segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018



Quaresma, 25, o Papa Francisco esteve com os peregrinos na Praça de São Pedro e convidou os fieis a meditar sobre a Transfiguração de Jesus.

O Pontífice lembrou que o anúncio de Jesus sobre a rejeição que iria sofrer desafiou Pedro e os discípulos que não aceitaram que o Senhor seria morto.

“Eles, de fato, aguardavam um Messias poderoso, forte e dominador, mas, em vez disso, Jesus apareceu como humilde, manso, servo de Deus, servo dos homens, que deve sacrificar sua vida, passando pelo caminho da perseguição, do sofrimento e da morte. Mas como poderiam seguir um Mestre e Messias, cuja vida terrena terminaria assim?”

O Papa reforçou que nesta hora os discípulos pensaram neles, e a resposta veio precisamente na Transfiguração. “É uma aparição da Páscoa adiantada.”

Jesus levou consigo os três discípulos Pedro, Tiago e João e “levou-os a uma montanha alta” (Mc 9,2); e ali, por um momento, mostrou-lhes a sua glória, a glória do Filho de Deus. Este evento da transfiguração permitiu, segundo o Papa, aos discípulos enfrentarem a paixão de Jesus de forma positiva, sem serem dominados. Eles viram isso como seria depois da paixão, glorioso. E assim Jesus os prepara para julgamento.

“A transfiguração ajuda os discípulos e a todo o povo de Deus também a entender que a paixão de Cristo é um mistério do sofrimento, mas é acima de tudo um dom de amor, de amor infinito por parte de Jesus.”

Francisco lembrou que os discípulos foram chamados a seguir o Mestre com confiança, com esperança, apesar de sua morte. E também reforçou a importância de Nossa Senhora, que como criatura humana também estava transfigurada interiormente pela Graça de Cristo.


“Confiamos na sua ajuda materna para continuar a jornada da Quaresma com fé e generosidade.”
Intercessão

Ao final do Ângelus, o Papa disse estar unido à Síria, “amada e atormentada”, onde a guerra se intensificou, especialmente no leste de Ghouta.


Este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres, idosos; os hospitais foram atingidos e as pessoas não conseguem comida.



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018


VATICANO
Termina o retiro espiritual para o Papa e a Cúria Romana

Antes de retornar ao Vaticano, Francisco agradeceu ao padre português que realizou as pregações nesses cinco dias de retiro

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Terminou nesta sexta-feira, 23, os exercícios espirituais, o tradicional retiro para o Papa e a Cúria Romana neste tempo quaresmal. Eles estavam reunidos na Casa Divino Mestre, em Ariccia, cidade próximo a Roma, desde o último domingo, 18, em momentos de oração e reflexão conduzidos pelo padre José Tolentino de Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica de Lisboa e consultor do Pontifício Conselho da Cultura.

“Gostaria de agradecer, em nome de todos, por este acompanhamento nestes dias, que hoje se prolongarão com o dia de jejum e oração pelo Sudão do Sul, o Congo e também a Síria”, disse o Santo Padre em agradecimento ao padre Tolentino.

Francisco agradeceu pelas reflexões que falaram da Igreja e fizeram os participantes sentir a Igreja, advertindo-os a não diminuir este pequeno rebanho às mundanidades burocráticas. No retiro, também recordou-se que a Igreja não é uma gaiola para o Espírito Santo, que voa e trabalha também fora. “Com as citações e as coisas que o senhor nos disse, nos fez ver como trabalha nos não crentes, nos ‘pagãos’, nas pessoas de outras confissões religiosas: é universal, é o Espírito de Deus, que é para todos”, disse.

“Obrigado, padre. E continue a rezar por nós. Como dizia a mãe superiora às irmãs: ‘Somos homens!’, pecadores, todos. Obrigado, padre. E que o Senhor o abençoe”, concluiu Francisco.

Com o fim do retiro, o Santo Padre retorna ao Vaticano e retoma sua agenda de compromissos, que estavam suspensos desde domingo passado.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018


Dom Henrique Soares indica 6 armas para viver bem a Quaresma


Dom Henrique Soares da Costa / Foto: Diocese de Palmares



REDAÇÃO CENTRAL, 13 Fev. 18 / 08:00 am (ACI).- Com a Quarta-feira de Cinzas, em 14 de fevereiro, a Igreja dará início ao tempo litúrgico da Quaresma e, tendo em vista esse período de preparação para a Páscoa, o Bispo de Palmares (PE), Dom Henrique Soares da Costa, indicou 6 armas “para esse tempo de combate espiritual”.

Em um artigo intitulado ‘Vamos nos planejando: Viver bem a Santa Quaresma’, publicado em sua página no Facebook, o Prelado recordou que a Quaresma é “um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, a maior, mas solene e mais sagrada de todas as festas cristãs”.

“A preparação quaresmal consta de quarenta dias de penitência, sobretudo na alimentação... É esta a marca característica do tempo quaresmal: a abstinência total ou parcial de certos alimentos”, ressaltou.

Dom Henrique explicou que a razão para a abstinência de alimentos é porque “alimentar-se para preservar a vida é nossa instinto fundamental. Neste caso, o alimento como que simboliza tudo quanto mantém a nossa vida: casa, saúde, amigos, trabalho, status, fama, família... Ora, o homem não vive somente de pão (destas coisas), mas da Palavra de Deus”, expressou.

“Mas, esta preparação pascal não é à toa; deve purificar-nos de corpo e alma para celebrar santamente a Páscoa”, destacou e, por isso, indicou as armas que “a constante Tradição da Igreja” nos ensina para “bem viver a Quaresma”.

1. Oração

“Devemos acrescentar algo ao que já rezamos. Eis algumas sugestões: a Via-sacra às quartas e sextas-feiras; rezar um salmo por dia, durante toda a Quaresma ou mesmo rezar o saltério todo até o Sábado Santo; tomar o Evangelho de São Marcos e lê-lo todo; ou o Livro do Êxodo ou Deuteronômio”, afirmou.

2. Penitência

Segundo o Prelado, “deve ser, sobretudo, penitência corporal, ligada è renúncia de alimentos”. Como exemplos, citou: “retirar os lanches ou a sobremesa; retirar alguma alimentação de que se gosta muito, etc.”.

Porém, “há outras mortificações que se podem fazer: retirar novelas, alguma diversão, alguma coisa supérflua...”.

3. Esmola

“Aqui, trata-se da caridade fraterna nas suas mais diversas formas: visitar um doente, aproximar-se de alguém de quem se está afastado, ajudar material, espiritual ou psicologicamente alguém necessitado, ser mais atento à prática da esmola, sobretudo atendendo bem àqueles que batem à porta de nossa casa, etc.”.

4. Leitura espiritual

O Bispo de Palmares sublinhou que “não se deve passar este tempo sem ler um bom livro, que afervore o nosso coração”.

“Gostar de santas leituras é instrumento muito eficaz no caminho para Deus. Escolha um livro que o ajude na vida espiritual e leia-o durante os dias quaresmais”, aconselha.

5. Combate dos vícios

Dom Henrique explicou que “vício ou demônio são os maus hábitos que contraímos e impedem nosso coração de voar para Deus”.

Por isso, orientou: “Escolha um de seus vícios principais e combata-o nesta Quaresma. Aprenda a conhecê-lo: como e por que se manifesta? Quais sentimentos deixa em mim? Como combatê-lo? De que ocasiões devo fugir para evitá-lo?”.

Além disso, assinalou, é preciso “suplicar a ajuda do Senhor na oração”.

6. Confissão sacramental

“Antes da Páscoa, procure fazer um exame de consciência bem feito e amplo e confesse seus pecados”, completou.



TEMPO DE MUDANÇAS
Reflexão do Papa Francisco sobre a Quaresma

Quaresma é um novo início, uma estrada que conduz a uma meta segura: a Páscoa da Ressurreição

O Papa nos traz, todos os anos, pouco antes de iniciar a Quaresma, uma mensagem que tenta nos direcionar para esse tempo de encontro com Deus. Francisco nos ensina que este tempo serve “para não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade com Deus. E os passos que a Quaresma nos ensina passa pelas práticas de jejum, oração e caridade.

 

Neste ano, refletindo essa parábola de Jesus, sobre Lázaro e o rico (Lucas 16,19-31), o Papa deseja nos ensinar que o outro é um dom, e que o primeiro convite que Deus nos faz nesse tempo é de abrir o coração ao nosso próximo, seja ao nosso vizinho ou um pobre desconhecido, reconhecendo neles o rosto de Cristo.

É comum, nas paróquias, incentivar as penitências da Quaresma, e muitos aderem ao costume mesmo sem saber o motivo pelo qual o faz; muitas vezes, deparamo-nos com práticas vazias. Muitos não comerão chocolate, outros não beberão refrigerante, e por aí vai… Mas o Papa, ao falar que não devemos nos contentar com uma vida medíocre, vem nos alertar justamente para o fato que nos preocupamos muito com a aparência, e nos
esquecemos de praticar realmente o amor.

Podemos passar quarenta dias sem comer chocolate, mas, durante esses dias, não mantemos a inimizade com o vizinho ou uma pessoa da própria família. E assim agimos como esse homem rico que desprezava Lázaro.

O Papa recorda que, na parábola de Jesus, o outro homem, ao contrário, não tem nome como Lázaro; ele é chamado somente de “rico”. Ele se veste como um rei e se comporta como um deus, esquecendo-se de que é simplesmente um mortal. Em sua ambição e ganância, torna-se cego ao seu igual que sofre, e se preenche de banquetes e festa todos os dias.

Leia mais:

Na quarta-feira, ao recebermos as cinzas sobre nossas cabeças, ouvimos do sacerdote: ‘Recorda que tu és pó e ao pó voltarás’. É um convite sincero de Deus a uma reflexão importante na nossa vida; não somos melhor que os outros, e que um dia morreremos e não levaremos nada conosco.

O livro ‘Imitação de Cristo’ ensina que “muito depressa chegará o nosso fim”, e nos convida a olhar bem como estamos vivendo.

O Papa conclui, em sua reflexão, que a raiz do mal no homem rico é não ter escutado a Palavra de Deus. A Palavra é força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar novamente as pessoas a Deus.

Quando Ele pede a Abraão que permita a Lázaro voltar e alertar seus irmãos, para que possam mudar de vida, Abraão o responde que eles têm Moisés e os profetas, referindo-se, assim, à própria Palavra de Deus.


Fechar o coração ao dom de Deus que nos fala traz como consequência um coração fechado ao dom do irmão. Assim, fica o convite claro do Papa Francisco para esse tempo de Quaresma. Não basta somente fazer suas práticas de penitência; se as for fazer, ofereça-as por alguém; se fizer jejum de alguma comida, cuide de oferecê-la a algum pobre; tente também fazer penitência de não falar palavrões ou não falar mal do seu próximo; se tiver brigado com alguém, procure-o nesse tempo e se reconcilie, perdoe, peça perdão e dedique esse tempo para meditar a Paixão de Cristo.

O Papa nos falou da importância de escutar a Palavra de Deus. Nesse tempo, seria interessante dedicar-se à leitura de um Evangelho, conhecendo melhor assim a vida de Nosso Senhor.

Por que não fazer uma penitência de dedicar um pouco do seu tempo a escutar um idoso, ajudar um orfanato ou asilo? Tantas são as possibilidades que nos permitem fazer deste tempo verdadeiramente um tempo de conversão.

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José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Jornalismo da Canção Nova em Roma, Itália.

Papa envia mensagem aos brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade 2018




“Fraternidade e superação da violência” é o tema da Campanha em 2018

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. Um caminho pessoal, comunitário e social que visibilize a salvação paterna de Deus. “Fraternidade e superação da violência” é o tema da Campanha para a Quaresma, em 2018. O Evangelho de Mateus inspira o lema: “ Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

A Campanha lançada oficialmente na Quarta-feira de Cinzas tem como objetivo geral: “Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.

De acordo com o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrichs Steiner, “sofremos e estamos quase estarrecidos com a violência. Não apenas com as mortes que aumentam, mas também por ela perpassar quase todos os âmbitos da nossa sociedade. A ética que norteava as relações sociais está esquecida. Hoje, temos corrupção, morte e agressividade nos gestos e nas palavras. Assim, quase aumenta a crença em nossa incapacidade de vivermos como irmãos”.

Por ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade 2018 o Papa Francisco enviou uma mensagem ao Presidente da CNBB, o arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Sérgio da Rocha.

Eis na íntegra a mensagem do Papa:
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Neste tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha “Fraternidade e a superação da violência”, cujo objetivo é construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Desse modo, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado.

Jesus veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10, 10). Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se converte num espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos (cf. Exort. Apost. Evangelii gaudium, 180). Este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum, da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na sociedade.

“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (1 Co 6,2; cf. Is 49,8), que nos traz a graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança é condição necessária para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef 4, 26).

Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia a dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), como destaca o lema da Campanha da Fraternidade deste ano. Em Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação. As comunidades da Igreja no Brasil anunciem a conversão, o dia da salvação para conviverem sem violência.

Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim.



[Franciscus PP.]

O Papa está fazendo seus Exercícios Espirituais de Quaresma





São vários dias de retiro. Oremos por ele, conforme ele sempre nos pede!

Na tarde deste domingo, 18 de fevereiro, o Papa Franciscocomeçou os seus tradicionais Exercícios Espirituais de Quaresma, junto com vários membros da Cúria Romana. Trata-se de um retiro espiritual que se prolonga até sexta-feira, 23 de fevereiro.

Os Exercícios Espirituais se baseiam no método de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Em ambiente de silêncio e recolhimento, os participantes se dedicam à oração pessoal e comunitária. Além da Santa Missa, do rosário e de outros atos litúrgicos tradicionais, os dias de retiro são caracterizados por uma sequência de meditações dirigidas por um pregador convidado.

Este ano, o pregador é o Pe. José Tolentino de Mendonça, um sacerdote português, e o tema geral preparado por ele é “O elogio da sede”, que será desenvolvido em meditações como “A ciência da sede”, “Percebi que estava sedento”, “Esta sede de nada”, “A sede de Jesus”, “As lágrimas contam uma sede”, “Beber da própria sede”, “As formas dos desejos”, “Ouvir a sede das periferias” e “A bem-aventurança da sede”. O primeiro dia de retiro foi aberto pela meditação introdutória “Aprendizes do espanto”.

Os demais dias começam com a celebração da Santa Missa às 7h30, seguida por uma meditação às 9h30. Às 16h começa a segunda meditação, seguida pela adoração eucarística e pela oração das Vésperas. No dia de encerramento, 23 de fevereiro, apenas uma meditação está programada.

O retiro acontece na Casa do Divino Mestre, na cidade italiana de Ariccia. Durante esses dias, ficam suspensas no Vaticano as audiências privadas e especiais com o Papa, inclusive a audiência geral das quartas-feiras.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018




Catequese do Papa: Liturgia da Palavra - Evangelho e homilia
QUARTA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2018

CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal (Canção Nova) 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! 

Continuamos com as catequeses sobre Santa Missa. Chegamos às Leituras. 

O diálogo entre Deus e o seu povo, desenvolvido na Liturgia da Palavra da Missa, atinge o ápice na proclamação do Evangelho. Precede-o o canto do Aleluia – ou, na Quaresma, uma outra aclamação – com que “a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que está para falar no Evangelho” [1]. Como os mistérios de Cristo iluminam toda a revelação bíblica, assim, na Liturgia da Palavra, o Evangelho constitui a luz para compreender o sentido dos textos bíblicos que o precedem, seja do Antigo seja do Novo Testamento. De fato, “de toda a Escritura, como de toda celebração litúrgica, Cristo é o centro e a plenitude”[2]. Sempre no centro está Jesus Cristo, sempre. 

Por isso a própria liturgia distingue o Evangelho das outras leituras e o circunda de particular honra e veneração. [3] De fato, a sua leitura é reservada ao ministro ordenado, que termina beijando o livro; coloca-se à escuta em pé e se traça um sinal da cruz na testa, na boca e no peito; as velas e o incenso honram Cristo que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar a sua eficaz palavra. Destes sinais, a assembleia reconhece a presença de Cristo que lhe dirige a “boa notícia” que converte e transforma. É um discurso direto aquele que acontece, como atestam as aclamações com que se responde à proclamação: “Glória a ti, ó Senhor” e “Louvor a ti, ó Cristo”. Nós nos levantamos para ouvir o Evangelho: é Cristo que nos fala, ali. E por isso nós estamos atentos, porque é um colóquio direto. É o Senhor que nos fala. 

Portanto, na Missa, não lemos o Evangelho para saber como foram as coisas, mas ouvimos o Evangelho para tomar consciência que aquilo que Jesus fez e disse uma vez; e aquela Palavra é viva, a Palavra de Jesus que está no Evangelho é viva e chega ao meu coração. Por isso ouvir o Evangelho é tão importante, com coração aberto, porque a Palavra é viva. Escreve Santo Agostinho que “a boca de Cristo é o Evangelho. Ele reina no céu, mas não cessa de falar na terra”. [4] Se é verdade que na liturgia “Cristo anuncia ainda o Evangelho”, [5] segue que, participando da Missa, devemos dar-lhe uma resposta. Nós ouvimos o Evangelho e devemos dar uma resposta na nossa vida. 

Para fazer chegar a sua mensagem, Cristo se serve também da palavra do sacerdote que, depois do Evangelho, faz a homilia. [6] Recomendada vivamente pelo Concílio Vaticano II como parte da própria liturgia, [7] a homilia não é um discurso de circunstância – nem mesmo uma catequese como esta que estou fazendo agora – nem uma conferência nem uma lição, a homilia é outra coisa. O que é a homilia? É “um retomar aquele diálogo que já está aberto entre o Senhor e o seu povo”, [8] a fim de que encontre cumprimento na vida. A autêntica exegese do Evangelho é a nossa vida santa! A palavra do Senhor termina o seu curso fazendo-se carne em nós, traduzindo-se em obras, como aconteceu em Maria e nos santos. Recordem-se daquilo que eu disse da última vez, a Palavra do Senhor entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai às mãos, às boas obras. E também a homilia segue a Palavra do Senhor e faz também este percurso para nos ajudar a fim de que a Palavra do Senhor chegue às mãos, passando pelo coração. 

Já tratei desse assunto da homilia na Exortação Evangelii gaudium, onde recordava que o contexto litúrgico “exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia que transforme a vida”[9]. 

Quem faz a homilia deve cumprir bem o seu ministério – aquele que prega, o sacerdote, ou o diácono ou o bispo -, oferecendo uma real serviço a todos aqueles que participam da Missa, mas também quantos ouvem devem fazer a sua parte. Antes de tudo prestando atenção, assumindo, isso é, as justas disposições interiores, sem pretensões subjetivas, sabendo que cada pregador tem qualidades e limitações. Se às vezes há motivo de chatear-se pela homilia longa ou não centrada ou incompreensível, às vezes é, em vez disso, o preconceito a fazer o obstáculo. E quem faz a homilia deve ser consciente de que não está fazendo uma coisa própria, está pregando, dando voz a Jesus, está pregando a Palavra de Jesus. E a homilia deve ser bem preparada, deve ser breve, breve! Dizia-me um sacerdote que uma vez foi a outra cidade onde moravam os pais e o pai lhe disse: “Sabe, estou contente, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde se faz a Missa sem homilia!”. E quantas vezes nós vemos que na homilia alguns adormecem, outros conversam ou saem para fumar um cigarro…Por isso, por favor, que seja breve, a homilia, mas que seja bem preparada. E como se prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara? Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve ir além de 10 minutos, por favor. Concluindo, podemos dizer que na Liturgia da Palavra, através do Evangelho e da homilia, Deus dialoga com o seu povo, o qual O escuta com atenção e veneração e, ao mesmo tempo, O reconhece presente e operante. Se, portanto, nos colocamos à escuta da “boa notícia”, por essa seremos convertidos e transformados, portanto, capazes de mudar a nós mesmos e o mundo. Por que? Porque a Boa Notícia, a Palavra de Deus, entra pelos ouvidos, vai ao coração e chega às mãos para fazer boas obras. 
_________________________________
[1] Instrução Geral do Missal Romano, 62.

[2] Introdução ao Lecionário, 5.

[3] Cfr Instrução Geral do Missal Romano, 60 e 134.

[4] Sermão 85, 1: PL 38, 520; cf. também Tratado sobre evangelho de João, XXX, I: PL 35, 1632; CCL 36, 289

[5] Conc. Ecum. Vat. II, Cost. Sacrosanctum Concilium, 33.

[6] Cfr Instrução Geral do Missal Romano, 65-66; Introdução ao Lecionário, 24-27.

[7] Cfr Conc. Ecum. Vat. II, Cost. Sacrosanctum Concilium, 52.

[8] Exort. ap. Evangelii gaudium, 137.

[9] Ibid., 138.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2018
Terça-feira, 6 de fevereiro de 2018


Boletim da Santa Sé

«Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24, 12)

Amados irmãos e irmãs!

Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão»,[1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.

Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24, 12).

Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenómenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Os falsos profetas

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?

Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!

Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.

Um coração frio

Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo;[2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?

O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, «raiz de todos os males» (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.[3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas «certezas»: o bebé nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expetativas.

A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.

E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.[4]

Que fazer?

Se porventura detetamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.

Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos,[5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?[6]

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.

Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!

O fogo da Páscoa

Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.

Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do «lume novo», pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito»,[7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.

Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.

Vaticano, 1 de Novembro de 2017
Solenidade de Todos os Santos

FRANCISCO

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[1] Missal Romano, I Domingo da Quaresma, Oração Coleta.
[2] «Imperador do reino em dor tamanho / saía a meio peito ao gelo baço» (Inferno XXXIV, 28-29).
[3] «É curioso, mas muitas vezes temos medo da consolação, medo de ser consolados. Aliás, sentimo-nos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabeis porquê? Porque, na tristeza, quase nos sentimos protagonistas; enquanto, na consolação, o protagonista é o Espírito Santo» (Angelus, 7/XII/2014).
[4] Nn. 76-109.
[5] Cf. Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 33.
[6] Cf. Pio XII, Carta enc. Fidei donum, III.
[7] Missal Romano, Vigília Pascal, Lucernário.


"Procurar, encontrar e seguir Jesus, este é o caminho”, afirma Papa


Felicidade, amor, uma vida boa e plena são buscas do ser humano que podem ser encontradas, de acordo com Francisco, em Jesus

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa ao final do Ângelus deste domingo, 14 /Foto: Reprodução Youtube Vatican News

Às vésperas de sua viagem apostólica ao Chile e Peru, Papa Francisco retomou o Evangelho (Jn 1: 35-42) no Ângelus deste domingo, 14, e reforçou o convite feito por João Batista aos seus discípulos, o de seguir Jesus. “Após o contemplarmos no mistério do Natal, somos chamados para segui-lo na vida cotidiana (…). Procurar, encontrar e seguir Jesus, este é o caminho”, afirmou.

Segundo Francisco este domingo de introdução ao tempo litúrgico comum serve para animar a fé dos cristãos na vida cotidiana, e indica características essenciais do itinerário da fé, como questionar-se: O que procuro? Pergunta feita por Jesus aos discípulos de João Batista e a Maria Madalena na manhã de Páscoa. Felicidade, amor, uma vida boa e plena são buscas do ser humano que podem ser encontradas, de acordo com Francisco, em Jesus.

João Batista é testemunha de pessoa que fez a jornada e conheceu o Senhor, ação que fez, segundo o Papa, com que Batista dirigisse seus discípulos ao encontro de Jesus, a uma nova experiência. “Esses dois não poderão mais esquecer a beleza desse encontro (…). Apenas um encontro pessoal com Jesus gera uma jornada de fé e discipulado”, lembrou o Papa. “Poderíamos ter muitas experiências, realizar muitas coisas, estabelecer relacionamentos com muitas pessoas, mas apenas Jesus (…) pode dar pleno significado às nossas vidas e tornar nossos projetos e iniciativas frutíferas”.

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O Santo Padre prosseguiu afirmando que não basta construir uma imagem de Deus com base em rumores, deve-se buscar Deus e ir aonde ele habita. “O pedido dos dois discípulos a Jesus: ‘Onde você mora?’ (Versículo 38), tem um forte sentido espiritual: expressa o desejo de saber onde o Mestre vive, estar com Ele. A vida de fé consiste no desejo de ser com o Senhor e, portanto, buscar o lugar onde ele mora. Isso significa que somos chamados a superar uma religiosidade habitual e óbvia, revivendo o encontro com Jesus na oração, na meditação sobre a Palavra de Deus e no atendimento aos sacramentos, para estar com ele e dar frutos graças a Ele, à Sua ajuda, a Sua graça” suscitou.

“Que a Virgem Maria nos apoie a este respeito para seguir Jesus, ir e ficar onde ele mora, ouvir sua Palavra de vida, aderir a ele que tira o pecado do mundo, para encontrar esperança e impulso espiritual nele”, pediu o Papa ao encerrar o Ângelus deste domingo, 14.

Fiéis reunidos na Praça São Pedro neste domingo, 14 /Foto: Reprodução Youtube Vatican News
Após o Angelus

Ao concluir a oração Mariana do Ângelus, Francisco lembrou aos fiéis que neste domingo, 14, é comemorado o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados e comentou sobre a celebração que presidiu nesta manhã, que contou com a participação de um bom grupo de migrantes e refugiados residentes na diocese de Roma.

“Na minha mensagem para este dia, eu enfatizei que a migração hoje é um sinal dos tempos. Todo estranho que bate à nossa porta é uma oportunidade de conhecer Jesus Cristo, que se identifica com o estrangeiro que foi aceito ou rejeitado em todas as épocas. (…) Gostaria de reafirmar que a nossa resposta comum poderia ser articulada em torno de quatro verbos baseados nos princípios da doutrina da Igreja: acolhimento, proteção, promoção e integração”, suscitou o Santo Padre.
Viagem Apostólica e saudação

O Papa pediu orações aos fiéis concentrados na Praça São Pedro por sua jornada apostólica ao Chile e Peru que começará nesta segunda-feira, 15. O pontífice aproveitou a oportunidade para saudar todos os peregrinos e também à comunidade latino-americana de Santa Lúcia em Roma, que celebra 25 anos de fundação.

Papa pede, durante Ângelus, luta e apreço pela vida...


Francisco ainda lembrou que a paz e a vida não podem ser esquecida pelas pessoas, num mundo que cada vez mais as desvaloriza

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco, durante o Ângelus deste domingo, 4 / Foto: Reprodução Youtube Vatican News

Neste 5º domingo do tempo comum, durante a oração Mariana do Ângelus, o Papa Francisco falou aos fiéis que se aglomeravam junto à Praça São Pedro sobre a luta pela vida e de seu apreço pelas pessoas que a preservam. Antes, porém, o Santo Padre lembrou passagem de Cristo por Cafarnaum, quando curou doentes e chamou a atenção do povo para suas ações ― logo após curar a sogra do apóstolo Pedro.

“O Senhor suscitou a fé nas pessoas”, exaltou o Papa em sua fala. “As pessoas passaram a levar todos os doentes que conheciam para que fossem curados. Jesus não faz a pregação de laboratório, separado das pessoas. Ele está em meio à multidão e passou Sua vida em meio a elas para curar suas feridas físicas e espirituais”, reiterou.

Após este evento, Francisco explicou que a popularidade de Cristo entre os mais necessitados cresceu, fazendo com que mais fiéis trouxessem seus afligidos entes queridos para pudessem ser tocados pela bondade do Filho de Deus ― que parte às aldeias da redondeza para pregar a Palavra de Deus. “Este evento coloca a missão da Igreja sob o signo do andar, a Igreja em caminho, sob o sinal de movimento, e nunca estática”, afirmou.
Movimento pela Vida

O Papa Francisco saudou os fiéis e participantes do Movimento pela Vida, liderado por fiéis italianos ― que atentamente ouviam as palavras do Santo Padre na Praça de São Pedro, no dia em que a Itália comemora o Dia pela Vida. “Exprimo meu apreço por todas as realidades eclesiais que lutam pela vida e saúdo os expoentes aqui presentes. Isto me preocupa, pois não são muitos aqueles que lutam pelas vidas. No mundo, cada vez se fazem mais armas e leis contra a vida, a cultura do descarte, descartar aqueles que não servem. Rezemos pelo povo que passa por este momento de descarte”, exortou.

A Quaresma também foi lembrada pelo Papa, que pediu a união de todos os fiéis, sejam eles cristãos ou não, para um mundo em que reine a concórdia e a harmonia. Assim, o Sucessor de Pedro pediu que no dia 23 de fevereiro, os fiéis realizem um jejum pela paz, em especial pelos irmãos da República do Congo. 

“Como em outras ocasiões, mesmo os não-católicos e cristãos, que possamos rezar juntos. O Nosso Pai Celeste sempre escuta Seus filhos que gritam por Ele na angústia. Que cada um de nós também possa ouvir este grito e se pergunte: ‘o que posso fazer pela paz?’”, disse Francisco.