógão Grande, causando numerosas vítimas e feridos. Rezemos em silêncio”.

Segundo as agências locais o número de mortos no incêndio que teve início neste sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, é de 62. O balanço é ainda provisório.

Citado pela agência Ecclesia o padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima afirmou que “ao drama já habitual dos incêndios junta-se agora a tragédia da perda de vidas humanas e de perdas tão elevadas”. Padre Cabecinhas pediu que ninguém “fique indiferente” diante destes acontecimentos.

O reitor informa que em todas as celebrações oficiais do Santuário se vai rezar “pelas vítimas mortais e seus familiares, bem como pelos feridos”. Além de elevados danos materiais, há ainda o registro de 59 feridos, vários dos quais em estado grave. (SP)

Papa: A Eucaristia é sacramento da carne de Cristo


Fiéis na Praça São Pedro para o Angelus - AFP
18/06/2017 13:21

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Cidade do Vaticano (RV) - Na Eucaristia, Jesus, como fez com os discípulos de Emaús, se junta a nós, peregrinos na história, para alimentar em nós a fé, a esperança e a caridade; para nos confortar nas provas; para nos apoiar em nosso compromisso pela justiça e a paz. O Papa Francisco explicou com essas palavras, antes de rezar a oração do Angleus na Praça São Pedro, a Festa do Corpus Domini que “na Itália e em muitos outros países se celebra neste domingo”.


“Esta presença solidária do Filho de Deus – disse o Papa – está em todos os lugares: nas cidades, no campo, no Norte e no Sul do mundo, nos países de tradição cristã e naqueles de primeira evangelização:

“E na Eucaristia Ele oferece si mesmo como força espiritual para nos ajudar a colocar em prática o seu mandamento - amar uns aos outros como Ele nos amou - construindo comunidades acolhedoras e abertas às necessidades de todos, especialmente das pessoas mais vulneráveis, pobres e necessitadas”.

E recordando que o trecho evangélico de hoje, tirado de São João, é uma parte do discurso sobre o “pão da vida” no qual Jesus afirma que ele é “o pão vivo que desceu do céu”, Francisco acrescenta:

“Ele quer dizer que o Pai o enviou ao mundo como o alimento de vida eterna, e por isso Ele vai sacrificar a si mesmo, a sua carne. Na verdade, Jesus, na cruz, deu o seu corpo e derramou o seu sangue. O Filho do homem crucificado é o verdadeiro Cordeiro pascal, que nos faz sair da escravidão do pecado e nos apoia no caminho para a terra prometida.

A Eucaristia – sublinhou o Papa - é sacramento da sua carne, dada para fazer viver o mundo; quem se nutre deste alimento permanece em Jesus e vive por Ele. Assimilar Jesus significa ser n'Ele, tornar-se filhos no Filho.

"Nutrir-se de Jesus Eucaristia - continuou Francisco - também significa abandonar-nos com confiança a Ele e deixar-nos guiar por Ele. Trata-se de acolher Jesus no lugar do próprio “eu”. Desta forma, o amor gratuito recebido de Cristo na Comunhão eucarística alimenta o nosso amor por Deus e pelos nossos irmãos e irmãs que encontramos no caminho de cada dia".

Enfim o Papa pediu à Virgem Maria, que está sempre unida a Jesus Pão da Vida, que “nos ajude a redescobrir a beleza da Eucaristia, nos nutrir com fé, para viver em comunhão com Deus e com os irmãos”. (SP)

Papa: Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro, cure as chagas da guerra e do terrorismo


Policiais e socorristas atendem vítima do ataque na Ponte de Londres - AFP
04/06/2017 11:53

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Cidade do Vaticano (RV) – “Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro; cure as chagas da guerra e do terrorismo, que também esta noite, em Londres, atingiu civis inocentes: rezemos pelas vítimas e familiares”.


No Regina Coeli deste Domingo, após presidir a Celebração Eucarística da Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco expressou sua proximidade às vítimas de mais um ato terrorista, desta vez em Londres, que na noite de sábado matou sete pessoas e feriu outras 48.

O Santo Padre também recordou a publicação este domingo de sua mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões, a ser celebrado em 22 de outubro, e que tem por título “A missão no coração da fé cristã”.

“Que o Espírito Santo sustente a missão da Igreja no mundo inteiro e dê força a todos os missionários e as missionárias do Evangelho”, disse Francisco.

O Papa também saudou os peregrinos provenientes da Itália e de muitas partes do mundo, em particular, os grupos da Renovação Carismática Católica, que festeja o 50º aniversário de fundação, assim como “os irmãos e irmãs de outras confissões cristãs que se unem à nossa oração”, e as Filhas de Maria Auxiliadora dos países latino-americanos.

O coral e a orquestra de adolescentes da cidade italiana Carpi, que em colaboração com a Capela Sistina entoaram alguns cantos durante a celebração, também receberam a atenção do Pontífice, em sua saudação.

Papa: Ascensão do Senhor, continuação da missão por parte da Igreja


Papa Francisco no Regina Coeli deste domingo - AFP
28/05/2017 12:50

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou a oração do Regina Coeli, neste domingo (28/05), com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro. 


Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou a Ascensão do Senhor, celebrada neste domingo, quarenta dias depois da Páscoa.

“Os versículos que concluem o Evangelho de Mateus nos apresentam o momento da despedida definitiva do Ressuscitado aos seus discípulos. O cenário é o da Galileia, lugar onde Jesus os chamou para segui-lo e para formar o primeiro núcleo de sua comunidade nova. Agora, aqueles discípulos passaram através do fogo da paixão e da ressurreição. Ao verem Jesus ressuscitado eles se prostram diante dele, alguns porém ainda duvidam. A esta comunidade amedrontada, Jesus deixa a grande tarefa de evangelizar o mundo; e concretiza esta tarefa com o mandato de ensinar e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” 

Segundo o Papa, “a Ascensão de Jesus ao céu constitui o fim da missão que o Filho recebeu do Pai e o início da continuação desta missão por parte da Igreja. A partir deste momento, do momento da Ascensão, a presença de Cristo no mundo é mediada através de seus discípulos, daqueles que acreditam Nele e o anunciam. Esta missão durará até o fim da história e contará todos os dias com a assistência do Senhor ressuscitado, que garante: "Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”. 

“A sua presença traz fortaleza nas perseguições, conforto nas tribulações, sustento nas situações difíceis que a missão e o anúncio do Evangelho encontram. A Ascensão nos recorda esta assistência de Jesus e de seu Espírito que dá confiança e segurança ao nosso testemunho cristão no mundo. Revela-nos porque existe a Igreja: a Igreja existe para anunciar o Evangelho! Somente para isso! A alegria da Igreja é anunciar o Evangelho.” 

Francisco disse ainda que “todos nós batizados somos a Igreja. Hoje, somos convidados a entender melhor que Deus nos deu a grande dignidade e responsabilidade de anunciá-lo ao mundo, de torná-lo acessível à humanidade. Esta é a nossa dignidade, esta é a maior honra de cada um de nós, batizados na Igreja!”

“Nesta festa da Ascensão, enquanto voltamos o nosso olhar para o céu, onde Cristo subiu e está sentado à direita do Pai, fortalecemos os nossos passos na terra para prosseguir com entusiasmo e coragem o nosso caminho, a nossa missão de testemunhar e viver o Evangelho em qualquer ambiente. Estamos bem conscientes de que isso não depende em primeiro lugar de nossas forças, da capacidade organizacional e recursos humanos. Somente com a luz e a força do Espírito Santo podemos efetivamente cumprir a nossa missão de fazer conhecer e experimentar cada vez aos outros o amor e a ternura de Jesus.”

O Papa pediu “à Virgem Maria para nos ajudar a contemplar os bens celestes, que o Senhor nos promete, e a nos tornar testemunhas cada vez mais críveis de sua Ressurreição, da vida verdadeira.” 

(MJ)

Papa: Todos os dias se deve aprender a arte de amar


Papa neste domingo - AFP
21/05/2017 12:15

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Rádio Vaticano (RV) - O Papa encontrou os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro neste domingo para a oração mariana do Regina Coeli.

O encontro foi marcado também pelo anúncio da criação de 5 novos cardeais.




Francisco recordou o Evangelho do dia, que nos "leva àquele momento comovente e dramático que é a última ceia de Jesus com os seus discípulos. O evangelista João recolhe da boca e do coração do Senhor os seus último ensinamentos, antes da paixão e da morte. Jesus promete aos seus amigos que, depois d’Ele, receberão um outro paráclito, ou seja, um outro “advogado”, defensor e consolador, “o Espírito da verdade”, e acrescenta: “Não vos deixarei órfãos, virei até vocês”.

Estas palavras - prosseguiu o Papa - transmitem a alegria de uma nova vinda de Cristo: Ele, ressuscitado e glorificado, está no Pai e, ao mesmo tempo, vem a nós no Espírito Santo. E nesta sua nova vinda se revela a nossa união com Ele e com o Pai: “Vocês saberão que eu estou no meu Pai e vocês em mim e eu em vocês”.

Missão da Igreja

Meditando estas palavras de Jesus - continuou o Pontífice - hoje nós percebemos com senso de fé de sermos o povo de Deus em comunhão com o Pai e com Jesus mediante o Espírito Santo. Neste Mistério de comunhão, a Igreja encontra a fonte inexaurível da própria missão, que se realiza mediante o amor. Jesus diz no Evangelho de hoje: “Quem acolhe os meus mandamentos e os observa, estes são aqueles que me amam. Quem me ama será amado pelo meu Pai e eu também o amarei e me manifestarei nele”.

"É o amor que nos introduz o conhecimento de Jesus, graças à ação do Espírito Santo. O amor a Deus e ao próximo é o maior mandamento do Evangelho. O Senhor hoje nos chama a corresponder generosamente ao chamado evangélico ao amor, colocando Deus no centro da nossa vida e nos dedicando ao serviço dos irmãos, especialmente os mais necessitados de apoio e de consolação", afirmou Francisco.

Comunidade cristã

Se existe um comportamento que não é fácil - advertiu o Papa - que não é óbvio sequer para uma comunidade cristã é justamente aquele de saber se amar, de se querer bem a exemplo do Senhor e com a sua graça. Às vezes os contrastes, o orgulho, as invejas, as divisões deixam sinais também sobre o belo rosto da Igreja. Uma comunidade de cristãos deveria viver na caridade de Cristo, e em vez é bem ali que o maligno ‘coloca a pata’ e nós, às vezes, nos deixamos enganar. E quem sofre são as pessoas mais frágeis espiritualmente.

"Quantas delas se afastaram porque não se sentiram acolhidas, compreendidas e amadas. Até mesmo para um cristão saber amar não é algo que se conquista de uma só vez; todos os dias se deve recomeçar, se deve exercitar para que o nosso amor para com os irmãos e irmãs que encontramos passe a ser maduro e purificado dos limites ou pecados que os deixam parcial, egoísta, estéril e infiel. Todos os dias se deve aprender a arte de amar, todos os dias se deve seguir com paciência a escola de Cristo, com a ajuda de seu Espírito".

Que Nossa Senhora, perfeita discípula de seu Filho e Senhor, nos ajude a sermos sempre mais dóceis ao Paráclito, o Espírito da Verdade, para aprender todos os dias a nos amarmos como Jesus nos amou.

Após a oração do Regina Coeli, o Papa lamentou a retomada da violência na República Centro-Africana e disse que se unirá em oração aos fiéis na China.

Infelizmente chegam notícias dolorosas da República Centro-africana, que tenho no coração, especialmente depois da minha visita em novembro de 2015. Confrontos armados provocaram inúmeras vítimas e desalojados, e ameaçam o processo de paz. Estou próximo à população e aos bispos e a todos aqueles que se esforçam para o bem das pessoas e pela convivência pacífica. Rezo pelos mortos e feridos e renovo o meu apelo: calem-se as armas e prevaleça a boa vontade para dialogar para dar ao país paz e desenvolvimento.

China

No próximo dia 24 de maio nos uniremos espiritualmente aos fiéis católicos na China, na recorrência de Nossa Senhora “Ajuda dos Cristãos”, venerada no santuário de Sheshan, em Xangai. Aos católicos chineses digo: ergamos o olhar a Maria nossa Mãe, para que nos ajude a discernir a vontade de Deus a respeito do caminho concreto da Igreja na China e nos apoie em acolher com generosidade o seu projeto de amor. Maria encoraja a oferecer a nossa contribuição pessoal para a comunhão entre os fiéis e para a harmonia de toda a sociedade. Não esqueçamos de testemunhar a fé com oração e amor, mantendo-nos abertos ao encontro e ao diálogo, sempre. 

segunda-feira, 5 de junho de 2017


Papa: a paz de Deus não se pode comprar, sem Cruz não é verdadeira paz


Papa Francisco celebrando na Casa Santa Marta - OSS_ROM
16/05/2017 12:41

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Cidade do Vaticano (RV) - A verdadeira paz não podemos fabricá-la nós mesmos. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa da manhã de terça-feira (16.05), na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que “uma paz sem Cruz não é a paz de Jesus” e lembrou que só o Senhor pode nos dar a paz no meio das tribulações.




“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz”. Francisco desenvolveu a sua homilia, partindo das palavras de Jesus aos seus discípulos na Última Ceia. O Papa se deteve em seguida sobre o significado da paz dada pelo Senhor. A passagem dos Atos dos Apóstolos da Primeira Leitura de hoje, - destacou o Papa -, fala das muitas tribulações sofridas por Paulo e Barnabé em suas viagens para proclamar o Evangelho. “Esta é a paz que Jesus dá?”, pergunta-se o Papa. E em seguida observou que a paz que Ele dá não é aquela que o mundo dá.

O mundo quer uma paz anestesiada para não nos fazer ver a Cruz

“A paz que nos dá o mundo – comentou - é uma paz sem tribulações; oferece-nos uma paz artificial” uma paz que se reduz à “tranquilidade”. É uma paz, - disse ainda -, “que somente olha para seus próprios interesses, suas próprias certezas, que não falte nada”, um pouco como era a paz do homem rico. Uma tranquilidade que nos torna “fechados”, que não se vê “além”:

“O mundo nos ensina o caminho da paz com a anestesia: nos anestesia para não ver outra realidade da vida: a Cruz. Por isso Paulo diz que se deve entrar no Reino dos céus através do caminho com tantas tribulações. Mas se pode ter paz na tribulação? De nossa parte, não: nós não somos capazes de fazer uma paz de tranquilidade, uma paz psicológica, uma paz feita por nós porque há tribulações: há quem tenha uma dor, uma doença, uma morte ... existem. A paz que Jesus dá é um presente: é um dom do Espírito Santo. E esta paz está no meio das tribulações e segue em frente. Não é uma espécie de estoicismo, o que faz o faquir: não. É outra coisa”.

A paz de Deus não se pode comprar, sem Cruz não é verdadeira paz

A paz de Deus, - retomou o Papa - é “um dom que nos faz seguir em frente”. Jesus, depois de ter dado a paz aos discípulos, sofre no Jardim das Oliveiras e ali “oferece tudo à vontade do Pai e sofre, mas não falta o consolo de Deus”. O Evangelho, de fato, narra que “lhe apareceu um anjo do céu para consolá-lo”.

“A paz de Deus é uma paz real, que está na realidade da vida, que não nega a vida: a vida é assim. Há sofrimento, há os doentes, há tantas coisas ruins, há guerras... mas a paz de dentro, que é um dom, não se perde, mas se vai em frente carregando a Cruz e o sofrimento. Uma paz sem Cruz não é a paz de Jesus: é uma paz que se pode comprar. Podemos fabricá-la nós mesmos. Mas não é duradoura: termina”.

Peçamos a graça da paz interior, dom do Espírito Santo

Quando alguém fica com raiva, - observou Francisco -, “perde a paz”. Quando meu coração “fica turbado - acrescentou - é porque não está aberto à paz de Jesus”, porque eu não sou capaz de “levar a vida como ela vem, com as cruzes e as dores que vêm”. Em vez disso, devemos ser capazes de pedir a graça, de pedir ao Senhor a Sua paz:

“Devemos entrar no Reino de Deus através de muitas tribulações. A graça da paz, de não perder a paz interior. Um Santo dizia, falando sobre isso: 'A vida do cristão é um caminho entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus' (Santo Agostinho, De Civitate Dei XVIII, 51 nota). O Senhor nos faça compreender como é esta paz que Ele nos dá com o Espírito Santo”. 

(SP)

Papa: não resistir ao Espírito Santo, acolher surpresas de Deus


Papa Francisco durante a missa na Casa Santa Marta - EPA
08/05/2017 12:31

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa matutina, nesta segunda-feira (08/05), na Casa Santa Marta. Em sua homilia, ressaltou que o “Espírito Santo movimenta a Igreja e faz a comunidade cristã se mover”. 




Segundo o Santo Padre, esta verdade nós a encontramos em particular na primeira leitura do dia extraída dos Atos dos Apóstolos. 

O Espírito Santo realiza milagres, coisas novas e “alguns certamente tinham medo dessa novidade da Igreja”: 

“O Espírito é o dom de Deus, desse Deus, nosso Pai, que sempre nos surpreende. O Deus das surpresas. Por que? Porque é um Deus vivo, um Deus que habita em nós, um Deus que move o nosso coração, um Deus que está na Igreja, caminha conosco e neste caminhar nos surpreende sempre. Assim como Ele teve a criatividade de criar o mundo, o Deus que nos surpreende tem a criatividade de criar coisas novas todos os dias.”

Isso pode criar “dificuldade” como acontece a Pedro que foi contestado pelos outros discípulos quando souberam que “também os pagãos tinham acolhido a Palavra de Deus”. Para eles, Pedro tinha exagerado e o repreenderam porque, segundo eles, era um “escândalo”. E disseram a Pedro: “Você, pedra da Igreja! Para aonde quer nos levar?”

Pedro fala de sua visão, “um sinal de Deus” que lhe faz “tomar uma decisão corajosa”. “Pedro, reiterou o Papa, “é capaz de acolher a novidade de Deus”. Diante de muitas surpresas do Senhor, “os Apóstolos devem se reunir, discutir e chegar a um acordo” para dar “o passo adiante que o Senhor deseja”: 

“Sempre, desde os tempos dos profetas até hoje, existe o pecado de resistir ao Espírito Santo: a resistência ao Espírito. Este é o pecado repreendido por Estevão aos membros do Sinédrio: ‘Vocês e seus pais resistiram sempre ao Espírito Santo’. A resistência ao Espírito Santo. Não. Sempre foi feito assim e deve ser feito assim. Não venha com essas novidades, Pedro! Fique tranquilo. Tome um ansiolítico para acalmar os nervos. Fique tranquilo! É o fechar-se para a voz de Deus. O Senhor, no Salmo, fala ao seu povo: ‘Não endureça o seu coração como os seus pais.” 

O Senhor, afirmou o Papa referindo-se ao Evangelho do dia sobre o Bom Pastor, nos pede sempre para não endurecer o nosso coração. “O que o Senhor deseja é que existam outros povos”, outros rebanhos, “mas haverá um só rebanho e um só pastor”. Os que eram julgados pagãos, condenados, quando aceitavam a fé eram considerados “fiéis de segunda categoria: ninguém dizia, mas de fato era assim”: 

“O fechamento, a resistência ao Espírito Santo, aquela frase que fecha sempre, que bloqueia a pessoa: sempre foi feito assim. Isso mata. Isso mata a liberdade, mata a alegria, mata a fidelidade ao Espírito Santo que sempre age na frente fazendo a Igreja progredir. Mas, como eu posso saber se algo é do Espírito Santo ou da mundanidade, do espírito do mundo, ou do espírito do diabo? Como posso? E preciso pedir a graça do discernimento. O instrumento que o Espírito nos dá é o discernimento. Discernir, em todo caso, como se deve fazer. Foi o que fizeram os Apóstolos: se reuniram, falaram e viram qual era o caminho do Espírito Santo. Ao contrário, os que não tinham esse dom ou não tinham rezado pedindo esse dom, permaneceram fechados e inertes.” 

Nós cristãos devemos entre as muitas novidades “saber discernir, discernir uma coisa da outra, discernir qual é a novidade, o vinho novo que vem de Deus, qual é a novidade que vem do espírito do mundo e qual é a novidade que vem do diabo”. 

“A fé nunca muda. A fé é a mesma, porém, em movimento, cresce e se expande”. Recordando um monge dos primeiros séculos, São Vicente de Lerino, o Papa sublinhou que “as verdades da Igreja vão adiante: se consolidam com os anos, se desenvolvem com o tempo, se aprofundam com a idade, para que sejam mais fortes com o tempo, com os anos, se expandam com o tempo e sejam mais elevadas com a idade da Igreja”. 

“Peçamos ao Senhor a graça do discernimento para não errar o caminho e não cair na inércia, na rigidez e no fechamento do coração”, concluiu o Papa. 

(MJ)

Jesus é a plenitude da lei com a misericórdia e o perdão


Papa na capela da Casa Santa Marta
03/04/2017 12:40

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Cidade do Vaticano (RV) - “Jesus, que julga com misericórdia, é a plenitude da lei”, disse o Papa Francisco na missa matutina celebrada, nesta segunda-feira (03/04), na Casa Santa Marta.


“Diante do pecado e da corrupção, Jesus é a “plenitude da lei”. O Papa refletiu em sua homilia sobre o Evangelho de João que propõe o trecho em que Cristo, a propósito da mulher surpreendida em adultério, diz a quem a acusa: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” 

O Pontífice se deteve também na Primeira Leitura, extraída do Livro do Profeta Daniel, dedicada a Susana que foi vítima de dois juízes anciãos do povo que orquestraram contra ela um “adultério falso, fictício”. Ela é obrigada a escolher entre “fidelidade a Deus e à lei” e “salvar a vida”: “era fiel ao marido”, disse o Papa, “talvez tivesse outros pecados, pois todos somos pecadores”. “A única mulher que não tem pecado é Nossa Senhora”. 

Nos dois episódios se encontram “inocência, pecado, corrupção e lei”, pois nos dois casos os juízes eram corruptos”.

“Sempre existiram no mundo juízes corruptos. Existem também hoje em todas as partes do mundo. Por que a corrupção chega a uma pessoa? Porque uma coisa é o pecado: Eu pequei, escorreguei, sou infiel a Deus, mas procuro não fazer mais ou procuro me ajeitar com o Senhor ou pelo menos sei que isso não é bom. Outra é a corrupção. Existe corrupção quando o pecado entra, entra na consciência e não deixa lugar nem mesmo para o ar.” 

Quando tudo se torna pecado: isso é corrupção. “Os corruptos pensam em fazer bem com a impunidade. No caso de Susana, os juízes anciãos “foram corruptos dos vícios da luxúria”, ameaçando-a de testemunhar falsidades contra ela. “Não é o primeiro caso”, refletiu Francisco, “que nas Escrituras aparecem falsos testemunhos. Isso nos recorda Jesus, condenado à morte por falso testemunho”. 

No caso da verdadeira adúltera, quem a acusa são outros juízes que “tinham perdido a cabeça” fazendo crescer neles uma interpretação tão rígida da lei que não deixava espaço ao Espírito Santo”: ou seja, a corrupção da legalidade, legalismo, contra a graça”. Depois, temos Jesus, verdadeiro Mestre da lei diante de falsos juízes que tinham o coração pervertido ou que davam sentenças injustas “oprimindo os inocentes e absolvendo os malvados”: 

“Jesus diz poucas coisas, poucas coisas. Diz: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra’. E à pecadora diz: Eu não te condeno. Não peques mais’. Esta é a plenitude da lei, não a dos escribas e fariseus que tinham a mente corrompida, fazendo várias leis sem deixar espaço à misericórdia. Jesus é a plenitude da lei e Jesus julga com misericórdia.”

“Deixando livre a mulher inocente, a quem Jesus chama de “Mãe” porque, explicou Francisco, “a sua mãe é a única inocente”, saem palavras não bonitas da boca do profeta em relação aos juízes: Encarquilhados nos vícios, no mal. O Papa convidou a pensar na maldade com a qual os nossos vícios julgam as pessoas: 

“Nós também julgamos no coração os outros, hein? Somos corruptos? Ou ainda não? Parem. Paremos e olhemos Jesus que sempre julga com misericórdia: Eu também não te condeno. Podes ir em paz, e não peques mais.”

(MJ)

Papa: fé ideológica adora um deus que não possui as chagas dos irmãos


Papa Francisco celebrando na Casa Santa Marta - EPA
02/03/2017 11:49

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa matutina, desta quinta-feira (02/03), na Casa Santa Marta. O Pontífice sublinhou que “ressoa forte, no início da Quaresma, o convite à conversão”.


A liturgia de hoje coloca esta exortação diante de três realidades: o homem, Deus e o caminho. A realidade do homem é a de escolher entre o bem e o mal: “Deus nos criou livres. A escolha é nossa”, disse o Pontífice, “mas não nos deixa sozinhos”, nos indica o caminho do bem com os Mandamentos. Depois, há a realidade de Deus: “para os discípulos era difícil entender” o caminho da cruz de Jesus: 



Deus tomou sobre si toda a realidade humana, menos o pecado. Não há Deus sem Cristo. Um deus sem Cristo é desencarnado. Um deus que não é real. 

“A realidade de Deus é Deus que se fez Cristo, por nós. Para nos salvar. Quando nos distanciamos dessa realidade e nos distanciamos da Cruz de Cristo, da verdade das chagas do Senhor, nos distanciamos também do amor, da caridade de Deus, da salvação e caminhamos numa estrada ideológica de Deus, distante do Deus que veio até nós para nos salvar, do Deus que morreu por nós. Esta é a realidade de Deus. Deus é Cristo. Não há Deus sem Cristo.”

O Papa citou o diálogo entre um agnóstico e um fiel que acreditava em Deus, criado por um escritor francês do século passado:

“O agnóstico de boa vontade perguntava ao fiel: “Mas, como é possível! Para mim, o problema é como Cristo é Deus: Não posso entender isso. Como Cristo é Deus?”. E o fiel respondeu: Para mim, isso não é um problema. O problema seria se Deus não tivesse se tornado Cristo”. Esta é a realidade de Deus: Deus que se fez Cristo, Deus que se fez carne e este é o fundamento das obras de misericórdia. As chagas de nossos irmãos são as chagas de Cristo, são as chagas de Deus, porque Deus se fez Cristo. Esta é a segunda realidade. Não podemos viver a Quaresma sem esta realidade. Devemos nos converter não a um Deus abstrato, mas a um Deus concreto que se fez Cristo.”

Enfim, a terceira realidade, é a do caminho. Jesus diz: “Se alguém quer me seguir, renegue a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga”

“A realidade do caminho é a de Cristo: seguir Cristo, fazer a vontade do Pai e como Ele pegar as cruzes de cada dia e renegar a si mesmo para seguir Cristo. Não fazer o que eu quero, mas o que Jesus quer. Seguir Jesus. Ele fala que nessa estrada nós perdemos a vida para ganhá-la depois. É perder a vida continuamente, deixar de fazer o que eu quero, perder as comodidades, estar sempre na estrada de Jesus que estava a serviço dos outros, e adorar Deus. Esta é a estrada certa.” 

“O único caminho seguro é seguir Cristo crucificado, escândalo da Cruz. Estas três realidades, o homem, Deus e o caminho são a bússola que não deixa o cristão errar o caminho”, concluiu o Papa. 

(MJ)

Papa: abandonar vida dupla, o escândalo destrói


Francisco na Missa
23/02/2017 13:13

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Cidade do Vaticano (RV) - “Não escandalizar os pequeninos com a vida dupla, porque o escândalo destrói”, disse o Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada, nesta quinta-feira (23/02), na Casa Santa Marta. 


“Cortar a mão”, “arrancar o olho”, mas “não escandalizar os pequeninos”, ou seja, os justos, “os que confiam no Senhor, que simplesmente creem no Senhor”. 



“Mas o que é o escândalo? O escândalo é dizer uma coisa e fazer outra; é ter vida dupla. Vida dupla em tudo: sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta e aquela associação; mas a minha vida não é cristã. Não pago o que é justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios, reciclo dinheiro, vida dupla. Muitos católicos são assim. Eles escandalizam. Quantas vezes ouvimos dizer, nos bairros e outras partes: ‘Ser católico como aquele, melhor ser ateu’. O escândalo é isso. Destrói. Joga você no chão. Isso acontece todos os dias, basta ver os telejornais e ler os jornais. Os jornais noticiam vários escândalos e fazem publicidade de escândalos. Com os escândalos se destrói.” 

O Papa citou o exemplo de uma empresa importante que estava à beira da falência. As autoridades queriam evitar uma greve justa, mas que não faria bem e queriam conversar com os chefes da empresa. As pessoas não tinham dinheiro para arcar com as despesas cotidianas, pois não recebiam o salário. O responsável, um católico, estava de férias numa praia no Oriente Médio e as pessoas souberam disso mesmo que a notícia não tenha saído nos jornais. “Estes são escândalos”, disse Francisco:

“No Evangelho, Jesus fala daqueles que escandalizam, sem dizer a palavra escândalo, mas se entende: ‘Você chegará ao Céu, baterá à porta e: Sou eu, Senhor! Não se lembra? Eu ia à Igreja, estava sempre com você, pertencia a tal associação, fazia muitas coisas. Não se lembra de todas as ofertas que eu fiz? Sim, lembro-me! As ofertas! Lembro-me bem: todas sujas, roubadas aos pobres. Não o conheço. Esta será a resposta de Jesus aos escandalosos que fazem vida dupla.”

“A vida dupla provém do seguir as paixões do coração, os pecados mortais que são as feridas do pecado original”, disse o Papa. A Primeira Leitura exorta a não se deixar levar pelas paixões do coração e a não confiar nas riquezas. A não dizer: “Contento-me de mim mesmo”. Francisco convidou a não adir a conversão: 

“A todos nós, a cada um de nós, fará bem, hoje, pensar se há algo de vida dupla em nós, de parecer justos. Parecer bons fiéis, bons católicos, mas por baixo fazer outra coisa; se há algo de vida dupla, se há uma confiança excessiva: O Senhor me perdoará tudo. Então, continuo. Ok! Isso não é bom. Irei me converter, mas hoje não! Amanhã. Pensemos nisso. Aproveitemos da Palavra do Senhor e pensemos que o Senhor nisso é muito duro. O escândalo destrói.”
(MJ)

Papa aos sacerdotes: ser mediadores e não intermediários


A lógica de Jesus deveria dar “plena satisfação” a um sacerdote. “É a lógica do mediador” - EPA
09/12/2016 14:05
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Cidade do Vaticano (RV) – Que os sacerdotes sejam mediadores do amor de Deus, não intermediários que pensam somente no próprio interesse. Esta foi a advertência do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira (09/12), na Capela da Santa Marta, toda ela centrada nas tentações que podem colocar em risco o serviço dos sacerdotes.


O Papa chamou a atenção dos “rígidos” que fazem os fiéis carregar coisas que nem eles carregam. Mais ainda: denunciou a tentação da mundanidade que transforma o sacerdote em um funcionário e o leva a parecer “ridículo”.



São como crianças às quais se oferece uma coisa e não lhes agrada. Oferece a elas o contrário, também não está bem. O Papa inspirou-se nas palavras de Jesus que, no Evangelho do dia, sublinham a insatisfação do povo, sempre insatisfeito.

Também hoje – observou imediatamente o Pontífice – “existem cristãos insatisfeitos – tantos – que não conseguem entender o que o Senhor nos ensinou, não conseguem entender o cerne da revelação do Evangelho”.

Então, concentrou-se nos padres “insatisfeitos” que – advertiu – “fazem tanto mal”. Vivem insatisfeitos, buscam sempre novos projetos, “porque o coração deles está afastado da lógica de Jesus” e por isto “se lamentam ou vivem tristes”.

Não ao sacerdotes intermediários, sim aos sacerdotes mediadores

A lógica de Jesus – retomou o Papa – deveria, ao invés disto , dar “plena satisfação” a um sacerdote. “É a lógica do mediador”. “Jesus – sublinhou Francisco – é o mediador entre Deus e nós. E nós devemos seguir por este caminho de mediadores”, “não como a outra figura que assemelha tanto, mas não é a mesma: intermediários”.

O intermediário, de fato, “faz o seu trabalho e recebe o pagamento”, “ele nunca perde”. O mediador é totalmente diferente disto:

“O mediador perde a si mesmo para unir as partes, dá a vida, a si mesmo, e o preço é aquele: a própria vida, paga com a própria vida, o próprio cansaço, o próprio trabalho, tantas coisas, mas – neste caso o pároco – para unir o rebanho, para unir as pessoas, para levá-las a Jesus. A lógica de Jesus como mediador é a lógica de aniquilar a si mesmo. São Paulo na Carta aos Filipenses é claro sobre isto: “Aniquilou a si mesmo, esvaziou a si mesmo”, mas para fazer esta união, até a morte, morte de cruz. Esta é a lógica: esvaziar-se, aniquilar-se”.

O sacerdote autêntico – acrescentou o Santo Padre – “é um mediador muito próximo ao seu povo”. O intermediário – pelo contrário – faz o seu trabalho mas depois pega outro, “sempre como funcionário”, “não sabe o que significa sujar as mãos” em meio à realidade.

E é por isto – reiterou o Santo Padre – que quando “o sacerdote muda de mediador a intermediário não é feliz, é triste”. E busca um pouco de felicidade no “mostrar-se, no fazer sentir a sua autoridade”.

A rigidez afasta as pessoas que buscam consolação

Aos intermediários de seu tempo – acrescentou – “Jesus dizia que lhes agradava passear pelas praças”, para mostrarem-se e serem honrados:

“Mas para fazerem-se importantes, os sacerdotes intermediários seguem pelo caminho da rigidez: tantas vezes, separados das pessoas, não sabem o que é a dor humana; perdem aquilo que haviam aprendido em suas casas, com o trabalho do pai, da mãe, do avô, da avó, dos irmãos... Perdem estas coisas. São rígidos, aqueles rígidos que largam sobre os fieis tantas coisas que eles não carregam, como dizia Jesus aos intermediários de seu tempo. A rigidez. Chicote em mãos com o povo de Deus: “Isto não pode, isto não pode...”. E tantas pessoas que se aproximam buscando um pouco de consolação, um pouco de compreensão, acabam expulsas com esta rigidez”.

Quando sacerdote rígido e mundano tornar-se um funcionário, cai no ridículo

Todavia – advertiu o Pontífice – a rigidez “não pode se manter por muito tempo, totalmente. E fundamentalmente é esquizoide: parecerás rígido, mas dentro serás um desastre”. E com a rigidez, a mundanidade. “Um sacerdote mundano, rígido – disse Francisco – é um insatisfeito porque pegou o caminho errado”:

“Sobre rigidez e mundanidade, aconteceu há algum tempo, que veio a mim um Monsenhor idoso da Cúria, que trabalha, um homem normal, enamorado de Jesus e me contou que havia ido ao ‘Euroclero’ comprar um par de camisas e viu diante de um espelho um jovem – ele pensa que talvez tivesse uns 25 anos, o padre jovem ou (que estava) para tornar-se padre – diante do espelho, com uma manta, grande, larga, com veludo, a corrente de prata e se olhava. E depois pegou o chapéu romano, o colocou e olhava. Um rígido mundano. E o sacerdote - é sábio o Monsenhor, muito sábio – conseguiu superar a dor, com uma história de saudável humorismo e acrescentou: “E depois se diz que a Igreja não permite o sacerdócio às mulheres!”. De forma que o trabalho que faz o sacerdote quando torna-se um funcionário, cai no ridículo”.

Um bom sacerdote se reconhece se sabe brincar com uma criança

“No exame de consciência – disse a seguir o Papa – considerem isto: hoje fui funcionário ou mediador? Guardei a mim mesmo, busquei a mim mesmo, a minha comodidade, a minha organização ou deixei que o dia seguisse a serviço dos outros?”.

Uma vez – contou Francisco – uma pessoa me dizia “que ele reconhecia os sacerdotes pelo comportamento com as crianças: se sabem fazer carinho numa criança, sorrir para uma criança, brincar com uma criança...É interessante isto porque significa que sabem abaixar-se, aproximar-se das pequenas coisas”.

Pelo contrário – observou – “o intermediário é triste, sempre com aquela cara triste ou muito séria, rosto sisudo. O intermediário tem olhar sisudo, muito sisudo! O mediador – retomou – é aberto: o sorriso, a acolhida, a compreensão, os carinhos”.

Policarpo, São Francisco Xavier, São Paulo: três ícones de sacerdotes mediadores

Na parte final da homilia, o Papa propôs três “ícones” de sacerdotes mediadores e não intermediários”. O primeiro é o “grande” Policarpo que “não negocia a sua vocação e vai com coragem à pira e quando o fogo o cerca, os fieis que estavam ali sentiram odor de pão”. “Assim – disse Francisco – acaba um mediador: como um pedaço de pão para os seus fieis”.

O outro ícone é São Francisco Xavier, que morre jovem na praia de San-cian, “olhando para a China” onde queria ir mas não o poderá, porque o Senhor o leva para Si.

E depois o último ícone: o idoso São Paulo nas Três Fontes. “Aquela manhã, bem cedo – recordou – os soldados foram até ele, o pegaram e ele caminhava encurvado”. Sabia muito bem que isto acontecia pela traição de alguns dentro da comunidade cristã, mas ele lutou tanto, tanto na sua vida, que se oferece ao Senhor como um sacrifício”.

“Três ícones – concluiu – que podem nos ajudar. Olhemos nisto: como quero acabar a minha vida de sacerdote? Como funcionário, como intermediário ou como mediador, isto é, na cruz?”.

(JE)