quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Papa abençoa estátua de Santa Rita de seis metros

Estátua de Santa Rita foi feita no Líbano; destino final será Cássia

Da redação, com Rádio Vaticano

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 30, o Papa Francisco abençoou uma imagem de Santa Rita de Cássia de seis metros trazida do Líbano e que no dia 18 de outubro será instalada na entrada da cidade italiana de Cássia.

“Ao abençoar esta grande estátua da Santa – disse o Santo Padre – convido a todos, no próximo Jubileu da Misericórdia, a reler sua extraordinária experiência humana e espiritual como sinal da potência da misericórdia de Deus”.

A grande estátua foi colocada na Praça São Pedro às 5 da manhã da terça-feira, 29, e sua remoção será realizada na madrugada da quinta-feira, 1º de outubro. Após isso, acompanhada por milhares de fieis, a estátua será instalada em uma rotatória na entrada da cidade de Cássia no dia 18 de outubro, de forma a dar as boas vindas aos milhares de peregrinos que visitam anualmente a cidade onde a santa viveu. O Patriarca Maronita Bechara Boutros Raï presidirá uma celebração no Santuário de Cássia.

A obra foi realizada em Ayto, no norte do Líbano, pelo famoso escultor libanês Nayef Alwan, patrocinada pelo mecenas Sarkis Sarkis, muito devoto da santa. O artista trabalhou por meses na obra, baseado em um esboço aprovado em comum acordo com a administração e a comunidade agostiniana de Cássia, dando forma e vida a um gigantesco bloco de pedra extraído das montanhas do Líbano a 2 mil metros de altitude. No início de setembro, a estátua foi embalada e embarcada em um navio até o porto italiano de Salerno.

Na tarde desta quarta-feira um grande grupo de peregrinos participará de uma celebração na Basílica de São Pedro às 15h30, presidida pelo Arcebispo de Spoleto-Norcia.

Filipinas: Entronizada réplica de véu que cobriu rosto de Cristo

A réplica foi doada ao templo da Sagrada Família, em Bagumbayan, por uma leiga que vive nos EUA, Daisy Neves, e um sacerdote da Itália, Padre Carmine Cucinelli

Da redação, com Gaudium Press

O bispo de Pasig, Filipinas, Dom Mylo Hubert Vergara, presidiu a cerimônia de entronização de uma réplica do venerado Véu de Manoppello, um tecido que, segundo a tradição, acompanhou o Santo Sudário de Turim e ao Sudário de Oviedo na sepultura de Jesus Cristo. O templo da Sagrada Família em Bagumbayan é o segundo no mundo em ter uma réplica desta relíquia.

A réplica foi doada ao templo por uma leiga que vive nos Estados Unidos, Daisy Neves, e um sacerdote da Basílica do Volto Santo de Manoppello na Itália, o Padre Carmine Cucinelli. A relíquia original visitou as Filipinas em setembro de 2014 e atraiu milhares de devotos durante sua peregrinação de uma semana de duração.

Os fiéis beijaram o tecido no qual segundo a tradição ficou impresso o rosto de Jesus Cristo e que foi resguardado durante 500 anos em Manoppello, em Abruzzo.

A imagem é pouco conhecida fora da Itália, mas a devoção teve uma maior difusão depois de que no início do pontificado de Bento XVI, o hoje Papa emérito visitou o lugar e venerou a relíquia. O Pontífice afirmou ter desejado realizar esta peregrinação após ter lido um livro sobre a Face de Cristo registrada nesta tela e as descobertas científicas que sustentam a tradição sobre sua origem sagrada.

As investigações demonstraram que a figura do Véu de Manoppello coincide com o rosto que se aprecia no Santo Sudário de Turim, que a imagem não foi traçada mediante uma técnica artística ou outro meio humano e que a tela data de um tempo que coincide com a Crucifixão e Ressurreição do Senhor.

Apesar de que ambas imagens coincidem, parecem corresponder a instantes distintos, já que o Santo Sudário de Turim mostra a imagem de Cristo de olhos fechados e as feridas abertas, enquanto o Véu de Manoppello mostra claramente o rosto com os olhos abertos e as feridas fechadas.

domingo, 27 de setembro de 2015

Bispo mobiliza fiéis a acolherem mensagem de Fátima

O bispo da Guarda, Dom Manuel Felício, destaca que o acolhimento da imagem de Nossa Senhora de Fátima será um momento de grande significado

Da redação, com Agência Ecclesia

O bispo da Guarda, Dom Manuel Felício, escreveu uma nota pastoral sobre a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à diocese, que inicia a partir deste domingo, 27, e vai até 11 de outubro, na qual incentiva os fiéis ao acolhimento e interiorização da mensagem mariana.

“Desejamos que seja uma oportunidade bem aproveitada pelas nossas crianças, para se parecerem mais com os três pastorinhos; pelos nossos jovens para que encontrem em Maria o modelo para a descoberta da sua vocação; pelas famílias para que descubram o incentivo para a oração familiar; pelos nossos doentes para descubram o sentido positivo também do seu sofrimento purificador e salvador”, escreve o bispo.

Para isso, o prelado destaca que o acolhimento da imagem, a celebração comunitária do Rosário, a procissão de velas e a cerimônia da despedida da imagem vão ser momentos de “grande significado” que vão procurar “preparar e viver da melhor maneira”.

Paróquia de Folhadosa

A Diocese da Guarda vai receber nesta tarde a imagem na Paróquia de Folhadosa, proveniente da Diocese de Coimbra. O cortejo seguirá depois até a Sé da Guarda, e em seguida começará a percorrer as comunidades locais.

“Em cada etapa será cumprido um programa de que fazem parte a recepção, a procissão para o lugar de permanência durante o dia e a noite dos tempos autorizados para cada lugar, celebrações litúrgicas na presença da imagem, tempos de oração individual e em grupo”, explica o bispo diocesano.

Na nota pastoral, Dom Manuel Felício recomenda para estes dias a Eucaristia e adoração que “estão no coração da mensagem de Fátima”, se possível celebrações preparadas para a participação dos doentes, bem como apela à disponibilidade de sacerdotes para o sacramento da confissão.

“Aproveitaremos a vinda de nossa Senhora de Fátima à Sé da Guarda para fazermos a consagração de toda a nossa Diocese ao seu imaculado coração”, acrescenta. O prelado incentiva também à criação de um grupo “promotor da mensagem de Fátima” em cada paróquia, estimulado pela passagem da imagem peregrina.

O bispo contextualiza que a visita da imagem peregrina às dioceses portugueses, enquadra-se na preparação do centenário das Aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos em Fátima que se celebra em 2017,“sobretudo na peregrinação de maio que será presida pelo Papa Francisco”.

Dom Manuel recorda também a nota pastoral publicada pela Conferência Episcopal Portuguesa, sobre esta iniciativa, que lembra o “essencial” da mensagem de Fátima onde “se encontram os elementos constitutivos do cristianismo”.

“Temos esperança de que esta peregrinação vai nos ajudar a concretizar o grande objetivo da Igreja em Portugal, que é a evangelização”, observa.

Depois da Diocese da Guarda, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima será confiada à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, no dia 11 de outubro.

Padre Lombardi: Papa chegou ao coração dos norte-americanos

Padre Federico Lombardi disse que o discurso do Papa Francisco no Congresso dos EUA atingiu plenamente às expectativas

Da redação, com Rádio Vaticano

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, comentou o discurso do Papa Francisco no Congresso dos EUA, em Washington, feito nesta última quinta-feira, 24.

“Fiquei impressionado. Entrando na grande Sala dos Deputados, havia uma atmosfera de festa, de expectativa interessada e alegre. E o discurso obteve plenamente a sua resposta às expectativas e o fato que houve tantos aplausos demonstrou não somente a cordialidade com que o Papa foi recebido, mas também o apreço pelas coisas que ele disse.”

O padre declarou também que o Pontífice chegou ao coração dos norte-americanos de uma forma muito positiva. “O Papa foi capaz de chegar aos ouvintes de uma forma muito positiva, apresentando-se como filho de migrantes, elogiou, em muitos aspetos os valores tradicionais da nação americana, e isso tocou realmente o coração de todos os presentes”.

Leia

Ao concluir, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé afirmou que o Santo Padre também fez apelos fortes e importantes.

“Ele também fez apelos fortes, importantes precisamente para suscitar uma nova tomada de responsabilidade diante dos grandes problemas do mundo de hoje, aos quais, uma nação como os Estados Unidos pode dar uma contribuição de extrema importância.”

EUA: Multidão recebe o Papa Francisco, na Filadélfia

No Estado da Pensilvânia, Santo Padre cumpre o principal objetivo de sua viagem que é o Encontro Mundial das Famílias

Rodrigo Luiz
Enviado especial aos Estados Unidos

O Papa Francisco chegou neste sábado, 26, à Filadélfia para o principal objetivo de sua viagem aos Estados Unidos, o VIII Encontro Mundial da Famílias. O qual a Missa de encerramento no domingo, 27, deve reunir 1,5 milhão de fiéis.


O primeiro compromisso do Pontífice é uma Missa com bispos, padres e religiosos na Catedral de São Pedro e São Paulo. Na Avenida Benjamin Franklin que dá acesso à Catedral de São Pedro e São Paulo, fiéis ficaram na expectativa de ver a passagem do papamóvel. “Queremos ver a santidade de Francisco e ouvir o que ele vai dizer a nós imigrantes”, afirma Rosi e Luis Campagnin, que moram na Filadélfia há 12 anos.

Brasileiros esperam ver o papa e ouvir o que ele vai dizer aos imigrantes – Foto: Rodrigo Luiz/cancaonova.com

Entre os participantes, existem centenas de brasileiros. “Espero há três anos por esta visita do Papa”, conta Fernando de Souza. Casado há dois anos, mora no país norte-americano. “O principal objetivo da vinda do Santo Padre são as famílias. Vim de uma família católica e não quero perder a educação que recebi dos meus pais”, diz. Ele acredita que esta oitava edição do evento mundial ajudará na preservação dos valores familiares.

Há três anos, Fernando Souza conta os dias para ver Francisco – Foto: Rodrigo Luiz/cancaonova.com

Católicos em um país de predominância protestante

“Viva a Igreja Católica”, aclamam hispanos que vivem no país de maioria protestante. Eles expressam a alegria de sua fé pelas ruas. De acordo com a brasileira Amélia Pereira, há 21 anos nos Estados Unidos, Francisco consegue transmitir a fé a católicos e a não católicos. “Um americano me disse que a mãe dele foi a Nova Iorque ver o Papa de perto e ela é Testemunha de Jeová”, revelou Amélia que atua na evangelização.

Água personalizada para ser abençoada

Um grupo de brasileiros, da Flórida, veio uniformizado e até preparou uma garrafa de água personalizada para ser abençoada pelo Santo Padre. Weyne Araújo conta que 55 pessoas vieram de Orlando, Flórida. “Aqui, nossa fé é alimentada pela Canção Nova”, conta Cilmara Lourenço que acompanha a programação em um aplicativo de celular.



Água personalizada para ser abençoada pelo Papa

Multidão à espera do Papa Francisco


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Papa fala no Congresso de liberdade, refugiados e igualdade de direitos

Francisco disse que uma grande nação deve defender a liberdade, promover plenos direitos para todos, lutar pela causa dos oprimidos e manter o diálogo

Luciane Marins
Da redação

Francisco é o primeiro Papa a discursar no Congresso dos Estados Unidos / Foto: Reprodução CTV

O Papa Francisco foi protagonista nesta quinta-feira, 24 de um evento histórico: pela primeira vez um Pontífice discursou no Congresso dos Estados Unidos.

Francisco, que chegou ao Capitólio em um carro simples, como tem sido costume em suas viagens, apresentou-se como filho do continente americano e iniciou seu discurso falando sobre a missão do Congresso de salvaguardar e garantir a dignidade dos americanos na busca incansável e exigente do bem comum. “Que é o fim de toda a política”, destacou.

Em vários momentos do discurso, o Santo Padre foi aplaudido de pé pelos congressistas. As palavras de Francisco não foram dirigidas somente ao Congresso, mas a todo povo americano. Ele centrou seu discurso na figura de quatro personalidades do país: Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton, e ressaltou que eles foram capazes de construir um futuro melhor com trabalho duro e sacrifício pessoal.

“Deram forma a valores fundamentais, que permanecerão para sempre no espírito do povo americano. Um povo com este espírito pode atravessar muitas crises, tensões e conflitos, já que sempre conseguirá encontrar a força para ir avante e fazê-lo com dignidade. Estes homens e mulheres dão-nos uma possibilidade de ver e interpretar a realidade.”

Francisco tocou ainda em temas polêmicos como a pena de morte e o comércio de armas.

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Abraham Lincoln

Sobre o presidente Abraham Lincoln, Francisco destacou o sonho da liberdade. Nesse aspecto, ele abordou a situação social e política do mundo atual, que considera “inquietante”.

O Pontífice destacou que o mundo tem se tornado cada vez mais um lugar de conflitos violentos, ódio e atrocidades, cometidos até mesmo em nome de Deus e da religião. E chamou atenção para o fundamentalismo não só religioso, mas de qualquer outro gênero.

“Os desafios, que hoje enfrentamos, requerem uma renovação deste espírito de colaboração, que produziu tantas coisas boas na história dos Estados Unidos”, destaca Francisco / Foto: Reprodução CTV

A resposta sugerida pelo Papa é de esperança, cura, paz e justiça. Para a resolução das crises econômicas e geopolíticas de hoje ele pede coragem e inteligência.

“Os desafios, que hoje enfrentamos, requerem uma renovação deste espírito de colaboração, que produziu tantas coisas boas na história dos Estados Unidos. A complexidade, a gravidade e a urgência destes desafios exigem que ponhamos a render os nossos recursos e talentos e nos decidamos a apoiar-nos mutuamente, respeitando as diferenças e convicções de consciência.”

Martin Luther King

Sobre o pastor Martin Luther King, Francisco destacou o sonho de plenos direitos civis e políticos para os afroamericanos. Aqui ele abordou o tema dos imigrantes e refugiados.

O Papa recordou as milhões de pessoas que nos últimos séculos chegaram aos Estados Unidos perseguindo o sonho de construir um futuro em liberdade.

“Nós, pessoas deste continente, não temos medo dos estrangeiros, porque outrora muitos de nós éramos estrangeiros. Digo-vos isto como filho de imigrantes, sabendo que também muitos de vós sois descendentes de imigrantes. Tragicamente, os direitos daqueles que estavam aqui, muito antes de nós, nem sempre foram respeitados.”

Francisco exortou que não se deve repetir os erros do passado. O Papa chamou a atenção para a proporção da crise dos refugiados, algo que não se via desde a II Guerra Mundial. Ele defendeu que esta proporção não deve assustar e insistiu que cada refugiado seja olhado como pessoa, apresentou ainda o que chamou de regra de ouro: “O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles.”(Mt 7, 12).

“Esta norma aponta-nos uma direção clara. Tratemos os outros com a mesma paixão e compaixão com que desejamos ser tratados. Procuremos para os outros as mesmas possibilidades que buscamos para nós mesmos. Ajudemos os outros a crescer, como quereríamos ser ajudados nós mesmos. Em suma, se queremos segurança, demos segurança; se queremos vida, demos vida; se queremos oportunidades, providenciemos oportunidades.”

Nesse contexto, Francisco reforçou ainda um apelo pela abolição da pena de morte.

“Nós, pessoas deste continente, não temos medo dos estrangeiros, porque outrora muitos de nós éramos estrangeiros”, afirmou o Papa, lembrando que também é filho de imigrantes / Foto: Reprodução CTV

Dorothy Day

Sobre a serva de Deus, Dorothy Day, o Papa destacou o sonho da justiça social e os direitos das pessoas. Aqui ele abordou o tema da pobreza.

Para uma economia moderna, inclusiva e sustentável, Francisco citou a criação e distribuição de riqueza, a utilização correta dos recursos naturais e a aplicação apropriada da tecnologia além da capacidade de orientar o espírito empresarial.

Francisco recordou o tema central de sua encíclica Laudato si que é o cuidado com a casa comum. “Na encíclica Laudato si’, exorto a um esforço corajoso e responsável para «mudar de rumo» (ibid., 61) e evitar os efeitos mais sérios da degradação ambiental causada pela atividade humana. Estou convencido de que podemos fazer a diferença e não tenho dúvida alguma de que os Estados Unidos – e este Congresso – têm um papel importante a desempenhar. Agora é o momento de empreender ações corajosas e estratégias tendentes a implementar uma «cultura do cuidado» (ibid., 231) e «uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza» (ibid., 139).”

Thomas Merton

Sobre o monge cisterciense Thomas Merton o Papa destacou a capacidade de diálogo e abertura a Deus. “Ele continua a ser uma fonte de inspiração espiritual e um guia para muitas pessoas”, destacou.

Aqui o Papa recordou a aproximação dos Estados Unidos e Cuba. “Nesta perspectiva de diálogo, gostaria de saudar os esforços que se fizeram nos últimos meses para procurar superar as diferenças históricas ligadas a episódios dolorosos do passado. É meu dever construir pontes e ajudar, por todos os modos possíveis, cada homem e cada mulher a fazerem o mesmo. Quando nações que estiveram em desavença retomam o caminho do diálogo – um diálogo que poderá ter sido interrompido pelas mais válidas razões –, abrem-se novas oportunidades para todos.”

No Congresso, Francisco fez um apelo pela abolição da pena de morte e fim do comércio de armas / Foto: Reprodução CTV

Nesse contexto Francisco fez uma forte exortação sobre o conflito armado. Para ele, estar ao serviço do diálogo e da paz significa também estar comprometido a por fim ao conflito armado.

“Aqui devemos interrogar-nos: Por que motivo se vendem armas letais àqueles que têm em mente infligir sofrimentos inexprimíveis a indivíduos e sociedade? Infelizmente a resposta, como todos sabemos, é apenas esta: por dinheiro; dinheiro que está impregnado de sangue, e muitas vezes sangue inocente. Perante este silêncio vergonhoso e culpável, é nosso dever enfrentar o problema e deter o comércio de armas.”

Conclusão

O Papa manifestou seu desejo de que o tema da família seja recorrente a toda sua visita. Ele demonstrou sua preocupação diante das ameaças pelas quais ela passa, sejam internas ou externas.

“As relações fundamentais foram postas em discussão, bem como o próprio fundamento do matrimônio e da família. Posso apenas repropor a importância e sobretudo a riqueza e a beleza da vida familiar.”

Para concluir Francisco disse que uma nação pode ser considerada grande, quando defende a liberdade, como fez Lincoln; quando promove uma cultura que permita às pessoas sonhar com plenos direitos para todos os seus irmãos e irmãs, como procurou fazer Martin Luther King; quando luta pela justiça e pela causa dos oprimidos, como fez Dorothy Day com o seu trabalho incansável, fruto duma fé que se torna diálogo e semeia paz no estilo contemplativo de Thomas Merton.

Improviso

Após a cerimônia, Francisco fez questão de saudar a multidão que o aguardava fora do Congresso.

Papa saúda e reza pelas pessoas que o aguardavam fora do Congresso / Foto: CTV



Festival de Filmes acontece no Encontro Mundial das Famílias

Filmes com temática cristã e valores são apresentados no Encontro Mundial das Famílias

Denise Claro
Da redação, com site oficial do evento

Centro Kimmel, onde acontece o Festival de Filmes do Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia./ Fonte: site oficial do evento.

O Encontro Mundial das Famílias que acontece na Filadélfia nesta semana, além de toda programação religiosa, também conta com uma mostra de filmes, o Festival de Filmes do Encontro Mundial das Famílias.

A mostra está sendo realizada juntamente com o Greater Philadelphia Film Office (GPFO) e acontece em sua maioria no Centro Kimmel da cidade.

Os filmes selecionados são os que têm uma temática cristã ou que trazem valores familiares, além de estarem ambientados na região. Dentre os filmes que estão sendo exibidos, estão os conhecidos “A Lista de Schindler” e “O Mágico de Oz”, além de filmes como “Time dos Sonhos” (“The Mighty Macs”), que conta a história de um time de basquete de um Colégio de Freiras e “Diário de um Padre” (“Diary of a City Priest”), em que é apresentado o dia-a-dia do sacerdote John McNamee e sua missão em uma paróquia no Norte da Filadélfia. Os dois últimos filmes contam com a atuação de atores nascidos na cidade.

Outro filme exibido é o documentário “Trindade Urbana” (Urban Trinity”), que mostra a história do catolicismo na Filadélfia.

Família é o primeiro “nós” que encontramos, diz Dom Paglia

Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, afirmou que diante da ditadura do “eu”, é preciso redescobrir a beleza do “nós”

Da redação, com Rádio Vaticano
 
Famílias de todo o mundo estão na Filadélfia para o VIII Encontro Mundial das Famílias, um evento desejado por João Paulo II e que desde 1994 é realizado a cada três anos. Desde terça-feira, 22, orações, debates e encontros criam pontes e reforçam o sagrado vínculo da família.[Acesse cobertura do evento]

Em entrevista à Rádio Vaticano, o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, falou sobre o encontro e sobre a família atual.

Em diversas ocasiões o senhor reiterou que é necessário colocar a família no centro. Em que sentido, concretamente, se coloca a família no centro?

Dom Paglia: “Quando nos preocupamos realmente por ela e portanto se vive a alegria, as lutas, mas também a esperança da família, porque na família está em jogo quer a Igreja, quer a sociedade, e também na Filadélfia. A Igreja Católica está se preocupando não somente com famílias católicas, não somente com as famílias cristãs, mas com as famílias do mundo inteiro. Devo sublinhar que o tema aqui não é a definição de família: o tema é como ajudar as famílias a viver a sua missão e a sua vocação na sociedade contemporânea, sabendo que família frágil quer dizer sociedade frágil e família forte, sociedade forte”.

É também verdade, porém, que a família frequentemente sofre ataques. O Papa Francisco, referindo-se ao “gender”, definiu-o como “ditadura”, “a colonização ideológica” que quer destruir a família…

Dom Paglia: “A prevalência de uma cultura individualista tem como que descobriu a astúcia de não opor-se à família, mas de fragmentá-la, de submetê-la, de multiplicá-la…. Aquilo que hoje vejo como o vírus mais deletério é justamente isto: que o individualismo exalta a fragmentação, submete tudo a si mesmo. E no fundo é esta simplificação – da redução à si – que explica o medo da multiplicidade. A questão do “gender” é o medo do complexo: para reconhecer a dignidade, devemos ser antes, todos homogêneos… E ao invés disto não, nós temos a necessidade, como acontece desde o início da criação, de reconhecer a força e a beleza da diversidade! Diante da ditadura do “eu”, devemos redescobrir a beleza do “nós”. E a família é o primeiro “nós” que encontramos”.

Neste contexto, qual é a missão da Igreja?

Dom Paglia: “Aquela de dar uma alma ou, caso se queira, uma qualidade ao amor familiar que o sacramento reforça, para que este amor leve a superar todos os limites que encontramos: antes de tudo a superar o limite do “eu”, para unir-se ao primeiro “nós”, com o homem e a mulher que se amam; a gerar filhos; superar o risco do “familismo”. E assim, pouco a pouco, até chegar ao último elo – poderíamos dizer – deste amor indispensável, para fazer de todos os povos uma única grande família”.

Uma única família dos povos. Assim, neste sentido, a paz passa também através das famílias?

Dom Paglia: “Se a família vive o amor, se aprende quase que por instinto a solidariedade. O primeiro acordo é entre marido, mulher e filhos. E se não se aprende isto de pequeno, aos 15, 20 anos será tarde! E na família se tem sim em miniatura a experiência do mundo: porque é óbvio que em família se experimentam também os conflitos, mas os conflitos em família, se é como que obrigado a superá-los, caso se queira continuar. E deve-se abrir mão, deve-se renunciar! Eis porque a família e a família dos povos são fortemente entrecruzadas”.

Aqui na Filadélfia a árvore simboliza a família. Por que esta escolha?

Dom Paglia: “Porque com raízes profundas os anciãos, com um tronco robusto, que não é o amor romântico, mas é um amor que quer construir, que exige também esforços, e que justo por isto, recolhendo a linfa das raízes e elaborando-a ao longo do tronco, pode produzir frutos que são filhos, netos. E se esta é a família, nós pensamos que o mundo deve ser uma floresta destas árvores, para mostrar que realmente esta casa comum, que é o mundo inteiro, é a casa comum da família de todos os povos”.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

São Pio de Pietrelcina, alívio para os sofrimentos de seus fiéis

Recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário. Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de “Frei Pio” e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como “barba azul”.

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice. Padre Pio dizia: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!”

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

Obama elogia Papa e seu exemplo em favor dos pobres

O presidente disse que é possível ver em Francisco um ensinamento vivo do exemplo de Jesus, não por suas palavras, mas por suas ações

Da Redação
Luciane Marins

Papa Francisco e presidente Barack Obama durante cerimônia de boas-vindas na Casa Branca / Foto: CTV

A cerimônia de boas-vindas ao Papa Francisco nos Estados Unidos aconteceu nesta quarta-feira, 23, na Casa Branca, em Washington, DC, às 9h15, horário local. O Santo Padre chegou de carro para o seu primeiro compromisso oficial no país. Francisco foi recebido pelo presidente Barack Obama e pela primeira dama Michelle em frente ao Pórtico Sul da Casa Branca. Cerca de 20 mil convidados participaram da cerimônia. Francisco e Obama já haviam se encontrado na tarde desta terça-feira, 22, no aeroporto, na chegada do Pontífice ao país.

Depois de honras militares e da execução dos hinos do Vaticano e dos Estados Unidos, o presidente Obama foi o primeiro a discursar. O presidente praticamente traçou um perfil da figura do Papa Francisco e do que ele representa não só para os católicos mas para o mundo. De maneira descontraída Obama disse que o jardim da Casa Branca não é sempre lotado daquela maneira, e que isso representa os milhares de católicos dos Estados Unidos.

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Discurso do presidente Obama

Obama destacou os trabalhos da Igreja em favor dos mais pobres e necessitados, e exaltou a humildade, simplicidade e gentileza das palavras de Francisco. “O que vimos é um ensinamento vivo dos ensinamentos de Jesus, que não vem somente por palavras, mas por ações.”

Em seu discurso o presidente acrescentou que Francisco lembra que a mensagem mais poderosa de Deus é a misericórdia. “Tratar os estranhos com empatia e verdadeiro coração aberto. Dos refugiados que saem de seus países, dos imigrantes que deixam as suas terras, em tantas situações. Isso significa mostrar compaixão, amor, pelos marginalizados.”

A ajuda de Francisco no processo das relações entre Estados Unidos e Cuba foi mencionada por Obama que se comprometeu em manter melhores relações com o país.

Ao final do discurso o presidente afirmou que as palavras e desejos do Papa são um exemplo. “E nas linhas gerais dessas obrigações que o senhor nos lembra, você está no chacoalhando para que acordemos para diminuir as distâncias da realidade da qual vivemos daquela que deveríamos viver, mas acredito que este desconforto seja uma bênção para uma coisa melhor.”

Discurso do Papa

Após as palavras do presidente, o Papa Francisco fez um breve discurso em inglês, em que se apresentou como filho de emigrantes. “Como filho duma família de emigrantes, sinto-me feliz por ser hóspede nesta nação, que foi construída em grande parte por famílias semelhantes. “

Francisco disse que os católicos americanos estão comprometidos na construção duma sociedade tolerante e inclusiva, na defesa dos direitos dos indivíduos e das comunidades, e na rejeição de qualquer forma de discriminação injusta.

“Juntamente com muitas outras pessoas de boa vontade desta grande democracia, eles esperam que os esforços por construir uma sociedade justa e sabiamente ordenada respeitem as suas preocupações mais profundas e os seus direitos inerentes à liberdade religiosa. Esta liberdade permanece como uma das conquistas mais valiosas da América.”

O pontífice destacou a iniciativa de Obama para redução da poluição do ar e disse que diante da urgência desta questão, não se pode deixar para a geração futura a responsabilidade de encontrar uma solução. Francisco citou as palavras do pastor protestante e líder dos direitos dos negros nos Estados Unidos, Martin Luther King: “Podemos dizer que estivemos em falta quanto a alguns compromissos e, agora, chegou o momento de os honrar.”

Ao final do discurso o Papa recordou os esforços feitos recentemente para reconciliar relações que haviam sido rompidas e para a abertura de novas vias de cooperação dentro da família humana. “Almejo que todos os homens e mulheres de boa vontade desta grande e próspera nação apoiem os esforços da comunidade internacional para proteger os mais vulneráveis no nosso mundo e promover modelos integrais e inclusivos de desenvolvimento.”

Após a cerimônia de boas-vindas, Francisco fez uma visita de cortesia ao Presidente Obama. Os dois líderes tiveram uma reunião privada, ocasião em que aconteceu troca de presentes e apresentação dos familiares do presidente e do vice-presidente ao pontífice.

Após a visita ao presidente Obama, Francisco seguiu para um Encontro com os Bispos dos Estados Unidos na Catedral de São Mateus.

Discurso do Papa na Cerimônia de boas vindas na Casa Branca

Boletim da Santa Sé

Senhor Presidente!

Obrigado pela saudação de boas-vindas que me dirigiu em nome de todos os americanos. Como filho duma família de emigrantes, sinto-me feliz por ser hóspede nesta nação, que foi construída em grande parte por famílias semelhantes. Olho com alegria para estes dias de encontro e diálogo, em que espero perscrutar e compartilhar muitos dos sonhos e esperanças do povo americano.

Na minha visita, terei a honra de me dirigir ao Congresso, onde espero, como irmão deste país, dizer uma palavra de encorajamento a todos aqueles que são chamados a guiar o futuro político da nação na fidelidade aos seus princípios fundadores. Irei também a Filadélfia, para o VIII Encontro Mundial das Famílias, cuja finalidade é celebrar e apoiar as instituições do matrimônio e da família, num momento crítico da história da nossa civilização.

Senhor Presidente, os católicos americanos, juntamente com seus concidadãos, estão comprometidos na construção duma sociedade que seja verdadeiramente tolerante e inclusiva, na defesa dos direitos dos indivíduos e das comunidades, e na rejeição de qualquer forma de discriminação injusta. Juntamente com muitas outras pessoas de boa vontade desta grande democracia, eles esperam que os esforços por construir uma sociedade justa e sabiamente ordenada respeitem as suas preocupações mais profundas e os seus direitos inerentes à liberdade religiosa. Esta liberdade permanece como uma das conquistas mais valiosas da América. E, como os meus irmãos bispos dos Estados Unidos nos lembraram, todos somos chamados a vigiar, precisamente como bons cidadãos, por preservar e defender tal liberdade de tudo o que a possa pôr em perigo ou comprometer.

Senhor Presidente, considero prometedor o facto de Vossa Excelência ter vindo a propor uma iniciativa para a redução da poluição do ar. Vista a sua urgência, parece-me claro que a mudança climática já não pode ser um problema deixado à geração futura. A história colocou-nos num momento crucial quanto ao cuidado da nossa «casa comum». Mas estamos ainda a tempo de empreender mudanças que assegurem «um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar» (Enc. Laudato si’, 13). São mudanças que exigem de nós um reconhecimento sério e responsável do tipo de mundo que podemos deixar não só aos nossos filhos, mas também aos milhões de pessoas sujeitas a um sistema que as tem transcurado. A nossa casa comum foi parte deste grupo de excluídos que brada ao céu e que hoje bate com força às portas de nossas casas, cidades, sociedade. Retomando as sábias palavras do Reverendo Martin Luther King, podemos dizer que estivemos em falta quanto a alguns compromissos e, agora, chegou o momento de os honrar.

Pela fé, sabemos que «o Criador não nos abandona, nunca recua no seu projecto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum» (ibid., 13). Como cristãos animados por esta certeza, procuramos comprometer-nos neste cuidado consciente e responsável da nossa casa comum.

Os esforços feitos recentemente para reconciliar relações que haviam sido rompidas e para a abertura de novas vias de cooperação dentro da família humana constituem passos em frente no caminho da reconciliação, da justiça e da liberdade. Almejo que todos os homens e mulheres de boa vontade desta grande e próspera nação apoiem os esforços da comunidade internacional para proteger os mais vulneráveis no nosso mundo e promover modelos integrais e inclusivos de desenvolvimento, de modo que, em todo o lado, possam os nossos irmãos e irmãs conhecer as bênçãos da paz e da prosperidade que Deus deseja para todos os seus filhos.

Senhor Presidente, uma vez mais lhe agradeço a sua recepção e olho com confiança para estes dias no seu país. Deus abençoe a América!

Papa nomeia novo bispo para Ponta de Pedras

Dom Teodoro Mendes Tavares deixa função de bispo coadjutor e assume diocese de Ponta de Pedras

Da redação, com Boletim da Santa Sé

O Papa Francisco nomeou Dom Teodoro Mendes Tavares, C.C.Sp como novo bispo da Diocese de Ponta de Pedras, no Pará. A nomeação foi feita juntamente com a aceitação da renúncia do governo pastoral da diocese, apresentada por Dom Alessio Saccardo, S.I., por ocasião de sua idade.

Dom Teodoro já exercia o cargo de bispo coadjutor desde 16 de agosto deste ano, quando tomou posse.

Até então, Dom Teodoro exercia a função de bispo coadjutor da Diocese / Foto: Portal do Xingu

Biografia

Dom Teodoro Mendes Tavares é natural de Ilha de Santiago, Cabo Verde (África). Nasceu em 7 de janeiro de 1964. Pertence à Congregação dos Espiritanos (CSSp). Foi ordenado presbítero em 1993 e bispo auxiliar da arquidiocese de Belém (PA), no ano de 2011. Cursou Filosofia no Instituto Superior de Teologia, em Braga e teologia, na Universidade Católica Portuguesa. Em 1995, obteve o título de mestre em Ecumenismo pelo Trinity College, em Dublin. Também possui pós-graduação em Desenvolvimento, com especialização em Estudos Franceses Modernos.

Em 1994, veio em missão ao Brasil para a Prelazia de Tefé, no Amazonas, onde exerceu as funções de vigário-geral, de 2000 a 2011; pároco em Alvarães, Carauari e Uarini, e pároco de Bom Jesus, em Tefé. Também atuou como coordenador do Centro de Educação Profissional Tefé e superior dos espiritanos do distrito da Amazônia, de 2003 a 2011.

Como bispo, foi referencial para o Ecumenismo no regional Norte 2, professor de Ecumenismo e Diálogo inter-religioso, além de responsável pela Pastoral Ecumênica da arquidiocese de Belém e da Pastoral das Comunidades Rebeirinhas.

Em 16 de fevereiro de 2011 foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará e recebeu a ordenação. Desde 16 de agosto deste ano, atuava como bispo coadjutor da diocese de Ponta de Pedras.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Bandeira da Santa Sé será hasteada na chegada do Papa à ONU

No dia 25 de setembro o Papa Francisco visitará a ONU, que irá hastear pela primeira vez na história a bandeira da Santa Sé

Da redação, com Rádio Vaticano

Nesta segunda-feira, 21, a Missão Permanente da Santa Sé confirmou que as Nações Unidas (ONU) irão hastear a bandeira da Santa Sé pela primeira vez na história, na manhã do dia 25 de setembro.

Portanto, quando o Papa Francisco chegar à sede da ONU, a bandeira branca-amarela da Santa Sé estará tremulando junto àquelas dos 193 países-membros da organização, assim como a da Palestina.

A resolução que permitiu esta medida inédita foi aprovada pela Assembleia Geral no último dia 11.

Papa no Palácio de Vidro

O Papa Francisco visitará a Assembleia Geral da ONU no dia 25 de setembro, onde abrirá o encontro de líderes mundiais que lançará um pacote de metas de desenvolvimento para acabar com a fome e com a pobreza nos próximos 15 anos.

Mais de 100 chefes de estado e governo são aguardados para o encontro, que precederá o início da 70ª Assembleia Geral da ONU. Para a manhã do dia 25, estão previstos ainda discursos dos presidentes dos Estados Unidos, Rússia, China e Irã.

Leia

De acordo com o site da Missão Permanente da Santa Sé junto à ONU, a “Santa Sé tem, por escolha própria, o status de Observador Permanente junto à ONU ao invés de Estado-membro. Isso se deve, antes de tudo, ao desejo da Santa Sé em manter neutralidade absoluta diante de problemáticas políticas específicas”. A Santa Sé é Observador Permanente junto às Nações Unidas desde 6 de abril de 1964

Papa visita estátua de João Paulo II e abençoa Holguín

Papa visitou monumento dedicado a São João Paulo II e abençoou Holguín, cidade cubana

Da redação, com Agência Ecclesia

O Papa Francisco visitou nesta segunda-feira, 21, o monumento dedicado a São João Paulo II, em Holguín, e abençoou esta cidade de Cuba, terra natal de Fidel e Raúl Castro.


Na primeira visita de um Papa à cidade, Francisco esteve no átrio da Catedral de Santo Isidoro para prestar tributo a João Paulo II.

O santo polaco foi o primeiro pontífice a deslocar-se à ilha caribenha, em janeiro de 1998, marcando o início de um novo relacionamento entre a Igreja Católica e o regime de Havana.

Nesta tarde, Francisco deslocou-se para a chamada ‘colina da cruz’, onde presidiu a uma breve cerimônia de oração e bênção da cidade de Holguín desde o grande crucifixo que ali se ergue.

O Papa agradeceu ao coro infantil que cantou durante a cerimônia e pediu-lhes: “não se esqueçam de rezam por mim”.

O local é de particular veneração para a população local desde 1790, quando o frade franciscano Antonio de Alegría ali colocou uma cruz de madeira, para evitar epidemias e catástrofes naturais.

Ainda hoje, Francisco terá encontros com os bispos e uma oração no Santuário Mariano Nacional, da Virgem da Caridade, cuja imagem foi encontrada na Baía de Nipe, território de Hilguín, por três homens, tendo passado por várias localidades.

O Papa vai assinalar assim o 100º aniversário da declaração da Virgem da Caridade do Cobre como padroeira do país.

Neste mesmo santuário, Francisco iniciará a programação de terça-feira, 22, com uma Missa, antes de um encontro com as famílias na Catedral de Santiago e da cerimônia de despedida, nesta cidade.

Governo de Cuba aprova construção de três Igrejas

Após 56 anos, governo de Cuba autorizou a construção de três novas igrejas católicas no país

Da redação, com Agência Ecclesia

O Governo de Cuba autorizou a construção de três novas igrejas católicas, 56 anos depois da última decisão do gênero pelo regime de Havana, capital do país.

Um dos porta-vozes da viagem pontifícia explicou em conferência de imprensa nesta segunda-feira, 21, que um dos templos vai ser dedicado a São João Paulo II, primeiro Papa a visitar Cuba, em 1998, em Havana.

Em Cuba, o Papa elogiou o “esforço e sacrifício” da Igreja Católica no país, durante a Missa a que presidiu na cidade oriental de Holguín, que acolheu pela primeira vez uma visita pontifícia.

“Sei com que esforço e sacrifício trabalha a Igreja em Cuba para levar a todos, mesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo”, disse na homilia que proferiu diante de 150 mil pessoas, incluindo o presidente cubano Raúl Castro, na Praça da Revolução, Calixto García Iñiguez.

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Segundo dados do Vaticano, Cuba tem 6,77 milhões de católicos (60,5% da população), espalhados por 11 dioceses e 283 paróquias, com 196 padres diocesanos e 169 sacerdotes de institutos religiosos.

Em Cuba há 18.562 católicos por cada sacerdote; nos EUA, outro destino da 10ª viagem apostólica do Papa Francisco, esse número é de 1753.

Para superar a escassez de clero e de Igrejas, os católicos de Cuba têm cerca de 2600 casas de missão, sobretudo em zonas rurais, onde se reúnem para momentos de oração e catequeses.

“Esta é uma resposta criativa e positiva a uma situação em que não há novas Igrejas”, assinalou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.

Já no domingo, 20, o Papa tinha recordado em Havana as feridas do povo cubano e elogiou a sua capacidade de superação.

“O santo povo fiel de Deus, que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza”, declarou, na homilia que reuniu 200 mil pessoas na Praça da Revolução.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Papa segue para cidade de Holguín

Papa Francisco chega nesta manhã à cidade de Holguín, em Cuba

Da redação, com Rádio Vaticano

No seu terceiro dia em Cuba, Papa Francisco seguiu nesta manhã em direção à Holguín, a terceira cidade da Ilha por números de habitante (1,5 milhões).

É a primeira vez que a Diocese de Holguín recebe a visita de um Papa. Foi nesta cidade, em 1612, no mar da baia de Nipe, que foi encontrada a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira do país.

Do aeroporto, Francisco se dirige diretamente à Praça da Revolução da cidade, onde presidirá à Santa Missa às 10h30 locais (11h30 no horário de Brasília).

Depois da missa, o Papa se dirige à casa episcopal da cidade para o almoço e, na parte da tarde, irá à “Colina da Cruz”. Posicionada a 261 metros de altitude, a cruz é meta de peregrinação, de onde é possível admirar toda a região. Neste local, Francisco fará uma oração e abençoará toda a cidade de Holguín.

Da colina, o Pontífice se transfere ao aeroporto em direção a Santiago de Cuba – terceira e última etapa de sua visita a Cuba. Após 50 minutos de voo, o primeiro compromisso na cidade é no Seminário São Basílio Magno – residência pontifícia em Santiago – para o encontro com os Bispos cubanos.

A segunda-feira de Francisco se encerra com a oração a Nossa Senhora do Cobre, no Santuário Nacional.

Sem a presença de fiéis e sem discursos, ao final da oração o Papa oferecerá um dom à Santíssima Virgem.

Na sequência, Francisco regressa ao Seminário para o jantar e o pernoitamento.

Papa pede por esforços de reconciliação na Colômbia

A Colômbia vive uma tensa crise com a Venezuela, devido ao fechamento da fronteira ordenado pelo governo venezuelano

André Cunha
Da redação

No Angelus rezado neste domingo, 20, ao final da Missa em Havana, Cuba, o Papa Francisco pediu que o sangue derramado por milhares de inocentes sustente os esforços para feitos para uma reconciliação definitiva na Colômbia.

O país vive uma tensa crise com a Venezuela, devido ao fechamento da fronteira ordenado pelo governo venezuelano há quase um mês e à expulsão de colombianos do país. O medo de muitos colombianos é que isso resulte num conflito armado entre ambas as nações.

“Neste momento, sinto-me no dever de dirigir o meu pensamento para a amada terra da Colômbia, ‘consciente da importância crucial do momento presente, em que os seus filhos, com renovado esforço e movidos pela esperança, estão procurando construir uma sociedade em paz'”.

Leia a íntegra do Angelus deste domingo, 20

Agradeço ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, as suas amáveis palavras, bem como aos meus irmãos bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos. Saúdo também o Senhor Presidente e todas as autoridades presentes.

Ouvimos, no Evangelho, como os discípulos tinham medo de interrogar Jesus quando Ele lhes falava da sua paixão e morte. Assustava-os e não podiam compreender a ideia de ver Jesus sofrer na Cruz. Também nós temos a tentação de fugir das cruzes próprias e das dos outros, afastar-nos daquele que sofre. Concluída a Santa Missa, na qual Jesus Se entregou de novo a nós com o seu corpo e o seu sangue, voltemos agora o nosso olhar para a Virgem, nossa Mãe. E peçamos-Lhe que nos ensine a permanecer junto da cruz do irmão que sofre; que aprendamos a ver Jesus em cada homem caído no caminho da vida, em cada irmão que tem fome ou sede, que está nu, encarcerado ou enfermo. Junto da Mãe, na Cruz, podemos entender quem é verdadeiramente «o mais importante» e que significa estar ao lado do Senhor e participar na sua glória.

Aprendamos de Maria a ter o coração desperto e atento às necessidades dos outros. Como nos ensinou nas bodas de Caná, sejamos solícitos nos pequenos detalhes da vida e não cessemos de rezar uns pelos outros, para que a ninguém falte o vinho do amor novo, da alegria que Jesus nos traz.

Neste momento, sinto-me no dever de dirigir o meu pensamento para a amada terra da Colômbia, «consciente da importância crucial do momento presente, em que os seus filhos, com renovado esforço e movidos pela esperança, estão procurando construir uma sociedade em paz». Que o sangue derramado por milhares de inocentes, durante tantas décadas de conflito armado, unido ao sangue do Senhor Jesus Cristo na Cruz, sustente todos os esforços que se estão a fazer, inclusivamente nesta bela Ilha, para uma reconciliação definitiva. E assim a longa noite de dor e violência, com a vontade de todos os colombianos, se possa transformar num dia sem ocaso de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito das instituições e do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura. Por favor, ajudemo-nos! Não temos direito a permitir-nos mais um fracasso neste caminho de paz e reconciliação.

Peço agora que vos unais comigo em oração a Maria para que deponha todas as nossas preocupações e aspirações junto do Coração de Cristo. E, de uma maneira especial, peçamos-Lhe pelos que perderam a esperança, não encontrando motivo para continuar a lutar; pelos que sofrem a injustiça, o abandono e a solidão; peçamos pelos idosos, os doentes, as crianças e os jovens, por todas as famílias em dificuldade para que Maria enxugue as suas lágrimas, os console com o seu amor de Mãe, lhes devolva a esperança e a alegria. Mãe Santa, encomendamo-Vos estes vossos filhos de Cuba. Nunca os abandoneis!

Ser cristão é servir a dignidade dos irmãos, afirma Papa

Ser cristão comporta servir a dignidade dos irmãos, afirmou o Papa Francisco durante a primeira Missa que celebrou em Havana, Cuba

André Cunha
Da redação

Francisco celebra primeira Missa em Cuba / Foto: Reprodução CTV

“Ser cristão comporta servir a dignidade dos irmãos, lutar pela dignidade dos irmãos e viver para a dignificação dos irmãos”. Foi o que afirmou o Papa Francisco durante sua homilia na Missa que celebrou em Havana, Cuba, na manhã deste domingo, 20.

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“Cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo. São os rostos sofredores, indefesos e angustiados que Jesus nos propõe olhar e convida concretamente a amar”, destacou o Pontífice.

Segundo o Papa, todos somos convidados, encorajados por Jesus a cuidar uns dos outros por amor. E isto sem olhar em redor, para ver o que o vizinho faz ou deixou de fazer.

“Este cuidar por amor não se reduz a uma atitude de servilismo; simplesmente põe, no centro do caso, o irmão: o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até ‘padece’ com ela e procura a sua promoção”, disse.

Os cubanos, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabem abrir os braços, caminhar com esperança, disse o Papa. Por isso, pediu-lhes que cuidem destes dons que Deus os deu. “Sobretudo quero convidar-vos a cuidar e servir, de modo especial, a fragilidade dos vossos irmãos”.

“Não nos esqueçamos da Boa Notícia de hoje: a importância dum povo, duma nação, a importância duma pessoa sempre se baseia no modo como serve a fragilidade dos seus irmãos. Nisto, encontramos um dos frutos da verdadeira humanidade”, afirmou.

Este é o segundo dia do Pontífice em Cuba, que o recebe durante sua viagem apostólica, que contempla também os Estados Unidos da América, onde estará a partir de 22 de setembro.

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

TV de Cuba exibe pela 1º vez mensagem de um Papa. Assista

Francisco irá a Cuba neste sábado, 19, onde ficará até terça-feira, 22. Após esta etapa da viagem segue para os Estados Unidos

Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem ao povo cubano, a dois dias de sua chegada à ilha caribenha. O vídeo de pouco mais de quatro minutos foi exibido na TV estatal cubana que, pela primeira vez, reproduziu a mensagem de um Pontífice.

“Jesus os têm ao coração”, afirmou o Papa ao dizer que tinha uma mensagem muito simples, porém importante e necessária. “ou visita-los para compartilhar a fé e a esperança, para que nos fortaleçamos mutuamente no caminho de Jesus”.

Francisco agradeceu às orações com as quais o povo cubano tem se preparado para a Viagem Apostólica, dizendo que chega como “missionário da misericórdia e da ternura de Deus”. Aqui, o Papa faz um convite para que todos sejam missionários “deste amor infinito de Deus”.

Por fim, o Pontífice disse que será somente mais um peregrino no Santuário de Nossa Senhora do Cobre, “como um filho que deseja chegar à casa da Mãe”. E à Padroeira de Cuba confiou esta sua 10ª Viagem Apostólica assim como todo o povo cubano.

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Veja três discursos do Papa Francisco sobre famílias

O Papa Francisco estará nos Estados Unidos a partir deste domingo, 19, para um visita apostólica que prevê um encontro especial com as famílias de toda a parte, que participarão do Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia.

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Francisco certamente as exortará e lhes dará esperança para seguir o caminho da vida em comunidade, na Igreja doméstica, como denominou João Paulo II.

O noticias.cancaonova.com selecionou, dentre tantos, três discursos do Papa Francisco nos quais fala diretamente às famílias. No primeiro, o Santo Padre faz uma breve reflexão sobre dois estágios da vida familiar: a infância e a velhice. Segundo o Papa, “crianças e idosos são os dois polos da vida e também os mais vulneráveis, muitas vezes o mais esquecidos”.

No segundo, Francisco recorda que Jesus conhece as “canseiras” pelas quais passam as famílias, mas as convida ao descanso e alívio, para que a alegria seja completa.

No último, durante um encontro com as famílias nas Filipinas, o Pontífice falou do quanto é importante “repousar na oração”. “É, antes de tudo, na família que aprendemos como rezar. Nela chegamos a conhecer Deus, a crescer como homens e mulheres de fé, a considerar-nos como membros da família mais ampla de Deus, a Igreja”.


Foto: L’Osservatore Romano

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Francisco: a família nos salva da colonização do dinheiro

Na catequese desta semana, Papa Francisco concluiu ciclo de reflexões sobre a família

Da redação, com Rádio Vaticano

Cerca de 30 mil fiéis e peregrinos participaram da Audiência Geral na Praça S. Pedro com o Papa Francisco nesta quarta-feira, 16. O Pontífice concluiu seu ciclo de reflexões sobre a família, recordando que a Igreja está prestes a viver dois importantes eventos: o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia, e o Sínodo dos Bispos, em Roma.

Para Francisco, diante de uma sociedade administrada pela tecnocracia econômica, é necessária uma nova aliança do homem e da mulher para emancipar os povos da “colonização do dinheiro”. Esta aliança, defendeu o Papa, deve voltar a orientar a política, a economia e a convivência civil.
Desta aliança, a comunidade conjugal-familiar do homem e da mulher é a gramática gerativa. Deus confiou à família não o cuidado de uma intimidade fim em si mesma, mas o projeto de tornar “doméstico” o mundo.

“Propriamente a família está no início, na base desta cultura mundial que nos salva; nos salva de tantos ataques, destruições, colonizações, como a do dinheiro e a das ideologias que tanto ameaçam o mundo. A família é a base para defender-se”, disse o Papa.

Francisco salientou que tudo o que acontece entre o homem e a mulher deixa marcas na criação. Em concreto, o pecado original – a rejeição à bênção de Deus – adoeceu o mundo. Mas, recordou, Deus nunca abandonou o homem; no livro do Gênesis, a promessa feita à mulher parece garantir a cada nova geração uma bênção especial para defender-se do maligno. “Existem muitos clichês, às vezes ofensivos, sobre a mulher sedutora que inspira o mal. Ao invés, há espaço para um teologia da mulher que seja à altura desta bênção de Deus para ela e para a geração!”, defendeu.

Cristo, recordou o Papa, nasceu de uma mulher. “É a carícia de Deus sobre as nossas chagas, nosso erros e pecados. Mas Deus nos ama como somos e quer levar-nos avante com este projeto, e a mulher é a mais forte a levá-lo avante.”

Por fim, Francisco ressaltou que a promessa que Deus faz ao homem e à mulher inclui todos os seres humanos até o fim da história. “Se tivermos fé suficiente, as famílias dos povos da Terra se reconhecerão nesta bênção. Caminhando juntos, sem fazer proselitismo”, disse o Papa, pedindo a bênção de Deus às famílias de todos os ângulos da Terra.

Lista dos participantes do Sínodo sobre a Família é divulgada

Veja quem são os bispos brasileiros que participarão do Sínodo sobre a Família

Rádio Vaticano

Foi divulgada nesta terça-feira, 15, a lista dos participantes da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. O evento se realizará no Vaticano de 4 a 25 de outubro, sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. No total, os participantes brasileiros serão onze. Confira a lista:

Presidente-Delegado: Card. Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (SP);

Escolhidos pela CNBB: Dom Sérgio Da Rocha, Arcebispo de Brasília, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari (BA); Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana (MG); Card. Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP).

Nomeado pelo Papa: Dom Sérgio Eduardo Castriani, Arcebispo de Manaus (AM).

Colaborador do Secretário especial: Fr. Antonio Moser, O.F.M., Professor emérito de Teologia Moral e Ética no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis.

Auditores: Sra. Ketty Abaroa de Rezende e Dr. Pedro Jussieu De Rezende, Docentes na Universidade Estadual de Campinas, engajados na pastoral sobre os desafios familiares.

Assistente: Rev. Tiago Gurgel do Vale.

Delegado fraterno: Rev. Dr. Walter Altmann (Conselho Mundial das Igrejas).

Sobre o Sínodo
O Presidente do Sínodo é o Papa Francisco. O Secretário-Geral é o Card. Lorenzo Baldisseri. Além do Card. Damasceno Assis, há outros três Presidentes-Delegados: Card. André Vingt-Trois, Arcebispo de Paris (França); Card. Luis Antonio G. Tagle, Arcebispo de Manila (Filipinas); e Card. Wilfrid Fox Napier, O.F.M., Arcebispo de Durban (África do Sul).

A Igreja é mãe, e não uma associação rígida, diz Papa

Na homilia desta terça-feira, 15, Francisco falou sobre a como a Igreja, como Maria, deve ser materna e ter atitudes de humildade, bondade, perdão e ternura

Da redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco na missa desta terça-feira, 15/ Fonte: L’Osservatore Romano

“A Igreja é mãe” e não “uma associação rígida” que acaba ficando órfã. Foi o que afirmou Francisco na missa matutina na Casa Santa Marta, que teve também a participação dos cardeais do ‘Conselho dos Nove’, o C9. O Pontífice sublinhou que a Igreja, como a Virgem, deve ser “materna” e se expressar com atitudes de humildade, bondade, perdão e ternura.

O Papa desenvolveu a sua homilia partindo da extraordinária Palavra que Jesus, na Cruz, dirige ao discípulo que Ele amava e a Maria: “Filho, esta é a tua Mãe”. Em seguida, comentando o Evangelho do dia, destacou que “não se pode pensar em Maria sem vê-la como mãe”.

Jesus não nos deixa órfãos, temos uma Mãe que nos protege
Ao mesmo tempo, prosseguiu o Pontífice, “a sua maternidade se estende àquele novo filho, se estende a toda a Igreja e a toda a sua humanidade”: “Este tempo no qual existe um grande sentido no mundo de orfandade, é um mundo órfão. Esta Palavra tem grande importância, a importância que Jesus nos diz: “Não os deixo órfãos, lhes dou uma mãe”. Este também é o nosso orgulho: temos uma mãe que está conosco, que nos acompanha, que nos ajuda, inclusive nos tempos difíceis, nos maus momentos”.

Igreja mãe carinhosa, não uma associação sem calor humano
O Papa lembrou que os monges russos dizem que “nos momentos de turbulências espirituais, devemos nos resguardar sob o manto da Santa Mãe de Deus”, pois ela “nos acolhe, nos protege e cuida de nós”. E frisou que esta maternidade de Maria vai “além Dela, é contagiosa”. Da maternidade de Maria, surge uma segunda maternidade, a maternidade da Igreja: “A Igreja é mãe. É a nossa ‘santa mãe Igreja’ que nos gera no Batismo, nos faz crescer em sua comunidade e tem atitudes de maternidade, de meiguice, de bondade. A Mãe Maria e a mãe Igreja sabem acariciar seus filhos, dão ternura. Pensar na Igreja sem esta maternidade é pensar numa associação rígida, sem calor humano, órfã”.

Sem maternidade é somente rigidez e disciplina

“A Igreja é Mãe e nos recebe como uma mãe: Maria mãe, a Igreja mãe”, uma maternidade que “se expressa em comportamentos humildes, acolhedores, compreensivos, de bondade, perdão e ternura”. O Papa concluiu dizendo que onde há maternidade há vida, alegria e paz, “se cresce em paz”. Quando falta esta maternidade, fica somente a rigidez, a disciplina, sem sorrisos. “Uma das coisas mais bonitas e humanas é o sorriso de uma criança.” Por fim, o Papa pediu: “Que o Senhor nos faça sentir também hoje como mais uma vez Ele se oferece ao Pai por nós: ‘Filho, eis a tua mãe'”.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Caminho da Cruz nos leva a vencer as seduções do mal, diz Papa

Na festa da Exaltação da Santa Cruz, Francisco falou sobre as tentativas do diabo de nos seduzir e nos arruinar

Da redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 14, festa da Exaltação da Santa Cruz. Foto: L’Osservatore Romano

O Papa iniciou sua semana celebrando a Missa na capela da Casa Santa Marta. Concelebraram com Francisco os Cardeais do C9, que a partir desta segunda-feira, 14, se reúnem com o Santo Padre. Na festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa advertiu para as tentativas do diabo de nos seduzir e nos arruinar.

Francisco desenvolveu sua homilia partindo das leituras do dia e chamou a atenção para o fato de o protagonista ser a serpente. O Gênesis apresenta o animal como o mais astuto, que é encantador e tem capacidade de fascínio. O Papa lembrou que a serpente mente e a capacidade de sedução dela nos arruína: “Promete muitas coisas, mas na hora do acerto, não compensa, é um mau pagador. Mas tem esta capacidade de seduzir, de encantar. Paulo reprova os cristãos de Galácia que lhe criam tantos problemas e lhes diz: ‘Mas, tolos Gálatas, quem vos encantou? Vós que sois chamados à liberdade quem vos encantou?’. Eles foram corrompidos pela serpente. E isso não é algo novo, estava na consciência do povo de Israel”.

O Papa destacou ainda o fato de o Senhor dizer a Moisés para “fazer uma serpente de bronze” e quem a olhasse seria salva. Esta, acrescentou, é uma figura, mas também “uma profecia, é uma promessa, uma promessa não fácil de entender” porque o próprio Jesus em Nicodemos explica que “como Moisés elevou a serpente no deserto, assim é preciso que seja elevado o Filho do homem, para que quem acredita Nele tenha a vida eterna”. E Francisco frisou que a serpente de bronze era uma figura de Jesus elevado sobre a Cruz.

Jesus assumiu sobre si todos os nossos pecados

“Mas porque o Senhor utilizou esta figura assim tão feia, tão má? Simplesmente porque Ele veio para assumir sobre si todos os nossos pecados e Ele se tornou o maior pecador sem cometer nenhum. E Paulo nos diz: ‘Ele se fez pecador por nós’, retomando a figura ‘Ele se fez serpente’. É feio! Ele se fez pecado para nos salvar, isso significa a mensagem da liturgia da Palavra de hoje, o percurso de Jesus”.

Deus se fez homem e assumiu o pecado. E Paulo aos Filipenses explica este mistério: “Mesmo sendo na condição de Deus, Jesus não considera um privilégio ser como Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo, tornando-se semelhante aos homens; humilhou-se e tornou-se obediente até a morte e morte de Cruz”.

O Papa finalizou a homilia lembrando que o caminho do cristão é o mesmo de Jesus na cruz. Os fiéis devem refletir no mistério do crucificado. “Olhar para a Cruz de Jesus, mas não aquelas cruzes artísticas, bem pintadas: olhar a realidade, o que era a cruz naquele tempo. E olhar para o seu caminho e para Deus. Ele aniquilou-se, abaixou-se para nos salvar. Este é também o caminho do cristão. Se um cristão quer avançar no caminho da vida cristã deve abaixar-se, como se abaixou Jesus. É o caminho da humildade, sim, mas também para carregar sobre si a humilhação como carregou Jesus”. Ao final, o Papa pediu então a graça a Nossa Senhora de “chorar de amor, de chorar lágrimas de gratidão porque o nosso Deus tanto nos amou que ele enviou seu Filho” para “abaixar-se e aniquilar-se para nos salvar”.

Papa: "Seguir Jesus implica rejeitar mentalidade mundana"

No Angelus, o Papa Francisco afirmou que seguir Jesus implica rejeita mentalidade mundana

Da redação, com Rádio Vaticano

No encontro com os fiéis para a oração do Angelus deste domingo, 13, o Papa refletiu sobre a passagem do Evangelho de Marcos em que Jesus anuncia que deverá sofrer, morrer e ressuscitar.


“Jesus explica aos discípulos que Ele é um Messias humilde e servidor. É o Servo obediente à vontade do Pai até o sacrifício completo da própria vida. Dirige-se à multidão e alerta: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’”.

O Pontífice disse aos fiéis que “seguir Jesus significa assumir a própria cruz e acompanhá-Lo em seu caminho, um caminho incômodo, que não é o do sucesso ou o da glória passageira, mas o que conduz à verdadeira liberdade, que liberta do egoísmo e do pecado”.

“Implica rejeitar firmemente a mentalidade mundana que coloca o próprio ‘eu’ e seus interesses no centro da existência e perder a própria vida por Cristo e o Evangelho, recebendo-a realizada, renovada e autêntica”, disse Francisco.

“Este é o caminho que conduz à ressurreição. Decidir segui-Lo, o nosso Mestre e Senhor que se fez Servo de todos, exige uma união forte com Ele, a escuta atenta e assídua de sua Palavra (ler uma passagem do Evangelho todos os dias) e a graça dos Sacramentos”, acrescentou.

Depois o Papa Francisco dirigiu-se espontaneamente as fiéis dizendo: “A Praça está cheia de jovens moças e rapazes. Eu lhes pergunto apenas: Vocês já sentiram vontade de ouvir Jesus mais de perto? Pensem, rezem e deixem que o Senhor lhes fale”.

Após os longos aplausos dos fiéis, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica, fazendo seus votos de bom almoço.